Neste sábado, uma atleta de 29 anos entrou para a história ao ingressar no grupo das campeãs de Grand Slam, os quatro principais torneios de tênis do circuito. Superando as melhores jogadores do ranking, a surpreendente Madison Keys conquistou o título do Aberto da Austrália.
Keys definitivamente não começou o ano entre as favoritas ao primeiro Grand Slam da temporada. Número 21 do ranking no final de 2024, a norte-americana parecia já ter vivido seu auge - foi sétima do mundo em 2016, ainda com 21 anos, e alcançou a final do US Open em 2017. Seu melhor desempenho recente em um Grand Slam havia sido uma campanha como semifinalista do US Open, em 2023.
O título do WTA 500 de Adelaide, ainda em janeiro, começou a colocar os holofotes sobre a jogadora, que em 17 de fevereiro completa 30 anos. Ela confirmou o bom momento até mesmo contra adversárias favoritas, como a polonesa Iga Swiatek, número 2 no mundo, diante de quem teve match point contrário nas semifinais e ainda assim venceu. Na grande decisão, derrotou a atual bicampeã do Aberto da Austrália e líder do ranking, Aryna Sabalenka, de Belarus.
A ascensão recente de Keys se confunde com o início da parceria com o novo técnico, Bjorn Fratangelo, que também é seu marido. O ex-jogador norte-americano, de 31 anos, passou a treinar a companheira há 18 meses, desde que deixou o circuito profissional (ele chegou a ser número 99 do mundo, em 2016).
Filha de advogados e fã das irmãs Serena e Venus Williams, Keys tem outra nobre ocupação além do tênis profissional. Em 2020, ela criou a Kindness Wins Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover "a bondade para os jovens, a bondade consigo mesmo e a bondade para com os outros em tempos de luta".
A fundação apoia o acesso dos jovens ao esporte, à educação e "aos seus próprios desejos de fazer a diferença e criar um mundo mais gentil, mostrando sempre que gentileza vence". Uma iniciativa campeã, à qual agora Keys pode somar mais um título, o de campeã de um Grand Slam.
Madison Keys também destacou que a terapia, que a acompanha desde os 14 anos, quando venceu sua primeira partida de tênis e iniciou a carreira na modalidade, foi fundamental para a conquista do Aberto da Austrália depois de 45 tentativas frustradas em torneios de Grand Slam.
"Fiz muita terapia, sempre tentei seguir o caminho da terapia esportiva, mais sobre rotina e controle de coisas que você pode controlar e tudo mais", explicou em coletiva de imprensa. "Então, tentei apenas ser honesta, obter ajuda e conversar com alguém, e não apenas sobre tênis, mas sobre como eu me sentia em relação a mim mesma. Se eu não tivesse feito isso, não estaria sentada aqui."
Título inesperado de Madison Keys coroa parceria com o marido, terapia e ascensão tardia
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