'Os Outros' e 'Justiça' vão ganhar versões no exterior; saiba detalhes

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As séries originais do Globoplay Os Outros e Justiça vão ganhar versões no exterior. De acordo com a Variety, a Globo vendeu os formatos das duas produções de sucesso para outros países: Os Outros para a Grécia e territórios de língua alemã; e a antológica Justiça também para a Grécia.

À Variety, Angela Colla, chefe de negócios internacionais e coproduções da Globo, disse que "adaptações não precisam ser cópias carbono; com formatos, ajustes podem ser feitos para adaptar uma história a uma realidade particular, mantendo a estrutura criativa que é a essência do sucesso".

"Com a força do nosso conteúdo, estamos apostando na venda de formatos roteirizados como forma de ampliar as possibilidades de negócios e atingir novos públicos", acrescentou.

Os Outros, série lançada em 2023, tem duas temporadas disponíveis e uma terceira a caminho, programada para 2025. Do autor Lucas Paraizo (de Sob Pressão), a trama acompanha duas famílias em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e cujas histórias se cruzam depois de uma briga entre dois adolescentes.

A série faz, assim, um retrato da sociedade dividida, da intolerância e da violência doméstica. O elenco conta com Adriana Esteves, Milhem Cortaz, Maeve Jinkings e Thomás Aquino, entre outros.

Justiça, de Manuela Dias, ganhou uma segunda temporada em abril, após oito anos de hiato. A série antológica narra quatro histórias entrelaçadas de quatro personagens que foram presos no mesmo dia, após sete anos de encarceramento.

A segunda temporada é protagonizada por Juan Paiva, Murilo Benício, Belize Pombal e Nanda Costa - e se tornou a série mais assistida do Globoplay nos primeiros 30 dias a partir da estreia.

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Um casal de influenciadores foi preso, nesta terça-feira, 1º, no interior de São Paulo, acusado de integrar uma quadrilha que criava fake news e cobrava para não espalhar as notícias falsas em redes sociais. Conforme a Polícia Civil, os dois operavam o que denominavam "Boca do Glamour", um serviço de difusão de notícias mentirosas e de ódio contra a idoneidade de pessoas e empresas. A polícia investiga o envolvimento de mais pessoas no esquema.

O casal preso não teve a identidade divulgada, o que impossibilitou o contato da reportagem com a defesa.

A investigação teve início há dez meses, depois que uma das vítimas procurou a polícia contando que havia pago R$ 15 mil para que os suspeitos retirassem uma notícia falsa a seu respeito que eles mesmo tinham produzido. Outras quatro vítimas da quadrilha foram localizadas durante a investigação e fizeram a denúncia, mas o número de pessoas extorquidas pode ser maior, segundo a polícia.

Os investigados criaram também um serviço de assinatura para uma clientela denominada "close friends" (amigos próximos, em inglês), que se valiam das plataformas para veicular suas próprias fake news. As pessoas pagavam uma mensalidade para distribuir informações falsas, que os operadores usavam também para extorquir as vítimas. Os assinantes do serviço também serão investigados.

Segundo a polícia, como a maior parte das postagens versava sobre a vida íntima de profissionais liberais e empresários, muitos se recusaram a apresentar denúncia, mesmo tendo pago os valores extorquidos. "Trata-se de uma verdadeira fábrica de mentiras operadas a partir de plataformas digitais, algumas sem qualquer tipo de controle no País", diz o delegado Everson Aparecido Contelli, da Seccional de Fernandópolis.

Segundo ele, o objetivo do grupo era bem definido: ganhar dinheiro por meio de extorsões para evitar maior disseminação de fake news, 'plantadas' pelo próprio grupo em redes sociais. A investigação apontou uma progressão nas extorsões, com os seguintes passos:

1 - exigir dinheiro para não perturbar as vítimas com notas em veículos digitais de notícias;

2 - exigir dinheiro para não divulgar falsas notícias que impactam empresas e reputações;

3 - exigir dinheiro sob pena de os ataques atingirem familiares das vítimas, como cônjuges e filhos.

Todas as chantagens eram sem rosto, feitas por meio de redes, algumas com conexões internacionais, com uso de VPNs e de fintechs para lavagem de dinheiro, bem como dificultar o rastreamento e a identificação. Algumas mensagens mencionavam, como forma de ameaça, os locais de trabalho da vítima e onde estudavam seus filhos.

A polícia chegou ao local onde o casal operava a "Boca do Glamour" e, além de efetuar a prisão dos dois, apreendeu computadores, celulares e cartões. Os recursos de contas correntes do casal, que somavam mais de R$ 100 mil, foram bloqueados para eventual ressarcimento das vítimas.

De acordo com o delegado, as investigações vão prosseguir para identificar outros possíveis elos da quadrilha. O material apreendido será analisado. "Há uma espécie de escalonamento de crimes cibernéticos, onde o Estado gasta cada vez mais recursos em busca de localizar esses criminosos digitais, com impacto direto no orçamento público", diz.

A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta quarta-feira, 2, o primeiro Centro Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (Centro TEA).

Localizada em Santana, na zona norte da capital, a unidade recebeu um investimento de R$ 119,4 milhões - R$ 1,5 milhão para o projeto, R$ 54,7 milhões para a obra e R$ 63,2 milhões para o Lar Mãe do Divino Amor (LEMDA), responsável pela gestão do espaço - e leva o nome de Marina Magro Beringhs Martinez, mãe atípica e ex-procuradora da cidade falecida em novembro de 2024.

De acordo com a administração municipal, o local vai acolher crianças com TEA a partir de 6 anos de idade e seus familiares, com capacidade para mais de 300 sessões individuais e 1.430 atividades coletivas por mês. Outros três centros estão previstos até 2028.

As atividades serão baseadas em seis eixos principais: cultura, esporte, trabalho e empreendedorismo, cursos de formação, bem-estar e autonomia social. A gestão prevê ações como oficinas de música, dança, teatro e pintura; modalidades esportivas como natação, atletismo e futebol; e capacitações para acesso ao mercado de trabalho.

Para estimular a autonomia, também foi construída uma unidade habitacional equipada, onde pessoas no espectro poderão desenvolver habilidades de autocuidado e organização, com atividades adaptadas a diferentes níveis de independência.

Acompanhamento por 1 ano

Os atendimentos terão duração de até 12 meses, com três sessões diárias, podendo ser estendidos para 24 meses. A cada trimestre, a equipe multidisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psiquiatras, entre outros profissionais, revisará o plano individual de atendimento e fornecerá um feedback aos familiares.

Após o término dos atendimentos, a equipe acompanhará o aluno por seis meses para avaliar a efetividade do plano e a necessidade de reintegração ao centro.

O familiar principal poderá participar de até três atividades diárias, como workshops e palestras, enquanto o familiar secundário terá direito a uma atividade por dia. Profissionais que atuam ou desejam atuar com pessoas com autismo, incluindo servidores públicos do município, poderão participar de capacitações, seminários e conferências oferecidos pelo centro.

Como agendar uma triagem?

Para agendar a triagem, é preciso acessar o site do Centro TEA (teaconectado.com.br) e clicar em "Iniciar Cadastro". Em seguida, é necessário preencher os dados da pessoa a ser atendida (nome, data de nascimento e endereço com CEP), anexar os documentos exigidos (laudo médico e comprovante de endereço) e escolher a data e o horário do encontro.

De acordo com a prefeitura, a equipe da unidade analisará a solicitação para verificar se a pessoa atende os critérios e, em caso positivo, a confirmação do agendamento será enviada por WhatsApp, telefone ou e-mail em até sete dias úteis.

No dia da triagem, os profissionais do centro realizarão uma entrevista com o familiar principal e a pessoa com autismo para identificar demandas específicas e elaborar o plano individual de atendimento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu revistas íntimas "vexatórias" a visitantes em presídios e decidiu que provas eventualmente obtidas a partir desses procedimentos serão consideras ilícitas e não terão validade jurídica.

Em julgamento concluído nesta quarta-feira, 2, os ministros anunciaram a tese aprovada após intenso debate. Houve dificuldade de chegar a um meio termo que equilibrasse as preocupações com a dignidade dos visitantes sem prejudicar a segurança dos presídios.

Ficou definido que "a revista íntima vexatória com o desnudamento de visitantes ou exames invasivos com finalidade de causar humilhação" é inconstitucional. Se houver "excesso ou abuso" no procedimento, o agente público responsável poderá ser responsabilizado.

A tese tem repercussão geral, ou seja, foi definida a partir da análise de um caso concreto, mas vale para todo o País.

Os presídios terão 24 meses para comprar e instalar equipamentos como scanners corporais, esteiras de raio X e portais detectores de metais. Segundo a decisão, o Ministério da Justiça e Segurança Público e os governos estaduais devem usar recursos do Fundo Penitenciário Nacional e do Fundo Nacional de Segurança Pública para adquirir os equipamentos.

Após o prazo, as revistas íntimas só serão permitidas quando não for possível usar os aparelhos ou quando eles não forem conclusivos. Nessas situações excepcionais, a revista íntima deverá ser realizada em locais adequados, exclusivos para a verificação, e por pessoas do mesmo gênero, preferencialmente profissionais de saúde se houver necessidade de desnudamento e exames invasivos.

O STF definiu que a administração do presídio pode impedir a entrada de visitantes que se recusarem a passar pela revista se houver indícios "robustos" e "embasados em elementos tangíveis e verificáveis, como informações prévias de inteligência, denúncias e comportamentos suspeitos" de que a pessoa leva consigo materiais proibidos, como produtos ilegais, drogas ou objetos perigosos.

No caso de menores de idade ou pessoas com deficiência que não possam emitir consentimento válido, a revista será invertida, ou seja, o preso é quem será revistado.