MP aponta 'motivo torpe' e denuncia PMs por morte de estudante de medicina em SP

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O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou por homicídio qualificado nesta quarta-feira, 8, os dois policiais militares que participaram da abordagem que resultou na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. O jovem foi alvejado na barriga na madrugada de 20 de novembro na porta de um hotel em Vila Mariana, zona sul de São Paulo.

Os policiais denunciados são os agentes Guilherme Augusto Macedo, que atirou contra o estudante, e Bruno Carvalho do Prado, que chegou a ser derrubado ao chutar Marco Aurélio. A defesa de Macedo disse que não há requisitos característicos de prisão preventiva, já a de Prado não foi localizada.

De acordo com a denúncia, apresentada pela Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da Capital, houve "evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão" durante a abordagem realizada pelos agentes.

O documento aponta ainda que os dois policiais teriam agido por "motivo torpe", em alusão às circunstâncias da ocorrência.

Em nota, o advogado de Macedo, João Carlos Campanini, argumentou que a "liberdade é regra do processo penal brasileiro, e apenas se deve decretar essa medida extrema quando de fato houver efetiva e imediata necessidade". "Guilherme está solto desde os fatos, vem colaborando com a Justiça e não representa qualquer perigo para as apurações". acrescentou.

Imagens de câmeras de segurança mostram que a abordagem ocorreu após o estudante dar um tapa no retrovisor da viatura dos PMs enquanto o veículo estava parado em um cruzamento. Macedo, então, sai do automóvel e vai atrás de Marco Aurélio, que entra no hotel onde estava hospedado.

Ainda no saguão, o policial consegue abordar a vítima, tentando segurá-la pelos braços. Neste momento, Prado também se aproxima do estudante, que fica encurralado.

Como mostram as imagens do circuito interno do hotel, Marco Aurélio tenta se defender de um chute segurando uma das pernas de Prado. Quando o policial cai, Macedo dispara uma só vez contra o estudante, atingindo-o no abdômen.

O universitário chega a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A denúncia do MP indica que, enquanto um dos policiais causou a morte do jovem ao atirar contra ele, o outro prestou "auxílio moral e material para o crime", segundo nota da promotoria.

"É certo que os policiais agiram impelidos por motivo torpe, em retaliação ao tapa desferido pela vítima no retrovisor da viatura, empregando força letal contra pessoa que estava nitidamente alterada e desarmada, com evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão", diz a denúncia.

"Além disso, o homicídio foi cometido com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, haja vista que os policiais estavam armados, em superioridade numérica e realizaram a abordagem de forma violenta, iniciando o confronto corporal com o suspeito", acrescenta outro trecho do documento.

A instituição afirmou que, na hipótese de a denúncia ser aceita pelo Judiciário, os acusados poderão responder por homicídio qualificado pelo motivo torpe e pela impossibilidade de defesa da vítima. Apesar de ter oferecido resistência, Marco Aurélio estava desarmado no momento da ocorrência.

A denúncia foi apresentada pelos promotores Estefano Kummer, Antonio Folgado e Enzo Boncompagni.

Como mostrou o Estadão, a Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), pediu na última sexta-feira, 3, a prisão preventiva do soldado da Polícia Militar Guilherme Augusto Macedo, responsável por efetuar o disparo em Marco Aurélio.

"O procedimento foi relatado à Justiça com pedido de prisão preventiva do autor do disparo por homicídio doloso eventual. O policial já havia sido indiciado no inquérito policial militar (IPM) por homicídio doloso e permanece afastado das atividades, assim como o PM que o acompanhava no dia do ocorrido", afirmou a Secretaria da Segurança Pública. "A autoridade policial aguarda a manifestação do Poder Judiciário", completa em nota.

'A vida de um ser humano vale um retrovisor de um policial?', questiona mãe de estudante

A morte de Marco Aurélio gerou revolta entre familiares e amigos. "A vida de um ser humano vale um retrovisor de um policial? A Polícia Militar de São Paulo está matando por um retrovisor?", questionou, em entrevista ao Estadão em novembro, a médica Silvia Mônica Cardenas Prado, mãe do estudante.

Marco Aurélio, filho caçula de Silvia, foi enterrado dois dias depois de ser morto, sob grande comoção. Estudante da Universidade Anhembi Morumbi, ele estava prestes a ir para o 6º ano do curso de Medicina. Sonhava em cursar pediatria, segundo os familiares.

No último domingo, 5, o pai do estudante de Medicina, Julio Cesar Acosta Navarro, publicou uma carta pública cobrando Justiça e celeridade nas investigações sobre a morte do filho. "Demora vergonhosa das investigações pela Polícia Civil, apesar da preocupação pública da sociedade e meios de comunicação, que resulta e promove mais crimes", escreveu.

Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Navarro tem cobrado continuamente a responsabilização dos policiais envolvidos na morte do filho.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se manifestou após o caso. "Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, é a polícia mais preparada do País e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos", escreveu o governador no X, antigo Twitter.

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A apresentadora e cantora Kelly Osbourne, filha caçula de Ozzy Osbourne e Sharon Osbourne, usou as redes sociais nesta segunda-feira, 4, para agradecer as manifestações de carinho recebidas desde a morte do pai, ocorrida em 22 de julho. Em seu perfil no Instagram, ela se dirigiu aos fãs e ao público em geral, destacando a importância das mensagens de apoio no momento de luto.

"Sentei-me para escrever isso cem vezes e ainda não sei se as palavras serão suficientes... mas do fundo do meu coração, obrigada. O amor, o apoio e as lindas mensagens que recebi de muitos de vocês realmente me ajudaram a superar o momento mais difícil da minha vida. Cada palavra gentil, cada memória compartilhada, cada pedaço de compaixão significou mais do que eu jamais conseguiria explicar", escreveu.

Kelly também comentou sobre o impacto da perda: "A tristeza é uma coisa estranha - ela surge em ondas - não ficarei bem por um tempo - mas saber que minha família não está sozinha em nossa dor faz a diferença. Estou me agarrando firmemente ao amor, à luz e ao legado deixado para trás. Obrigada por estarem presentes. Amo muito todos vocês."

Ozzy Osbourne se tornou um dos nomes mais influentes do rock ao liderar o Black Sabbath, banda formada em 1968 em Birmingham. Ao longo das últimas décadas, também realizou diversas reuniões com os integrantes originais do grupo.

Na última quarta-feira, 30 de julho, Kelly participou do cortejo fúnebre que levou o corpo de Ozzy pelas ruas de Birmingham, em um percurso marcado por homenagens e forte comoção. Para prestar tributo ao pai, ela usou um par de óculos escuros redondos, acessório característico do visual do cantor, e apareceu visivelmente emocionada ao deixar flores na ponte Black Sabbath.

A ponte foi escolhida pela família como ponto de parada do cortejo, onde todos puderam descer dos carros e saudar o público presente. Centenas de fãs se reuniram no local para se despedir de Ozzy.

Kelly Osbourne estava acompanhada da mãe, Sharon Osbourne, de seus cinco irmãos, além do noivo Sid Wilson e do filho do casal, Sidney, de 2 anos. Outros familiares e netos de Ozzy também participaram da cerimônia.

Gominho volta nesta segunda-feira, 4, a apresentar o TVZ, no Multishow. O humorista, que já apresentou outras temporadas do programa de música junto com Preta Gil, retorna ao comando da atração agora ao lado da cantora Marina Sena, que estreia na função.

O apresentador, que deixou seu emprego em uma rádio na Bahia há três anos para ficar ao lado de Preta Gil durante todo o tratamento do câncer da amiga, também negou que tenha recebido qualquer herança em dinheiro da cantora. Boatos que circulavam nas redes sociais davam conta que ele teria direito a R$ 5 milhões.

"Não tem dinheiro nenhum. Não estou esperando dinheiro de nada, e não tem essa herança. A minha mãe já está até preocupada que eu seja sequestrado achando que tenho R$ 5 milhões. A verdade é que se eu for sequestrado não tenho nem R$ 1 pra dar, risos", declarou Gominho ao jornalista Lucas Pasin.

Além de retomar o seu trabalho no Multishow, Gominho já se mudou para um novo apartamento no Rio de Janeiro. Ele agora vai morar no bairro de Botafogo, na Zona Sul da cidade, e está postando sua rotina nos stories do Instagram mostrando a adaptação ao novo local depois de deixar o apartamento de Preta Gil. Nesta segunda-feira, 4, ele contou que estava procurando uma academia, já que eliminou 60 kg no último ano e está mantendo uma rotina de exercícios e dieta.

Antes de morar com Preta Gil, Gominho vivia na Bahia e apresentava o programa Larica Pop, na Salvador FM. As músicas que ele escolhia para o programa, inclusive, o influenciaram a montar a playlist variada que foi usada no velório de Preta Gil.

No dia do velório de Preta Gil, Gominho participou de um café da manhã com Ana Maria Braga no Mais Você e esclareceu que não foi expulso do apartamento da cantora. Ele deixou o local por vontade própria.

"As pessoas começaram a cogitar um monte de coisa muito chata. Que eu tinha brigado com a família... Eu estava há quase três anos lá, eu tinha que sair dali. Quando eu voltei de Nova York eu já tinha entendido (que era o fim). Eu tenho sentido essa dor e essa sombra há muito tempo, eu preciso recomeçar e reorganizar minha vida. Ninguém me expulsou. Eu parei minha vida por dois anos e meio", declarou.

Após passar por uma traqueostomia, a cantora Angela Ro Ro, 75, voltou a falar na última quinta-feira, 31. A artista está internada desde junho no Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro, devido a uma infecção pulmonar grave. O tratamento intensivo deve continuar nos próximos dias, mas a compositora está fora de perigo. As informações foram divulgadas por Carlos Eduardo Campista de Lyrio, advogado de Angela, em nota à imprensa.

"Sua resiliência a fez encontrar uma maneira de falar. Contudo, será necessário a fisioterapia para a plena recuperação de sua voz", afirma o comunicado. Ainda na nota, o advogado informou que está criando um site oficial para receber doações. A campanha deve ser lançada nesta terça-feira, 5.

Apesar de ser um dos nomes mais famosos do rock nacional e da MPB dos anos 1960 e 1970, Angela enfrenta dificuldades financeiras há alguns anos. Ela tem se mantido graças a doações de amigos e fãs.

"(Angela) mandou um recado para seus milhões de fãs agradecendo o apoio e os pensamentos positivos e pede ajuda para que possa passar por esta fase", finaliza a nota.