Em sua última temporada, 'The Crown' vira novelão das 6

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Como bom monarquista, o diretor Peter Morgan sabe que o futuro e a relevância da família real britânica se encontra agora nas mãos do rei Charles III. Portanto, não é de se estranhar que os novos episódios de The Crown, que chegaram agora à Netflix, sigam a reabilitação do personagem iniciada na temporada passada. O resultado é uma leva dos piores episódios da série.

Esta primeira parte da temporada final narra os dois últimos meses de vida de Diana. O acidente, o contexto que levou a ele, o funeral e o luto planetário - dando a Morgan a chance de revisitar a história que já havia contado no filme A Rainha, sob novo ponto de vista.

Novo porque, nesta temporada, The Crown deixa bem claro que Elizabeth II não é mais sua protagonista. E não é só ela quem sofre: para tornar Charles o novo centro racional da série, todas as mulheres ao seu redor parecem ser destituídas de qualquer inteligência.

VILÃO

Longe da mulher complexa e indômita da 4.ª temporada, Diana é transformada num ser supérfluo e superficial. Ela e Dodi Fayed são vistos como duas marionetes sem vontade própria, manipuladas pelo plano maquiavélico de um vilão digno de novela das seis - o pai do rapaz, Mohamed Al Fayed.

The Crown sempre foi um grande novelão de época. Contudo, o romance de Diana e Dodi é especialmente problemático por dois motivos. O primeiro é que os dois primeiros personagens não brancos a assumir papel de destaque na trama, Mohamed e Dodi, são retratados como antagonistas interesseiros. E o segundo é que The Crown encerra a história de Diana como alguém incapaz de tomar as decisões sobre a própria vida.

Se seguir o tom desses episódios iniciais, a sensação é de que Morgan e The Crown perderam a perspectiva histórica capaz de conferir subtexto à trama da série, limitando-se a narrar eventos marcantes. Sem isso, restaria a bela direção de fotografia do brasileiro Adriano Goldman, mas até dela o seriado parece ter aberto mão, em favor de um visual sóbrio e realista que parece ressaltar o aspecto mais contemporâneo da trama. O resultado se tornou, então, e finalmente, um mero novelão das seis.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prestou condolências ao papa Francisco, em mensagem bem curta divulgada na rede Truth Social. "Descanse em paz, papa Francisco! Que Deus o abençoe e aos que o amavam", escreveu o republicano.

Mais cedo, o vice-presidente norte-americano, JD Vance, também comentou sobre a morte do pontífice, relembrando seu encontro com o papa Francisco no domingo para "trocar saudações de Páscoa".

Francisco morreu nesta segunda-feira, aos 88 anos, segundo informações do Vaticano.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse, em nota, que, com a morte do papa Francisco, "o mundo perde um gigante na luta pela causa dos mais humildes, das minorias, dos mais oprimidos, dos imigrantes e pela paz". Para ele, o primeiro papa latino-americano e primeiro papa jesuíta "deixa um legado civilizatório para todos que acreditam em um planeta mais justo, mais solidário e mais tolerante".

Mercadante lembra que quando a democracia brasileira "esteve ameaçada pelo lawfare e pela escalada do autoritarismo, à sua maneira, Francisco se posicionou ao lado das forças populares e da resistência contra a perseguição política", tendo enviado uma carta de solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele esteve preso em Curitiba.

E destacou: "Não tenho dúvidas de que a liderança de Francisco fará muita falta para toda a humanidade, especialmente em um momento de escalada da intolerância e do negacionismo. Sua ausência deixa um vazio enorme em todos nós."

A matéria divulgada anteriormente continha um parágrafo, na parte final do texto, que citava de maneira incorreta a morte do papa Francisco no domingo, 20. O correto é o que foi mencionado no parágrafo de abertura: segunda-feira, dia 21. Segue o texto com a correção.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou a morte do papa Francisco nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos, e decretou sete dias de luto por seu falecimento. Segundo Lula, a humanidade perde uma voz de respeito e acolhimento ao próximo.

"O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos. Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados", escreveu Lula, em nota divulgada no período da manhã desta segunda-feira.

Na mensagem, Lula enalteceu a simplicidade, coragem e empatia do argentino. O petista destacou a trajetória do pontífice, citando que Francisco levou ao Vaticano temas como o das mudanças climáticas e criticou vigorosamente os modelos econômicos "que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças". "Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas", completou.

O chefe do Executivo brasileiro disse, ainda, que o papa sempre se colocou ao lado "daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito".

"Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará", contou Lula. "Que Deus conforte os que hoje, em todos os lugares do mundo, sofrem a dor dessa enorme perda."

Francisco morreu nesta segunda em Roma, menos de um mês após deixar o hospital, onde ficou internado para tratar de uma pneumonia dupla.

Um dia antes da morte, ele apareceu em público no Vaticano em uma missa de Páscoa, quando fez a última saudação aos fiéis.

No final de fevereiro, Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, organizaram uma missa para rezar pela saúde do papa Francisco que, na época, estava internado com pneumonia em ambos os pulmões.

A celebração foi coordenada por Gilberto Carvalho, ex-secretário-geral da Presidência no primeiro mandato de Lula e amigo próximo do petista. A missa foi conduzida por três padres jesuítas e contou com a presença de Dom Raymundo Damasceno, cardeal e arcebispo emérito de Aparecida.

Ainda, no início daquele mês, Janja esteve em Roma, onde participou de compromissos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e encontrou o papa Francisco. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, ela aparece cumprimentando o pontífice e conversando com ele em um escritório.