Por meio da música, Shakira aborda separação em show, mas sabe ir além

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Shakira já coleciona seu hit, seu álbum e, agora, sua "turnê da vingança". Las Mujeres Ya No Lloran, nome que deu às apresentações e a seu último disco, repete um mantra dos últimos passos da carreira da artista: "As mulheres já não choram. As mulheres faturam".

A cantora passou por uma separação turbulenta do ex-jogador Gerard Piqué; expôs a infidelidade do ex-marido, deu repercussão ao caso e, no palco do MorumBis, em São Paulo, na quinta-feira, 13, quis mostrar o que sentiu.

Sua entrada foi uma redenção. Caminhou com fãs, bem perto do público, e começou com La Fuerte, do último álbum.

Ela faz questão de frisar que se sente uma "loba" - característica de mulheres fortes.

Fez discursos de empoderamento e sobre ter superado a fase difícil pela qual passou. Mas é injusto resumir a grandiosidade de sua apresentação a uma separação. No palco, Shakira é uma diva pop, mas também uma mulher que dança salsa, reggaeton e cúmbia, ritmo típico da Colômbia.

Mas tem também o lado vulnerável, transparente, que mostra em momentos como quando canta Chantaje.

Houve momentos em que o clima ficou morno. Mas a cantora sabia chamar a plateia, composta essencialmente por mulheres, para dançar novamente.

Foi exatamente a isso que se resumiu o show: Shakira se portava como se quisesse levar cada mulher para dançar no palco e se sentir como ela.

"Você vai dançar e cantar quando precisar se curar", diz um dos mandamentos da loba propostos por Shakira.

E foi o que ela fez no palco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Governo federal anunciou que vai enviar ajuda humanitária e equipes de apoio para reconstrução das regiões afetadas pelo tornado que atingiu Paraná. A declaração foi feita no final da noite desta sexta-feira, 7, pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

Uma das mais impactadas pelo temporal, a cidade de Rio Bonito do Iguaçu registrou ventos acima dos 250 km/h. Ao todo, pelo menos quatro pessoas morreram e outras 125 ficaram feridas. Ainda segundo Góes, a cidade de Laranjeiras do Sul deve declarar situação de emergência nas próximas horas.

"O governo federal, por meio do MIDR e da Defesa Civil Nacional, permanece em prontidão total para apoiar as prefeituras e garantir assistência imediata à população", escreveu em publicação no X (antigo Twitter).

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais e deputada federal, Gleisi Hoffmann, também se manifestou prestando solidariedade às vítimas e afirmando que "o governo não medirá esforços para amparar as famílias atingidas".

A confirmação de que o município de Rio Bonito do Iguaçu foi atingido por um tornado veio nas primeiras horas do sábado, 8, segundo informações do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

O município foi um dos mais atingidos no Estado durante o deslocamento da frente fria, que passou por todas as regiões paranaenses com vários núcleos de tempestade.

Ao menos quatro pessoas morreram e mais de 430 ficaram feridas, após a passagem de um tornado na região centro-oeste no Paraná, na tarde desta sexta-feira, 7. Os fortes ventos deixaram um rastro de destruição na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, município de cerca de 14 mil habitantes localizado a cerca de 380 quilômetros de Curitiba.

Inicialmente, a Defesa Civil do Paraná havia confirmado cinco óbitos, mas o número foi atualizado na manhã deste sábado, 8. O número de feridos, inicialmente de 130, subiu para 432. Outras 28 pessoas estão desabrigadas, além de cerca de 1 mil desalojadas. A força estima que o total de afetados seja de 10 mil.

Registros mostram que as rajadas provocaram destelhamento de residências e abalos em estruturas, além de quedas de árvores e postes. A cidade Rio Bonito Iguaçu está sem energia elétrica e 50% das estruturas da área urbana da cidade foram deterioradas".

Um vídeo divulgado pela Defesa Civil de São Paulo, que opera de forma articulada com os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina por conta da passagem de um ciclone no sul e sudeste do País, mostra parte da cidade com edificações colapsadas e até carros revirados nas vias.

"Estima-se que mais de 50% da zona urbana de Rio Bonito do Iguaçu foi afetada por destelhamentos, muitos totais. Houve inúmeros colapsos estruturais de edificações comerciais, de órgãos públicos e residências. A malha viária foi comprometida e a rede elétrica foi danificada'", informou a Defesa Civil em nota publicada por volta das 6h45 deste sábado.

Os números do tornado:

Óbitos: 4

Feridos: 432

Desabrigados: 28 (até o momento)

Desalojados: 1.000

Total de afetados: 10.000

Em pronunciamento feito nas redes sociais, o governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou que a região foi atingida por um tornado. Ele estava acompanhado de representantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

"Hoje, lamentavelmente, a gente teve um tornado que já foi confirmado pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), um tornado de nível 3, com ventos que passam de 250 por hora (sic) e que, lamentavelmente, muitas cidades da região centro-oeste do Paraná foram afetadas, em especial, Rio Bonito do Iguaçu e a cidade de Candói", disse Ratinho Júnior.

Segundo o governador, além das duas cidades, outros municípios do entorno, como Guarapuava, também foram atingidos pelos fortes ventos e chuvas. "Infelizmente tivemos óbitos, que ainda estão sendo avaliados pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros", acrescentou.

O governador informou que equipes da Defesa Civil, Bombeiros e Polícia Militar prestam apoio no resgate de vítimas e no atendimento à saúde das pessoas. Feridos estão sendo encaminhados para os hospitais da região, como Laranjeiras do Sul, Cascavel e Guarapuava. "Para atender de uma forma emergencial as pessoas que, por algum motivo, sofreram um acidente", disse.

De acordo com o Simepar, o tornado foi ocasionado por uma tempestade classificada como "supercélula" e os ventos podem ter ultrapassado os 250 km/h.

"A ocorrência foi classificada preliminarmente como um tornado categoria F2 da escala Fujita. Na escala, isso corresponde a rajadas de vento entre 180km/h e 250km/h. Pela gravidade das ocorrências, mais análises serão realizadas e o tornado pode ser reclassificado como categoria F3 - ou seja, equivalente a ventos acima de 250km/h", disse o órgão.

A Defesa Civil informou que Rio Bonito do Iguaçu apresenta "danos extensivos", além de estruturas afetadas e queda de energia. O órgão não especificou a quantidade de afetados, desabrigados e a extensão dos danos. As equipes da Secretaria de Saúde estão em atendimento e realizando o levantamento dos afetados.

O Coronel Jonas Emmanuel Benghi, do Corpo de Bombeiros, informou que mais equipes da corporação, de outras partes do Estado, estão sendo mobilizadas para Rio Bonito do Iguaçu. A estimativa é que 40 agentes dos Bombeiros reforcem os trabalhos de resgate no local, e que policiais militares e civis, incluindo apoio aéreo, também atuem na ocorrência a partir deste sábado, 8.

"Nosso trabalho agora, durante a noite, a madrugada, vai ser focado na busca e salvamento de possíveis vítimas, na triagem, no atendimento pré-hospitalar, no policiamento e, na sequência, na remoção de desabrigados com o apoio da Defesa Civil", disse.

Conforme o Simepar, os temporais na região estão associados a uma combinação de fenômenos que incluem o deslocamento de uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o sul do Brasil, ao mesmo tempo que ciclone extratropical se desloca do continente para o oceano

"Por conta dessa combinação de sistemas foram registrados vários temporais severos sobre as regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do estado", diz o órgão.

Algumas cidades registraram ventos acima dos 70 km/h, como Cornélio Procópio (76km/h), Campo Mourão (74,2km/h), Candói (73,1km/h), Planalto (70,9km/h) e Distrito de Horizonte, em Palmas (70,6km/h). Dois Vizinhos chegou a registrar ventos de 82,4km/h, às 19h.

O volume de chuvas passou dos 40 mm em cidades como Candói, Guarapuava, Pinhão, Campo Mourão, São Jorge D'Oeste, Capanema, Dois Vizinhos, Boa Esperança do Iguaçu e Coronel Domingos Soares. "A previsão é de que a chuva siga na direção de São Paulo durante a madrugada de sábado", disse o Simepar

O subsecretário de Inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Daniel Ferreira, afirmou que a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, teve um resultado "ínfimo" para desarticular o Comando Vermelho (CV). A declaração foi feita durante audiência da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, no Senado, na quarta-feira, 5.

Segundo a Polícia Civil, 115 dos 117 suspeitos identificados tinham ligação comprovada com a facção criminosa do Rio. Ferreira afirmou que a operação teve efeito simbólico, por mostrar a presença do Estado em áreas dominadas pelo crime, mas disse que ela não foi suficiente para enfraquecer a estrutura do CV.

"Foi algo ínfimo dentro do poder do Comando Vermelho e das outras facções na estrutura do Rio de Janeiro", disse. "Foi importante a nível simbólico para o Estado mostrar que é capaz de entrar em qualquer local".

Segundo o subsecretário, uma das bandeiras exploradas pelo Comando Vermelho era a narrativa de que existiam regiões do Rio onde o Estado não conseguia entrar, um discurso que, segundo ele, foi "subvertido" após a operação.

Ferreira também defendeu maior integração entre forças federais e estaduais no combate ao crime organizado. "O Brasil precisa entender que há Estados dentro do próprio Estado. Se não enxergarmos isso, estaremos fadados a muitos problemas e talvez a mortes de brasileiros", concluiu.

Abin aponta expansão nacional do Comando Vermelho

Durante a mesma audiência, o coordenador-geral de Análise de Conjuntura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Pedro de Souza Mesquita, afirmou que o Comando Vermelho se expandiu nacionalmente e hoje atua em quase todo o território brasileiro.

Mesquita explicou que o fenômeno começou após a dispersão de lideranças do Rio de Janeiro, especialmente durante o período das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Segundo ele, a presença do grupo se consolidou a partir de alianças locais em Estados que enfrentavam o avanço do Primeiro Comando da Capital (PCC).

"Desde 2020, a gente começou a mapear esse processo e entender como ele vinha ocorrendo. E a gente identificou que, na verdade, ele nasce e é uma externalidade negativa do próprio processo de UPP", disse. "O Comando Vermelho começou a oferecer a outros grupos uma rede de acesso logístico a armas, drogas e uma cadeia de comando mais descentralizada do que a do PCC."

O representante da Abin afirmou que o CV está presente hoje em todos os Estados do Norte, com exceção de Roraima e Amapá, e mantém atuação relevante em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Ele também alertou para o surgimento de novos polos de poder, como o Terceiro Comando Puro, que tem replicado métodos do CV e ocupado áreas antes dominadas pelo PCC.