Escritores se unem em novo livro de poesias sobre as enchentes no RS; saiba mais

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A editora gaúcha Bestiário está lançando uma antologia de poemas dedicada às vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul.

O livro de poemas Sob as águas, Sobre a Esperança tem organização de Alexandre Brito, Cleso Gutfreind e Dilan Camargo, e conta com textos de 59 poetas que aderiram à causa."A ideia, desde o começo, foi levar alguma poesia para as muitas vítimas das enchentes no RS. Poderia parecer secundário, mas toda prosa lúcida diz que não é. A poesia faltou antes da catástrofe e será necessária depois", escrevem os organizadores, em trecho da apresentação da obra.

Confira um dos poemas selecioandos:

Havia um homem vivo numa vala. Lá ele dormia, vivo.

Valha-me Deus, vivo! Respirava, e ninguém ouvia.

O homem da vala ninguém via. De manhã, o orvalho

cobria a pele fria sobre suas veias quase vazias.

De noite, veio a chuva. A enxurrada. A água, o esgoto, o

Guaíba. O homem da vala não foi velado. Esvaiu-se.

'Mais valia', por Ana Lasevicius

A versão digital do livro pode ser conferida aqui.

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Os entregadores por aplicativo estão em greve nacional desde esta segunda-feira, 31 de março, quando também realizaram uma "motociata" de protesto na Grande São Paulo. Por este motivo, pedidos em serviços de delivery estão demorando mais do que o previsto e alguns restaurantes optaram por fechar suas lojas virtuais durante o período. A paralisação deve se encerrar nesta terça-feira, 1º de março.

A categoria reivindica aumento nas taxas pagas aos trabalhadores por viagem, limitação de quilometragem para bicicletas e pagamento integral dos pedidos em entregas agrupadas na mesma rota. De acordo com o Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo (SindimotoSP), um dos responsáveis pela manifestação, não há aumento do valor da entrega há dez anos.

"Os registrados em CLT (carteira assinada) tiveram aumento nos ganhos salariais de quase 99% (no período de 10 anos) enquanto os entregadores de aplicativos amargaram redução de quase 72%", afirma o SindimotoSP.

Em nota, o iFood, principal empresa de delivery no Brasil e alvo dos entregadores no protesto, afirma que "respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores e entregadoras" e diz estar "estudando a viabilidade de reajuste para 2025". Informa ainda que o ganho bruto por hora trabalhada na plataforma "é quatro vezes maior do que o ganho do salário mínimo-hora nacional".

Confira a lista de reivindicações dos entregadores:

- Definição de taxa mínima de R$ 10 por corrida;

- Aumento no valor do km rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;

- Limitação de 3 km para entregas feitas por bicicletas;

- Garantia de pagamento integral dos pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota.

Impacto no delivery

Com a falta de entregadores disponíveis, algumas lojas resolveram fechar as portas para o delivery nesses dois dias de paralisação, como a sorveteria Cangote Sorvetes, na Vila Buarque, centro de São Paulo. "O iFood está com poucos entregadores por causa da greve e por isso nossa loja aparece fechada", comunicou o estabelecimento em seu perfil no Instagram. "Inclusive, a gente apoia a categoria", disse.

"Hoje e amanhã está acontecendo greve dos entregadores de app e a loja no iFood está fechada. Geral reclamando e minha postura é e sempre será de apoiar quem busca seus direitos. Não vou falir por fechar a loja 2 dias", escreveu Adss Moreira, proprietário do restaurante Pratada SP, também na Vila Buarque, em sua conta no X.

Quem optou por manter o delivery aberto, viu queda nos pedidos e aumento na espera para encontrar um entregador disponível. "Nossos pedidos caíram uns 30% nessa segunda, por conta da greve. A gente aumentou em 40 minutos o prazo de entrega para os nossos clientes, porque percebemos que está mais difícil encontrar entregador disponível", diz Julio Marconi, dono de um restaurante em Moema, na zona sul.

"Pedi um doce pelo iFood e atrasou uma hora. Esqueci completamente da greve. O entregador me pediu desculpas, disse que era por conta da greve e que ainda tinha sete pedidos encavalados", diz Paula Araújo, jornalista de Brasília, no Distrito Federal.

O iFood diz que "trabalha para manter a operação funcionando" e que "atualmente, 60% dos pedidos intermediados pelo app são entregues pelos próprios restaurantes".

Nessa segunda-feira, motoboys se concentraram em praças próximas a shoppings na região sul de São Paulo e foram até o centro de Barueri e Osasco, na região metropolitana, onde fica a sede do iFood, para protestar. Depois, passaram pela Marginal Pinheiros e finalizaram o ato às 14h30, em frente ao Shopping Eldorado, em Pinheiros, na zona oeste da capital.

Em nota, a Polícia Militar disse que acompanhou uma manifestação nesta segunda na região da praça Charles Miller. "O ato foi encerrado às 17h48, sem registro de intercorrências".

O Estado de São Paulo deve voltar a registrar fortes chuvas nesta terça-feira, 1º, após os estragos causados na Grande São Paulo, principalmente na região do ABC, no último dia do mês de março.

Em Santo André, no dia anterior, dezenas de carros ficaram submersos, motociclistas ilhados e um caminhão tombou na Avenida Queiroz dos Santos. Na Avenida dos Estados, uma família de capivaras foi registrada nadando na enchente.

Nesta terça-feira, o dia começou com sol entre nuvens em grande parte do território paulista. Conforme a Defesa Civil do Estado, o dia será marcado por temperaturas mais quentes e sensação de abafado em todo o Estado.

Atenção para áreas de risco

"A partir do período da tarde, há condição para pancadas de chuva, típicas de verão, com momentos de tempestade e presença de raios em toda a faixa leste", alerta o órgão estadual.

Até o momento, os modelos indicam acumulados mais significativos para o Vale do Ribeira e Vale do Paraíba. Portanto, recomenda-se atenção às áreas de risco.

Para a capital paulista, a expectativa é de nuvens carregadas de moderada a forte intensidade. "Essa condição meteorológica vem acompanhada de trovoadas, raios e eventuais rajadas de vento, com risco de formação de alagamentos, queda de árvores e elevação dos níveis de córregos e rios, que ainda estão com suas cotas elevadas, em função das tempestades registradas nessa segunda-feira", disse o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo.

Segundo o órgão municipal, a primeira semana de abril deve ser marcada por pancadas de chuva concentradas no fim das tardes, com expressivos volumes de precipitação, principalmente entre a quinta-feira, 3, e o fim de semana, em função da aproximação e passagem de mais uma frente fria pela costa paulista.

Ainda de acordo com alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há alerta amarelo para chuvas intensas em trechos do Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste do País. O aviso engloba praticamente quase todo o Estado paulista, com exceção de áreas próximas de Presidente Prudente.

Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), disseram nesta segunda-feira, 31, que se consideram parcialmente responsáveis pelos erros que levaram a viagem à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), que fizeram em junho do ano passado, se tornar uma maratona de nove meses. Eles voltaram para a Terra há duas semanas, em uma espaçonave da SpaceX, no dia 18 de março.

Em sua primeira coletiva de imprensa, a dupla disse que ficou surpresa com todo o interesse sobre a situação de ambos, e insistiu que estavam apenas fazendo seu trabalho, colocando a missão à frente de si mesmos e até de suas famílias. Eles tiveram que ficar por mais tempo na ISS em razão de um problema na cápsula Starliner, da Boeing, que os levou até o espaço.

Wilmore não hesitou em aceitar parte da culpa pelo voo de teste malsucedido da Boeing. "Eu começarei e apontarei o dedo e me culparei. Eu poderia ter feito algumas perguntas e as respostas para essas perguntas poderiam ter mudado o curso," disse aos repórteres. "De cima a baixo na cadeia. Todos nós somos responsáveis. Todos nós assumimos isso."

Ambos os astronautas disseram que viveriam a experiência no novamente. "Porque vamos corrigir todos os problemas que encontramos. Vamos consertá-los. Vamos fazer funcionar," disse Wilmore, acrescentando que voltaria "num piscar de olhos". Já Suni Williams observou que o Starliner tem "muita capacidade" e ela quer vê-lo ter sucesso.

Os dois se encontrarão com a liderança da Boeing na quarta-feira, dia 2 de abril, para fornecer um resumo do voo e seus problemas. Os astronautas de longa data acabaram passando 286 dias no espaço - 278 dias a mais do que o planejado quando decolaram no primeiro voo de astronautas da Boeing em 5 de junho de 2024.

Os pilotos de teste tiveram que intervir para que a cápsula Starliner alcançasse a estação espacial, pois os propulsores falharam e houve vazamento de hélio. A estadia deles na estação espacial continuou sendo estendida enquanto os engenheiros debatiam como proceder.

A Nasa finalmente julgou o Starliner muito perigoso para trazer Wilmore e Williams de volta e os transferiu para a SpaceX. Mas o lançamento de seus substitutos ficou paralisado, ampliando a missão para além de nove meses.

O presidente dos EUA, Donald Trump, instou Elon Musk da SpaceX a apressar as coisas, adicionando política ao drama dos astronautas presos. O drama arrastado finalmente terminou em 18 de março com um retorno perfeito da SpaceX na costa da Flórida.

A Nasa disse que os engenheiros ainda não entendem por que os propulsores do Starliner funcionaram mal. Para o verão, existe a previsão para a realização de mais testes. Se os engenheiros puderem descobrir os problemas do propulsor e vazamento, "o Starliner está pronto para ir", disse Wilmore.

A agência espacial pode exigir outro voo de teste - com carga - antes de permitir que astronautas embarquem. Essa repetição poderia acontecer até o final do ano. Apesar dos problemas do Starliner, oficiais da agência espacial americana disseram que apoiam a decisão tomada anos atrás de ter duas empresas concorrentes dos EUA fornecendo serviço de táxi de ida e volta para a estação espacial.

Mas o tempo está se esgotando: a estação espacial está programada para ser abandonada em cinco anos e substituída em órbita por laboratórios operados privadamente. Com informações das Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.