Conselho de Orientação do Corinthians discute contratos para pedir impeachment de Augusto Melo

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A falta de transparência e a não apresentação de documentos são os principais temas que fundamentam o relatório do Conselho de Orientação do Corinthians (CORI), enviado à Comissão de Ética do clube para recomendar o impeachment do presidente Augusto Melo por gestão temerária. O possível afastamento, considerado uma tentativa de golpe pelo mandatário, será votado pelo Conselho Deliberativo do Corinthians na segunda-feira, 2 de dezembro.

A íntegra do relatório do CORI, publicada pelo jornalista Juca Kfouri, do UOL, levanta dúvidas sobre contratos firmados pela atual diretoria e aponta infrações estatuárias. No início do texto, são destacados motivos para "quebra de confiança", como "notícias de 'aparição' de R$ 220 milhões não provisionados no balanço, entre outras notícias inverídicas" e "mal entendimento relativo a antecipação de R$ 150 milhões em direito de arena". Procurado pela reportagem, Augusto Melo não se pronunciou sobre o assunto.

De acordo com o CORI, a gestão de Melo não apresentou documentos necessários para a validação de contas. Sobre os documentos recebidos, o Conselho de Orientação diz ter notado, em alguns deles, "falta de assinatura, composição de saldo e até mesmo justificativas de contratação", o que impede uma análise exata.

Em entrevista à TNT Sports, na quinta-feira, Augusto Melo garantiu que tem toda a documentação necessária para refutar o que foi exposto pelo CORI no relatório.

"Temos documento de tudo, vamos pedir uma reunião ao Cori e entender por que aconteceu isso. Pedi o relatório desde segunda-feira e foi entregue ontem (quarta-feira) à noite, porque disseram que estavam fazendo algumas correções. Já está com nosso Jurídico, Financeiro e Conselho Fiscal. Estão levantando e disponibilizando todos os documentos necessários que dizem que não foram apresentados. Saiu da reunião do CORI e já estava na imprensa. Eu não fui notificado", disse.

Muitos dos exemplos citados são relativos a contratações de empresas de serviço. É caso da Worsksev, empresa de segurança privada que, de acordo com o relatório, prestou serviços no CT Joaquim Grava de janeiro e junho deste ano, sem firmar contrato, após ser reprovada pelo compliance do clube. O texto cita ausência de informações em outros contratos com prestadoras da área de segurança e limpeza.

O CORI também discrimina no relatório gastos de cerca de R$ 3 milhões em um cartão corporativo do banco Santander, de janeiro a junho. O último mês foi o de maior gasto: R$ 988.089,11. "Não nos foram fornecidas as faturas com detalhes dos gastos o que nos impede de emitir opinião favorável a respeito dos gastos", afirma o grupo de orientação. Na entrevista à TNT Sports, Augusto Melo mencionou ter um cartão corporativo à disposição, mas que "não gastou um real."

Operações financeiras e empréstimos são outros temas presentes no documento que pede o impeachment do presidente corintiano. São citados contratos de empréstimo com o banco Daycoval, que ajudou o clube na operação para contratar o goleiro Hugo Souza junto ao Flamengo. Segundo o CORI, em um dos contratos, no valor R$ 10.193.866,69, não há assinatura do banco e nem de testemunhas. Mais adiante, o texto destaca que o estatuto do clube determina que empréstimos em valores acima de 10 mil salários-mínimos precisam ser aprovados previamente pelo CORI.

Em outra parte do relatório, o Conselho de Orientação diz que não recebeu documentos relativos à rescisão com Ernst&Young (E&Y) e afirma ter dificuldades para entender os valores envolvidos na contratação da empresa como consultora."

"Mesmo com a participação dos membros da diretoria administrativa e financeira, não conseguimos saber com exatidão se os valores de serviços contratados somam-se. Outrossim não nos foi informado os valores pagos, serviços prestados e valores à pagar. Tal duvida é de grande relevância, tendo em vista que os valores envolvidos se somados podem ultrapassar R$ 13 milhões."

O contrato com a E&Y foi rompido em setembro. Naquele momento, o Corinthians já trabalhava também com a Alvarez&Marsal (A&M,), representada por Fred Luz na diretoria corintiana. O CORI afirma que o compliance pediu ajustes no contrato com a A&M, mas diz não saber se as mudanças foram atendidas porque não recebeu as informações solicitadas sobre o assunto.

O Conselho teve uma reunião com representantes indicados pela A&M e afirma que o encontro "ampliou as dúvidas e gerou incertezas quanto ao futuro" porque foi dito que está sendo "ensaiada uma recuperação judicial".

"O agravamento do endividamento total ocorrido no ano de 2024, com contratações que beiram a irresponsabilidade, sem sombra de dúvida trarão sérias consequências financeiras e, até mesmo, morais ao Clube, podendo destacar a perda do patrimônio, exclusão de programa de benefício fiscal, pagamento de juros altíssimos e multas punitivas, além do comprometimento do nome da instituição, prejudicando a sua credibilidade no mercado", diz o texto.

"Talvez não por outro motivo, o Corinthians já esteja ensaiando aderir a uma recuperação judicial, fato que apesar de negado pelo Presidente da Diretoria, fora trazido à baila no dia 30 de setembro de 2024 pelos representantes indicados pela A&M, em reunião perante este mesmo CORI que por infortúnio apenas ampliaram as dúvidas e geraram incertezas quanto ao futuro", completa.

Depois de apontar problemas nos contratos, o relatório relembra pendências na contratação de jogadores, como o imbróglio para trazer Matheuzinho do Flamengo e risco de transfer ban pela contratação de Félix Torres, além das "dezenas de contratações da categoria de base". Também fala em "contratação significativa de conselheiros e sócios ou parentes desses para ocuparem cargos em regime de emprego, elevando a folha salarial do Clube e aparelhando politicamente a instituição em outra falta gravíssima."

Ao fim do relatório, o CORI pede o afastamento de Augusto Melo destacando que a ausência da divulgação de demonstrações financeiras mensais e a não apresentação de documentos ferem o estatuto alvinegro. Outro ponto destacado é falta de cotação de ao menos três orçamentos antes da contratação de serviços, mais uma determinação presente no estatuto.

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.