Pai de Bortoleto e chefe da Stock fala como experiência com filho ajuda novos pilotos

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Lincoln Oliveira carrega uma experiência de dentro de casa sobre como desenvolver a carreira de um jovem piloto. Pai de Gabriel Bortoleto, que será titular da Sauber-Audi na Fórmula 1 em 2025, o empresário, novo CEO da Vicar e controlador do Grupo Veloci - que é dono da Stock Car -, comentou sobre novos projetos para auxiliar na projeção da carreira nacional e internacional de talentos do automobilismo brasileiro.

 

Além da Stock Car, a Vicar também é promotora da Fórmula 4 (categoria de monopostos), Stock Series (que voltará a se chamar Stock Light), Turismo Nacional, TCR Brasil e TCR South America. Nesta semana, foi anunciada uma parceria que pretende abrir portas para os brasileiros que desejam seguir carreira no automobilismo internacional, guiando carros de turismo.

 

O TCR é uma categoria de turismo que tem campeonatos espalhados por todo o mundo, incluindo Brasil e o continente sul-americano. Com o TCR Pro Driver Program, haverá novas possibilidade de jovens talentos traçarem um rumo fora do País.

 

"Existem alguns caminhos. Quando o garoto sai do kart, ele vai para o monoposto - pensando na Fórmula 1 - ou para o turismo - de olho numa trajetória internacional. Alguns pilotos brasileiros já moram lá fora. O que queremos criar é uma evolução do piloto que sai do kart e entra no turismo nacional. O campeão de 2025 do Turismo Nacional vai subir para a Stock Light (atual Stock Series) ou para o TCR South America", conta Oliveira.

 

O chefão da Stock afirma ainda que há um salário previsto para o vencedor das categorias inferiores que pretenda continuar no turismo. "Em um conceito geral é que, se o piloto escolher ir para a Stock Light, ele vai ser profissional neste segundo passo. Ele sobe do turismo nacional para a Light com uma remuneração mensal de R$ 15 mil. Se for campeão da Light, sobe para a Stock Pro, com remuneração de R$ 50 mil mensais".

 

Nesse sentido, a Vicar contará com o apoio das equipes que estejam nos campeonatos promovidos por ela. "Elas terão uma bolsa que vão dividir por posição na classificação", diz Oliveira. "Nós queremos que o garoto saia do kart, entre no turismo nacional e queira ir para a Stock."

 

Oliveira reflete sobre as dificuldades de diferentes naturezas para conseguir chegar ao mais alto escalão do automobilismo. O investimento é sempre milionário e nem sempre resulta em uma vaga na Fórmula 1. "Meu filho (Gabriel Bortoleto) começou com cinco anos. São 15 anos fazendo a mesma coisa, uma faculdade. Agora ele está na Fórmula 1, mas é um caminho muito difícil. O Brasil tem outros excelentes pilotos, como Caio Collet, Felipe Drugovich, que fizeram o mesmo caminho, mas ainda não conseguiram entrar na Fórmula 1."

 

"Para entrar na Fórmula 1, deve haver um alinhamento de vários fatores", continua Lincoln, antes de elencar condições primordiais para chegar à F-1. "Ser excelente piloto, ter bastante recurso financeiro para suportar a chegada deles até a F-2 - em alguns casos até levar dinheiro para a F-1 - e ter a oportunidade de ter uma vaga entre as 20, sendo que a minoria está disponível. Quando se unem esses fatores, você tem uma chance. Pensando nessa dificuldade, nós criamos todas as categorias no Brasil, seja no monoposto ou turismo."

 

STOCK CAR MIRA NORDESTE E QUER SE ESPALHAR PELO PAÍS

O automobilismo brasileiro tem enfrentado nos últimos anos uma grande dificuldade em encontrar autódromos em condições de receber provas profissionais. Questões de segurança e infraestrutura têm prejudicado o desenvolvimento de diversas atividades e limitado o número de palcos aptos para recepcionar fins de semana de corrida.

 

Para os próximos anos, o foco da Stock Car está em aumentar o número de etapas e alcançar novos públicos em diferentes regiões do País. "Reposicionar o produtor e levar a outras praças é muito importante. É um trabalho que faremos junto a prefeituras e o poder privado. Queremos ajudar, fazendo manutenção com parcerias para que os autódromos sejam capaz de receber público", explica Oliveira.

 

Há algumas cidades na mira para abrigar provas da Stock nos próximos anos. Um exemplo é Belo Horizonte, que montou um circuito de rua na Pampulha. Segundo o chefão da categoria, há conversas para uma prova no traçado do Anhembi que já recebe a Fórmula E, categoria de carros elétricos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), mas a prioridade é encontrar novas praças em diferentes regiões.

 

"O autódromo é peça fundamental para o desenvolvimento do automobilismo. Aqui em Interlagos temos dificuldade para data, até conversei com o prefeito Ricardo Nunes sobre isso. As alternativas que estamos buscando é como fizemos em Belo Horizonte, com circuitos de rua. Em 2026, queremos aumentar a Stock para 14 etapas e, em 2027, para 16. Nós sabemos que tem Chapecó, Brasília e Cuiabá que vão inaugurar autódromos. Também queremos ir para o Nordeste e cobrir praticamente todo o território nacional", concluiu Oliveira.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.