O cenário da habitação no Brasil em 2024 revela importantes avanços, mas também desafios persistentes que refletem desigualdades regionais e estruturais. De acordo com dados da PNAD Contínua do IBGE, seis em cada dez brasileiros vivem em imóveis próprios, o que demonstra uma relativa estabilidade no acesso à moradia. No entanto, dentro desse grupo, a maioria (61,6%) possui imóveis quitados, enquanto 6% ainda depende de financiamento bancário para manter sua residência.
Por outro lado, 23% da população brasileira reside em imóveis alugados, o que aponta para um mercado de locação aquecido, especialmente nos grandes centros urbanos. Ainda, 9,1% das pessoas vivem em imóveis emprestados, uma parcela que revela tanto práticas de solidariedade familiar quanto dificuldades de acesso a condições formais de moradia.
Infraestrutura básica: água e esgoto ainda são desafios
O acesso a serviços essenciais de infraestrutura segue como um dos principais indicadores de desigualdade no país. Enquanto 86,3% da população brasileira tem acesso ao abastecimento de água, pouco mais de sete em cada dez domicílios (74,4%) contam com ligação à rede de esgoto. Os números revelam avanços em relação às últimas décadas, mas ainda demonstram lacunas significativas, especialmente em regiões periféricas e áreas rurais.
Outro dado relevante é que 70,4% dos lares brasileiros possuem máquina de lavar, um item que, além de representar melhoria na qualidade de vida, também aponta para o avanço da modernização dos domicílios.
Tipos de moradia e distribuição regional
As casas seguem sendo o modelo predominante de moradia no Brasil, representando 84,5% dos domicílios, enquanto os apartamentos somam 15,3%. Essa predominância reflete a urbanização espalhada em áreas horizontais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a verticalização é menos intensa.
Na distribuição regional, o Sudeste concentra 43,1% dos domicílios do país, seguido pelo Nordeste (26,3%), Sul (15,1%), Centro-Oeste (8%) e Norte (7,6%). Essa divisão reforça o peso econômico e populacional da região Sudeste, ao mesmo tempo em que destaca os desafios de infraestrutura em áreas menos desenvolvidas.
Desafios e perspectivas
Os dados evidenciam que, apesar da maioria dos brasileiros ter acesso à moradia própria, persistem desigualdades marcantes na qualidade dessa habitação e na infraestrutura disponível. O déficit habitacional, aliado à ausência de saneamento básico para parcela expressiva da população, ainda representa um dos maiores desafios para políticas públicas no país.
Especialistas apontam que investimentos em habitação popular, saneamento e urbanização de áreas periféricas são fundamentais para garantir maior equidade social. Ao mesmo tempo, o crescimento do mercado de aluguel e a expansão da moradia verticalizada nas grandes cidades revelam mudanças no perfil habitacional brasileiro, indicando novos caminhos para o futuro da habitação no país.
Moradia no Brasil: Retrato atual da habitação em 2024
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