Em resposta a governadores, Planalto adianta cronograma de vacinas da Pfizer

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

No dia em que a média móvel diária de mortes bateu o décimo recorde seguido, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Pfizer antecipará o cronograma e entregará 14 milhões de doses de vacina contra a covid-19 até junho. Inicialmente se previam 9 milhões. O anúncio ocorreu após reunião entre representantes da farmacêutica, via videoconferência, e o presidente Jair Bolsonaro.

A participação de Bolsonaro já foi uma reação à movimentação dos governadores de organizarem um pacto nacional. A mobilização estadual causou desconforto no Planalto e foi interpretada como uma tentativa de enfraquecimento político da autoridade do presidente.

"A solução para o Brasil é vacinar para manter imunidade da população e preservar sinais vitais da economia", afirmou Guedes. Segundo o ministro, a Pfizer informou ao governo que vai aumentar a produção diária de 1,5 milhão para 5 milhões de doses. "O presidente da Pfizer disse que o Brasil é muito importante, são 200 milhões de brasileiros. Ele se comprometeu a olhar para essa expansão potencial e vai olhar com carinho futuros aumentos na produção para o Brasil", completou.

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra a covid-19, em 23 de fevereiro. O imunizante tem eficácia global de 95%. Para a população acima de 65 anos, alcança 94%, conforme avaliou a agência sanitária.

A questão é que, com os números cada vez maiores de mortes e de casos da doença, integrantes do governo reconhecem que houve grande desgaste político. O plano, agora, é estancar essa crise o mais rapidamente possível e retomar o pé nessa discussão com a ampliação da aquisição de mais vacinas. Em vídeo da reunião divulgado em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou a necessidade de comprar as vacinas em função da "agressividade" do novo coronavírus no País. "Reconhecemos a Pfizer como uma grande empresa mundial, com grande espaço no Brasil também, e, em havendo possibilidades, gostaríamos de fechar contratos."

Dentro dessa estratégia de fundo político, não apenas o presidente participou da reunião com o CEO da Pfizer, Alberto Boula, mas também envolveu os dois principais nomes da Economia, o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A escolha de Guedes para o anúncio foi decidida para sinalizar ao mercado que está havendo uma mobilização do governo para evitar que a atividade econômica sinta em demasia os efeitos da pandemia. Tanto que o ministro fez questão de afirmar que a vacinação em massa é a saída para superar essa crise.

Bolsonaro já desdenhou em mais de uma oportunidade da proposta do laboratório para venda da vacina. "Lá no contrato da Pfizer está bem claro: 'Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você'", disse o presidente em 17 de dezembro.

Pfizer

Em nota, a farmacêutica informou apenas que, durante o encontro, "reiterou o compromisso da companhia com o Brasil". "Albert Bourla reforçou que a Pfizer considera o país um dos parceiros mais valiosos e importantes globalmente, e que a Pfizer espera seguir avançando para o fornecimento de sua vacina contra a covid-19 para apoiar o governo brasileiro na preservação da saúde da população brasileira."

A previsão é de compra de 99 milhões de doses da Pfizer, sendo 9 milhões até junho, 30 milhões até setembro e o restante até o fim do ano. Nos últimos meses, a Saúde tem sido pressionada a avançar nas negociações com as farmacêuticas e a ampliar a lista de vacinas à disposição. Um dos obstáculos foi superado após a Câmara aprovar, na semana passada, um projeto de lei para que a União possa assumir as responsabilidades por eventuais efeitos adversos de vacinas da covid-19, o que abriu caminho para o negócio com a Pfizer avançar.

Segundo Guedes, houve "problemas de escala" na negociação. "Os dois lados reconhecem isso. Não fazia sentido 100 mil doses, isso não é número para o Brasil", afirmou. "Os dois lados demoraram um pouco com as negociações, mas temos de olhar para a frente", completou. A previsão anunciada pelo Ministério da Saúde é de compra de 99 milhões de doses da Pfizer até o fim do ano.

Mais tarde, Bolsonaro admitiu que o avanço da covid-19 no País levou o governo a negociar a compra de mais doses do imunizante. "Por outro lado, também teremos nesse corrente mês no mínimo mais 20 milhões de vacinas, ou seja, a nossa programação e os nossos contratos estão indo muito bem. O Brasil, se eu não me engano, já é o quinto que mais vacina em valores absolutos no mundo."

Ontem, a média de mortes pelo novo coronavírus ficou em 1.540, com 1.114 novos relatos em 24 horas, conforme o consórcio da imprensa. Na última semana, 10.778 óbitos pela doença foram registrados no País, o maior número desde o início da pandemia.

No total, o Brasil já chegou a 266.614 mortes pela covid-19. O número de casos chegou a 11.055.480, com 36.923 novos diagnósticos confirmados ontem. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 9.782.320 pessoas recuperadas.

Já a quantidade de pessoas vacinadas contra a covid-19 no Brasil chegou nesta segunda-feira a 8.497.929, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O número representa 4,01% da população total do País. Nas últimas 24 horas, 277.109 pessoas receberam a primeira dose do imunizante.

Futuro

Na prática, o governo decidiu fazer uma freada de arrumação para evitar que o movimento dos governadores prejudicasse ainda mais sua imagem. Isso não significa que a beligerância entre os dois grupos vai acabar. Pelo contrário. Ainda ontem, o chefe do Planalto voltou a criticar as novas medidas de isolamento tomadas por governadores e prefeitos. O Distrito Federal, por exemplo, decretou toque de recolher entre 22 horas e 5 horas. "Isso é uma afronta, isso é uma afronta, isso é uma coisa inadmissível que está acontecendo." A avaliação dos bolsonaristas é de que, a despeito da questão da saúde pública, a disputa eleitoral de 2022 também é parte dessa crise. (Colaboraram Daniel Weterman, Matheus de Souza e Marco Antônio Carvalho)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".