Braithwaite, de olho no Espanyol, amplia lista de jogadores que querem investir em clubes

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A lista de jogadores ou ex-atletas que investem em clubes de futebol pode aumentar nos próximos dias. O atacante Martin Braithwaite, do Grêmio, estaria disposto a fazer a compra de 100% do Espanyol, de acordo com o jornal Marca. Segundo a publicação, o jogador tem fortuna estimada em 300 milhões de euros, em razão de investimentos bem-sucedidos em diferentes áreas da economia.

Se o negócio for adiante, aumentará a relação de atletas investidores no mundo do futebol, lista que inclui Ibrahimovic e Beckham e astros de fama mais recente, como os franceses Mbappé e Kanté.

"A entrada de atletas como investidores em clubes junta uma expectativa financeira, mas não só isso, especialmente a visibilidade que a aproximação com o esporte traz, o chamado soft power. Isso envolve países, investidores e muito particularmente as personalidades da mídia. Não tem nada de irregular ou artificial em alguém querer fazer investimento em algo que possa ficar em evidência, ou que vai envolver algum componente intangível como uma paixão por algum clube", diz José Francisco Manssur, sócio do escritório CSMV Advogados.

Um dos autores do projeto de lei que criou a Sociedade Anônima do Futebol (SAF), ele acredita que o movimento é "positivo" para o esporte. "Considero um movimento positivo, pois são mais recursos que vão tramitar no esporte. Se bem administrados, podem gerar uma melhoria da modalidade como um todo", avalia.

Junto com seu tio, Philip Michael, Braithwaite fundou em 2017 uma imobiliária chamada NYCE, que fabrica casas inteligentes e está atualmente avaliada em mais de US$ 250 milhões. O dinamarquês teria investido cerca de 1 milhão de euros na empresa e viu os lucros se multiplicaram. E continuou investindo em outros setores, obtendo enorme rentabilidade. Hoje é dono de uma marca de roupas de sucesso na França e também tem um "catering" vegano em Barcelona, além de um bar de praia em Gavá. Da mesma forma, obteve grandes lucros investindo na compra e venda de múltiplas start-ups.

Agora ele pretende entrar ainda mais de cabeça no mundo do futebol, na função de sócio-investidor. "Os benefícios desse movimento são diversos. Financeiramente, clubes bem administrados podem se tornar ativos rentáveis, principalmente quando há investimentos em infraestrutura, direitos comerciais e projetos de médio a longo prazo. Além disso, há ganhos intangíveis, como associar o nome do atleta a uma marca ou região, reforçando sua relevância global. Esses investimentos também ampliam a visibilidade do futebol, fortalecem o ecossistema esportivo e criam oportunidades para inovações", aponta o educador financeiro Fernando Lamounier.

Ainda de acordo com o Marca, os torcedores do Espanyol aguardam com ansiedade que ele compre o clube do empresário chinês Chen Yansheng. O dono do Grupo Rastar, empresa dedicada a brinquedos e videogames, há algum tempo quer se desfazer do clube, que lhe custou 17,76 milhões em 2016, em troca de 56% das ações.

De acordo com especialistas, o investimento destes profissionais em agremiações não está obviamente só atrelada às finanças, mas também de associar seus nomes a parcerias ou grandes marcas e investimento em outras propriedades importantes, como estruturas de centro de treinamento, categorias de base ou até novas estruturas das arenas.

"Quando uma atleta decide investir em uma entidade esportiva, imagina-se que seja para agregar pela imagem, pelo investimento financeiro e/ou por ajudar através do planejamento/estratégia. Nesses casos, e se ele tem visão empresarial e experiência, vejo como positivo. Entretanto, existe o risco dessas pessoas resolverem investir e se envolverem com uma entidade sem experiência empresarial, e com direcionamentos equivocados mais baseados na emoção e no ego", analisa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

"Acredito que todas as partes só têm a ganhar, com uma visibilidade que extrapola os padrões de marketing e publicidade. É importante notar que em muitos desses casos, essas jogadores adquirem clubes menores, com alguma ligação emotiva e pessoal, mas em ligas e países desenvolvidos e que podem trazer a potencialização de receitas, seja com a própria exposição ou através de novas parcerias", acrescenta Joaquim Lo Prete, da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas.

No Brasil, o caso mais emblemático é o de Ronaldo Fenômeno, que é sócio majoritário do Valladolid, da Espanha, desde 2018, quando comprou 51% das ações do clube por 30 milhões de euros (aproximadamente R$ 141 milhões). Neste ano, o cantor Gusttavo Lima comprou o Paranavaí, time da segunda divisão do Paraná, investindo R$3 milhões por 60% da SAF.

Confira a lista de jogadores ou ex-atletas que investem em clubes:

Felipe Melo (Americano de Campos)

Kanté (Royal Excelsior Virton)

Ibrahimovic (Hammarby)

Piqué (FC Andorra)

Fábregas e Thierry Henry (Calcio Como)

David Beckham (Inter Miami e Salford City)

Ronaldo Fenômeno (Valladolid e Cruzeiro)

Mbappé (SM Caen)

Marcelo (América-RJ)

Fréderic Kounaté (Porto Vitória)

Paolo Maldini (Miami FC)

Drogba (Phoenix Rising)

Thomas Partey (CD Paracuellos Antamira)

Edmilson (SKA Brasil)

Eden Hazard (San Diego)

Juninho Paulista (Ituano)

Ronaldinho Gaúcho (Greenville Triumph)

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.