Lesões no joelho preocupam, somam 30 casos na temporada e acendem alerta no futebol brasileiro

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Não é de hoje que problemas no joelho preocupam o mundo do futebol. Mas uma lesão em específico vem tirando o sono de treinadores e dirigentes no futebol brasileiro neste ano: a LCA, ou lesão do ligamento cruzado anterior. Nesta temporada, já foram registrados 30 casos - 15 deles na Série A e 15 na Série B do Campeonato Brasileiro. O rompimento dessa estrutura é a principal causa de indicação cirúrgica entre atletas profissionais, podendo tirá-los de atividade por longos períodos.

O episódio mais recente é o do centroavante Zé Roberto, do Sport, que sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo contra o Operário, pela Série B. O time pernambucano confirmou a contusão na última quarta-feira e o atacante estará fora das três partidas decisivas na disputa pelo acesso à elite do futebol brasileiro.

De acordo com a especialista Flávia Magalhães, médica do esporte, a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA), que desempenha um papel crucial na biomecânica do joelho, ocorre quando o joelho se move para dentro enquanto a tíbia gira para fora, com o pé fixo no chão.

"O ligamento cruzado anterior é fundamental para a estabilidade do joelho e é frequentemente exigido em esportes que envolvem pivôs, mudanças rápidas de direção, desaceleração e contato físico. A ruptura do LCA não necessita de um grande trauma, geralmente ocorre após uma entorse no joelho com o pé fixo ao solo. Quando isso acontece, a estabilidade do joelho é gravemente afetada, exigindo um longo período de recuperação", explica Flávia, que tem passagens por Atlético-MG, América-MG, CBF e Conmebol.

Entre as equipes da Série A, o Vasco possui o departamento médico mais afetado por contusões de ligamento cruzado anterior neste ano, com três jogadores: o meia Paulinho Paula, o volante Jair e o atacante David. O Flamengo registra dois casos: as contusões do atacante Pedro durante a Data-Fifa, com a seleção brasileira, e do lateral-esquerdo Matías Viña.

O Atlético-MG também registra duas lesões de LCA em 2024: o atacante Cadu e o lateral-esquerdo Rubens. Situação semelhante ocorre no Internacional, com o goleiro Ivan e o zagueiro Mercado, e no Juventude, com os volantes Caíque e Daniel Peixoto. Já Fluminense (Lelê), Corinthians (Maycon), Cruzeiro (Juan Dinenno) e Atlético-GO (Araos) contabilizam um caso cada.

Na Série B, o Botafogo-SP lidera a lista com cinco atletas machucados: Felipinho, Matheus Barbosa, Matheus Costa, Leandro Maciel e Robinho. O Santos tem duas baixas, com Kevyson e Aderlan. O Sport também possui dois casos constatados, incluindo Renzo e Zé Roberto. Além disso, CRB e Ceará perderam dois jogadores cada: Fábio Alemão e Vitinho pelo lado alagoano e Luiz Otávio e Fernando Miguel, pela equipe cearense. Outros casos englobam Marcondes, do Vila Nova, e Edinho, do Paysandu.

O aumento do número de lesões deste tipo pode ter relação direta com o maior número de partidas que os jogadores estão disputando nos últimos anos. Para o fisioterapeuta Ricardo Vidal, o crescimento dos casos de LCA pode ser atribuído ainda a fatores como o aumento da competitividade, além da frequência de jogos em um intervalo curto de tempo.

"Fatores como a crescente intensidade dos jogos são cruciais. Estudos mostram que os atletas hoje se movimentam de forma mais intensa, com mais sprints (corridas curtas), ações motoras e mudanças de direção, o que eleva o risco de lesões. Além disso, a frequência de jogos afeta a recuperação. Ligas com intervalos de seis dias entre partidas apresentam menos lesões em comparação às que jogam a cada quatro dias. Portanto, a maior exposição ao jogo contribui para esse aumento nas lesões", afirma o especialista, instrutor da CBF Academy e associado à Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física.

Devido à gravidade da área afetada, a ruptura do ligamento cruzado anterior, principalmente em atletas profissionais, requer intervenção cirúrgica e pode afastá-los das equipes por longos períodos, que variam de oito a 12 meses de recuperação.

"O cirurgião reconstrói o ligamento através da implementação de um enxerto vindo de tendões corporais. Após a reconstrução cirúrgica, ele inicia uma jornada de reabilitação que, em geral, dura aproximadamente entre 9 meses em casos normais, mas pode ultrapassar essa faixa temporal em casos que envolvem intercorrências, lesões recidivas ou revisões cirúrgicas", esclarece Flávia Magalhães.

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A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.

Com a chegada da primavera, o cenário de flores coloridas e temperaturas mais amenas também traz um alerta: a estação é marcada pelo aumento de alergias e doenças virais. O pólen liberado pelas flores, somado ao clima mais seco, cria condições favoráveis para a proliferação de vírus e o agravamento de problemas respiratórios e infecciosos.

Entre as doenças mais comuns nessa época do ano estão a asma, rinite alérgica, conjuntivite e outras reações alérgicas, além de enfermidades virais como catapora, sarampo, rubéola e caxumba. Crianças costumam ser mais vulneráveis, o que reforça a importância de manter a carteira de vacinação atualizada.

Médicos orientam que, para reduzir os riscos, é essencial manter hábitos de prevenção, como hidratar-se bem, evitar ambientes com poeira acumulada, lavar sempre as mãos e reforçar o uso de máscaras em locais com maior concentração de pólen ou aglomerações. Em casos de sintomas persistentes — como crises de tosse, dificuldade para respirar, coceira nos olhos e manchas na pele — a recomendação é procurar atendimento médico.

A primavera, portanto, exige atenção redobrada com a saúde, principalmente de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Mais do que apreciar a beleza da estação, é preciso cuidar para que o florescer das plantas não seja acompanhado pelo florescer de problemas de saúde.

O sarampo é uma infecção aguda e viral causada pelo morbilivírus, com alto poder de transmissão entre pessoas de qualquer idade. O contágio acontece de forma direta, principalmente por secreções nasais expelidas ao tossir, espirrar ou falar.

Entre os sintomas mais comuns estão tosse persistente, febre, manchas avermelhadas na pele, dores no corpo, coriza, irritação nos olhos e manchas brancas na parte interna da boca.

Atualmente, não existe tratamento específico para o sarampo. Em quadros mais graves, pode ser necessária a administração de vitamina A. Nos casos leves, a ingestão de líquidos e o controle da febre ajudam a evitar complicações.

A vacinação é a única forma eficaz de prevenção. A vacina está disponível gratuitamente em todos os postos de saúde durante todo o ano e pode ser aplicada em crianças e adultos.

Especialistas reforçam que manter a vacinação em dia é essencial para evitar surtos e proteger não apenas quem recebe a dose, mas também a comunidade como um todo.