Uma prática cada vez mais comum entre brasileiros com dificuldade de acesso ao crédito é o chamado “empréstimo de nome” — quando uma pessoa faz compras utilizando os dados ou cartões de outra. Segundo levantamento do SPC Brasil e da CNDL, 29% dos consumidores já utilizaram o nome de terceiros para realizar compras, revelando um cenário preocupante do ponto de vista financeiro e social.
A principal motivação para isso é a recusa de crédito: 24% afirmaram ter recorrido ao nome de outra pessoa por não conseguirem aprovação em seu próprio nome. Além disso, 21% pediram emprestado o cartão de crédito de parentes ou amigos.
Apesar do risco de endividamento para quem cede o nome, 84% dos entrevistados garantem que já quitaram ou mantêm as parcelas em dia. No entanto, especialistas em finanças alertam que essa prática pode trazer sérias consequências — inclusive o comprometimento da pontuação de crédito do titular do nome caso a dívida não seja paga corretamente.
Quem empresta mais?
Segundo os dados, os pedidos de nome emprestado costumam ser feitos a:
Cônjuges (26%)
Pais (18%)
Irmãos (18%)
Amigos (15%)
Os produtos mais adquiridos nessas transações são:
Roupas, calçados e acessórios (16%)
Eletrônicos (15%)
Compras de supermercado (15%)
Riscos e recomendações
Para o economista César Bergo, do Conselho Federal de Economia, o empréstimo de nome é sempre um risco. “É uma relação de confiança, mas que pode se romper com um simples atraso. O ideal é que quem precisa busque alternativas como crédito consignado ou renegociação com instituições financeiras, sem comprometer terceiros”, explica.
Organizações de defesa do consumidor também alertam para o risco de golpes e fraudes em compras feitas por terceiros. A recomendação é evitar ao máximo o uso do nome de outra pessoa, mesmo que haja confiança, e buscar educação financeira como forma de conquistar autonomia e segurança no consumo.
Empréstimo de nome: 29% dos consumidores já compraram usando crédito de terceiros
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