Quem é 'Fuminho', líder do PCC que pediu transferência de presídio por bom comportamento

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Por apresentar bom comportamento, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e considerado um dos maiores traficantes de drogas do País, Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho", pediu, e conseguiu, autorização da Justiça nesta quinta-feira, 10, para ser transferido da Penitenciária Federal de Brasília - onde é aplicado um regime rígido, de isolamento dos presos e menos visitas - para um prédio estadual do Ceará.

O caso, no entanto, teve uma reviravolta depois que o Ministério Público de São Paulo acionou o Tribunal de Justiça alegando "periculosidade" e "altíssimo risco de fuga".

Primeiramente, os advogados de defesa solicitaram a transferência por entender que Fuminho, condenado a 26 anos de prisão em regime inicial fechado, cumpre os requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a progressão de regime, incluindo "bom comportamento carcerário". Assim, o traficante deveria ser transferido para uma unidade prisional de segurança máxima em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza.

Ao tomar conhecimento da decisão, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, pediram uma nova ordem judicial de remoção de Fuminho para o sistema federal. O juiz Hélio Narvaez, do Departamento Estadual de Execução Criminal, atendeu ao pedido.

A decisão afirma que, por se tratar de "integrante ativo e que exerce liderança em facção criminosa", o traficante "oferece alto risco para a segurança de estabelecimento de regime fechado, bem como à coletividade".

Gilberto Aparecido dos Santos é considerado o principal aliado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, no tráfico internacional de drogas do PCC. Eles já atuavam juntos desde a década de 1990, em assaltos a banco, o primeiro tipo de crime praticado pelo traficante.

Viveu por mais de 10 anos na Bolívia, na região de Santa Cruz de la Sierra, onde chegou a organizar e chefiar um cartel. De lá, ele enviava drogas e armas para o PCC, além de cocaína para a Europa e para África por meio de contêineres, usando o Porto de Santos, conforme reportagem do Estadão. Um delegado disse à reportagem que Fuminho poderia se tornar um "novo Pablo Escobar".

O traficante carrega a denúncia de ser o mandante dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, executados a tiros em fevereiro de 2018, na região metropolitana de Fortaleza. Foragido por 21 anos, ele foi preso em 2020 em Moçambique, África, e extraditado para o Brasil.

Enquanto esteve mantido no país africano, o PCC chegou a montar uma operação avaliada em US$ 2 milhões para resgatá-lo, conforme apontaram investigações da Operação Mafiusi.

Após ser extraditado, Fuminho cumpria a pena no Ceará, mas a Justiça considerou que poderia haver retaliações e pediu a transferência do traficante para a Penitenciária Federal de Brasília.

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O julgamento de Sean "Diddy" Combs, que começou em 12 de maio, está em sua fase final.

O magnata da música responde a acusações que envolvem tráfico sexual, coação, distribuição de drogas e uso de armas de fogo. O caso é conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que afirma ter evidências de que Diddy liderou uma rede sofisticada de exploração sexual por mais de duas décadas.

Agora, segundo a Variety, a promotoria está dizendo que o rapper é "líder de organização criminosa". A procuradora-assistente Christy Slavik alegou que Diddy sempre foi um homem muito poderoso, mas que conseguiu mais poder e influência devido ao apoio de seu círculo íntimo e sua empresa que, segundo ela, tem como objetivo proteger o rapper.

"Ele [Diddy] é o líder de uma organização criminosa. Ele não aceita não como resposta, e agora vocês sabem sobre muitos crimes que o réu cometeu com membros de sua organização", alegou.

Ela então passou a listar os crimes pelos quais o rapper é acusado e focou no tráfico sexual, que foi chamado de "crime brutal."

Ainda de acordo com a Variety, a procuradora-assistente falou sobre dois episódios de agressão: quando Diddy agrediu Cassie Ventura em 2016 e quando ele agrediu Jane (pseudônimo da testemunha) em 2024. "São capítulos do mesmo livro", disse.

Christy lembrou que, no caso de Cassie, ele pagou o hotel onde a agressão aconteceu para que o vídeo do ataque fosse apagado e também mencionou que o músico sempre tinha drogas a seu dispor, para uso próprio e para as vítimas.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Léo Lins, humorista que foi condenado a oito anos e três meses de prisão por "discursos preconceituosos contra diversos grupos minoritários" em uma apresentação divulgada no Youtube, voltou aos palcos na última quinta-feira, 19.

Ele se apresentou no Teatro Gazeta, em São Paulo, e lotou o local com 720 pessoas.

Segundo O Globo, o humorista falou sobre alguns dos processos que fizeram com que ele fosse condenado e citou Preta Gil, que moveu uma ação contra ele em 2019, quando Léo Lins a comparou com uma "porca".

"A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer", disse ele, de acordo com o veículo.

A pedido de seus advogados, o humorista proibiu o uso de celulares, que foram lacrados no início da sessão.

Entenda o caso de Léo Lins

O vídeo que gerou a condenação de Léo Lins, produzido em 2022, mostra o show "Pertubador" no qual o humorista fez uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, portadores de HIV, homossexuais, indígenas, nordestinos, evangélicos, judeus e pessoas com deficiência.

Em agosto de 2023, quando a veiculação no YouTube foi suspensa por decisão judicial, a publicação tinha mais de três milhões de visualizações.

A disponibilização do vídeo pela internet e a "grande quantidade de grupos sociais atingidos" foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que promove o Oscar, divulgou nesta quinta-feira, 26, uma lista com 534 artistas e executivos da indústria convidados para se juntarem à instituição. Entre eles está Fernanda Torres, que neste ano concorreu ao Oscar de melhor atriz por seu trabalho em Ainda Estou Aqui, vencedor na categoria de Melhor Filme Internacional.

"Estamos muito felizes em convidar esta respeitada classe de artistas, tecnólogos e profissionais para se juntar à Academia", diz o comunicado oficial assinado pelo CEO da Academia, Bill Kramer, e pela presidente, Janet Yang. "Por meio de seu compromisso com a produção cinematográfica e com a indústria cinematográfica em geral, esses indivíduos excepcionalmente talentosos fizeram contribuições indeléveis para a nossa comunidade cinematográfica global."

Além de Fernanda Torres, outros nove brasileiros aparecem na lista: os diretores Daniel Filho, Gabriel Mascaro, Daniela Thomas e Eliza Capai e a executiva Giselle Abbud Manzur.

A produtora Maria Carlota Bruno, vencedora do Oscar por Ainda Estou Aqui, também está na lista de convidados a integrar a Academia, assim como Carlos Conti, designer de produção e Murilo Hauser e Heitor Lorega, roteiristas do filme brasileiro premiado.

Veja a lista de brasileiros convidados para a Academia do Oscar:

Fernanda Torres, atriz

Daniel Filho, diretor

Gabriel Mascaro, diretor

Daniela Thomas, diretora

Eliza Capai, diretora

Giselle Abbud Manzur, executiva

Maria Carlota Bruno, produtora

Carlos Conti, designer de produção

Murilo Hauser, roteirista

Heitor Lorega, roteirista