Por que caminhar é tão bom para a saúde, e o que mais é preciso fazer

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Janet Rapp caminhava rapidamente por uma via pavimentada dentro do zoológico da cidade, acenando para seus amigos e parando rapidamente para cumprimentar as emas, que ela conhece pelo nome.

A aposentada, de 71 anos, começa todas as manhãs assim, com um clube de caminhada.

"É uma obsessão", ela conta. Não apenas o hábito alivia suas dores articulares, "isso me dá energia (...) E também me acalma".

Especialistas médicos concordam que caminhar é uma maneira fácil de melhorar a saúde física e mental, aumentar o condicionamento físico e prevenir doenças. Embora não seja o único tipo de exercício que as pessoas devem fazer, é um ótimo primeiro passo para uma vida saudável.

"Não é necessário ter equipamentos nem se matricular na academia", diz a Dra. Sarah Eby, médica do esporte do hospital Mass General Brigham. "E os benefícios são muito extensos."

O que a caminhada pode fazer por você?

Caminhar pode ajudar a atender à recomendação das autoridades de saúde dos EUA, de que os adultos façam pelo menos 2 horas e meia de atividade física de intensidade moderada por semana. Isso ajuda a diminuir o risco de doenças cardíacas, pressão alta, demência, depressão e muitos tipos de câncer.

Caminhar também melhora o controle da glicemia, é bom para a saúde óssea e pode ajudar a perder peso e dormir melhor, acrescentou Julie Schmied, enfermeira da rede de saúde Norton Healthcare, que coordena o Grupo de Caminhada Get Healthy, gratuito.

Outra vantagem? É um exercício de baixo impacto que coloca menos pressão sobre as articulações e fortalece o coração e os pulmões.

James Blankenship, de 68 anos, diz que entrar para o clube de caminhada do Zoológico de Louisville, no Kentucky, EUA, no ano passado, o ajudou a se recuperar de um ataque cardíaco e de três pontes de safena em 2022.

"Meu cardiologista diz que estou ótimo", conta.

Apesar de todos os benefícios, no entanto, a caminhada "não é suficiente para a saúde e o bem-estar em geral", porque não fornece o treinamento com carga, que desenvolve força e resistência muscular, explica Anita Gust, professora de ciência do exercício na Universidade de Minnesota em Crookston.

Isso é especialmente importante para a saúde óssea das mulheres, à medida que envelhecem.

Os especialistas recomendam fazer essas atividades pelo menos duas vezes por semana, usando pesos, equipamentos de academia, ou o próprio peso do corpo como carga, além de fazer exercícios de flexibilidade, como ioga ou alongamento.

É realmente necessário andar 10 mil passos por dia?

Quase todo mundo já ouviu falar sobre essa meta de caminhada, que remonta a uma campanha de marketing do Japão, na década de 1960. Mas os especialistas ressaltam que é apenas uma diretriz.

Os americanos, em média, caminham entre 3 e 4 mil passos por dia, e não há problema em ir aumentando gradualmente até chegar a 10 mil, segundo Schmied.

Definir uma meta de tempo também pode ser útil. Shmied sugere dividir os 150 minutos de recomendação semanal em 30 minutos por dia, ou 10 minutos três vezes ao dia, por cinco dias. Em dias de tempo ruim, as pessoas podem caminhar em shoppings, ou na esteira.

À medida que ganham experiência de caminhada, podem acelerar o ritmo, ou criar desafios com inclinação, ainda mantendo o nível moderado de atividade.

"Se você consegue falar, mas não consegue cantar", diz Eby, "é o que chamamos de exercício de intensidade moderada".

Como manter a motivação?

Caminhar com amigos, incluindo cães, é uma das formas.

Clubes de caminhada vêm surgindo nos EUA. Em 2022, Brianna Joye Kohn, uma personal trainer de 31 anos, criou o grupo City Girls Who Walk (Garotas da Cidade que Caminham) por meio de uma publicação no TikTok convidando outras pessoas a caminharem com ela.

"250 garotas apareceram", ela conta.

Desde então, o grupo faz caminhadas de aproximadamente 40 minutos todo domingo, e algumas se reúnem depois para tomar um brunch ou um café.

O Zoológico de Louisville lançou seu clube de caminhada em 1987, fez a parceria com o grupo Norton em 2004 para expandi-lo, e agora tem mais de 15 mil integrantes registrados. Todos os dias, entre 1º de março e 31 de outubro, pessoas caminham ao redor do circuito de 2,2 km antes do horário de abertura oficial do zoológico.

Tony Weiter se encontra com dois de seus irmãos toda sexta-feira. Certa manhã, eles falavam da vida enquanto passavam rapidamente por zebras em um gramado cercado e uma foca tomando sol.

"Eu gosto da serenidade daqui. Está frio, mas o sol está brilhando. Dá para ver os animais", diz Weiter, de 63 anos. "É uma ótima maneira de começar a manhã."

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O jornalista e escritor Juan Arias Martínez morreu na última sexta-feira, 22, em Saquarema, no Rio de Janeiro, onde morava. A informação foi divulgada pelo jornal El País, onde escrevia uma coluna. A causa da morte foram complicações de uma insuficiência renal.

Aos 92 anos de idade, ele nasceu na cidade de Arboleas, na província de Almería, na Espanha, e trabalhava no periódico desde 1977, e chegou a cobrir o cotidiano de Roma, na Itália, e do Vaticano.

Sua última coluna foi publicada no El País no dia 8 de novembro, quando escreveu sobre a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ele havia se mudado ao Brasil após se casar com a escritora Roseana Murray.

Vera Viel, mulher de Rodrigo Faro, usou seu Instagram para celebrar a conclusão de mais uma fase do tratamento contra um sarcoma sinovial, tipo de tumor raro e maligno em sua coxa esquerda, na noite de sexta-feira, 22.

"Fim de mais uma etapa. As muletas me ajudaram muito nesses primeiros 45 dias pós-cirurgia de retirada do tumor. Hoje, finalmente, não preciso mais usá-las. Que feclididade poder voltar a caminhar tão rapidamente", escreveu.

O casal também publicou um vídeo em que ela aparece caminhando ao lado do marido. "Eu vou estar sempre ao seu lado em todas as fases, na alegria e na tristeza, te amando para sempre!", comentou Rodrigo Faro.

Perto do final de Joy, da Netflix, o choro abafado de um bebê recém-nascido leva um homem e uma mulher em um hospital a se abraçarem puramente por felicidade. Eles não são os pais, mas tiveram tanto a ver com o nascimento quanto a mãe e o pai.

Esse filme encantador traça a história real de uma década sobre como o primeiro bebê de fertilização in vitro (FIV) do mundo nasceu na Inglaterra em 1978 - uma menina de 2,65 kg que abriu caminho para milhões de outros. É uma narrativa positiva e muito inglesa, mesclando discussões sóbrias sobre endometriose com biscoitos de chocolate.

O casal que se abraça naquele dia era formado pelo cientista pioneiro Robert Edwards e por Jean Purdy, uma jovem enfermeira e embriologista. Juntos com o cirurgião Patrick Steptoe, o trio teve sucesso com a fertilização in vitro, um método de tratamento da infertilidade. Edwards receberia o Prêmio Nobel posteriormente.

Joy surge em um momento em que a ciência está sob ameaça nos Estados Unidos - até mesmo a FIV -, então é absolutamente inspirador ver cientistas determinados e inteligentes trabalhando arduamente para mudar o mundo. "O que estamos fazendo, importa," diz Steptoe, interpretado com sobriedade por Bill Nighy.

Joy são as histórias pessoais dos três cientistas - principalmente pelos olhos de Purdy, uma guerreira educada de jaleco. "Se eu ouvir uma confusão, não sou muito boa em ficar fora dela," diz ela. Interpretada perfeitamente por Thomasin McKenzie, Purdy é ao mesmo tempo vulnerável e forte, aprendendo durante o processo a ser um ser humano melhor. James Norton interpreta Edwards com charme, dúvida e calma.

O roteiro de Jack Thorne explica bem a imensa pressão que o trio enfrentou. A FIV pode ter se tornado comum e incontroversa nas últimas décadas, mas no final dos anos 70 era experimental e evitada. A igreja Anglicana a chamava de pecado, os jornais a rotulavam de Frankensteiniana e outros cientistas alertavam sobre bebês anormais. "Estão cientes de que vão jogar o livro em nós", o Steptoe de Nighy diz à equipe. "Nós vamos unir todos contra nós."

Purdy, uma mulher solteira conforme os anos 60 dão lugar aos 70, é exilada por sua própria mãe religiosa - "Você não pode brincar de Deus com isso", a mãe diz à filha - e desconsiderada por sua igreja. Não importa. "Esta luta é nossa. Não temos escolha", diz Purdy. O filme também celebra as corajosas futuras mães que se ofereceram para que seus corpos fossem explorados na vanguarda da ciência.

Nossos pesquisadores heróis tentam argumentar em vão para o mundo cético que a FIV é simplesmente uma maneira da ciência ajudar aqueles em necessidade, como óculos para os míopes ou dentaduras para aqueles com cárie dentária. É notável voltar a esse debate agora quando as grandes conquistas da ciência hoje podem estar sob ameaça, como a água fluoretada.

O diretor Ben Taylor mantém a história pequena e íntima, uma série de vinhetas que somam quase como uma peça de teatro. Apresenta momentos de bravura silenciosa e educada, e pequenas conversas durante um pint de cerveja - um lembrete do poder das atuações e de que mudar o mundo não precisa de um herói musculoso com visão de raio-X. A história é embalada por uma trilha sonora excelente com seleções inteligentes como Yes We Can Can, de Lee Dorsey, Nobody But Me, de The Human Beinz, e Here Comes the Sun, de George Harrison, cada música encapsulando o momento no tempo, como pérolas em um fio.

Joy não é só alegria. Há frustração, perda e lágrimas ao longo do caminho, mas é um filme triunfante sobre como os seres humanos podem tornar o mundo melhor e como o choro de um bebê pode ser um presente inestimável.

Joy, um lançamento da Netflix, é classificado como PG-13 por "material temático, linguagem forte breve, algumas referências sexuais e imagens de cirurgia." Duração: 115 minutos. Três estrelas e meia de quatro.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.