Base do Real Madrid e foco no coletivo: a estratégia de Ancelotti para driblar falta de tempo

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Com apenas um ano de trabalho desde que assumiu o comando da seleção brasileira até a Copa do Mundo de 2026, o técnico Carlo Ancelotti tem o desafio de subir o nível da equipe nacional para brigar pelo título mundial. Para isso, adota estratégias para driblar essa falta de tempo de preparação, depois de um ciclo conturbado com troca de treinadores e resultados ruins antes de sua chegada. Utilizar jogadores que ele conhece bem e também outros que já tem uma trajetória na seleção é uma delas, e isso já pode ser observado nos dois amistosos que o Brasil vai disputar na Ásia: contra a Coreia do Sul, nesta sexta-feira em Seul, e o Japão, na terça-feira em Tóquio.

No time titular para o primeiro jogo devem estar quatro jogadores que trabalharam com ele no Real Madrid: os atacantes Vinícius Júnior e Rodrygo, o volante Casemiro e o zagueiro Éder Militão.

"Acho que a base que a seleção tem é ampla, e não só esses jogadores. Claro que conheço eles muito bem esses jogadores e também outros. Gosto muito do ambiente da equipe e acho que isso é muito positivo, pela atitude dos jogadores, pelo profissionalismo. Estou convencido que vamos preparar um ambiente muito positivo para a Copa do Mundo com peças muito importantes, com os jogadores que estão aqui e outros que não estão", disse o treinador italiano, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

Casemiro, atualmente no Manchester United, é uma dessas peças-chaves na seleção de Ancelotti. Foi convocado pela primeira vez pelo treinador e é um dos líderes do grupo. Agora nos amistosos na Ásia, com as ausências dos lesionados Alisson e Marquinhos, ele reassume a braçadeira de capitão, que usou pela primeira vez em 2017.

"Sem dúvidas, a minha relação com o treinador, que conheço há mais de dez anos, gera uma afinidade maior, mas gosto de demonstrar. Ser o primeiro, estar na academia, dar o exemplo aos mais jovens. O tempo de casa e por já ter jogado duas Copas do Mundo, você transmite o que fazer e o que não fazer. Mas quando se trata de seleção, são jogadores consolidados e você só ajusta um pouco mais. Essa é a minha forma de liderar", afirmou Casemiro.

Quem também está de volta à seleção é Rodrygo, que vem recuperando o seu espaço no Real Madrid. Ele não foi chamado nas duas listas anteriores, a última convocação havia sido em março. Já no fim da temporada passada, ainda com Ancelotti no clube espanhol, ele passou por uma fase difícil. Depois, teve poucas chances no início do trabalho de Xabi Alonso. Mas atualmente a situação mudou, e Rodrygo atuou em oito das dez partidas do Real Madrid nesta temporada, sendo duas como titular.

"É um prazer estar com o Ancelotti, que é quem me ajudou muito, deu um up na minha carreira. Nas mãos deles, eu evoluí de nível. Foi um prazer encontrar com ele, falar o quanto é bom estar aqui, falar que é sempre assim e por isso que eu gosto tanto de vir. Foi um longo período, mas agora estou bem e espero ajudar com o meu melhor", disse Rodrygo, que completou.

"Ninguém tem lugar garantido e eu tenho que mostrar muito ainda, principalmente por confiar no meu potencial. Me cobro para estar cada vez melhor na seleção. Claro que tem a trajetória com o Ancelotti, mas ele deixou claro que ninguém tem lugar garantido. É preciso jogar e estar bem no clube para seguir na seleção e chegar na Copa do Mundo."

Vinicius Júnior, que conquistou o prêmio da Fifa de melhor jogador do mundo em 2024 sob o comando de Carlo Ancelotti no Real Madrid, e Éder Militão, que teve duas lesões graves nos joelhos e recebeu o apoio do treinador italiano, também devem ser titulares nesta sexta contra os sul-coreanos.

ATITUDE EM CAMPO E FOCO NO COLETIVO

Nesta mesma linha de cortar caminhos para tentar o sonho do hexacampeonato mundial ano que vem nos Estados Unidos, Ancelotti cobrou atitude dos jogadores em campo.

"Acho que é preciso mais trabalho tático para trabalhar a estratégia do jogo. Tudo isso pode ser muito importante, mas a parte mais importante não é a estratégia, é a atitude dos jogadores no campo. Para isso, não é preciso muito tempo para preparar", disse o treinador italiano.

Carlo Ancelotti e sua comissão técnica tem feito esforço para falar português com os atletas e também no contato com a imprensa. Dentro do grupo da seleção brasileira, ele fez questão de destacar mais de uma vez o excelente ambiente. Por isso, deixou claro que o foco deve ser no coletivo do time, e não em individualidades.

"Há uma relação muito boa entre os jogadores e eu gosto disso. Para chegar a um objetivo o ambiente é muito importante. Cada um de nós pensa em um objetivo que é muito claro, que tem que ser ganhar o Mundial, e não ser o melhor jogador do mundo, ou do Mundial. Não quero jogadores que pensam em estar no Mundial para serem os melhores. Tem que estar no Mundial para ganhar", finalizou.

Até agora, Carlo Ancelotti comandou o Brasil em quatro jogos, com duas vitórias, um empate e uma derrota, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. Antes da Copa de 2026, que começa no dia 11 de junho, ele deve ter apenas mais sete jogos pela frente. Além de Coreia do Sul e Japão agora, em novembro a ideia é enfrentar dois adversários africanos, provavelmente em Londres e Paris. Em março do ano que vem, mais dois amistosos, possivelmente contra seleções europeias, nos Estados Unidos. E a última partida antes da Copa será em junho, já depois da convocação final em maio.

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Uma pesquisa do instituto Ipsos revelou que a saúde mental é o maior motivo de preocupação entre os brasileiros quando o assunto é saúde pública. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados citaram o tema como prioridade, superando problemas como câncer (37%), estresse (33%), abuso de drogas (26%) e obesidade (22%).

Os dados mostram ainda diferenças importantes entre grupos. Enquanto 60% das mulheres dizem se preocupar com saúde mental, entre os homens esse índice é de 44%. A preocupação também é mais forte entre os jovens da Geração Z (60%) do que entre os Boomers (40%), indicando uma mudança geracional na forma como o tema é percebido.

A pesquisa também revela desafios estruturais. Oito em cada dez brasileiros afirmam não conseguir arcar com os custos de uma boa assistência à saúde, e 57% acreditam que a qualidade dos serviços de saúde ainda pode melhorar nos próximos anos. Além disso, 70% apoiam a vacinação obrigatória e 55% temem que a obesidade aumente no país.

O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde mental, ao mesmo tempo em que garantam acesso mais amplo e equitativo aos serviços de saúde para a população.

A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.

Com a chegada da primavera, o cenário de flores coloridas e temperaturas mais amenas também traz um alerta: a estação é marcada pelo aumento de alergias e doenças virais. O pólen liberado pelas flores, somado ao clima mais seco, cria condições favoráveis para a proliferação de vírus e o agravamento de problemas respiratórios e infecciosos.

Entre as doenças mais comuns nessa época do ano estão a asma, rinite alérgica, conjuntivite e outras reações alérgicas, além de enfermidades virais como catapora, sarampo, rubéola e caxumba. Crianças costumam ser mais vulneráveis, o que reforça a importância de manter a carteira de vacinação atualizada.

Médicos orientam que, para reduzir os riscos, é essencial manter hábitos de prevenção, como hidratar-se bem, evitar ambientes com poeira acumulada, lavar sempre as mãos e reforçar o uso de máscaras em locais com maior concentração de pólen ou aglomerações. Em casos de sintomas persistentes — como crises de tosse, dificuldade para respirar, coceira nos olhos e manchas na pele — a recomendação é procurar atendimento médico.

A primavera, portanto, exige atenção redobrada com a saúde, principalmente de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Mais do que apreciar a beleza da estação, é preciso cuidar para que o florescer das plantas não seja acompanhado pelo florescer de problemas de saúde.