Chuva que caiu em SP é a 3ª maior em 64 anos e foi quase a metade do esperado para janeiro

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O volume dos temporais que atingiram São Paulo nesta sexta-feira, 24, corresponde a quase à metade do esperado de chuva para janeiro na cidade. Ao todo, foram 125mm de precipitação, enquanto a média para o mês é de 288mm, segundo a Defesa Civil. Ou seja, somente nesta sexta, choveu 43,4% do previsto para os primeiros 31 dias do ano na capital paulista. Até esta quinta, a quantidade de chuvas era de 193,2mm.

A chuva também vem sendo tratada como histórica. Trata-se do terceiro maior volume de precipitação registrado na cidade de São Paulo nos últimos 64 anos. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), computados na estação do Mirante de Santana, na zona norte da capital, que faz as medições de 1961.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) informou nas redes sociais que equipes da Prefeitura estão nas ruas para minimizar os impactos e recuperar os pontos de alagamentos espalhados pela cidade.

"São Paulo enfrentou hoje um volume de chuvas que correspondeu à metade do esperado para o mês inteiro", escreveu Nunes no X (antigo Twitter). "São 345 veículos e 2.400 funcionários trabalhando para minimizar os impactos. Já restabelecemos a maioria dos 37 pontos de alagamento; foram recuperados 33, restando apenas quatro até o momento".

A violência do temporal causou uma série de transtornos na cidade. Ruas e avenidas ficaram alagadas. As enxurradas arrastaram carros, e as estações de metrô, como Jardim São Paulo-Ayrton Senna (Linha 1-Azul), na zona norte, ficaram tomadas pelas águas que escorreram com força pelas escadas.

O teto do shopping Center Norte, no bairro Vila Guilherme, também na região norte da cidade, desabou no meio do corredor, entre os lojistas e clientes do estabelecimento. Não há registro de vítimas. O Corpo de Bombeiros recebeu chamado para o desabamento de uma casa em Santana (zona norte), e também não registou feridos.

Mesmo depois das chuvas, as pessoas encontravam dificuldades para voltar para a casa. Além da lentidão do trânsito nas ruas e avenidas, com 462 quilômetros de congestionamento por volta das 20h30, trens e metrôs também tiveram o funcionamento afetado.

O trecho entre as estações Tucuruvi e São Paulo-Ayrton Senna (Linha 1-Azul) ficará fechado até meia-noite desta sexta, informou a Companhia do Metropolitano de São Paulo, enquanto outras partes da mesma linha estão com velocidade reduzida, e maior tempo de parada.

Além disso, mais de 140 mil imóveis chegaram a ficar sem luz na capital - o número já tinha caído para 80.118 às 23 horas, conforme conforme balanço da Enel, distribuidora de energia. A empresa diz que está com equipes em campo para restabelecer o serviço para os clientes que foram afetados.

Alerta Severo é disparado pela primeira vez em São Paulo

A Defesa Civil emitiu, pela primeira vez para a capital paulista, um alerta severo para os celulares de pessoas que se encontram em área de risco. A mensagem foi disparada às 15h57, e avisava sobre a necessidade de as pessoas se protegerem por conta das chuvas.

Nas redes sociais, internautas criticaram a Defesa Civil por acionar o alerta depois que as chuvas já tinham começado.

O órgão alega que uma mensagem já havia sido emitida antes, quando a chuva estava em nível moderado (neste caso, só pessoas cadastradas recebem), e disparou o aviso de perigo severo quando teve a certeza, com base em dados, de que a chuva tinha grande potencial de estrago. "Ainda havia incertezas sobre a sua gravidade", disse, em nota.

Ao Estadão, o tenente Maxwel Souza explica que o disparo do alerta severo foi realizado após os pluviômetros da Defesa Civil indicarem elevação rápida da chuva em curto espaço de tempo. "Foram 80mm em uma hora, entre às 15h e 16h", disse o tenente da Defesa Civil. "A previsão é para chover 288mm em todo mês. Isso dá uma medida do quanto a chuva foi forte nesta tarde", acrescentou.

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A atriz Carolina Dieckmann compartilhou com seus seguidores no Instagram os estragos causados por macacos que invadiram sua cozinha. A artista não revelou se o episódio aconteceu em sua casa no Rio de Janeiro ou nos Estados Unidos, onde também mantém residência.

Em uma série de vídeos publicados nos Stories, Carolina mostrou a bagunça deixada pelos animais, que, segundo ela, "quebraram tudo" e ainda derrubaram a comida de seu gato, Chilli.

"Ai que delícia. Os macacos entraram aqui, derrubaram a comida do Chilli... Quebraram tudo", comentou a atriz enquanto exibia o chão repleto de ração espalhada e cacos de vidro.

Entre uma limpeza e outra, Carolina ainda encontrou espaço para brincar com o próprio gato: "Por que você deixou eles entrarem, Chilli?"

A atriz Fernanda Torres ganhou o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama na 29ª edição dos Satellite Awards, realizada neste domingo, 26. Promovido pela International Press Academy (IPA), são destacadas as melhores performances do cinema mundial e foram analisados artistas renomados de diversos países.

Fernanda Torres foi premiada por sua performance no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles. A atriz, que tem conquistado reconhecimento internacional, se destacou ao interpretar Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, morto pelo regime militar na ditadura.

Em seu perfil no Instagram, Fernanda comemorou a conquista compartilhando o resultado da premiação com um emoji da bandeira do Brasil. Na disputa pelo prêmio, a atriz brasileira superou grandes nomes como Angelina Jolie, Lily-Rose Depp, Nicole Kidman, Saoirse Ronan e Tilda Swinton.

Fernanda também foi a vencedora do Globo de Ouro - a primeira vez que uma brasileira ganha a estatueta - e está na disputa pelo Oscar, cuja cerimônia de premiação será realizada em março.

Embora Ainda Estou Aqui estivesse na corrida também para Melhor Filme Internacional, a produção Waves, da República Tcheca, levou a estatueta nesta categoria. O filme de Walter Salles também é candidato ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional.

O livro que deu origem ao filme Conclave, de Edward Berger, foi publicado originalmente em 2016 por Robert Harris e traduzido no Brasil pela Alfaguara. A história se concentra nas complexidades e na política em torno da eleição de um papa, bem como em toda a ação de bastidores entre os cardeais que tal evento requer.

O roteirista Peter Straughan segue bem de perto o texto original. Mais do que isso, é capaz de acrescentar novas camadas ao trabalho concebido pelo escritor inglês. Ele já fizera algo parecido na ótima versão de O Espião Que Sabia Demais, clássico de John Le Carré transportado para as telonas em 2011.

Conclave, o filme, reformula elementos do livro de forma sutil, incluindo nomes de personagens, nacionalidades e até mesmo a estrutura de algumas passagens, sem deixar de replicar os momentos-chave, como o final fantástico e surpreendente desse thriller papal.

No livro, o nome do personagem principal é Cardeal Lomeli, de origem italiana, enquanto no filme ele é chamado de Cardeal Lawrence, alteração motivada pela escalação do britânico Ralph Fiennes para o papel. Protagonista complexo, o decano tem orgulho da sua solidão e, mesmo frágil pela idade, se vê como um "guerreiro dentro de um castelo medieval".

Mudança similar ocorre com o Cardeal Bellini (Stanley Tucci) nas telonas. A decisão de americanizá-lo se deve provavelmente a uma tentativa de ressaltar a natureza global da Igreja Católica no século 21, ainda mais por se tratar de uma figura cuja mentalidade é mais progressista e liberal, ao contrário do conservador Cardeal Tedesco, vivido por Sergio Castellitto. Outros destaques são John Lithgow como o Cardeal Tremblay, canadense moderado, e Isabella Rossellini, como a freira Agnes.

Cargos

Harris faz questão de deixar claro, no início, que, embora tenha usado os títulos reais (arcebispo de Milão, decano do Colégio dos Cardeais e assim por diante), não se inspirou em quem ocupava o cargo na vida real. "Da mesma maneira, a despeito de semelhanças superficiais, o Santo Padre falecido em Conclave de modo algum pretende ser um retrato do papa atual", reforçou.

No livro, há muito contexto histórico e informações que podem não ser tão fáceis de digerir. Algumas delas, no entanto, são curiosas. Por exemplo: a preocupação excessiva dos cardeais para que o embalsamamento do corpo de um papa seja bem-feito. O tema atormenta o pontificado desde o ocorrido com Pio XII, cujo cadáver explodiu em frente à arquibasílica de São João de Latrão, em 1958.

O filme, por outro lado, evita esse tipo de digressão e vai direto ao ponto para desenrolar a trama em duas horas, de modo ágil como um bom suspenses investigativo deve ser. Tudo transcorre de forma simples: o papa morre, cardeais se reúnem na Capela Sistina, há a primeira votação, a segunda votação, a terceira votação, e assim por diante, até a fumaça branca emanar pela chaminé. Cada estágio é acompanhado por alguma nova reviravolta ou mistério.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.