Donas de nós: A inspiração de Kamala Harris para mulheres fortes

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Durante a corrida presidencial nos Estados Unidos, comecei a nutrir uma forte admiração por Kamala Harris. Deixando de lado a política, o que me prendeu à sua imagem foi sua postura feminina altiva, sorridente e educada em debates que são verdadeiros testes para o equilíbrio emocional de qualquer um. Foi inevitável a comparação comigo mesma, já que Kamala está só alguns anos na minha frente - o que também me trouxe esperança. Mesmo assim, chego a duvidar da minha capacidade para resistir ao ambiente de extrema violência psicológica de algumas interações.

Como já disse por aqui, meu pai foi militar das antigas, então fui criada com regras claras, palavras duras e verdades ditas frente a frente. Não foi sempre fácil, fui uma menina frágil, asmática e cheia de medos que aos poucos foi enfrentando cada um deles para conseguir me tornar quem sou. Tive de, desde cedo, tentar expor minhas opiniões com determinação e às vezes isso saía entre choros e uma voz esganiçada de nervoso.

Hoje, aos 54 anos e ainda em construção, me vejo muitas vezes como aquela menina olhando um mundo enorme e opressor para mulheres. Nesses momentos, me sinto pequena, mas cheia de coragem para me colocar da forma que seja e muitas vezes não tão bem como Kamala. Esta semana foi assim e me distanciei da força determinada e estável que admiro para chorar e perder a fala em meio a uma reunião de trabalho. Peguei todos e a mim mesma de surpresa, não se espera choro ou agressividade na fala de uma mulher madura e bem resolvida. Depois do ocorrido, me julguei de forma impiedosa, como eu, que me considero tão segura, me expus dessa forma? Me escondi de mim mesma justificando a conduta pelo estresse de final de ano. Alguns dias digerindo acabei por me sentir mal por me sentir mal e vamos lá. Não foi o estresse de final de ano.

Podemos sim, como mulheres, discutir de igual para igual, chorar e alterar o tom de voz sem sermos consideradas histéricas. Certas situações nos levam ao limite por serem de uma violência velada, uma brutalidade que nos faz perder a capacidade de raciocínio e a resposta vem de uma forma não convencional. Conseguir reagir de alguma forma nos faz mais fortes, mais vivas e mais donas de nós. Sigo admirando Kamala, sigo agora tendo consciência que muito provavelmente nunca serei como ela.

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Um ciclone que atingiu o deserto do Saara, na África, nos últimos dias formou uma nuvem de areia e poeira que, levada pela força dos ventos, atravessou o Mar Mediterrâneo e chegou à Europa, atingindo a Itália nesta semana. Imagens do deslocamento dessa nuvem foram registradas pelos observatórios do Programa Espacial da União Europeia.

A nuvem chegou nesta segunda-feira, 3, às regiões da Calábria e da Sicília, no sul da Itália, deixando o céu amarelado e reduzindo a qualidade do ar. Segundo os meteorologistas, a nuvem deve se dissipar nos próximos dias.

Nuvens desse tipo, que são conduzidas da África até a Europa, não são incomuns, afirmam os meteorologistas. Em alguns períodos do ano, o clima no deserto facilita a formação de rajadas de vento, que levam areia e poeira de um continente a outro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a comida não tem que ser apenas saudável e de qualidade, mas também barata. A nova cobrança ocorre em meio aos esforços do governo para encontrar soluções para debelar a inflação dos alimentos, temendo os efeitos sobre a popularidade da gestão federal.

"A comida tem que ser saudável. Saudável e gostosa, né? Tem que ser saudável, de qualidade e barata ainda", disse, em cerimônia de abertura do encontro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) nesta terça-feira, 4, em Brasília.

No discurso, Lula voltou a defender investimentos voltados para a saúde e a educação. Em 2024, o orçamento do Pnae foi de R$ 5,5 bilhões, com ao menos 30% dos alimentos adquiridos da agricultura familiar. Em sua avaliação, porém, gastar esse montante na alimentação escolar "é muito pouco".

O presidente comentou que as pessoas costumam falar mal da escola pública, mas não se dão conta do quanto ganha um professor na rede de ensino nem das condições de tais escolas. Em sua avaliação, a condição de uma escola pública "depende do respeito que o Poder público tem com ela".

Na esteira do discurso de aumentar os investimentos na educação, Lula também citou a saúde e disse que, qualquer investimento que se faça na área, "é muito pouco".

Pnae

No encontro, o governo federal anunciou a redução de 20% para 15% do limite de alimentos processados e ultraprocessados no cardápio das escolas públicas em 2025, taxa que cairá para 10% em 2026. Segundo o Palácio do Planalto, a iniciativa impacta 40 milhões de alunos em quase 150 mil escolas públicas, que fornecem aproximadamente 10 bilhões de refeições por ano.

Na cerimônia, Lula disse que pessoas preferem comprar "enlatados americanos" do que "perder tempo" com alimento saudável. Segundo ele, nessa lógica, "vai ficar gordão". "Porque quando a gente é magro de fome, a gente pensa que engordar é saudável."

A medida anunciada hoje também regulamenta a aquisição de gêneros alimentícios com recursos do Pnae via agricultura familiar, com prioridade para assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas e grupos formais e informais de mulheres. De acordo com o governo, atualmente, no mínimo 30% dos recursos do Pnae devem ser obrigatoriamente destinados à aquisição de itens da agricultura familiar.

As obras de extensão da Linha 4-Amarela devem começar até o fim de março, segundo a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (SPI). Serão três novos quilômetros e duas novas estações a partir da Vila Sônia: Chácara Jockey e Taboão da Serra. A linha será a primeira de metrô a transbordar os limites da cidade de São Paulo.

O aditivo contratual com a ViaQuatro, do grupo CCR, empresa já responsável pela Linha 4-Amarela, foi assinado em junho do ano passado - na época, a previsão para o começo das obras era dezembro de 2024.

A previsão para entrega e início da operação permanece em 2028. O investimento é de R$ 3,4 bilhões. A estimativa é de que as duas novas estações atendam cerca de 150 mil pessoas por dia.

- A estação Chácara Jockey ficará nas imediações da Avenida Professor Francisco Morato, na Vila Sônia;

- A estação Taboão da Serra será construída no antigo terreno da concessionária Sorana Sul, da Volkswagen, na Rodovia Régis Bittencourt, onde também será instalado o novo centro administrativo da prefeitura de Taboão.

Hoje, a Linha 4-Amarela já conta com 12 quilômetros, com estações entre a Luz, no centro da capital, e a Vila Sônia, na zona oeste. A expansão da linha era uma promessa de campanha do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Nesta terça-feira, 4, Tarcísio participou do evento de conclusão da tunelação do trecho noroeste da futura Linha 6-Laranja, na Brasilândia, na zona norte. A previsão de entrega desta linha, concedida à empresa espanhola Acciona, é de 2026, parcialmente, e 2027, integralmente.