UNICEF divulga orientações sobre como acolher e conversar com crianças afetadas por enchentes no RS

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De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), crianças e adolescentes são os mais afetados pelas tragédias ambientais. Isso porque estão em uma fase mais sensível do desenvolvimento, muitas vezes sem repertório para lidar com as consequências para a saúde mental. Diante disso e da situação atual do Rio Grande do Sul, onde aproximadamente 90% dos municípios foram atingidos por inundações, a entidade divulgou orientações para apoiar mães, pais e cuidadores no processo de acolhimento e cuidado com meninas e meninos afetados pelas chuvas.

 

"Desastres ambientais podem ser promotores do chamado 'estresse tóxico'. É importante que os adultos possam oferecer o suporte necessário para que as crianças continuem tendo um desenvolvimento saudável e pleno. Isso pode ser feito por meio do cuidado responsivo, da escuta atenta e do acolhimento na conversa e nas brincadeiras", explica a oficial de desenvolvimento infantil do UNICEF no Brasil, Maíra Souza.

 

Confira as principais recomendações:

 

- Quando conversar com a criança, procure manter a calma e respirar. As crianças têm uma tendência a reproduzir aquilo que os adultos, especialmente os próximos, demonstram sentir;

 

- Em caso de evacuação, explique brevemente o que vai acontecer. Se as condições permitirem, deixe que fiquem com um objeto especial, como um brinquedo;

 

- Pergunte o que a criança sabe sobre o que está acontecendo e ouça com atenção o que tem a dizer. É provável que a criança repita muitas vezes o que pensa. Diga que suas perguntas e comentários são importantes;

 

- Se a criança não quiser conversar, não a pressione. Em caso de choro, não a peça para parar ou reprimir suas emoções: o choro também é uma forma saudável de descarga emocional;

 

- Explique de forma real e simples o que está acontecendo. Evite possíveis mentiras, como dizer que "isso não vai acontecer de novo";

 

- Se estiver em abrigos, veja se é possível reservar um espaço em que as crianças possam brincar em segurança;

 

- Na medida do possível, tente retomar hábitos rotineiros e procure proporcionar espaços de brincadeira com outras crianças e adolescentes. Estimule que a criança desenhe, pinte, ouça música e brinque;

 

- Lembre-se de que você também está sob estresse emocional. Cuide-se para poder dar o apoio necessário aos meninos e meninas. Compartilhe o que você sente com outras pessoas;

 

- Crie oportunidades para que todas e todos se sintam parte das soluções, inclusive crianças e adolescentes com deficiência. Encontrar maneiras seguras para que os mais novos contribuam com a situação é um caminho de fortalecimento;

 

- Sempre forneça informações corretas sobre uma situação de crise. Se não souber responder, proponha que vocês descubram juntos.

 

Disque 100

Desde o início da catástrofe causada pelas chuvas intensas no RS, crianças e adolescentes passaram a ser resgatadas sem os pais ou responsáveis, devido à urgência do salvamento. Com isso, elas acabam encaminhadas para abrigos provisórios, desacompanhadas e, em alguns casos, também sem documentos.

Por esse motivo, a ministra substituta do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Rita Oliveira, ressaltou em comunicado da pasta que diante desses casos, acionar a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), por meio do Disque 100 (Disque Direitos Humanos), é um dos caminhos viáveis.

 

Para atender o Rio Grande do Sul, a pasta destacou dois tipos de atendimentos oferecidos pelo Disque 100. O primeiro é destinado a atender demandas e denúncias de violações de direitos humanos em geral. O outro, em articulação com o Tribunal de Justiça do RS e Conselhos Tutelares, acolhe demandas de crianças e adolescentes desaparecidas ou separadas dos pais.

 

É importante ressaltar que qualquer pessoa, de qualquer local do Brasil, pode utilizar os canais disponibilizados para reportar denúncias, solicitar ajuda ou orientações.

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As fortes chuvas que atingiram cidades do ABC e do litoral paulista provocaram transtornos nesse sábado, 19. Além do acionamento de sirenes, mensagens de alerta severo foram enviadas para moradores da região. Deslizamentos e alagamentos foram registrados pela Defesa Civil do Estado de São Paulo. Nas redes sociais, moradores relataram que pessoas ficaram ilhadas.

Sirene de alerta acionada no Guarujá

A Defesa Civil emitiu um alerta de fortes chuvas na região do Guarujá. A sirene da comunidade da Barreira foi acionada, e os moradores precisaram se deslocar imediatamente para um local seguro. A Escola Sérgio Pereira esteve disponível para abrigar a população em áreas de risco.

"Foi acionado o sistema de alerta Cell Broadcast, emitido no modo extremo para a região, bem como o Sistema de Alarme Remoto (SISAR)", informou a Defesa Civil do Estado de São Paulo.

No Morro do Bio, houve um deslizamento de terra e a área atingida foi interditada preventivamente. Ao menos 17 pessoas foram encaminhadas para o abrigo municipal.

Segundo levantamento realizado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil, entre 17h30 e 23h30, a cidade do Guarujá registrou todo o volume de chuva esperado para o mês de abril.

A média do mês é de 190,7mm e choveu em 6 horas o total de 191mm. Desde o início de abril, já choveu na cidade o equivalente a 282 mm.

São Vicente

Após uma chuva de forte intensidade, o asfalto cedeu na Avenida Marechal Deodoro, no cruzamento com a Rua Pero Lopes de Souza, colocando em risco a estrutura de um edifício. A Defesa Civil de São Vicente avaliou o local e não houve necessidade de retirada dos moradores.

Chuva no ABC

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, houve chamados para alagamentos em São Bernardo do Campo. O bairro mais afetado foi o Galileia, onde algumas residências foram invadidas pela água.

Em Diadema, uma chuva de forte intensidade, acompanhada por fortes rajadas de vento, causou pontos de alagamento, quedas de árvores e queda de muro.

Segundo levantamento realizado pelo CGE, a cidade de Santo André ultrapassou o volume de chuva esperado para todo o mês apenas nesse sábado. Foram 110 mm de volume de chuva, enquanto a média é de 106,6 mm.

Campos do Jordão

A chuva forte também atingiu a região de Campos do Jordão. Acompanhada por rajadas de vento, ela causou deslizamentos de terra, pontos de alagamento e quedas de árvore. Quatro pessoas desalojadas foram encaminhadas para a casa de parentes.

A Páscoa, principal celebração do calendário cristão, representa a ressurreição de Jesus Cristo, que segundo a crença cristã veio à Terra para salvar a humanidade de seus pecados.

Embora, quanto à razão, sejam totalmente distintas, a Páscoa cristã teve influência da Pessach ("passagem", em hebraico), celebração tradicional dos judeus para festejar a libertação do povo hebreu após 400 anos de escravidão no Egito.

Esse evento anual acontecia perto do início da primavera no hemisfério norte, onde os hebreus moravam, e acontecia desde muito antes do cristianismo. Jesus teria até conhecido e participado de algumas edições da Pessach.

A Páscoa cristã, no entanto, tem um significado bem diferente da celebração dos judeus: relembra a crucificação e morte de Jesus e sua ressurreição, três dias depois. Uma das tradições relacionadas à data e comuns no mundo inteiro é a encenação da Paixão de Cristo, que relembra os últimos momentos do líder religioso até ser crucificado.

A celebração cristã também incorporou elementos de fora da religião: nessa mesma época do início da primavera no hemisfério norte, na antiguidade, os agricultores e mesmo a população em geral comemoravam a chegada do período em que a lavoura era mais produtiva, devido ao fim do inverno.

Nesse momento do ano, organizava-se uma homenagem à deusa Ostara, que na mitologia nórdica, anglo-saxã e germânica era a deusa da Primavera, da fertilidade e do renascimento. Era um culto a uma figura pagã, como é chamado quem não segue uma religião tradicional.

Uma das tradições da festa em homenagem a Ostara era decorar ovos, ou ainda escondê-los para que outras pessoas os procurassem. Esses hábitos em relação aos ovos resistem até hoje, agora (no Brasil) com ovos de chocolate.

O coelho ou a lebre eram símbolos da festa pela chegada da primavera porque estão entre os primeiros animais a saírem de suas moradias ao fim do inverno, para aproveitar o calor e o sol mais frequente.

Como surgiram os ovos de Páscoa?

Como símbolos de renascimento e renovação, os ovos de galinha são usados na Páscoa há séculos - a simbologia dos ovos se encaixa perfeitamente na acepção cristã da data, de celebração do renascimento de Jesus Cristo.

No século 13, o rei inglês Eduardo 1º (1239-1307) presenteou seus cortesãos com ovos de galinha embalados em folhas de ouro. A partir dessa época, tornou-se habitual decorar os ovos para presentear amigos e mesmo para celebrar a Páscoa.

O chocolate só chegou à Grã-Bretanha 400 anos depois, no século 17. Era uma novidade tão fascinante quanto cara. Naquela época, aliás, era líquido, e se tornou uma bebida da moda entre os milionários, um símbolo de status.

Em 1847, a empresa Fry's, que hoje pertence à fábrica de chocolates inglesa Cadbury, fabricou as primeiras barras de chocolate, sólidas. Elas começaram a se popularizar e, em 1973, a mesma fábrica produziu os primeiros ovos de Páscoa de chocolate em todo o mundo.

Embora tenham se disseminado, os ovos de chocolate seguiram sendo sinal de status por muitos anos. Mesmo no início do século 20, pessoas que ganhavam ovos de chocolate os guardavam por anos, em vez de consumi-los.

Apenas nos anos 1970 o comércio começou a oferecer ovos de chocolate a preços mais em conta, e a partir de então eles se tornaram uma tradição.

O Brasil tem até um recorde relacionado aos ovos de Páscoa: o maior do mundo, oficializado pelo Guinness (o livro mundial dos recordes), fica na cidade catarinense de Pomerode, que promove uma festa com tradições alemãs nessa data.

Na véspera da data em que Isabella Nardoni completaria 23 anos de idade, Ana Carolina Oliveira compartilhou nas redes sociais as lembranças que guarda da filha em uma caixa, como fotos, brinquedos e sapatos de bebê. Isabella foi morta aos 5 anos pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, em 2008.

Hoje vereadora de São Paulo pelo Podemos, Oliveira também publicou um vídeo em homenagem à filha: "Eu guardo tudo de você com tanto carinho, suas fotos, seus desenhos, suas cartinhas. Às vezes fecho os olhos e consigo sentir você aqui comigo", disse.

Ela diz imaginar como a filha estaria hoje, se estaria na faculdade, se teria um amor e como seria a relação com os irmãos mais novos. "Daria tudo pra viver mais um aniversário com você", disse no vídeo.

Relembre o crime e desdobramentos

Isabella teria sido jogada da janela do 6º andar do prédio na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, onde moravam o pai e a madrasta. Ambos foram condenados em 2010 - ele, a 31 anos e 1 mês, ela, a 26 anos e 8 meses de prisão - mas já se encontravam presos desde 2008, quando ocorreu o crime. O caso teve grande repercussão nacional.

Alexandre Nardoni está em regime aberto desde maio do ano passado, cumprindo o restante da pena em liberdade. Ele teve concedida a progressão para o regime aberto depois de ficar preso por 16 anos. Já Anna Carolina Jatobá cumpriu 15 anos de pena e foi solta em 2023, também em progressão para o regime aberto.

Ana Carolina Oliveira foi a segunda vereadora mais votada da cidade nas eleições municipais de 2024. Seus projetos em tramitação na Câmara de São Paulo são voltados à proteção de mulheres, crianças e adolescentes e pessoas com deficiência contra a violência, mas nenhuma proposta ainda foi aprovada.