Taylor Swift: fãs reclamam e vaiam show adiado duas horas antes de início

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Taylor Swift anunciou o adiamento de seu segundo show da Eras Tour no Brasil neste sábado, 18, na cidade do Rio de Janeiro. O fato ocorre após a morte de Ana Clara Benevides, jovem de 23 anos, durante a apresentação da noite de sexta, 17, e da permanência de altas temperaturas na tarde de hoje. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível assistir ao momento em que o anúncio foi feito, quando já havia uma quantidade considerável de público presente no estádio do Engenhão já durante a tarde. Houve sinais claros de decepção por parte dos fãs, e algumas vaias. O sistema de som do estádio informou que o show de Taylor Swift foi "reagendado para segunda-feira, 20 de novembro. Todos os ingressos para a apresentação de sábado permanecerão válidos para o show de segunda-feira".

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, também usou as redes sociais para falar sobre o provável reagendamento do show de Taylor Swift para segunda-feira, 20 de novembro.

Fila do show de Taylor Swift

A reportagem esteve na fila do Engenhão mais cedo na tarde deste sábado, 18, antes de o show ser adiado, e conversou com fãs a respeito de suas preocupações e das condições do evento. Neste sábado a cidade registrou recorde de calor, com temperatura de até 43,8ºC.

Muitos fãs levaram vários copos de água, e também inúmeros guarda-chuvas para proteção do sol. A organização permitiu a entrada de garrafas de plástico com água, ao contrário do primeiro dia.

A Cedae [Companhia Estadual de Água e Esgotos] está distribuindo água para as pessoas que estão na fila, e bombeiros jogam água sobre os fãs. Não há grades por toda a extensão da fila, apenas na região da entrada, o que fez com que muitas pessoas 'furassem' a espera. Outras acabam desistindo de entrar antes e estão deitadas sobre a grama esperando o movimento reduzir.

"A onda de calor não é novidade. Era preciso preparo para essa situação, isso não é brincadeira. Uma fã morreu ontem! O que mais eles estão esperando acontecer? Estou aqui tentando me recuperar, comecei a passar mal com esse calor. Já vi uma pessoa desmaiando hoje e outra chegou a convulsionar na minha frente", questionou Júlia, estudante de 25 anos, que se sentiu mal durante a fila.

Beatriz, 24 anos, sua amiga, também se indignou: "Não tem organização. A fila é de enfeite. Chegamos aqui às 2h da manhã e desistimos de ficar no sol quando começaram a furar a nossa fila. É uma falta de respeito com o fã, com quem pagou para estar aqui".

Outra integrante do trio, Luiza fez coro às amigas: "Já fui em vários shows e nunca passei por nada assim. Não tem organização, não tem suporte. Nós compramos ingresso VIP, pagamos a mais pelo conforto e pela prioridade na entrada, e estamos recebendo isso aí que vocês estão vendo. Descaso".

As entradas da pista comum e das cadeiras, que começaram às 16h, foram mais tranquilas do que a da pista premium, que iniciou às 15h, e a revista foi mais tranquila do que no primeiro dia, relatam os fãs.

Mais cedo, a T4F, organizadora, divulgou um comunicado afirmando que "o efetivo foi reforçado", proveria "fornecimento de água gratuita nas filas e em todos os acessos e entradas ao estádio e no seu interior" e permitiria a "entrada no estádio com copos de água lacrados".

Outra dupla de amigas também comentou a situação na fila. "Colocamos uma canga no corpo, mas não tá adiantando. O que ajudou foi o corpo de bombeiros jogando água na gente, aliviou bastante, mas já estamos com calor de novo. A Cedae distribuindo água também está ajudando bastante", opinou a estudante Ana Luiza, de 20 anos.

Já sua colega, Mitalli, 22, relatou: "Trouxemos água, mas não dá para ficar lá dentro sem se hidratar. Vamos ver se vão seguir a determinação da Justiça e liberar a entrada de garrafas. Não sei como aguentar ficar lá dentro sem beber água."

"Está muito calor, a organização está deixando a desejar e não sei como vai ser lá dentro. Ainda bem que já tinha comprado o ingresso para entrar com a minha filha, não ia deixar ela sozinha nesse caos", comentou uma fã identificada como Gildeane.

Além disso, foi possível presenciar alguns moradores dos arredores têm emprestado mangueiras para que fãs e ambulantes se refresquem na calçada.

Outra fã, Isabella, que veio de Belo Horizonte, comentou: "Muito medo. Hoje acordei com o celular pipocando de mensagens, o pessoal falando para tomar muito cuidado."

"É um baque para todos os fãs. A gente se solidariza muito e fica com medo. Foi só o primeiro dia e hoje está mais quente que ontem. Se a organização não tomar mais cuidado com os fãs, isso vai ser recorrente, não pode acontecer", continuou.

Já Anika, que veio de Pelotas (RS), destacou que ficou "bem triste", mas inicialmente não cogitou deixar de ir ao show de Taylor Swift: "A gente se preparou, veio com 3, 4 litros de água cada uma. Acordamos cedinho para pegar um lugar mais à frente."

Ela ainda relatou que, a depender da situação que encontrasse, poderia desistir, o que não ocorreu. "Caso a gente visse que realmente tivesse algum risco, pensamos até em não entrar".

Outra fã falou sobre a água fornecida pela produção do show na fila: "Passaram umas águas agora há pouco, mas muito pouco".

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Duas vítimas da queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira foram encontradas na tarde desta quarta-feira, 25, durante as buscas realizadas no Rio Tocantins, entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).

Conforme a Polícia Militar tocantinense, as duas pessoas encontradas são Anísio Padilha Soares, de 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53. Ambos são avós de uma criança de 11 anos, que também teve o óbito confirmado e já foi retirada do rio. Conforme a polícia, eles foram encontrados dentro de um caminhão.

Com a localização dos novos corpos, sobe para seis o número de vítimas por conta do desabamento da ponte. Onze pessoas ainda estão desaparecidas.

No último domingo, 22, a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, de 533 metros e mais de 60 anos, teve parte da sua estrutura colapsada. A estrutura faz parte de um eixo rodoviário importante para a região Norte, por ser ponto de travessia das rodovias BR-226 (Belém-Brasília) e BR-230 (Transamazônica).

Ao todo 10 veículos, entre carros, caminhões e motocicletas, foram atingidos pelo acidentes. Dois caminhões carregavam ácido sulfúrico (um produto corrosivo e altamente perigoso para a saúde humana) e um, que transportava defensivos agrícolas, caíram no Rio Tocantins.

Por esse motivo, as buscas por mergulhadores tiveram que ser suspensas, mas já foram retomadas nesta quarta, sob o comando da Marinha, que recebe o apoios dos Bombeiros dos Estados do Tocantins, Pará e Maranhão.

Uma equipe de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) foi ao local para fazer testes com relação à qualidade da água e, segundo a ANA, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, o resultado das análises sobre os riscos de contaminação da água deve demorar uma semana para ficar pronto.

Mesma assim, a busca por meio de mergulhadores foi realizada nesta quarta. De acordo com a Marinha, em nota, "todas as precauções necessárias estão sendo observadas devido às peculiaridades do rio nas profundidades a serem exploradas, com registros de cerca de 40 metros".

No local, está sendo empregado um sonar "sidescan" para identificar, no leito do rio, os veículos que estão submersos em razão do desabamento da ponte. Essa é uma forma de garantir que a atuação dos mergulhadores seja mais precisa, informou a Marinha.

Na última terça, o ministro dos Transportes, Renan Filho anunciou também a abertura de uma sindicância para apurar as responsabilidades do desabamento, e afirmou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizará as obras, com previsão de entrega em 2025 e sob o custo entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, investidos pelo Governo Federal.

A Marinha do Brasil mobilizou 44 militares para atuar na busca pelos desaparecidos após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta Tocantins e Maranhão. O efetivo reúne mergulhadores, tripulantes de aeronave, especialistas para analisar as águas dos rios e efetivos de agências e capitanias dos dois Estados. Em Belém, mais outros 20 integrantes participam do planejamento e da logística da operação.

Segundo comunicado da Marinha, as operações de mergulho devem ocorrer na tarde desta quarta-feira, 25, em águas que chegam a até 40 metros de profundidade. Também participam da missão uma aeronave UH15 Super Cougar, três embarcações, duas motos aquáticas e seis viaturas.

"A Marinha se solidariza com os familiares e amigos das vítimas e coloca, à disposição do cidadão, os telefones do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185) e da Capitania dos Portos do Maranhão, 0800-098-8432 e (98) 2107-0121, para receber informações a respeito de qualquer situação que possa comprometer a salvaguarda da vida humana nas vias navegáveis ou que represente risco de poluição ambiental", diz a entidade, por nota.

Ainda nesta quarta-feira, a Polícia Federal informou que usará drones subaquáticos na operação para localizar as vítimas da queda da ponte. O trabalho será realizado pelo Núcleo de Polícia Marítima da Polícia Federal, que fará uma varredura no Rio Tocantins.

Na terça-feira, 24, a PF instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades pela queda da parte central da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins, no último domingo.

Quatro pessoas morreram e outras 13 estão desaparecidas (entre elas 11 adultos e duas crianças) depois que dez veículos, entre carros, caminhões e motocicletas, caíram no rio. A investigação será conduzida pelas Superintendências Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins, que têm jurisdição sobre a área.

A ponte tem um contrato de manutenção em vigência até julho de 2026, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), mas o órgão não conseguiu contratar uma empresa para fazer obras na estrutura.

Ao todo, três caminhões que transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto químico corrosivo, caíram no Rio Tocantins. O Maranhão já orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nos municípios banhados pelo rio Tocantins que ficam abaixo do desabamento no curso do rio, na direção em que a água flui, até que se determine que a pluma (massa) de contaminantes tenha se diluído e não ofereça perigo ao consumo da água.

O Dnit realizará as obras de restauro, com previsão de entrega em 2025 e sob o custo entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, investidos pelo Governo Federal.

O Corpo de Bombeiros do Tocantins retomou nesta quarta-feira, 25, o trabalho com mergulhadores para tentar encontrar as 13 pessoas - duas delas crianças - que continuam desaparecidas no Rio Tocantins após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo, 22. No entanto, o resultado das análises sobre os riscos de contaminação da água deve demorar uma semana para ficar pronto, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

O trabalho de buscas via mergulho havia sido interrompido no início da noite do domingo, após identificarem que caminhões contendo ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, produtos prejudiciais à saúde humana, haviam caído no rio. "Considerando os riscos associados ao manuseio e à proximidade com esses materiais, a suspensão das buscas foi determinada até que equipes especializadas cheguem ao local", informou a corporação na data.

As prefeituras de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que fazem margem com o rio na região do acidente e eram ligadas pela ponte, emitiram um alerta de risco de contaminação. A recomendação é que a população evite qualquer contato com a água do rio Tocantins. "O contato com esses produtos pode desencadear reações químicas graves e oferecer sérios riscos à saúde, como queimaduras, intoxicações e outros problemas", diz o alerta.

Ainda conforme as prefeituras, a população deve aguardar novos comunicados oficiais antes de utilizar a água do rio para qualquer finalidade. O Estadão procurou o Corpo de Bombeiros do Tocantins para entender por que as buscas foram liberadas e quais medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança dos servidores públicos, mas ainda não obteve resposta.

Em nota, a ANA informou que "amostras de água foram e continuam sendo coletadas, mas devido à complexidade de análise, no caso dos defensivos agrícolas, espera-se os primeiros resultados a partir da próxima segunda-feira, 30 de dezembro".

Entenda o caso

A ponte, que tem 533 metros de vão e foi construída há mais de 60 anos sobre o Rio Tocantins para ligar o Tocantins ao Maranhão, desabou neste domingo, 22. Até o momento, foram confirmadas quatro mortes e 13 pessoas continuam desaparecidas, sendo duas delas crianças.

Segundo a Polícia Militar do Tocantins, ao menos quatro caminhões, três carros e três motocicletas que estavam sobre a estrutura caíram no rio. Dois caminhões carregavam ácido sulfúrico e um deles, defensores agrícolas.

Um vereador da cidade de Aguiarnópolis (TO) filmou o momento da queda. Em entrevista ao Estadão, ele disse que passava com frequência por ela e percebeu o perigo. "Era uma coisa que estava visível até para uma criança. Buracos com ferragens expostas, fendas, desnível nas junções. E a ponte balançava quando a gente passava de carro. Imagina então os caminhões de carga", disse.

O Dnit informou em nota que as causas do colapso na ponte serão investigadas e que a reconstrução da ponte será feita o mais rápido possível. A estrutura faz parte de um eixo rodoviário importante para a região Norte, por ser ponto de travessia das rodovias BR-226 (Belém-Brasília) e BR-230 (Transamazônica).

Neste momento, com a interdição da passagem, os motoristas que trafegam pela região devem seguir por rotas alternativas, como a estrada de que vai de Darcinópolis a São Bento, em Tocantins. Dali é possível chegar a Imperatriz, no Maranhão. O motorista que segue do Maranhão deve acessar a BR-266 em Estreito, até Porto Franco, seguindo para Imperatriz.