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Homicídios caem no País, mas há alta em 9 Estados; são 5 mortes/hora

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O Brasil registrou queda de 2,3% na taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes em 2023, segundo dados divulgados ontem. A nova edição do Atlas da Violência, relatório produzido anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que o índice ficou em 21,2 - terceira redução seguida e menor patamar desde 2013, início da compilação. Em 2017, a taxa chegou a 31,8, puxada por disputas sangrentas entre facções criminosas.

Os homicídios caíram na maioria dos Estados, mas os números seguem elevados: foram 45.747 assassinatos no País em 2023, cerca de cinco vítimas por hora. Nove unidades federativas tiveram altas nas taxas. No Amapá, o índice subiu 41,7%, chegando a 57,4 (maior número entre os Estados). Já no Rio e em Pernambuco os aumentos foram de 13,6% e 8%, respectivamente.

As taxas mais elevadas estão espalhadas pelas Regiões Norte e Nordeste. Depois do Amapá, os Estados que registraram os maiores indicadores foram Bahia (43,9), Pernambuco (38,0) e Amazonas (36,8). Já as unidades federativas com os menores números foram São Paulo (6,4), Santa Catarina (8,8) e Distrito Federal (11).

"Apesar de a gente ainda ter um número exorbitante de homicídios, pode-se dizer que a taxa em 2023 foi a menor em 31 anos", afirma Daniel Cerqueira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea. A taxa apresentada em 2023 é 26,4% menor do que a de 2013, quando o índice estava em 28,8. Naquele ano, foram 57.396 assassinatos no Brasil. No Atlas, por questões metodológicas, se fala dos últimos 11 anos. "Mas, se for olhar mais para trás, só teve taxa igual a essa (de 2023) em 1994", diz o pesquisador.

Nos assassinatos de modo geral, especialistas têm apontado que facções, e não políticas públicas, têm sido a principal causa da variação das taxas. Para Cerqueira, houve um "armistício tácito" entre grandes facções, como PCC e CV, após conflitos recorrentes, que explodiram especialmente no Norte e no Nordeste.

"Mas há outra dinâmica fora dessa grande guerra do narcotráfico, que tem a ver com as guerras territoriais locais. Isso não acabou e continua matando muita gente", diz. Não fosse isso, explica, as reduções poderiam ser ainda maiores.

Segundo ele, se há algo de diferente da década de 2010 para cá, é exatamente o crescimento do número de facções criminosas menores, que muitas vezes disputam territórios que são ou já foram preteridos. É o que se vê no Amapá, por exemplo, em disputas em regiões como Santana. "Só na Bahia, setores da inteligência da polícia falam de mais de 20 facções", diz Cerqueira. "São pequenas facções locais que estão brigando diuturnamente ali, tendo o controle territorial das 'bocas', das 'quebradas'. Isso gera muita morte."

ENVELHECIMENTO

Um outro ponto que ajuda a explicar a queda das taxas de homicídios é o envelhecimento gradual da população brasileira, mostra o Atlas. Mas há algumas ressalvas. "A transição demográfica não aconteceu de maneira uniforme no País, ou seja, nem em todos os Estados a proporção de pessoas jovens diminuiu e a proporção de velhos aumentou", diz Cerqueira.

O pesquisador explica que esse processo começou de forma mais rápida no Sudeste. Norte e Nordeste, que mantêm as maiores taxas de homicídios, ainda não passaram por esse processo de forma tão intensa. "Daqui para frente, a gente espera que essa maré a favor de redução de homicídios que vem da questão demográfica seja mais forte nessas regiões (Norte e Nordeste)."

POLÍTICAS PÚBLICAS

Apesar da influência direta da atuação das facções para a desaceleração dos homicídios, Cerqueira afirma que a boa notícia é que muitos Estados têm tido quedas consistentes já há alguns anos. "Algumas unidades federativas já estão reduzindo há mais de 10 anos os homicídios. Outras, há 7, 8 anos", afirma.

Um dos pioneiros nesse sentido, explica, foi São Paulo, que segue com a menor taxa de homicídios do País. "Antes, a taxa de homicídio aqui era altíssima. Jardim Ângela (na zona sul), por exemplo, era um dos territórios mais violentos do mundo, segundo a ONU", diz Cerqueira.

Para o especialista, uma série de ações contribuíram para a melhora, como a estruturação de setores de inteligência, a adoção do Infocrim (Sistema de Informação Criminal) e, mais recentemente, a implementação de câmeras corporais pela Polícia Militar - ainda assim, a alta letalidade policial sob a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) é considerada um ponto de atenção.

Cerqueira afirma que outros Estados, como Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba, também passaram a adotar políticas mais amplas. Além de municípios como Pelotas (RS) e Niterói (RJ).

"É uma evolução invisível na segurança pública, que muitas vezes ainda fica escondida atrás de grandes conflitos do narcotráfico."

Quando um Estado se organiza a partir de políticas qualificadas, isso cria "um freio", a exemplo do que ocorre no Acre, cita o pesquisador. O Estado teve redução de 10,2% na taxa de homicídios em 2023, batendo 23,7 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2017, esse número chegou a ser de 61,4. "Ali é a porta de entrada de toda a cocaína que vem da Bolívia, do Peru, no alto do Juruá, então havia guerra, especialmente na região metropolitana de Rio Branco", diz. "Mas eles investiram em dados, eles têm um trabalho integrado das polícias com o Ministério Público, fizeram coisas muito interessantes."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A estreia da nova turnê de Ivete Sangalo, intitulada Ivete Clareou, movimentou o cenário musical nos últimos dias. O nome do projeto acabou gerando uma disputa judicial entre a cantora baiana e o Grupo Clareou, banda carioca de samba fundada em 2010, que acusa Ivete de uso indevido da marca registrada.

Entenda a polêmica

Na última terça-feira, 8, o Grupo Clareou publicou uma nota oficial anunciando que tomará medidas administrativas e judiciais contra Ivete Sangalo e sua equipe. O motivo seria o uso do termo "Clareou" na nova turnê da cantora, que, segundo os músicos, fere as regras do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

O grupo alega que detém a exclusividade sobre o uso da marca "Clareou" no segmento de entretenimento e atividades musicais desde 2010. Ainda segundo a nota, a equipe da artista teria solicitado o registro das marcas "Clareou" e "Ivete Clareou" junto ao INPI na mesma categoria já ocupada pelo grupo, o que, na visão da banda, configuraria concorrência desleal.

O Clareou afirma ter buscado um diálogo amigável, mas que não houve acordo. Em resposta à frustração, o grupo declarou que está acionando a justiça para preservar seus direitos legais e a integridade de sua trajetória no cenário do samba nacional.

Fundado no Rio de Janeiro em 2010, o Grupo Clareou é conhecido no cenário do samba e pagode, com hits como Marra de Durão, Só Penso Em Lar e Posso Te Chamar de Mô. A formação atual conta com Branco nos vocais, Anderson Mendonça (Buiu) no pandeiro, Fernando (Mellete) no tantan e Juninho de Jesus no banjo.

O que diz a equipe de Ivete Sangalo?

A produtora Super Sounds, responsável pela turnê de Ivete, afirmou em nota que o uso da marca Ivete Clareou é legítimo e que não há qualquer ligação com o grupo carioca. Segundo a empresa, o Grupo Clareou possui registro apenas da expressão "Grupo Clareou", não tendo, portanto, exclusividade sobre a palavra isolada "Clareou", que seria de uso comum na língua portuguesa.

A produtora também destacou que, mesmo sem considerar que houve infração legal, tentou uma negociação com os representantes do grupo. No entanto, afirma que a contraproposta envolvia valores considerados "astronômicos", o que inviabilizou o acordo.

Ainda na madrugada dessa quarta-feira, 9, Ivete Sangalo compartilhou um vídeo em que aparece andando a cavalo ao som da música Clareou, de Xande de Pilares. A publicação foi interpretada por parte do público como uma possível indireta à polêmica.

A turnê 'Ivete Clareou'

Anunciada como uma homenagem à cantora Clara Nunes, a turnê Ivete Clareou marca a incursão de Ivete Sangalo pelo universo do samba. A proposta é reunir releituras de clássicos do gênero e canções autorais.

As apresentações estão marcadas para algumas das principais capitais do País:

25/10 - São Paulo - Jockey Clube

01/11 - Belo Horizonte - Área Externa do Mineirinho

22/11 - Rio de Janeiro - Marina da Glória

30/11 - Salvador - WET

13/12 - Porto Alegre - Parque Harmonia

A série Rensga Hits!, uma das produções originais de maior destaque do Globoplay, estreia sua terceira temporada nesta quinta-feira, 10. Os oito episódios inéditos chegam juntos à plataforma e dão continuidade à trajetória das irmãs e rivais Raíssa e Gláucia, vividas por Alice Wegmann e Lorena Comparato. A nova fase da trama promete ainda mais disputas, recomeços e canções originais ambientadas no universo sertanejo de Goiânia.

A história de Rensga Hits! começou em 2022, quando a primeira temporada apresentou ao público a trajetória de Raíssa Medeiros. A jovem descobre uma traição no dia do próprio casamento, abandona o noivo no altar e decide partir para Goiânia em busca do sonho de se tornar cantora sertaneja.

Ao longo das temporadas seguintes, Raíssa precisa lidar com os desafios da carreira musical, rivalidades e relações familiares conturbadas, especialmente com a irmã Gláucia, que também sonha com o estrelato.

A segunda temporada da série aprofundou a rivalidade entre as empresárias Marlene (Deborah Secco) e Helena Maravilha (Fabiana Karla). A narrativa explorou, por meio de flashbacks, o passado das duas, revelando como surgiu o conflito que separou a antiga dupla sertaneja As Goianiras, um fenômeno fictício dos anos 2000.

Ao mesmo tempo, a série começou a preparar o terreno para a união improvável entre Gláucia e Raíssa. As irmãs, que disputavam espaço no cenário musical, passaram a ser vistas pelas empresárias como uma possível dupla - decisão que passou a ganhar força ao final da temporada.

O que acontece na terceira temporada

Na nova fase, as irmãs Raíssa e Gláucia se reencontram em meio a uma fase difícil, tanto na vida pessoal quanto na carreira. Forçadas a morar juntas para cuidar do pai, Guarariba (Ernani Moraes), que perdeu a memória, as duas enfrentam uma convivência cheia de atritos. As tentativas de seguir em carreira solo fracassam, mesmo com os esforços das produtoras musicais que as acompanham.

Diante disso, Marlene e Helena decidem insistir na formação da dupla. Apesar da resistência inicial, Raíssa e Gláucia começam a considerar a proposta quando percebem as oportunidades profissionais que podem surgir dessa união.

No cenário musical, Raíssa segue como estrela do sertanejo e lida com o sucesso de Luane (Júlia Gomes), que surge como nova concorrente direta. Uma das músicas de destaque da temporada é o hit original "Fogueteira", interpretado por Luane.

Novos personagens e reforço musical

A terceira temporada também conta com diversas novidades no elenco. Rafael Infante interpreta Henri, o novo dono da gravadora Rensga Hits!, enquanto Letícia Lima chega como Irina, figura que promete agitar a vida de Gláucia. Fanieh e Jean Paulo Campos são outras novidades e interpretam os atores que protagonizam uma peça musical sobre a antiga dupla das irmãs.

Outros nomes do elenco incluem Leonardo Bittencourt (Cauã), Samuel de Assis (Kevin), Maíra Azevedo (Carol), Alejandro Claveaux (Daivid Cafajeste), Ernani Moraes (Guarariba), Stella Miranda (Maria Alvina), Jean Pedro (Nenê) e Guida Vianna (Maria Amélia).

O programa fictício Paloma Encontros, comandado pela personagem de Rafa Kalimann, também segue ganhando destaque na trama e continua sendo palco de revelações e viradas dentro do enredo.

Rensga Hits! é uma série original Globoplay, produzida pela Glaz Entretenimento. A terceira temporada foi criada por Carolina Alckmin e Denis Nielsen, com roteiros de Renata Corrêa e colaboração de Bia Crespo, Bruna Paixão, Claudia Sardinha, Lucas Calmon, Marina Luisa Silva, Guilherme Freitas, Otávio Chamorro e Victor Rodrigues. A direção geral é de Carol Durão, com parceria de Isabella Gabaglia e Natalia Warth.

A polêmica do seguro do acidente de avião que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas em 2021 ganhou um novo capítulo nessa quarta-feira, 9, com uma nova fala de Vitória Medeiros, filha de Geraldo Medeiros, piloto da aeronave acidentada.

Em seu perfil no Instagram, a jovem confirmou a informação de que Dona Ruth Moreira, a mãe da cantora, exigiu 50% do valor do seguro destinado às outras vítimas do acidente. Inicialmente, a informação havia sido divulgada pelo jornalista Ricardo Feltrin.

"O seguro do avião tinha 1 milhão de dólares a ser repartido. Eram cinco vítimas do acidente e era um seguro por morte. Ou seja, divide, entre as cinco vítimas, as pessoas que têm que receber. No caso do meu pai, eu, a minha madrasta e os meus dois irmãos. E assim cada morto com seus dependentes", afirmou Vitória Medeiros em seu vídeo.

"A parte da Marília Mendonça pediu 50% disso e para mim não foi justo. Isso não foi justo. A gente tinha que fazer um acordo, se não iria para a Justiça. Eu fui contrária a essa decisão até o momento em que eu pude", continuou.

"É um seguro por morte, então tem que dividir. Não é de acordo com outros fatores, é de acordo com a morte. Foram 5 vítimas, todas as vidas valem igual, independente de quem foi na Terra, é uma vida e tem seus dependentes."

Ainda segundo Vitória, 50% do dinheiro destinado ao seguro foi para a família de Marília Mendonça e o restante do valor foi dividido entre as quatro famílias restantes. "A parte da Marília era a parte que mais tinha dinheiro ali. As outras famílias tinham menos, precisavam mais. O meu provedor foi embora. Esse dinheiro ia ajudar muito cada uma das famílias", explicou.

A jovem também afirmou que, apesar de ter sido contrária à decisão, acabou aceitando a partilha do seguro pois o processo, que durou meses, estava sendo postergado e causando problemas para os envolvidos.

Entenda o caso

Segundo Ricardo Feltrin, Dona Ruth procurou a seguradora menos de 24 horas após a queda da aeronave em Piedade de Caratinga, em Minas Gerais, para saber o valor do seguro. O valor seria de 1 milhão de dólares, que seria dividido igualmente entre as famílias.

Ao tomar conhecimento do valor, Dona Ruth teria procurado os familiares do produtor Henrique Ribeiro, de Abicieli Silveira Dias Filho - que era tio e assessor de Marília -, do piloto Geraldo Martins de Medeiros Junior e do copiloto do avião Tarcísio Pessoa Viana e proposto que ficasse com 50% do valor total do seguro.

Feltrin afirma que a mãe de Marília usou o argumento de que todas as vítimas estavam na aeronave por conta da cantora e que, caso se recusassem a aceitar o acordo, entraria com um processo na Justiça. As famílias teriam aceitado o acordo e dividido os outros 50%.

O advogado de Dona Ruth, Robson Cunha, não negou a informação, mas afirmou ao portal Metrópoles que há uma "campanha de difamação" contra sua cliente desde a notícia de que ela e o cantor Murilo Huff, pai de Léo, filho de Marília, disputam na Justiça a guarda do menino de 5 anos.

O Estadão entrou com contato a defesa de Dona Ruth e com a PEC Aviação, antiga PEC Táxi Aéreo, empresa que operava a aeronave na qual a cantora morreu, mas não obteve retorno até o momento. O espaço segue aberto.