Bolo no RS: mulher envenenou 9 e matou 4 da mesma família; polícia conclui inquérito

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encerrou o inquérito sobre os casos de envenenamento em uma família de Torres, no interior do Estado, e anunciou nesta sexta-feira, 21, que não haverá indiciamento já que a única suspeita, Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, cometeu suicídio na última quinta-feira, 13, dentro da penitenciária em que estava presa preventivamente.

De acordo com os representantes da polícia gaúcha, que concederam entrevista coletiva sobre o caso nesta sexta-feira, "não há dúvida da polícia civil sobre a autoria do fato, mesmo que a Deise, antes de tirar a própria vida, tenha escrito que não era assassina". Conforme os investigadores, foram colhidas uma série de "provas robustas e inquestionáveis" contra Deise.

Foram realizados 35 laudos sobre o caso, entre eles os resultados de exames, históricos de buscas feitas por Deise na internet sobre envenenamento, históricos de mensagens suspeitas enviadas a familiares na época dos crimes e notas fiscais que comprovam a compra de trióxido de arsênio, substância potencialmente fatal encontrada nos exames toxicológicos de todas as vítimas.

Ao todo, nove pessoas da família foram envenenadas por Deise, em diferentes ocasiões - entre elas a do bolo de reis, pelo qual o caso se tornou público. Conforme a polícia, a sogra da mulher, Zeli dos Anjos, com quem ela teria um desentendimento de longa data, seria o seu principal alvo.

Porém, Deise assumiu o risco de envenenar e matar outras pessoas e, posteriormente, chegou a envenenar também o seu próprio marido e filho, como mostrou o decorrer das investigações (leia mais abaixo). Dentre as nove vítimas, quatro morreram:

- O sogro, Paulo Luiz dos Anjos, morreu envenenado em setembro de 2024 após comer leite em pó contaminado por arsênio;

- Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos, prima do marido de Deise, morreu após comer o bolo de reis;

- Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos, tia do marido de Deise, morreu após comer o bolo de reis;

- Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, tia do marido de Deise, morreu após comer o bolo de reis.

A polícia acredita que Deise tinha distúrbios psiquiátricos, pretendia dar fim à vida da sogra e, ao ver que o falecimento do seu sogro por envenenamento em setembro de 2024 não levantou suspeitas sobre a causa da morte - a princípio, a família e os médicos assumiram que teria sido uma infecção intestinal -, tramou novos envenenamentos na família.

Entenda o caso

Em 23 de dezembro de 2024, na semana de Natal, seis pessoas de uma mesma família da cidade de Torres, do interior do Rio Grande do Sul, foram internadas após comerem um bolo de reis - entra elas, Zeli dos Anjos, quem cozinhou o bolo. O caso chamou a atenção da polícia e da mídia. Três das pessoas que ingeriram o bolo morreram e as outras precisaram de atendimento médico, mas tiveram alta.

A polícia encontrou no bolo alta concentração de arsênio, um composto químico que pode ser letal. As investigações mostraram que a substância estava misturada à farinha que foi utilizada por para preparar a comida. Zeli, no entanto, negou que tivesse conhecimento sobre a substância.

Testemunhas apontaram Deise dos Anjos, nora de Zeli, como a possível culpada pelo envenenamento. Ela tinha um desentendimento de longa data da com a sogra, tinha ido à casa de Zeli um mês antes do ocorrido e contaminado os alimentos.

Ao ouvir depoimentos da família, a polícia suspeitou também da morte do marido de Zeli, meses antes, por infecção intestinal. Após a exumação do cadáver, foi comprovado que ele também havia sido envenenado por arsênio.

Posteriormente, a partir de relatos do marido de Deise, que teve uma crise de vômito junto ao filho do casal após consumirem um suco feito por ela, a polícia também examinou os dois e constatou que foram envenenados pela mesma substância.

Com mandato de busca e apreensão, a polícia do Rio Grande do Sul teve acesso ao computador e celular de Deise e encontrou provas de que ela era a culpada. Foram encontradas notas fiscais de duas compras de arsênio feitas por Deise, uma em agosto e outra em dezembro.

As investigações mostraram que Deise misturou, em setembro de 2024, arsênio a um leite em pó que deu à sua sogra. Zeli e o marido consumiram o produto com café e banana por dois dias seguidos e, logo em seguida, Paulo dos Anjos faleceu com uma infecção intestinal. Na época, nem Zeli, nem os médicos que atenderam Paulo suspeitaram de envenenamento.

Em novembro de 2024, Deise enviou uma série de mensagens à sogra, que estava passando uma temporada na casa de praia da família, em Arroio do Sal, perguntando quando ela voltaria e insistindo para ir até a casa dela levar alguns alimentos ou limpar o que poderia estar estragado. Em 16 de novembro, ela vaia até Arroio do Sal e é quando mistura o arsênio à farinha de Zeli.

Em 17 de dezembro, Deise teria misturado arsênio no açúcar de sua própria casa e o misturado com um suco que serviu ao marido e ao filho. A concentração do composto, no entanto, foi menor que a encontrada nas outras vítimas. O marido e o filho tiveram quadro de vômitos, mas ficaram bem.

Após o caso vir à tona e Deise ser presa, o seu marido pediu o divórcio, que foi comunicado à suspeita pelo seu advogado. Deise se suicidou um dia depois e deixou cartas em que confessava ter comprado arsênio, mas negava ser uma assassina. Ela demonstrava no texto, no entanto, grande ressentimento pela sogra.

"Muito obrigado por esses 20 anos em que fez da minha vida um inferno. Mais uma vez eu sou a vilã e você a mocinha. Conseguiu ficar com tudo o que é meu, minha família, a minha casa", escreveu Deise na carta, para Zeli.

A polícia acredita que Deise tinha problemas psiquiátricos graves. A mulher afirmava que tinha depressão e chegou a dizer, em depoimento à polícia, que havia comprado o arsênio para cometer suicídio.

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