Por que agência de Washington Olivetto foi citada em música de Jorge Ben Jor?

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Washington Olivetto, um dos maiores publicitários da história do Brasil, morreu neste domingo, 13, aos 73 anos de idade. Amigo de Jorge Ben Jor, ele tinha uma relação especial com a música brasileira, estando diretamente ligado à origem da música W/Brasil - o nome de sua empresa.

Em janeiro de 2022, o empresário recebeu o músico para uma entrevista em seu podcast, o W/Cast. O tema inevitavelmente veio à tona em determinado momento.

Washington relembrou que costumava fazer shows para os funcionários de sua agência, a W/Brasil. Entre o fim dos anos 1980 e início dos 1990, um dos eventos teria ocorrido num local chamado Rock Dreams, no Rio de Janeiro.

"O Jorge quando faz um show é generoso, não fica fazendo show de 45 minutos, não. A galera ia ao delírio. Aí, entre uma canção e outra, ele começou a ensaiar uma coisa pros meninos, falava: 'Alô, alô, W/Brasil! Alô, alô, W/Brasil!".

"Acabou o show eram 3h da manhã. Sentamos para jantar. O Jorge e a Vânia Rolemberg, que era minha RP [relações-públicas]. A gente começou a falar da loucura que estava o Brasil, que era aquele 'País do Collor' e tal. Falei pro Jorge: o Brasil tá tão doidão que se fosse um prédio, o síndico seria o Tim Maia. Ele olhou para mim e falou: 'É que você não sabe: ele já quis ser síndico do prédio que morava!'", continuou Olivetto.

Em seguida, Jorge Ben explicou como descobriu o fato: "Fui lá no prédio dele, morava na Barra. Ele chegou pra mim e falou: 'Já reclamei dessa escada aí, a porta atrapalhando. Ninguém tira a escada! Pô, eu tenho que ser síndico daqui, tô falando. Vou me candidatar e ser síndico daqui".

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A polícia investiga duas estudantes de Medicina suspeitas de praticarem injúria durante um vídeo gravado para as redes sociais, em que insinuam que a paciente Vitória Chaves da Silva, internada no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, precisou realizar um transplante do coração por erros cometidos por ela mesma.

Gabrielli Farias de Souza e Thais Caldeiras Soares Foffano gravaram um vídeo para comentar sobre o ineditismo do caso de Vitória, que recebeu três corações ao longo da vida. Mesmo sem citar o nome da paciente na gravação, elas alegam que a vítima não teria tomado a medicação da forma correta após um dos transplantes e, por isso, teve de ser submetida a uma nova cirurgia do tipo para receber outro órgão. E, em tom satírico, disseram que Vitória devia achar que tinha "sete vidas".

A defesa das estudantes não foi encontrada e as imagens foram deletadas da plataforma.

O vídeo foi gravado dentro do InCor e publicado no TikTok poucos dias antes de Vitória morrer, em 28 de fevereiro. Thais é estudante da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), de Belo Horizonte, e Gabrielli, da Anhembi Morumbi, de São Paulo. As universidades foram procuradas e, em notas idênticas, afirmam que as falas na gravação não condizem com os princípios e valores que norteiam a atuação de ambas as instituições (veja mais abaixo).

As duas estudantes estavam realizando um curso de extensão promovido pela Faculdade de Medicina da USP de um mês de duração, onde conheceram o caso de Vitória. Em determinado momento do vídeo, chegam a dizer que "subiriam" para conhecer a paciente que tinha feito o transplante.

A família de Vitória teve conhecimento das declarações das estudantes em 3 de abril, prestou queixa na delegacia e também denunciou o caso para o Ministério Público.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) diz que o caso é investigado como injúria por meio de inquérito policial instaurado pelo 14° Distrito Policial (Pinheiros). "A mãe da vítima foi ouvida e as diligências seguem visando o devido esclarecimento dos fatos, bem como a responsabilização dos envolvidos", informou a pasta.

O Ministério Público informou que protocolou nesta terça, 9, uma notícia de fato relatando o ocorrido na promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Capital. "O caso está sendo analisado", disse o órgão.

A USP informou que Gabrielli e Thais são alunas de outras instituições e que elas não possuem vínculos com a universidade e com o InCor.

No vídeo, Gabrielli e Thais explicam que a paciente tinha passado por três cirurgias de transplante do coração ao longo da vida. A primeira teria sido logo após nascer, quando foi constatada uma má formação do órgão. A dupla conta que o segundo transplante aconteceu porque a paciente não teria tomado as medicações necessárias.

"A segunda vez que ela transplantou, ela não tomou os remédios que precisava tomar", disse uma das estudantes, sem especificar a data. "O corpo meio que rejeitou e teve que ser transplantado por um erro dela", acrescenta.

A aluna prossegue no vídeo. Explica que Vitória recebeu um terceiro coração, que passou a ser aceito. Mas o rim não teria lidado bem com alguns remédios e, por isso, teve que fazer um quarto transplante, agora para este outro órgão.

A estudantes destacam ainda as dificuldades, tanto burocráticas como fisiológicas, para conseguir realizar um transplante. "Essa menina está achando que tem sete vidas", diz, uma delas. "Espero que fique tudo bem com ela e que ela realmente tome as medicações e faça o tratamento correto."

Em nota, a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) disse que, assim que soube dos fatos, notificou as universidades de origem das estudantes. "Internamente, a FMUSP está tomando medidas adicionais para reforçar junto aos participantes de cursos de extensão as orientações formais sobre conduta ética e uso responsável das redes sociais, além da assinatura de um termo de compromisso com os princípios de respeito aos pacientes e aos valores que regem a atuação da instituição."

A Faseh e Anhembi Morumbi dizem que o vídeo não condiz com os princípios e valores das instituições e com um compromisso de uma formação médica humanizada. As faculdades lamentaram o ocorrido, se solidarizam com a família de Vitória e dizem estar à disposição das autoridades para ajudar na apuração dos fatos.

O próximo líder da Nasa vai priorizar o envio de astronautas americanos a Marte, caso seja confirmado no cargo, como afirmou nesta quarta-feira, 9, diante de um painel do Senado americano.

O bilionário Jared Isaacman, um empresário que financiou com recursos próprios suas idas ao espaço, afirmou também que não pretende abandonar os planos de levar uma missão tripulada à Lua em 2027, embora tenha colocado mais ênfase nos planos para o Planeta Vermelho.

Isaacman, de 42 anos, falou sobre a sua visão do futuro da exploração espacial durante uma audiência de confirmação para se tornar o 15.º administrador da Nasa, diante do comitê de comércio exterior, ciência e transporte do Senado americano.

"Como o presidente (Donald Trump) afirmou, vamos priorizar o envio de astronautas americanos a Marte, e, até chegarmos lá, iremos, inevitavelmente, ter capacidade de retornar à Lua e, então, determinar os benefícios econômicos, científicos e de segurança nacional de manter nossa presença no satélite."

"Eu não disse que não deveríamos ir à Lua. Eu quero ver nosso retorno à Lua", afirmou. "Mas, por que estamos levando tanto tempo para voltar e por que custa tanto dinheiro?"

Sob a atual iniciativa da Nasa de alcançar a Lua e, então, partir para Marte - o primeiro pouso de um ser humano no satélite terrestre desde 1972 por meio do programa Artemis projetado durante o primeiro mandado de Donald Trump e desenvolvido ao longo da administração de Joe Biden - trata-se de um passo importante.

Astronautas construiriam uma base permanente na Lua, desenvolvendo pesquisas e criando infraestrutura crucial para a primeira missão tripulada a Marte, no fim da década de 2030

Isaacman disse que gostaria de acelerar o calendário, desenvolvendo em paralelo as expedições para a Lua e para Marte. "Acho que não precisa ser um ou outro", afirmou.

O senador republicano pelo Texas Ted Cruz, líder do comitê do Senado, disse que concorda com Isaacman e que a Nasa deve voltar à Lua o mais rápido possível, em grande parte para prevenir rivais como a China de ganhar vantagens neste terreno.

"Não estamos caminhando para uma nova corrida espacial, ela já está acontecendo", afirmou Cruz. "O Partido Comunista Chinês foi explícito em seu desejo de dominar o espaço, instalando uma estação espacial totalmente funcional em órbita da Terra e robôs na face oculta da Lua. Precisamos seguir nossos planos. Mudanças extremas em nossas prioridades a essa altura do campeonato significaria, certamente, uma Lua vermelha, cedendo terreno à China para as próximas gerações."

Isaacson é amigo pessoal de Elon Musk - fundador da Space X e acólito de Donald Trump. Ele admitiu "não ser um nome óbvio para a posição", mas afirmou ter se beneficiado de sua experiência espacial na Missão Polaris Dawn, de cinco dias, durante a qual se tornou o primeiro civil a fazer uma caminhada espacial, em setembro do ano passado, e também como integrante da primeira tripulação privada de astronautas em um voo de três dias, em 2021.

"Eu tenho sido relativamente apolítico. Não sou um cientista e nunca trabalhei na Nasa", disse. "Mas não acho que essas sejam fraquezas."

Se confirmado, Isaacson sucederá Bill Nelson, ex-astronauta do programa dos ônibus espaciais, como um dos poucos administradores da agência espacial em seus 66 anos de história com experiência em voos espaciais.

Como o mais jovem líder da Nasa, ele levaria a agência ao que Ted Cruz chamou de um ponto de virada da indústria espacial, com empresas privadas, como a SpaceX, ganhando cada vez mais espaço em um negócio que era exclusivo do governo.

"A Nasa está em uma encruzilhada", afirmou o senador, acrescentando que Isaacman traz uma "perspectiva única" à indústria espacial e também aos desafios a serem enfrentados pela Nasa.

"O crescimento explosivo do setor espacial comercial, da manufatura de hardware ao turismo espacial, transformou a paisagem celeste e econômica. O espaço não é mais um domínio exclusivo da soberania das nações e de alguns poucos especialistas em defesa."

"A democratização do espaço estimula o crescimento, reduz os custos e alimenta a curiosidade da próxima geração. Ao mesmo tempo, o futuro da última fronteira nunca foi mais incerto."

Uma soldado da Polícia Militar do Ceará (PM-CE) foi punida com dois dias de prisão administrativa por causa de dois vídeos postados nas redes sociais em abril e junho de 2023. Em um deles, Mayara Kelly Gomes Silva aparece lavando uma viatura da corporação. Em outro, ensina como aplicar um torniquete (dispositivo aplicado em membros lesionados para conter hemorragias).

A defesa da soldado disse ter recebido com surpresa a decisão, classificada como um "equívoco", e que recorreu da punição. Aponta ainda que o episódio representa "quebra da isonomia", uma vez que, argumenta, policiais do sexo masculino já fizeram vídeos similares e, mesmo assim, não teriam sido punidos. Já a PM do Ceará afirma que a sindicância permitiu ampla defesa.

Na sindicância, obtida pelo Estadão, o subcomando da PM-CE afirma "que, embora o princípio da liberdade de expressão assegure aos indivíduos o direito de manterem perfis pessoais em redes sociais, a utilização do fardamento oficial, bem como a exposição de viaturas e demais elementos característicos da atividade policial militar, constitui clara representação da instituição Polícia Militar do Ceará (PMCE)".

A corporação acrescenta que esses símbolos institucionais não devem ser utilizados "em publicações de caráter particular sem a devida autorização, sob pena de afetar a necessária disciplina e o decoro que regem a atividade militar". A sindicância foi concluída no último dia 26.

Em ambas gravações, publicados em uma conta pessoal da soldado da PM-CE no Instagram, Mayara Kelly, da 1ª companhia do 11º Batalhão de Polícia Militar, usa farda da PM e aparece nas dependências do quartel. A soldado conta hoje com 41 mil seguidores na rede social.

'Intenção de motivar outras mulheres'

Mayara Kelly afirmou, durante a sindicância, que "fez os vídeos com a intenção de motivar outras mulheres que querem trabalhar na polícia", que sua rede social não é monetizada e que já havia sido chamada ao comando da corporação para falar sobre publicações em sua rede social.

No vídeo em que aparece lavando a viatura, por exemplo, ela afirma que "algumas pessoas acham que a mulher na polícia só trabalha no administrativo", mas acrescenta que elas exercem "inúmeras funções que até anos atrás poderiam ser consideradas apenas coisas para homem".

Para o subcomando, a própria policial reconheceu "já ter sido anteriormente orientada pelo Comando da PM-CE acerca do teor de suas publicações em rede social, o que denota ciência prévia sobre a inadequação de tal conduta, sem que tenha havido alteração no comportamento posteriormente".

O documento destaca que, apesar da decisão, Mayara Kelly tem sido elogiada ao longo dos anos por bons serviços prestados. Ela ingressou na corporação em outubro de 2017, na carreira de praça. Aponta também que, em sua trajetória funcional, não há registros de infrações disciplinares relevantes que possam prejudicar sua conduta profissional, além de uma repreensão em 2024.

Procurada pelo Estadão, o advogado Francisco Sabino, que representa Mayara Kelly Gomes, afirmou que "recebeu com surpresa a decisão de punição administrativa" de dois dias de permanência disciplinar, "quando a militar deverá ficar aquartelada, distante de sua família e de dois filhos menores (10 meses e 06 anos de idade) que necessitam de seus cuidados".

Segundo ele, o entendimento de que a policial teria transgredido normas disciplinares configura-se como "um equívoco interpretativo e excesso de rigor".

"Destaque que o vídeo em que a policial ensina seus seguidores como fazer um torniquete, na verdade, trata-se de um vídeo de utilidade pública, uma vez que o intuito é meramente informativo, educativo e partiu de vivência própria da militar, que tem um irmão policial militar, que foi atingido por disparo de arma de fogo quando atuava contra o crime organizado", afirma.

Na avaliação de Sabino, "os conteúdos divulgados relatam a rotina profissional da militar, não possuem natureza técnica ou administrativa sensível, tampouco causaram prejuízo ou possuem potencial significativo para causar desprestígio, prejuízo à corporação".

"A defesa reafirma a inocência da policial militar Mayara Kelly Gomes, e no dia de ontem (8) apresentou recurso administrativo ao Comando da corporação, solicitando a anulação da punição, requerendo daquele comando senso de Justiça", afirma o advogado.

Em nota, o Comando da Polícia Militar do Ceará afirma que a sindicância em questão, que culminou em sanção disciplinar da soldado, "contou com ampla defesa e contraditório, e ainda possui prazo para recurso correndo, tudo previsto no Código Disciplinar".

"A PM-CE reafirma seu compromisso com a disciplina, a hierarquia, pilares básicos dessa corporação que completará 190 anos mês que vem, além do compromisso com a ética profissional e o respeito às normas institucionais e militares, principalmente no que tange aos dados de seus componentes, que trouxeram a corporação até a idade que tem", diz o Comando.