Verstappen dá show no GP de São Paulo e volta a abrir vantagem no Mundial de F-1

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Pelo segundo ano consecutivo, Max Verstappen venceu o GP de São Paulo de Fórmula 1. Neste domingo, o piloto da Red Bull precisou mostrar todo o seu talento para conquistar a oitava vitória do ano após largar da improvável 17ª colocação. Com o resultado no Autódromo de Interlagos, que encerrou um jejum de 10 etapas sem triunfo, o holandês voltou a abrir vantagem na liderança do campeonato. Os franceses Esteban Ocon e Pierre Gasly, ambos da Alpine, completaram o pódio.

Verstappen buscou sua 62ª vitória na F-1 com uma de suas melhores performances da carreira. Sem sucesso no treino classificatório da manhã (estava agendado para sábado, mas foi adiado em razão do temporal), ele encarou uma punição de cinco posições no grid, partindo somente do 17º posto. No entanto, fez uma corrida de recuperação praticamente perfeita. Na metade da prova, já aparecia em segundo lugar.

O show em Interlagos, sob chuva praticamente durante toda a corrida, fez o tricampeão mundial se aproximar do tetra. Agora ele soma 393 pontos, contra 331 de Norris. Na prática, Verstappen ampliou sua vantagem para 62 pontos. Antes da largada, a diferença era de 44. Assim, a temporada 2024 já poderá ser decidida no GP de Las Vegas, no dia 23. Se chegar à frente de Norris nos Estados Unidos, o holandês assegurará o tetracampeonato.

O GP paulistano começou agitado antes mesmo da largada, a exemplo do que aconteceu na corrida de 2023. Se no ano passado Charles Leclerc rodou ainda na volta de apresentação, neste domingo Lance Stroll protagonizou situação ainda mais inusitada ao sair duas vezes da pista na volta de formação, ainda sem chuva. O erro gerou um atraso de 11 minutos na largada.

Na segunda tentativa, 17 dos 20 pilotos estavam no grid de largada. Alexander Albon desistiu do GP após bater forte no treino classificatório, horas antes da corrida. Stroll não conseguiu voltar ao grid e Carlos Sainz largou dos boxes, também em razão de danos sofridos por sua Ferrari em batida no treino.

Com todos os pilotos de pneus intermediários, Norris voltou a decepcionar em uma largada, já sob chuva. O britânico da McLaren foi superado por George Russell antes mesmo do "S do Senna". Piastri também partiu mal enquanto Verstappen empilhou ultrapassagens na primeira volta, após largar em 17º.

A segunda volta já contava com a primeira bandeira amarela da prova, em razão de uma escapada de Sergio Pérez, que caiu para o último lugar. Se o mexicano penava na pista, Verstappen alcançava o 10º posto depois de ultrapassar Hamilton. As primeiras posições tinham Russell, Norris, Yuki Tsunoda, Esteban Ocon, Leclerc, Liam Lawson e Piastri.

Na 10ª volta, Verstappen colou em Piastri e, surpreendentemente, não teve qualquer dificuldade para superar o australiano, que poderia oferecer maior resistência para ajudar Norris, seu companheiro na McLaren. No 12º giro, o líder do campeonato já aparecer no sexto lugar, com uma média de quase uma ultrapassagem por volta.

Após superar seguidos adversários, Verstappen emperrou atrás de Leclerc. O holandês só alcançou o quinto posto quando o rival da Ferrari foi para os boxes, na 25ª volta, sendo o primeiro a trocar os pneus. O piloto da Red Bull, no entanto, não conseguiu ir além porque, três giros depois, o safety car virtual foi acionado após Hülkenberg rodar na pista e parar na zebra.

Os pilotos, então, iniciaram uma disparada rumos aos boxes para trocar os compostos. Russell e Norris, primeiro e segundo colocados da corrida, entraram um atrás do outro. Na volta, Ocon liderava, seguido por Verstappen. Russell retornou em quarto, com Norris na cola. Na 30ª volta, o piloto da McLaren enfim superou o rival da Mercedes.

Diante da chuva mais intensa, o virtual deu lugar ao safety car real, na pista. Mesmo com as restrições na pista, Colapinto perdeu o controle do carro sozinho e acertou o muro. A organização da prova acionou a bandeira vermelha, paralisando a prova na 32ª volta. A paralisação beneficiou diretamente Verstappen, que pôde fazer sua primeira troca de pneus e manter a segunda posição.

Após uma paralisação de cerca de 20 minutos, a corrida foi retomada na 34ª volta com uma largada lançada. Mais uma vez, os pilotos tiveram problemas para se manter na pista encharcada. Bearman e Zhou escaparam antes do reinício e Norris, na sequência, saiu do traçado, perdendo a posição para Russell, novo quarto colocado da prova, atrás de Ocon, Verstappen, Gasly e Russell, nesta ordem.

O safety car voltou ao traçado no 40º giro assim que Carlos Sainz rodou sozinho e parou no muro de proteção - acabou abandonando. Duas voltas depois, os pilotos foram liberados para disputa. A corrida e, possivelmente, o campeonato foram decididos logo na retomada. Enquanto Norris errava o "S do Senna", caindo para o 7º posto, Verstappen superava Ocon, assumindo a liderança.

Na ponta, o líder do campeonato não teve dificuldades para ampliar sua vantagem a cada volta. Ao mesmo tempo, registrava os giros mais rápidos da prova, em busca do ponto extra. Abatido, Norris estancou no sexto posto, sem dar sinais de reação.

Mais tranquilo e quase sem incidentes, o terço final do GP brasileiro teve como protagonistas Hamilton, Pérez e Lawson na disputa pelo nono lugar. Entre erros e manobras mais arriscadas, eles garantiram entretenimento para os fãs nas arquibancadas. Longe de empolgar a torcida, o heptacampeão acabou fazendo uma de suas piores provas em Interlagos.

Os pilotos voltam para o asfalto daqui a três semanas para o GP de Las Vegas. A terceira corrida nos Estados Unidos na temporada será disputada no dia 23 deste mês. Será a antepenúltima etapa do campeonato.

Confira a classificação final do GP de São Paulo de F-1:

1º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), em 2h06min54s430

2º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a 19s477

3º - Pierre Gasly (FRA/Alpine), a 22s532

4º - George Russell (ING/Mercedes), a 23s265

5º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 30s177

6º - Lando Norris (ING/McLaren), a 31s372

7º - Yuki Tsunoda (JAP/RB), a 42s056

8º - Oscar Piastri (AUS/McLaren), a 44s943

9º - Liam Lawson (NZL/RB), a 50s452

10º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 50s753

11º - Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a 51s531

12º - Oliver Bearman (ING/Haas), a 57s085

13º - Valtteri Bottas (FIN/Kick Sauber), a 63s588

14º - Fernando Alonso (ESP/Aston Martin), a 78s049

15º - Guanyu Zhou (CHN/Kick Sauber), a 79s649

Não completaram:

Nico Hülkenberg (ALE/Haas) - desclassificado

Alexander Albon (TAI/Williams)

Lance Stroll (CAN/Aston Martin)

Franco Colapinto (ARG/Williams)

Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari)

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.