A nova e longa temporada da Fórmula 1 começa neste fim de semana com o GP do Bahrein. Mas os fãs da categoria, pilotos e até as equipes já estão com a cabeça no futuro, vislumbrando 2025. E não somente pela futura ida de Lewis Hamilton para a Ferrari, uma das notícias mais bombásticas da F-1 nos últimos anos. A expectativa é de que Max Verstappen estenda seu domínio na temporada 2024, o que pode gerar um novo campeonato morno, sem concorrência e grandes disputas na pista.
A espera por uma temporada de poucas emoções tem como fundamento o forte desempenho do holandês, com sua Red Bull, nos três dias da pré-temporada. Nem Ferrari e nem Mercedes se aproximaram da atual bicampeã mundial de Construtores. O tricampeão chegou a exibir vantagem de um segundo sobre os rivais nos testes, também realizados no Bahrein.
"Acho que Max Verstappen é o campeão e a Red Bull está dominando o esporte. E o conceito que eles apresentaram esse ano também é uma surpresa. Neste momento, temos que assistir e ver como eles vão desempenhar. Acho que 19 pilotos no paddock estão pensando agora que não vão vencer o campeonato", disse o bicampeão mundial Fernando Alonso após os testes da pré-temporada.
O domínio de Verstappen já cansa parte dos fãs. Na temporada passada, foram incríveis 19 vitórias em 22 etapas. Seu parceiro de Red Bull, o mexicano Sergio Pérez, faturou outras duas. O time austríaco só não venceu uma etapa do calendário - o espanhol Carlos Sainz Jr., da Ferrari, subiu no lugar mais alto do pódio em Cingapura.
Curiosamente, a expectativa de previsibilidade e calmaria ao longo do ano, possivelmente com o tetracampeonato de Verstappen, contrasta com o turbulento período antes do início do campeonato. A primeira bomba foi o surpreendente anúncio de Hamilton na Ferrari, a partir de 2025.
A notícia gerou burburinho justamente pela torcida dos fãs em voltar a ver mais disputas na pistas em 2025. No time italiano, o inglês poderia reeditar a rivalidade com Verstappen, algo que encantou o público ao longo de 2020 e 2021. O dono de sete títulos mundiais vai encerrar uma história de 12 anos com a equipe Mercedes para tentar um novo troféu no ano que vem.
As semanas que antecederam o início do campeonato também tiveram a Red Bull como protagonista. O chefe do time, Christian Horner, foi alvo de uma investigação interna por "comportamento inadequado". De acordo com a imprensa europeia, ele teria enviado mensagens de teor sexual a uma funcionária. Um dia antes do primeiro treino livre da temporada, o time austríaco informou que Horner foi absolvido após apuração interna.
Outro assunto que bagunçou os bastidores da F-1 foi a negativa da categoria para a entrada de uma nova equipe no grid a partir de 2026. Os americanos da Andretti ficaram insatisfeitos com a resposta, mas poderão fazer nova tentativa para 2028.
GRID DA TEMPORADA
Os fãs da F-1 vão ver na pista os mesmos pilotos de 2023, nas mesmas equipes. A "dança das cadeiras" acontecerá somente ao fim do ano, quando vários contratos serão encerrados ou renovados. Alonso, da Aston Martin, será um dos que decidirá o seu futuro. O piloto de 42 anos só tem vínculo até o fim desta temporada.
O campeonato deste ano também será alvo de muitos rumores sobre o futuro do espanhol Carlos Sainz Jr. que perderá sua vaga na Ferrari justamente para Hamilton a partir de 2025. Ao mesmo tempo, já começaram as especulações sobre quem vai substituir o inglês na Mercedes no próximo ano.
De novidade no grid, os fãs verão novos nomes para duas equipes. A AlphaTauri, equipe satélite da Red Bull, agora será apenas RB. E a Alfa Romeo passa a ser chamada de Kick Sauber.
CALENDÁRIO
Mais uma vez, a F-1 tentará emplacar um campeonato de 24 etapas, algo que já tentou nos últimos anos, sem sucesso. Corridas foram canceladas de última hora, impedindo o registro do recorde de provas num ano. Em comparação a 2023, a competição desta temporada terá os acréscimos do GP de Emilia-Romagna, vetado por causa das fortes chuvas no último mês de maio, e do GP da China, fora da categoria desde o início da pandemia.
A categoria manteve o número de seis corridas sprint ao longo do campeonato, novamente incluindo o GP de São Paulo, em 3 de novembro. China, Miami, Áustria, EUA e Catar são as outras etapas com a prova de 100 quilômetros de duração.
MUDANÇAS
A temporada terá poucas mudanças no regulamento. Uma delas atinge o uso das asas móveis. Antes, os pilotos precisavam esperar duas voltas após largada ou relargada do safety car para ativar o recurso. Agora, basta apenas uma volta. O tempo limite para revisões dos comissários de prova também mudou. Os recursos podiam demorar até 14 dias, mas tiveram o tempo reduzido para 96 horas (quatro dias), podendo ter ainda mais um dia extra.
A novidade de maior impacto para as equipes é a elevação do valor das multas. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu quadruplicar o valor máximo das punições. O teto, que era de 250 mil euros (cerca de R$ 1,35 milhão), subiu para 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões).
BRASILEIROS
Novamente, o Brasil não terá representantes no grid. Mas continuará com dois pilotos no "banco de reservas": Pietro Fittipaldi, na Haas, e Felipe Drugovich, na Aston Martin. A futura "dança das cadeiras", prevista para o fim da temporada, anima a dupla, em busca da sonhada vaga de titular na categoria.
O País não tem um piloto disputando o campeonato desde a aposentadoria de Felipe Massa na F-1, ao fim de 2017. De lá para cá, o mais próximo disso foi a participação de Pietro em duas etapas na reta final de 2020.
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