Governo quer ter participação mais efetiva na segurança dos Estados, diz Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 20, que "quase todos os Estados" brasileiros têm um "problema de excesso de violência, muitas vezes da própria polícia". Lula, no entanto, também disse que "a gente não pode só culpabilizar a polícia".

Em entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro, o presidente da República defendeu o uso de câmeras de segurança por policiais. Afirmou, ainda, que a polícia precisa "participar da vida cotidiana da favela".

"A gente não pode entrar na favela só para matar as pessoas. Queremos que os policiais entrem com câmera para a gente saber se ele vai ser violento ou não, antes de tentar qualquer outra coisa. O tiro deve ser a última coisa que a gente tem que fazer. Agora, se for necessário, em um tiroteio, alguém vai morrer. E a gente não pode só culpabilizar a polícia", disse o petista.

"Temos um problema de segurança não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil. Em quase todos os Estados você tem um problema de excesso de violência, muitas vezes da própria polícia, muitas vezes falta dinheiro para a polícia trabalhar", declarou.

O presidente citou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que o governo federal vem elaborando para tratar da segurança pública. Disse que o texto foi ajustado após críticas que governadores fizeram em reunião no Palácio do Planalto no ano passado.

"A Constituição afirma categoricamente que a segurança é um problema dos Estados. O que estamos fazendo agora para o governo federal participar ativamente? Nós mandamos uma PEC ao Congresso (na verdade, o governo ainda vai mandar). A PEC foi discutida com todos os governadores. Pretendemos mandar essa PEC, que foi reajustada com a fala dos governadores. Vamos mandar para definir claramente o papel da União na segurança pública", disse o presidente.

Lula disse, no entanto, que alguns governadores "não querem" que a União tenha participação ativa na segurança dos Estados. Disse que não vai fazer decretos de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ajudar os Estados na segurança, porque a GLO feita para o Rio de Janeiro gastou muito dinheiro e não resolveu o problema.

"Muitas vezes os governadores não querem, porque a polícia é um pedaço do poder do Estado, e muitas vezes eles não querem que o governo federal se intrometa na segurança dos Estados. De vez em quando me pedem que façam uma GLO. Eu não vou fazer uma GLO, porque a GLO do Rio de Janeiro gastou mais de R$ 2 bi e não resolveu quase nada", disse.

Lula jogou a responsabilidade ao Congresso em relação à aprovação ou não da PEC da Segurança Pública. Segundo o presidente, se o Congresso trabalhar rapidamente, a proposta pode ser aprovada rapidamente, mas se não trabalhar, "não vai acontecer".

Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a cúpula do governo federal avalia que a PEC da Segurança Pública não deve ser aprovada no Congresso e já encara a apresentação do texto quase como um gesto ao eleitorado preocupado com a violência urbana. A PEC foi incluída na lista de prioridades do Executivo para este ano, mas sofre forte resistência de governadores e outras forças políticas antes mesmo de ser enviada ao Legislativo.

A elaboração da PEC partiu do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A ideia inicial era transformar a Polícia Rodoviária Federal em uma polícia ostensiva com alcance maior do que as rodovias administradas pelo governo federal e aumentar a responsabilidade da União sobre a segurança pública. Diversos governadores afirmaram que a proposta interferiria na administração de órgãos de segurança estaduais.

Em 15 de janeiro, Lewandowski apresentou a última versão da PEC, após meses de discussão com os governadores. O texto está atualmente na Casa Civil. O ministro da Justiça falou publicamente que gostaria de enviar a proposta ao Legislativo ainda no primeiro semestre. A reportagem apurou que não há uma data prevista para o projeto deixar a Casa Civil.

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Uma fã brasileira de Dua Lipa presenteou a cantora com uma cópia do livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. O momento aconteceu no último sábado, 8, durante um show da artista na Argentina.

Bárbara Sousa, administradora de um perfil de fãs de Dua Lipa no Instagram, viajou até Buenos Aires para acompanhar uma das apresentações da turnê Radical Optimism, e levou um cartaz com a frase "Troco um livro por uma selfie".

A proposta chamou a atenção da cantora, que trocou algumas palavras com Bárbara antes de abraçá-la e posar para uma foto. Ela também recebeu o livro em mãos e agradeceu pelo presente.

Dua Lipa, que vem ao Brasil para apresentações a partir do próximo sábado, 15, tem um clube de leitura, chamado Service 95 Book Club, criado por ela em junho de 2023. O clube traz escolhas mensais de leitura escolhidas pela própria cantora britânica. Recentemente, Lugar de Fala, de Djamila Ribeiro, foi listado entre as indicações de "6 livros decisivos que vão mudar a maneira com a qual você pensa no mundo".

Dua Lipa no Brasil

A estrela pop britânica trará a turnê Radical Optism ao Brasil. A artista, que marcou presença no Rock in Rio em 2022, se apresentará em São Paulo, no dia 15 de novembro, no estádio MorumBIS; no Rio de Janeiro, o show será na Área Externa da Farmasi Arena, no dia 22. Os ingressos estão a venda no site da Ticketmaster.

Em Má Influencer, nova série original sul-africana da Netflix, uma mãe solo, BK (Jo-Anne Reyneke), se une a uma influenciadora, Pinky (Cindy Mahlangu), para vender bolsas de luxo falsificadas online. Mas o golpe chama a atenção tanto de uma gangue de falsificadores quanto das autoridades, e elas precisam ser mais espertas do que a polícia e os criminosos caso queiram ganhar dinheiro e não ir para a cadeia.

Em sete episódios, a nova atração aborda temas como a fama nas redes sociais, a cultura - por vezes tóxica - dos influenciadores digitais, além de lealdade e a busca por sobrevivência. A série foi criada e escrita por Kudi Maradzika, com direção de Ari Kruger e Keitumetse Qhali. Atualmente, a produção está entre as mais vistas da Netflix.

Definida pela edição sul-africana da revista Glamour como "parte da nova onda de talentos africanos que estão redefinindo a forma de contar as histórias do continente, e quem pode contá-las", Kudi oferece um ponto de vista particular sobre temas como cultura digital e cultura de influência. Afinal, ela mesma tentou se tornar uma influenciadora em períodos anteriores de sua carreira, e fala de uma perspectiva própria.

"Cheguei até mesmo a ser convidada para eventos de marca", declarou à revista. "Mas, como jornalista de formação, comecei a perceber um mundo muito mais complexo do que as pessoas imaginam."

Depois disso, ela fez parte de um laboratório do Instituto Realness, uma incubadora de projetos de onde a Netflix selecionou filmes e séries de países como Quênia, África do Sul e Nigéria, contratou roteiristas e passou um ano e meio desenvolvendo a história. "Má Influencer explora o quanto as mídias sociais moldam nossa identidade, nossas ambições e nossa bússola moral, especialmente em uma sociedade obcecada por imagem."

Além da fama das redes sociais, Má Influencer também aborda a relação entre tecnologia e crime, sobretudo quando consumidores podem ser enganados por influenciadores em quem confiam ou estratégias de marketing enganosas. A série também aborda as questões morais em torno da origem e do destino do dinheiro das falsificações - tudo isso sob um viés local.

"Os ritmos culturais, o humor e as contradições sul-africanas conduzem a história", declarou Maradzika ao portal nigeriano Nollywood Reporter. "A equipe fixou a história em um mundo que é reconhecidamente nosso."

Cotado para o Oscar 2026, O Agente Secreto teve ótima estreia nas bilheterias brasileiras. Lançado nacionalmente no último dia 6, o filme de Kleber Mendonça Filho fechou seus primeiros quatro dias em cartaz registrando R$ 6,66 milhões, superando outra grande estreia da semana, Predador: Terras Selvagens, que arrecadou R$5,7 milhões. Os dados são da Comscore.

Em sua quarta semana em cartaz, O Telefone Preto 2 arrecadou R$ 1,86 milhão, a uma certa distância do valor registrado pelo drama Seu Não Fosse Você (R$ 1,52 milhão) e O Natal da Patrulha Canina (R$ 933,1 mil).

No total, O Agente Secreto teve 273,9 mil ingressos vendidos no período, pouco mais de 80 mil unidades a menos que Ainda Estou Aqui, que levou 358 mil pessoas aos cinemas em seu primeiro final de semana nos cinemas, em novembro de 2024.

Vale lembrar que O Agente Secreto já foi exibido em diferentes festivais de cinema no Brasil, incluindo a 49ª Mostra de Internacional de Cinema. A soma total arrecadada pelo filme contando essas sessões prévias é de R$8,12 milhões.

Ranking da bilheteria no Brasil

1. O Agente Secreto - R$ 6,66 milhões

2. Predador: Terras Selvagens - R$ 5,7 milhões

3. O Telefone Preto 2 - R$ 1,86 milhão

4. Se Não Fosse Você - R$ 1,52 milhão

5. O Natal da Patrulha Canina - R$ 933,1 mil

6. De Volta Para o Futuro (relançamento) - R$ 873,4 mil

7. Quando o Céu Se Engana - R$ 564,2 mil

8. Grand Prix: A Toda Velocidade - R$ 411,3 mil

9. TWICE: One In a Million - R$ 387,6 mil

10. A Casa Mágica da Gabby - R$ 375,8 mil

Sinopse de O Agente Secreto

O Agente Secreto acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia perseguido pelas autoridades por comportamento subversivo durante a ditadura militar, nos anos 1970. Ele decide fugir e se esconder no Recife, onde começa a desconfiar das pessoas à sua volta.

O longa foi pré-selecionado para representar o Brasil no Oscar 2026, com veículos apontando a possibilidade do filme conseguir indicações a Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Ator (para Wagner Moura). O Agente Secreto está em cartaz em cinemas de todo o Brasil.