Temporal alaga Metrô e ruas e deixa 141 mil imóveis sem luz em São Paulo

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A chuva intensa que atingiu São Paulo na tarde desta sexta-feira, 24, causou alagamentos, deixou milhares de imóveis sem luz e provocou o desabamento de parte do teto de um shopping, além de ter inundado estações do Metrô e interrompido a circulação de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Segundo o Metrô, a Linha 1-Azul passou a circular com velocidade reduzida e maior tempo de parada após as estações Armênia, Jardim São Paulo e Tucuruvi ficarem completamente inundadas. Uma das imagens mais impressionantes que circulavam por redes sociais é da estação Jardim São Paulo, na zona norte, tomada pela água a ponto de formar uma correnteza. Os usuários do terminal tiveram de se apoiar em colunas, em pé, para não serem levados pela água.

Segundo a CPTM, na Linha 7- Rubi, os trens não circulavam entre as estações Botujuru e Campo Limpo Paulista. Já na Linha 12 - Safira, os trens não circulavam entre as estações São Miguel Paulista e Comendador Ermelino. Já a Linha 8-Diamante, operada pela ViaMobilidade, teve circulação interrompida entre as Estações Julio Prestes e Lapa. Na Pompeia, zona oeste, na área de construção da estação de Metrô Sesc-Pompeia, da Linha 6-Laranja, também foi possível ver a força das águas no canteiro de obras.

Em Santana, na região norte da cidade, uma residência localizada na Rua Alfredo Pujol desabou, segundo o Corpo de Bombeiros. Três viaturas foram mobilizadas para atender o caso. Não houve registro de vítimas. O Beco do Batman, ponto turístico na Vila Madalena, na zona oeste, também foi totalmente tomado pela água.

A chuva também causou o desabamento de parte do teto do Shopping Center Norte, na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, ninguém se feriu. A parte que desabou fica no corredor próximo às lojas Vivara e Arezzo.

Em nota, o shopping se referiu ao episódio como "vazamento": "As fortes chuvas desta tarde provocaram vazamento e isolamento de algumas áreas pelo empreendimento. Esclarecemos ainda que as medidas necessárias estão sendo tomadas pelas equipes do shopping, e as áreas serão liberadas em breve. O shopping reitera que, apesar da ocorrido com o alto volume e força das chuvas, não houve incidentes com vítimas."

Queda de energia

Até a tarde de ontem, a capital estava com um total de 140.997 imóveis sem energia elétrica, conforme balanço da distribuidora Enel, divulgado às 16h30. Em nota, a Enel disse que estava com equipes nas ruas para restabelecer o serviço para os clientes afetados.

Em toda a área de cobertura da companhia, que abrange todos os municípios da região metropolitana de São Paulo, o balanço apontava 179,6 mil imóveis no escuro.

Em nota, a Enel disse que mobilizou antecipadamente as equipes da empresa para restabelecer a energia dos clientes impactados pelas chuvas, e que as áreas mais afetadas pelos apagões foram as regiões leste e oeste da cidade.

Alerta no celular

Por conta do temporal, a Defesa Civil do Estado emitiu alerta severo para todos os celulares (com a ferramenta 5G ou 4G) que se encontravam em áreas de risco. A mensagem é enviada para todos os aparelhos sem necessidade de cadastro prévio.

O aviso dizia: "Alerta Severo - Defesa Civil: Chuva forte se espalhando pela capital paulista com rajadas de vento e risco de alagamento. Mantenha-se seguro". São enviados para celulares não os alertas severos e extremos. No aparelho, toca um sinal sonoro e a tela fica travada com a mensagem. Além do alerta sobre os riscos, a ferramenta deve informar sobre locais para evacuação e pontos seguros. Em casos de riscos extremos, o alerta será emitido com sinal sonoro no smartphone, ainda que o aparelho esteja no modo silencioso.

São Paulo foi um dos pioneiros nos testes desse recurso. A ferramenta passou a ser adotada em dezembro e a previsão é de que seja estendida para todo o País em 2025. Outras cidades, como Belo Horizonte, também têm adotado a estratégia de disparos nos celulares para alertar moradores.

Já a Prefeitura, por meio do Centro de Gerenciamento de Emergência Climáticas, colocou toda as áreas da cidade em estado de atenção para alagamentos. Conforme o Centro de Gerenciamento de Emergências do Município, as instabilidades estão sendo formadas pelo encontro de brisa marítima, calor e disponibilidade de umidade. "As próximas horas seguem com tempo instável, com chuvas atuando em outras regiões da cidade", informou o centro, em nota durante a tarde.

Previsão

Os próximos dias na capital paulista também devem ter temporais entre o fim da tarde e início da noite, com sensação de tempo abafado. Hoje, dia em que a cidade completa 471 nos, a expectativa é de pancadas de chuva típicas de verão, com potencial para rajadas de vento e eventual queda de granizo. "Há condição para a formação de alagamentos, queda de árvores e elevação das cotas dos rios e córregos da região metropolitana de São Paulo e a capital paulista", alerta o Centro de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura. Ainda segundo o órgão, a chegada amanhã de uma frente fria ao litoral paulista deve reforçar as precipitações, principalmente no período vespertino. O dia será marcado também por chuva de moderada a forte a partir da manhã. "Essa condição proporciona a ocorrência de chuvas com maior volume e de forma generalizada ao longo do dia."

A empresa de meteorologia meteoblue prevê chuva para todos os dias na próxima semana. A expectativa é que a temperatura máxima fique abaixo de 30°C a partir de hoje. (COLABOROU RENATA OKUMURA)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O aguardado show de Lady Gaga na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, teve início na noite deste sábado, 3. É possível assistir ao vivo pela Globo, na TV aberta, pelo canal pago Multishow e pelo streaming Globoplay. Previsto para começar às 21h45, o show contou com um atraso e a cantora apareceu em um vídeo no palco somente por volta de 22h10.

Todo mundo no Rio. Mesmo. Quando ainda faltavam 12 horas para o início do show de Lady Gaga na praia de Copacabana, as filas para ter acesso à Avenida Atlântica já davam voltas nos quarteirões internos do bairro. Por razões de segurança, era preciso passar por um dos 18 pontos de bloqueio para alcançar a orla, instalados desde cedo em ruas transversais aparelhados com detectores de metais e câmeras de reconhecimento facial.

Em experiências anteriores, como o show de Madonna, no ano passado, e o réveillon, as aglomerações só se formaram faltando poucas horas para o início do espetáculo. Mas com Gaga foi bem diferente. Já na manhã de sábado havia fila ocupando dois quarteirões. A temperatura em torno dos 25ºC ajudou. O céu estava claro, o sol brilhando, mas não havia muito calor.

Uma faixa da avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais vias do bairro, estava ocupada por fãs na altura do palco. O professor de educação física Humberto Machado, de 38 anos, que veio para o show com um grupo de amigos da Paraíba e do Rio Grande do Norte, contou que ficou na fila para acesso à orla por cerca de meia hora.

"A gente achou que seria rápido para entrar porque ainda era muito cedo", contou o professor. "Mas a fila era impressionante."

O professor e seus amigos levavam água e sanduíches em recipientes de plástico para aguentar por toda a tarde e noite. Recipientes de vidro, líquidos inflamáveis e objetos perfurocortantes estavam proibidos e estavam sendo confiscados nas barreiras.

O bairro, rapidamente apelidado de "Gagacabana", era uma grande festa desde cedo, sem registro de incidentes. Fãs totalmente montados, os "little monsters" (monstrinhos), não paravam de chegar a pé, de ônibus e, principalmente, de metrô, exibindo leques, chapéus e todo tipo de indumentária remetendo à artista, a "mother monster" (mãe monstra).

Em frente ao Copacabana Palace, onde a diva está hospedada, o movimento foi ininterrupto a madrugada inteira, sobretudo depois do ensaio aberto na noite de sábado, em que Gaga cantou mais de dez músicas para deleite de todos que estavam na orla, entre elas grandes sucessos como Abracadabra, Bad romance e Shallow, a mais baixada por fãs no Brasil nas plataformas de streaming.

Antes mesmo do fim da manhã longos trechos da praia já estavam ocupados por fãs marcando lugar na areia para assistir ao show da diva e vendedores ambulantes. E não só. As árvores do canteiro central da Atlântica e mesmo da calçada próxima aos prédios estavam sendo disputadas desde cedo pelos que queriam garantir um lugar 'vip' para assistir ao show.

A tatuadora Aisha Dutra, de 22 anos, e a estudante Lilian Magalhães, de 26 anos, estavam aboletadas em uma árvore desde cedo. Elas são do bairro de Santa Cruz, na zona oeste, mas alugaram um apartamento por temporada em Copacabana, especialmente para estarem perto do show. O plano da dupla era chegar à praia às 5h da manhã deste sábado. Mas como elas só foram dormir de madrugada, depois do fim do ensaio, acabaram chegando à orla às 8h.

"Ontem, durante o ensaio, a gente subiu numa árvore e viu que era a melhor opção, porque tinha gente dormindo na grade desde ontem e não tinha mais lugar perto do palco", explicou a tatuadora, devidamente instalada na árvore.

Na tarde de sexta-feira, 2, a Prefeitura informou que dados consolidados pela Rodoviária Novo Rio e pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) indicavam a chegada de mais 500 mil visitantes na cidade entre os dias 1º e 3 de maio, superando as expectativas iniciais de 240 mil pessoas. Desse total, 25% seriam turistas estrangeiros.

Há ainda turistas chegando com carros particulares, ônibus fretados e voos pousando no Aeroporto Santos Dumont. A média de ocupação da rede hoteleira é de 86% em toda a cidade, mas em Copacabana chega a 95%.

A Polícia Militar (PM) reforçou o esquema de segurança.

"A novidade para este show são os capacetes brancos, grupos de policiais especializados em patrulhamento de multidão", explicou a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da PM. "Eles vão circular entre as pessoas, sobretudo nos pontos de maior concentração, para evitar furtos de oportunidade de passar uma sensação maior de segurança."

A prefeitura espera a presença de mais de 1,6 milhão de pessoas na praia de Copacabana, onde está montado o palco e as 16 torres com telões de nove metros de altura por cinco metros de largura, permitindo que todos acompanhem o show mesmo à distância. Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e a Riotur, o evento deve injetar mais de R$ 600 milhões na economia da cidade.

"A cidade está muito cheia mesmo, tem muito turista", assegurou o motorista de uber Gustavo Monteiro, de 33 anos. "É bom para todo mundo. Por mim, tinha um show desse por mês."

Faltando cerca de duas horas para o início do show de Lady Gaga na praia de Copacabana, os pontos de revista montados nas vias transversais de acesso à Avenida Atlântica apresentavam filas de até uma hora de duração.

As maiores eram vistas no acesso da rua Duvivier, o mais próximo ao palco. A fila tinha uma extensão de mais de dois quarteirões. Nos pontos de entrada um pouco mais distantes, como o da Hilário de Gouveia, ainda era possível entrar na orla com apenas 20 minutos de espera.

O enfermeiro Vítor Souza, de 32 anos, que veio de Campos, no interior do Estado, especialmente para o show, contou que ficou por mais de 40 minutos numa fila e acabou desistindo.

Ele conseguiu chegar na praia por meio de uma outra entrada, bem mais distante do palco. "Foi bem mais complicado do que achei que ia ser", contou. "Mas finalmente eu consegui passar."

As filas nos 18 pontos de acesso montados nas ruas transversais à avenida Atlântica começaram a ser formar por volta das 9h da manhã deste sábado, 3. Policiais militares munidos de detectores de metal revistavam as pessoas uma a uma antes de darem acesso à orla. Vidros, explosivos e armas encontrados eram confiscados. Os pontos de acesso também contavam com câmeras de reconhecimento facial.

O perfil oficial do Metrô do Rio de Janeiro fez uma postagem anunciando que o "tempo de viagem está maior" "devido ao grande fluxo do desembarque de clientes na estação Cardeal Arcoverde/Copacabana para o show da Lady Gaga". A empresa recomenda o desembarque pela Siqueira Campos/Copacabana.

O maior show da vida de Lady Gaga

O show desta noite na praia de Copacabana promete ser o maior da carreira de Lady Gaga. A expectativa da Prefeitura é de que pelo menos 1,6 milhão de pessoas estarão reunidas na orla. Até hoje, a apresentação de Gaga com o maior público tinha sido em abril passado, no Festival Coachella, nos EUA, onde reuniu por volta de 100 mil pessoas.

O palco da apresentação desta noite tem nada menos que 1.260 m2, bem maior do que o montado para Madonna no ano passado, que tinha 821 m2. A megaestrutura tem 2,20 m de altura desde a base na areia. Um telão de LED de última geração ficará no fundo do palco.

Gaga vai apresentar um show em cinco atos, com direito a diversas trocas de roupa e um cenário que lembra o de uma peça de teatro - a cantora chama de "ópera gótica". A previsão é de que o espetáculo tenha 2h30 de duração, ao longo das quais Gaga vai contar a história de seu próprio "caos pessoal" ao lutar com sua própria persona, derrotar fantasmas e conseguir renascer.

Pabllo Vittar faz abertura

Uma surpresa para os fãs de Lady Gaga que aguardam o início do show da diva pop. A artista Pablo Vittar, que se apresentou com Madonna no ano passado, está abrindo o show desta noite como DJ.

"É muito louco, parece que estou tendo um deja-vu", afirmou Pablo em uma entrevista concedida à rede de TV CNN antes de subir ao palco, adiantando que pretendia tocar "muito tribal house, muito tech, muito remix e algumas músicas minhas". "Ano passado, com Madonna comemorando 40 anos de carreira, e agora nesse show histórico com a Gaga. Estou muito feliz."