Em 'Meu Querido Zelador', o retrato da sociedade argentina

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Eliseo (Guillermo Francella) é um dedicado zelador de um prédio de alto padrão em Buenos Aires. Ele é "praticamente da família" - trabalha ali há mais de 30 anos e conhece todo mundo, ajudando como pode. No entanto, as coisas começam a sair do controle ao descobrir que há um plano para demiti-lo e transformar sua casa em uma área de uso comum no edifício. É aí que ele usa de seu conhecimento para convencer os moradores.

 

Esse é o ponto de partida de Meu Querido Zelador, série com o selo Star Original e que já está em sua terceira temporada - agora, no Disney+. Nessas três temporadas, Eliseo se transforma: começa como esse zelador ameaçado e, aos poucos, vira alguém com influência não só no prédio, mas até no bairro.

 

"A nova temporada é desafiadora porque é uma série que tem feito muito sucesso, tornando a evolução mais complexa", diz ao Estadão Gastón Duprat, criador do projeto ao lado de Mariano Cohn. "A nova temporada é muito engraçada, muito complexa, com muita crítica social, mas também com muita sofisticação na encenação, no aspecto cinematográfico."

 

Apesar das transformações, há o cuidado de não perder o fio da meada da produção, que quer, acima de tudo, retratar a sociedade argentina.

 

Mariano conta que a inspiração para este novo momento de Eliseo surgiu do final da segunda temporada, quando o protagonista quebra a quarta parede e fala diretamente com a câmera, um recurso que, até então, não tinha sido usado.

 

PROTAGONISTA

 

"Percebemos que havia toda uma paleta que ainda não havíamos vivenciado, que tem mais a ver com a atuação. Algo mais abstrato, mais artístico", diz Gastón. "Foi daí que veio a ideia de começar a nova temporada de um jeito inédito, colocando Eliseo em um ambiente de férias."

 

Nesse contexto, quem brilha é Francella. Ele, que protagonizou trabalhos como O Clã e, mais recentemente, A Extorsão, pode transitar entre drama e comédia, criando um personagem muito factível.

 

Os diretores contam que Francella está intrinsecamente ligado à criação do papel. "A gente testa até terminar de delimitar a lógica de pensamento do personagem, como se ele tivesse vida própria. É como uma pessoa real", conta Mariano. "Colocamos na tela aquilo que vivenciamos e como vivemos nas grandes cidades, seja Buenos Aires ou São Paulo, em que moramos em apartamentos e conhecemos tantos porteiros."

 

Haverá uma nova temporada? "Já estamos pensando em como Eliseo continua, com sua ambição sem limites", diz Gastón. "Tem uma série que vimos quando crianças, Chaves, e para mim Meu Querido Zelador é isso: Chaves com Eliseo. Nunca acaba de verdade. Há sempre boas histórias", diz Mariano.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Na véspera da data em que Isabella Nardoni completaria 23 anos de idade, Ana Carolina Oliveira compartilhou nas redes sociais as lembranças que guarda da filha em uma caixa, como fotos, brinquedos e sapatos de bebê. Isabella foi morta aos 5 anos pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, em 2008.

Hoje vereadora de São Paulo pelo Podemos, Oliveira também publicou um vídeo em homenagem à filha: "Eu guardo tudo de você com tanto carinho, suas fotos, seus desenhos, suas cartinhas. Às vezes fecho os olhos e consigo sentir você aqui comigo", disse.

Ela diz imaginar como a filha estaria hoje, se estaria na faculdade, se teria um amor e como seria a relação com os irmãos mais novos. "Daria tudo pra viver mais um aniversário com você", disse no vídeo.

Relembre o crime e desdobramentos

Isabella teria sido jogada da janela do 6º andar do prédio na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, onde moravam o pai e a madrasta. Ambos foram condenados em 2010 - ele, a 31 anos e 1 mês, ela, a 26 anos e 8 meses de prisão - mas já se encontravam presos desde 2008, quando ocorreu o crime. O caso teve grande repercussão nacional.

Alexandre Nardoni está em regime aberto desde maio do ano passado, cumprindo o restante da pena em liberdade. Ele teve concedida a progressão para o regime aberto depois de ficar preso por 16 anos. Já Anna Carolina Jatobá cumpriu 15 anos de pena e foi solta em 2023, também em progressão para o regime aberto.

Ana Carolina Oliveira foi a segunda vereadora mais votada da cidade nas eleições municipais de 2024. Seus projetos em tramitação na Câmara de São Paulo são voltados à proteção de mulheres, crianças e adolescentes e pessoas com deficiência contra a violência, mas nenhuma proposta ainda foi aprovada.

Uma adolescente de 17 anos foi esfaqueada dentro de sua casa, em Sorocaba, interior paulista, pelo namorado, também de 17 anos. O crime ocorreu na noite de quinta-feira, 17.

O próprio jovem chamou a Polícia Militar após o ato, confessando o crime. Ele foi encaminhado à Fundação Casa e permanece à disposição da Justiça.

A Polícia Civil investiga o caso. A perícia foi solicitada ao local e o caso foi registrado como feminicídio na Delegacia de Plantão de Sorocaba.

Em 2024, o Brasil registrou 1.450 feminicídios, uma redução de 5% em relação a 2023, segundo dados do Ministério da Justiça. No Estado de São Paulo, porém, houve recorde de casos de homicídios de mulheres por razões de gênero no último ano - foram mais de 250.

O advogado Juliano Bento Rodrigues Girau foi morto a tiros durante um assalto na madrugada deste sábado, 19, na orla da Praia Grande, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Um amigo da vítima também foi baleado.

Ao menos um dos quatro suspeitos de participação no crime foi detido pela manhã. A Polícia Civil faz buscas pelos demais envolvidos.

Morador de São Gonçalo do Sapucaí (MG), o advogado estava no litoral paulista a passeio, junto com dois amigos. O crime teria ocorrido quando o grupo saiu de uma festa realizada na beira da praia, momento em que foi abordado por quatro homens encapuzados.

O caso foi registrado como latrocínio na Delegacia de Ubatuba. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um terceiro amigo da vítima não se feriu e prestou depoimento à polícia.

"Os criminosos levaram celulares, carteiras e joias das vítimas", apontou em nota. "As investigações seguem em andamento para identificar e localizar os responsáveis pelo crime", finalizou.

Câmeras de segurança captaram o momento do crime, ocorrido pouco antes das 4 horas da madrugada. Nas imagens, o advogado e seus amigos são abordados por quatro homens encapuzados enquanto ainda estavam na faixa de areia.

Nas redes sociais, um dos amigos do advogado havia postado imagens das cerca de 12 horas de viagem de carro até Ubatuba. Guirau era formado em Direito pela Faculdade de Direito de Varginha (Fadiva), mas residia em São Gonçalo do Sapucaí, município do sul mineiro localizado a menos de 300 quilômetros de Ubatuba.

Prefeitura e OAB lamentam crime: 'Profissional íntegro'

A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Gonçalo do Sapucaí se manifestou nas redes sociais: "Sua dedicação e compromisso com a Justiça sempre será lembrada com respeito e gratidão". "Manifestamos nosso repúdio pelo crime brutal que levou a morte do advogado da nossa subseção e que as medidas sejam tomadas para uma célere investigação", acrescentou.

A Prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí também lamentou o caso em nota veiculada nas redes sociais. "Profissional íntegro, Dr. Juliano dedicou sua vida ao exercício da Justiça com ética, competência e respeito ao próximo. Sua partida representa uma grande perda não apenas para a advocacia, mas para toda a nossa comunidade", declarou.