Naufrágio que matou atriz famosa e outras 54 pessoas no Réveillon do Rio vira série da HBO

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Enquanto milhares de pessoas passam o Réveillon na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, admirando os fogos de artifício que celebram um feliz ano novo, outras dezenas tentam se salvar da morte depois de o barco onde desfrutavam de um luxuoso passeio naufragar no entorno do morro do Pão de Açúcar, a poucos metros dali.

Essa história aconteceu na passagem de 1988 para 1989 e é contada em uma série documental de três episódios de 60 minutos chamada Bateau Mouche - O Naufrágio da Justiça, lançada pelo canal HBO e pela plataforma de streaming Max. O primeiro capítulo está disponível desde as 21h de terça-feira, 18, e os demais serão lançados nas próximas terças-feiras, 25 de março e 1° de abril, no mesmo horário.

Trinta e sete anos depois do naufrágio do Bateau Mouche IV, que ocorreu às 23h50 do último dia de 1988 e causou a morte de 55 pessoas, a série dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra (mesmos diretores e produtores da premiada série Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez) reconstrói os acontecimentos daquela fatídica noite e relata em detalhes uma das maiores tragédias marítimas do Brasil.

A vítima mais famosa foi a atriz Yara Amaral, de 52 anos, que participava do passeio com a mãe, Elisa Gomes, de 73 anos, também morta. Yara não sabia nadar e tinha medo do mar, mas ganhou os convites de amigos e decidiu passar o Réveillon no barco. Após a tragédia, constatou-se que ela não morreu afogada, mas sim vítima de um ataque cardíaco fulminante, provavelmente ao se dar conta do naufrágio.

A embarcação, construída em Fortaleza nos anos 1970 para comportar 20 pessoas, havia sido reformada e teve a capacidade ampliada. Pertencia a um grupo de espanhóis donos de um restaurante situado à beira-mar, em Botafogo (zona sul do Rio), e era usado para passeios turísticos pelo mar das imediações, com jantar e som ao vivo.

Foi alugada por uma empresa de turismo para um evento de comemoração do Ano-Novo, com convites vendidos a 150 cruzeiros (cerca de R$ 2.700 hoje). Mais de 150 pessoas estavam no barco - não há registro do número exato - e a embarcação, que havia saído de Botafogo, chegou a ser fiscalizada e obrigada a voltar ao cais - houve denúncias de que as autoridades que poderiam impedir o passeio foram subornadas para autorizar que ele acontecesse.

O barco começou a afundar às 23h50 e, enquanto os fogos de artifício perto dali anunciavam o ano novo, dezenas de pessoas tentavam se salvar. Duas embarcações que estavam indo para Copacabana pararam para salvar os náufragos - se não fossem elas, o número de mortos seria ainda maior.

Passadas quase quatro décadas, processos que tratam do caso ainda estão tramitando na Justiça, marcados por reviravoltas e investigações sobre fraudes e irregularidades. Empresários foram condenados e presos, mas fugiram da cadeia e continuam foragidos. Além das questões legais, a tragédia suscitou debates sobre segurança, fiscalização e responsabilidade.

Filmada no Rio de Janeiro, a produção revisita o impacto do naufrágio por meio de imagens de arquivo e mais de 30 entrevistas exclusivas com sobreviventes, familiares das vítimas, advogados, especialistas e pescadores envolvidos no resgate. Entre os depoimentos inéditos estão os relatos de Bernardo Amaral, filho de Yara Amaral, Fátima Bernardes, jornalista que estava trabalhando naquele Réveillon, e Malu Mader.

Para tornar a narrativa ainda mais realista, a série fez recriações detalhadas, filmadas no mar e em um tanque projetado, com 40 metros de comprimento, 30 de largura e até 25 de profundidade. Esse ambiente simula as condições oceânicas, incluindo ondas de até um metro de altura.

Em outra categoria

A presença comovente de Sandra Gadelha, mãe de Preta Gil, durante o velório da filha, trouxe à tona a história de uma mulher essencial na vida de Gilberto Gil e na memória afetiva da música popular brasileira. Aos 77 anos, Sandra foi vista ao lado do ex-marido no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na sexta-feira, 25, durante a cerimônia de despedida da filha, que morreu aos 50 anos, no domingo, 20.

Entrada ao lado de Gil e Flora

Sandra chegou ao local acompanhada por Gilberto Gil e sua atual esposa, Flora Gil. Os três entraram juntos no teatro e permaneceram próximos durante toda a cerimônia.

No cortejo até o Cemitério e Crematório da Penitência, onde Preta foi cremada, Sandra foi consolada por familiares e amigos. Abalada, ela recebeu o carinho daqueles que participaram da despedida.

A mulher por trás de "Drão"

Ex-esposa de Gilberto Gil, Sandra Gadelha foi casada com o cantor entre 1969 e 1980. A relação resultou no nascimento de três filhos: Pedro Gil, que morreu em um acidente de carro aos 20 anos, Preta Gil e Maria Gil, que hoje trabalha ao lado do pai na produção de shows.

O apelido "Drão" foi criado por Maria Bethânia, uma das madrinhas afetivas da Tropicália e da própria Preta.

A variação carinhosa de "Sandrão" acabou eternizada na canção homônima composta por Gil em 1982, logo após o fim do casamento com Sandra. A música se tornaria um dos maiores sucessos da carreira do cantor.

Em seu livro Todas as Letras, lançado em 2000, Gil explica que a composição lidava com "um assunto denso, o amor e o desamor, o rompimento, o final de um casamento" - e que foi escrita exclusivamente para Sandra.

Ela também faz parte da história da música brasileira de forma indireta. Sandra é irmã de Dedé Gadelha, a primeira esposa de Caetano Veloso, com quem conviveu intensamente durante o exílio dos artistas na Inglaterra, no final dos anos 1960 e início dos 1970.

Foi nesse período, em Londres, que nasceu o primogênito do casal, Pedro. A família retornou ao Brasil em 1972, e nos anos seguintes nasceram Preta e Maria.

Sandra manteve uma postura discreta ao longo da vida, mesmo com a projeção da família, preferindo a privacidade ao protagonismo.

Música marcou última apresentação de Preta

A última apresentação pública de Preta Gil ocorreu há cerca de três meses, ao lado do pai, Gilberto Gil, no Allianz Parque. Na ocasião, ela interpretou a canção dedicada à mãe, emocionando o público e levando Gil às lágrimas no palco.

Velório e cremação

A cerimônia de cremação de Preta Gil se encerrou por volta das 17h de sexta-feira, 25, no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, Zona Portuário do Rio. A opção de cremação foi um pedido de Preta à família.

O corpo dela foi levado até o cemitério em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros e passou pelo chamado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil. Na chegada, segundo a revista Quem, um violinista tocava Drão.

A confeiteira Camila Moreira, de Jacareí, região metropolitana de São Paulo, viralizou após um acidente durante a gravação de um vídeo: ela quebrou parte de um dente ao morder um morango do amor, doce que está fazendo sucesso no Brasil.

A situação ocorreu enquanto ela tentava divulgar o doce, que mistura morango, recheio de brigadeiro e uma crosta crocante de açúcar - uma variação da clássica maçã do amor.

"Quebrou só um pedacinho. Já fui ao dentista e ficou tudo certo", explicou Camila em um vídeo posterior, reforçando que a casca do "morango do amor" é naturalmente dura, pois a calda é levada ao ponto de bala. "Fiquei com vergonha, mas valeu a pena", disse, em tom descontraído.

O músico vencedor de dois Grammy Awards, Chuck Mangione, que alcançou sucesso internacional em 1977 com seu single de jazz Feels So Good e mais tarde se tornou dublador na comédia animada de TV O Rei do Pedaço, morreu. Ele tinha 84 anos.

Mangione faleceu em sua casa em Rochester, Nova York, na terça-feira, 22, enquanto dormia, disse seu advogado, Peter S. Matorin, da Beldock Levine & Hoffman LLP.

O músico estava aposentado desde 2015. Talvez o seu maior sucesso - Feels So Good - seja uma constante na maioria das rádios de smooth jazz e tem sido uma das melodias mais reconhecidas desde Michelle dos Beatles.

Atingiu o nº 4 na Billboard Hot 100 e o topo da parada adult contemporary da Billboard. "Isso identificou para muitas pessoas uma canção com um artista, mesmo que eu tivesse uma base de público bastante forte que nos manteve em turnês sempre que queríamos, essa música simplesmente se destacou e levou a outro nível", disse Mangione ao Pittsburgh Post-Gazette em 2008.

Ele seguiu esse sucesso com Give It All You Got, encomendada para os Jogos Olímpicos de Inverno de 1980 em Lake Placid, e ele a apresentou na cerimônia de encerramento.

Mangione, trompetista e compositor de jazz, lançou mais de 30 álbuns durante uma carreira em que construiu uma grande base de fãs depois de gravar vários álbuns, fazendo todas as composições. Ele ganhou seu primeiro Grammy Award em 1977 por seu álbum Bellavia, que foi nomeado em homenagem à sua mãe.