Parte do teto desaba e interdita unidade de saúde no Butantã

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Parte do teto do Serviço de Atenção Especializada (SAE) Butantã, na zona oeste da capital paulista, caiu na última terça-feira, 3, modificando o atendimento na unidade e gerando apreensão entre funcionários, que temem novos acidentes.

"Estou preocupado com a minha integridade, com a integridade de outras pessoas que trabalham lá", disse um servidor da unidade, que conta com 70 funcionários e recebe, em média, 130 pacientes por dia. "É época de chuva, está cheio de goteiras. Não temos garantia de que o resto não vai cair na nossa cabeça."

Procurada, a Prefeitura disse que a previsão é de que a situação esteja normalizada ainda esta semana.

Outra questão preocupante, afirmou, é a forma como os pacientes estão sendo recepcionados desde então. A unidade é referência no atendimento a pessoas com tuberculose e na prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Com setores do prédio interditados, os usuários estariam sendo abordados na entrada para contar o motivo da ida ao local, expondo na área externa questões sensíveis como violência sexual.

"São pacientes de ISTs, com HIV. Não são pacientes que estão lá por pressão alta, por exemplo. São doenças em que as pessoas têm um estigma. E isso fere, inclusive, a privacidade do paciente", criticou. "Fere o sigilo do contato do paciente com o serviço de saúde ele ser abordado na recepção, na área externa, no banco da entrada da unidade."

Questionada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) negou que esteja desrespeitando a privacidade dos pacientes. "Conforme diretriz de atendimento, todos os usuários são abordados pela equipe especializada de acolhimento de forma privativa, sem risco de exposição. Dessa maneira, não há prejuízo à privacidade dos munícipes que buscam os serviços da unidade."

Segundo a pasta, após liberação da Defesa Civil e engenharia de obra, a farmácia do SAE recebeu autorização para liberação de medicamentos e "está realizando o acolhimento de porta, bem como o atendimento externo para diagnóstico de tuberculose". "Os atendimentos de Profilaxia Pós-Exposição - PEP foram direcionados para a UPA Rio Pequeno, que já oferece este serviço", acrescentou.

Prédio em obras

O SAE passa por uma reforma estrutural, iniciada em outubro e com previsão de término em abril, segundo a Prefeitura.

Há algumas semanas, as chuvas provocaram o surgimento de uma trinca e parte do prédio foi interditada, modificando o uso dos espaços, relatou o funcionário. "Essa parte da unidade era onde ficavam o banheiro de funcionários, a gerência, o almoxarifado e a copa. Ela foi toda interditada e esvaziada."

"Com isso, nós improvisamos. Uma sala virou copa e usamos o lavatório de mão como pia. Na recepção, eram três banheiros: um para pessoas com deficiência, um masculino e um feminino. Foi mantido o banheiro PCD, um foi transformado em banheiro unissex de funcionários e o outro, em banheiro unissex de pacientes. Já estávamos nessas condições improvisadas quando parte do teto caiu."

A queda inviabilizou um dos banheiros restantes. Para contornar a situação, a Prefeitura instalou banheiros químicos para os pacientes. "A empresa contratada para a reforma foi acionada assim que ocorreu a queda parcial do forro do telhado em um dos banheiros. Até que a obra seja concluída, os usuários poderão utilizar os banheiros emergenciais que foram instalados", disse a SMS.

"É uma situação que contraria a NR24, que diz que o servidor tem que ter condições mínimas de higiene e conforto para trabalhar", criticou o funcionário. "Os pacientes deveriam ser referenciados para as unidades mais próximas até que o SAE estivesse em condições salubres."

A secretaria, por outro lado, afirmou que "o território segue trabalhando para evitar qualquer desassistência e a previsão é de que a situação esteja normalizada dentro desta semana". Não há previsão de fechamento da unidade ou instalação de consultórios em estruturas temporárias, como carretas e contêineres.

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Memórias de um Caracol, animação australiana indicada ao Oscar de melhor animação, ganhou data de estreia nos cinemas brasileiros. Com distribuição da Mares Filmes, o longa chega às telonas no dia 1º de maio no País.

Ambientada nos anos 1970 na cidade de Melbourne, na Austrália, a trama apresenta uma tocante mensagem sobre resiliência. A protagonista é a menina Grace, órfã de mãe e criada por um pai alcoólatra. Apesar das dificuldades, ela busca ver o lado bom da vida. Porém, depois da morte do pai, Grace e o irmão gêmeo Gilbert são enviados para lares adotivos diferentes.

A separação leva a anos de solidão e tristeza, e a menina encontra conforto em sua peculiar coleção de caracóis e porquinhos-da-índia. Até que ela faz amizade com uma idosa excêntrica, Pinky, com quem compartilha histórias, sejam elas felizes ou dolorosas, e aventuras hilárias. Grace começa então a sair de sua concha, e volta a ver a beleza da vida.

Memórias de um Caracol ganhou o prêmio principal do Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França. No Oscar, concorreu com Robô Selvagem, Divertida Mente 2, Wallace & Gromit: Avengança e Flow, que levou a estatueta. Também foi indicado ao Globo de Ouro.

Com animação em stop-motion, o filme é dirigido e roteirizado por Adam Elliot. Em 2004, o australiano venceu o Oscar de melhor curta-metragem de animação por Harvie Krumpet.

O cantor Belo, ex-marido de Gracyanne Barbosa, publicou um longo pronunciamento nas redes sociais, na noite de sábado, 15, após a musa fitness revelar aos colegas de confinamento no Big Brother Brasil 2025 que já passou fome.

Confinada no reality show da Globo, a sister reuniu os brothers na sala e pediu desculpas por ter roubado comida de outros participantes enquanto estava na Xepa. Ela desabafou sobre um período de sua vida em que passou tanta dificuldade que precisou comer do lixo.

No Instagram, Belo falou sobre o assunto: "Eu conheço a Gracyanne como poucos. Durante 17 anos, estive ao lado dela, vi sua força, suas batalhas e tudo que ela superou para se tornar a mulher incrível que o Brasil não conhece. Mas o que muitos não sabem - e, talvez, ela nunca tenha tido coragem de contar antes - é o que realmente ficou marcado em sua trajetória."

"Quando a Gra chegou ao Rio de Janeiro, ela não tinha nada. Nada além de um sonho e a vontade de vencer. Teve dias em que não teve o que comer, noites em que não tinha onde dormir. Ela passou dificuldades. Fome. Parte disso ela já tinha conseguido contar publicamente, parte não", contou.

O cantor afirmou que sabe de toda a trajetória da empresária e que o assunto ficou guardado entre os dois durante os 16 anos em que foram um casal. "Isso não é algo fácil de dizer, nem para mim, nem para ela. Mas é uma verdade que agora veio à tona e que explica muito sobre as reações dela dentro da casa do BBB 25. Tem a dificuldade com a comida, que ela expôs hoje. E também a desconfiança em relação a tudo e a todos, muito compreensível, quando se observa todo o passado", explicou.

Belo completou dizendo que "o medo de passar por tudo aquilo de novo deixa marcas que ninguém vê, mas que influenciam até as pequenas escolhas". Ele afirmou que não pretendia justificar as atitudes de Gracyanne, mas que queria pedir respeito "por alguém que passou por mais do que muita gente pode imaginar."

"A Gra sempre teve uma relação distante com sua família, e só quando já era independente financeiramente conseguiu se aproximar. Tudo o que ela conquistou foi com suor, dedicação e sacrifício", continuou. O artista afirmou que, no BBB 25, a ex-mulher está vivendo um "turbilhão emocional" e que reviver traumas não é fácil.

"Ela tem o meu apoio incondicional. Nada do que vivemos juntos será apagado, e eu sei da grandeza do coração dela. Que ela possa sair dessa experiência mais forte do que entrou. E que a gente aprenda a olhar as pessoas além do que a TV nos mostra", finalizou.

Marcelo Rubens Paiva confirmou que, assim como é mostrado no filme Ainda Estou Aqui, Gilberto Gil realmente acolheu sua irmã, Vera Paiva, em Londres, Inglaterra, quando a jovem foi morar no exterior e o cantor estava exilado, em 1971.

O escritor, autor do livro que deu origem ao longa vencedor do Oscar, fez a revelação na rede social X neste domingo, 16, ao comentar um vídeo do encontro entre Gil e a atriz Valentina Herszage, intérprete de Vera (a Veroca) na produção de Walter Salles.

O cantor e a atriz conversaram nos bastidores da turnê Tempo Rei, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Valentina compartilhou o momento nas redes sociais e revelou que os dois falaram sobre a cena do filme em que Vera manda uma carta à família e conta ter dançado com ele em uma festa na capital inglesa.

"Essa cena rolou de verdade em 1971. Gil, sabendo do que tinha acontecido com a nossa família no Brasil, acolheu a Veroca exilado em Londres. Décadas depois, minha mãe foi advogada da sua fundação", escreveu Marcelo.

Ainda Estou Aqui conta a história real de Eunice Paiva, mãe de Marcelo, que teve de se reinventar após o marido, o engenheiro civil e ex-deputado Rubens Paiva, ser preso e morto pela ditadura militar, no Rio de Janeiro, no início dos anos 1970. Quando Paiva foi levado, em 1971, Vera passava uma temporada em Londres com amigos da família, o que é retratado no filme.

Eunice é vivida por Fernanda Torres, indicada ao Oscar pelo trabalho no longa. A produção também foi indicada à categoria de Melhor Filme e levou para casa a estatueta de Melhor Filme Internacional, inédita para o Brasil.