Lázaro Ramos revela que comprou casa em que mãe foi agredida para transformar em ONG

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Lázaro Ramos lançou nesta semana o livro Na Nossa Pele (editora Objetiva), continuação de Na Minha Pele, em que conta histórias pessoais para dialogar sobre racismo e o enfrentamento a preconceitos. Em uma das passagens da obra, o ator se recorda de quando comprou casa em que viu sua mãe, empregada doméstica, ser agredida pela patroa.

O ator conta que tinha 10 anos quando acompanhou sua mãe, Célia Maria do Sacramento, em um dia de trabalho, em Salvador, e viu o momento em que ela foi vítima de agressão.

"Numa dessas visitas, enquanto eu no quarto me distraía com algum brinquedo improvisado, ouvi de repente um estalo. Saí apressado para ver o que estava acontecendo e percebi que a patroa da minha mãe tinha acabado de dar um tapa no rosto dela. E continuava a humilhá-la", conta em um trecho da obra, compartilhado pelo Gshow. "Minha mãe notou que eu estava ali. Por alguns instantes permaneci parado, olhando para as duas. Minha mãe visivelmente não sabia o que dizer ou fazer, e eu me recolhi."

Segundo Lázaro, a mãe continuou a trabalhar na mesma casa por mais três anos, e ele mesmo acabou apagando a passagem da memória por alguns anos. Em 2022, durante passeio com os filhos na capital baiana, ele adquiriu a propriedade, que hoje pertence a uma ONG que acolhe profissionais resgatados de trabalho análogo a escravidão. Ainda de acordo com o relato, o rosto de Dona Célia foi eternizado em um grafite na parede.

"A sensação foi de vingança misturada com justiça e insegurança", descreve. "Descobri nesse dia que dava pra sentir tudo isso junto. E deu ainda uma vontade enorme de fazer o tempo voltar e compartilhar com minha mãe essa e tantas outras conquistas." Dona Célia morreu quando Lázaro tinha 19 anos.

Lançado pela Objetiva, Na Nossa Pele é descrito como uma "continuação" da conversa de Na Minha Pele. Segundo a apresentação do selo, Lázaro "agora mostra que sua pele é coletiva, forjada em experiências e aprendizados comuns".

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O papa Francisco não esperou sair do hospital para fazer um gesto de gratidão aos médicos que cuidaram da sua saúde. O pontífice de 88 anos ficou internado por 38 dias no Hospital Gemelli, em Roma, para tratar de uma pneumonia bilateral. Na sua última semana de hospitalização, já se sentindo melhor, ele pediu para que comprassem pizzas para distribuir entre profissionais que o trataram.

A história foi relatada pelo médico italiano Sergio Alfieri ao jornal Corriere della Sera, em entrevista publicada na quarta-feira, 25. Alfieri cuidou do líder da Igreja Católica nesta última longa estadia no Gemelli e também em outras passagens do papa pelo hospital, em 2021 e 2023.

"Assim que começou a sentir-se melhor, o papa pediu para dar uma volta pela enfermaria. Perguntamos se ele queria que fechássemos os quartos dos pacientes, mas em vez disso ele olhou ao redor em busca do olhar dos outros pacientes. Ele se movimentava em uma cadeira de rodas e um dia saiu do quarto cinco vezes, talvez até mais", disse o médico.

"E então teve a noite da pizza. Ele deu o dinheiro a um dos colaboradores e ofereceu pizza a quem o tinha assistido naquele dia. Foi uma melhora contínua", acrescentou Alfieri.

O gesto de agradecimento de Francisco aconteceu quando ele já dava sinais de recuperação, dias depois de apresentar episódios graves de crises respiratórias e regurgitação, que colocaram a sua vida em risco. Foram os momentos mais críticos do período de internação, segundo o médico italiano.

"Pela primeira vez, vi lágrimas nos olhos de algumas pessoas ao seu redor. Estávamos todos cientes de que a situação havia piorado ainda mais e que havia o risco de ele não sobreviver", disse Alfieri. "Posso dizer que por duas vezes a situação foi perdida e, então, (a recuperação) aconteceu como um milagre."

Os médicos até cogitaram interromper o tratamento para não correr o risco lesar outros órgãos do papa, que já tem a saúde debilitada. A equipe decidiu insistir nas intervenções médicas e conseguiram recuperar a saúde de Francisco. Ele teve alta no domingo, 23.

"Entendi que ele havia decidido retornar para Santa Marta (residência do papa) quando, uma manhã, ele me disse: 'Ainda estou vivo, quando voltamos para casa?'. No dia seguinte, ele olhou pela janela, procurou o microfone e se dirigiu à senhora com as flores amarelas", se referindo a Carmela Mancuso, mulher de 79 anos que visitava o hospital com flores amarelas para desejar recuperação ao pontífice.

"Pareceu-me um sinal claro de que ele estava de volta e totalmente recuperado", completou o médico.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publique informações detalhadas sobre o uso de doações privadas recebidas para execução de projetos para "permitir o adequado controle social dos recursos geridos". A decisão tomada pela 1ª Câmara da Corte, por unanimidade, atende a uma representação da bancada do partido Novo no Congresso Nacional.

De acordo com a decisão do TCU, publicada no último dia 18, a universidade deverá divulgar documentos que permitam "verificar o cumprimento dos encargos assumidos e a execução do objeto pactuado, em consonância com os princípios da transparência e da publicidade e com o disposto na Lei de Acesso à Informação". A Corte também exige que a UFRJ implemente "mecanismos de controle e governança adequados nos casos de execução de projetos oriundos de doações", citando como exemplo a doação da Ford Foundation (Grant 146233).

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) comemorou a decisão do TCU e afirmou que a medida representa "uma vitória da transparência e da boa governança". Segundo ele, o NetLab "tentou esconder por muito tempo os compromissos assumidos com financiadores internacionais, como a Open Society e a Ford Foundation".

"É inadmissível que laboratórios vinculados a universidades públicas se recusem a prestar contas e tentem burlar regras básicas de transparência", afirmou.

A decisão ocorre em meio à análise de outros contratos da UFRJ com recursos públicos. Como revelou o Estadão, o Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) recebeu R$ 2,3 milhões do governo federal para desenvolver uma pesquisa de "estratégia eleitoral".

O grupo entrou na mira do TCU após a celebração de um convênio com o Ministério da Justiça para estudar anúncios políticos nas redes sociais e seus impactos em campanhas eleitorais de 2018 a 2024. Em outubro do ano passado, a Corte determinou a abertura de uma investigação preliminar, com o envio de informações e depoimentos de gestores. A Corte apontou "possibilidade de ocorrência de desvio de finalidade", ao questionar se a verba pública foi usada para estudos com viés político-eleitoral.

Entre 2020 e 2022, o NetLab arrecadou R$ 1,2 milhão, sendo R$ 50 mil do CNPq e o restante de ONGs internacionais. Com a mudança de governo, a receita cresceu. De janeiro de 2023 até o primeiro semestre deste ano, o grupo recebeu R$ 8,3 milhões, dos quais R$ 2 milhões vieram do Ministério da Justiça, R$ 300 mil do Ministério das Mulheres e R$ 6 milhões de entidades como a Open Society Foundation, a OAK Foundation e a Ford Foundation.

Conhecido por produzir relatórios sobre redes de desinformação associadas à direita, o NetLab também se destacou na defesa do PL das Fake News, que propõe regras para plataformas digitais e big techs.

O comandante de um voo vindo de Paris, na França, acionou a Polícia Federal nesta quarta-feira, 26, após um passageiro tentar, horas após a decolagem, abrir a porta da aeronave. O brasileiro havia viajado para a França, mas não foi admitido pela imigração do país europeu e estava em viagem de retorno.

Ele teve de ser contido pela tripulação, que contou com a ajuda de outros passageiros, e ficou algemado ao assento até o pouso e chegada dos policiais federais ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Foi instaurado inquérito policial pelo crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo.

Na mesma data, também no Aeroporto de Cumbica, a PF realizou outras três ações, em que foram presos um brasileiro e dois estrangeiros. Na primeira, o brasileiro de 20 anos foi flagrado com mais de um quilo de cocaína fixados às suas coxas. Ele pretendia embarcar em voo para a França.

A outra prisão foi de um homem da Suécia que pretendia embarcar para Portugal, com conexão posterior para a França, transportando mais de sete quilos de cocaína dentro de embalagens para lençóis e bolsas.

Ambas as prisões por tráfico de drogas foram realizadas com o auxílio de cães farejadores, aparelhos de raios x, espectrômetro de massa e escâner corporal, junto aos pórticos migratórios.

Na última ação, um homem de 26 anos da República Dominicana foi preso ao apresentar passaporte peruano falso. Ele já havia tentado ingressar em território italiano, apresentando também um documento peruano falsificado. O homem foi preso por falsificação.