Polícia faz operação para demolir imóveis de luxo e até resort de traficante no Rio

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Uma operação conjunta das polícias civil e militar demoliu imóveis de luxo do traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o "Peixão", no Complexo de Israel, na zona norte do Rio de Janeiro. Entre eles está um resort mantido pelo suspeito em Parada de Lucas.

"Peixão" é apontado como um dos chefes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), que age dentro e fora dos presídios do Estado. Segundo a polícia, o traficante tem mais de 10 mandados de prisão expedidos contra ele e está foragido. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Santa Rosa.

O traficante acumula imóveis de luxo, entre eles o chamado "resort green", um amplo espaço com piscinas e um lago para a criação de carpas coloridas. Na mansão de "Peixão", funciona também uma academia de ginástica completa, com equipamentos modernos.

Conforme a Delegacia de Repressão a Entorpecentes, responsável pela investigação, o imóvel foi construído com dinheiro ilícito e funciona também como uma fortaleza do tráfico, armazenando armas e drogas. A academia de ginástica, que já foi desmontada, funcionava como ponto de encontro da facção, segundo a polícia.

Ao ocupar o terreno, o traficante cometeu ainda crime ambiental, pois construiu em a área é de proteção, segundo a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Além de destruir uma extensa vegetação nativa, houve o desvio de um curso de água para abastecer o lago dos peixes.

Na chegada ao complexo, por volta das 6 horas, os policiais foram recebidos a tiros. A Avenida Brasil, uma das principais vias públicas do Rio, foi fechada preventivamente, mas liberada logo após a passagem dos comboios policiais. A circulação de trens na Supervia também chegou a ser suspensa entre Caxias e Penha. O serviço já foi retomado.

Após ocupar o local, as equipes iniciaram o desmonte da academia e demais instalações. "Peixão" não estava no imóvel, encontrado praticamente vazio. As equipes iniciaram ainda a demolição das estruturas da mansão do traficante.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio informou que a operação visa a coletar provas que fortaleçam as investigações sobre associação criminosa, bem como apreender materiais ilícitos, incluindo armas de fogo, equipamentos eletrônicos e documentos que possam contribuir para a elucidação de crimes praticados na região.

Quem é 'Peixão'?

Santa Rosa, o 'Peixão', é atualmente o traficante mais procurado do Rio de Janeiro - ele nunca foi preso. Em fevereiro, as polícias realizaram uma operação para prendê-lo, mas o suspeito conseguiu fugir. Durante o confronto, um helicóptero da Polícia Militar foi alvejado com dois tiros e fez um pouso forçado no Comando Naval da Marinha.

Até 2019, o líder do TCP comandava o tráfico nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas. Durante a pandemia de covid-19, ele expulsou rivais e ocupou as favelas de Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, até então dominadas pelo Comando Vermelho, e construiu pontes sobre rios para facilitar a mobilidade entre as cinco comunidades vizinhas. Com isso, ampliou seus domínios para outras comunidades.

Autointitulado evangélico, em 2020 "Peixão" passou a chamar de Complexo de Israel o conjunto de favelas que domina na zona norte do Rio e a exigir de seus comparsas ser chamado de Aarão - segundo o Antigo Testamento, nome de um irmão de Moisés que foi decisivo na libertação do povo hebreu do Egito em direção à terra prometida.

Para demonstrar poder, "Peixão" instalou no alto de uma caixa d'água, na Cidade Alta, uma estrela de Davi, que para os judeus significa um símbolo de proteção contra o mal, visível a quilômetros de distância. Os comparsas dele usam um uniforme semelhante ao do exército de Israel.

Em 2021, em Parada de Lucas, a polícia chegou a uma mansão que seria do traficante e tinha, em um muro do quintal, um desenho de parte de Jerusalém, incluindo o Domo da Rocha, um santuário islâmico. Tido como autoritário e vingativo, ele se tornou conhecido por impor seu domínio baseado no chamado fundamentalismo evangélico, expulsando praticantes de religiões afro-brasileiras dessas áreas.

Nas comunidades, Santa Rosa se apresenta como líder religioso. No ano passado, "Peixão" foi condenado pela Justiça por ter ordenado a destruição de templos de religião de matriz africana na Baixada Fluminense. Sua defesa recorreu. "Peixão" tem atualmente cerca de dez ordens de prisão pendentes, segundo a Polícia Civil, e é alvo de 79 inquéritos e 26 processos, mas nunca foi preso.

No ano passado, ele foi acusado de terrorismo pela Polícia Civil do Rio, após supostamente ter ordenado que seus subordinados atirassem a esmo contra pessoas para desviar a atenção da polícia, que estava perto de capturá-lo, durante operação em 24 de outubro que terminou com dois mortos e quatro feridos.

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O rapper Sean 'Diddy' Combs quer realizar um grande retorno musical com um show no Madison Square Garden, uma das mais importantes arenas do mundo, em Nova York. A informação foi revelado pelo advogado do músico, Marc Agnifilo, em entrevista à CBS Mornings.

O artista e empresário segue em detenção em uma prisão na cidade enquanto aguarda sua sentença. No início de julho, ele foi condenado por duas acusações de transporte para fins de prostituição, mas absolvido de outras acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão.

A pena será revelada no dia 3 de outubro. Nesta semana, o rapper teve a fiança negada novamente. Quando questionado sobre os objetivos de Diddy após o resultado do julgamento, Agnifilo disse que o artista afirmou que "estará de volta ao Madison Square Garden".

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A acusação do caso de prostituição, na qual Diddy foi condenado, prevê uma pena máxima de 10 anos sob a Lei Mann federal dos Estados Unidos. Como Diddy foi considerado culpado em duas delas, pode pegar até 20 anos de prisão.

Ozzy Osbourne: Coming Home, um documentário sobre os três últimos anos de vida de Ozzy Osbourne, estreia na BBC One em 18 de agosto, às 21h do horário local (17h no horário de Brasília), menos de um mês após a morte do ícone do heavy metal, em 22 de julho. A informação é da BBC Birmingham.

O documentário mostrará a jornada do Príncipe das Trevas e de sua mulher e empresária, Sharon Osborne, na volta para o Reino Unido, além de todo o esforço físico de Ozzy em sua preparação para se apresentar no show de despedida do Black Sabbath, em Birmingham, que aconteceu apenas duas semanas antes de sua morte.

Planejado inicialmente como uma série, que se chamaria Home to Roost, o projeto evoluiu para um filme de última hora devido ao agravamento do estado de saúde de Ozzy. Com cerca de uma hora de duração, o documentário terá cenas de intimidade da família do cantor, incluindo Sharon, Kelly e o filho Jack, assim como já foi mostrado na série The Osbournes, no início dos anos 2000.

Relato inspirador e comovente

"Foi um privilégio incrível passar os últimos anos com Ozzy, assim como com Sharon, Jack e Kelly. Ozzy queria voltar ao Reino Unido e se apresentar no palco uma última vez. Nosso filme é um relato inspirador e comovente de como ele realizou esse sonho", declararam os produtores executivos Ben Wicks e Colin Barr em um comunicado.

"Ozzy era amado por milhões de pessoas ao redor do mundo, não apenas por sua música, mas por seu senso de travessura e sua honestidade, coisas que vimos muito nos últimos anos de sua vida. Mas uma coisa brilhou ainda mais para nós: o amor intenso de Ozzy por sua família excepcional, que esteve ao seu lado durante todo o tempo", completaram os produtores.

"O filme captura um vislumbre íntimo de sua jornada enquanto se preparam para retornar ao Reino Unido. Ele apresenta momentos em família, humor, reflexão e mostra o espírito duradouro que fez de Ozzy um ícone global", declarou Clare Sillery, chefe de documentários da BBC.

Após a exibição na TV do Reino Unido, o documentário ficará disponível na plataforma de streaming BBC iPlayer. No entanto, ainda não há previsão de estreia no Brasil.

James Cameron, diretor do filme O Exterminador do Futuro, falou sobre a inteligência artificial (IA) em uma entrevista recente para a revista Rolling Stone. Ele, que adaptará o livro Ghosts of Hiroshima para as telas, revelou na última terça-feira, 5, que "há um perigo [de ocorrer] um apocalipse como o de Exterminador do Futuro se juntarmos IA às armas, até no nível de armas nucleares".

"Sinto que estamos nesse ponto crucial no desenvolvimento humano onde você tem as três ameaças existenciais: clima e nossa degradação geral do mundo natural, armas nucleares e superinteligência", disse também.

"Elas estão todas de certa forma se manifestando e atingindo o ápice ao mesmo tempo. Talvez a superinteligência seja a resposta. Eu não sei. Não estou prevendo isso, mas pode ser."

O diretor já havia comentado sobre IA anteriormente, em 2023. Na época, para o CTV News, ele mencionou não acreditar que a inteligência artificial conseguiria substituir o trabalho de roteiristas. "Eu não acredito, pessoalmente, que uma mente 'sem alma' que só regurgita o que mentes 'conscientes' disseram - sobre sua vida, seus medos, amor, mentiras, morte - e junta tudo em uma salada de palavras... Eu não acredito que conseguirá fazer algo que emocione a audiência."

Ghosts of Hiroshima, livro de Charles Pellegrino que James Cameron adaptará para o cinema, explora o impacto das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki através da perspectiva dos sobreviventes.