Brasil tem aumento nos homicídios de mulheres, bebês e crianças de até 4 anos

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Apesar da queda geral de homicídios, as mortes de mulheres, bebês e crianças de até 4 anos estão em alta e preocupam pesquisadores por terem um ponto em comum: a violência doméstica. A cada dia, dez mulheres com diferentes trajetórias de vida são assassinadas no Brasil. Foram 3.903 ocorrências em 2023, o maior patamar desde 2018. Isso é o que aponta o Atlas da Violência. Estima-se que um em cada três casos seja de feminicídio.

Já os homicídios de bebês e crianças de até 4 anos cresceram 15,6% em 2023. O índice chegou a 1,2 caso para cada 100 mil habitantes, maior registro desde 2020, embora se note uma queda de 30% na comparação com 2013

Conforme os dados, divulgados ontem, para cada 100 mil habitantes houve 3,5 casos de homicídios de mulheres no período mais recente para o qual há dados. "É preocupante", afirma Manoela Miklos, pesquisadora sênior do Fórum Brasileiro de Segurança. Segundo ela, não há uma única explicação para o aumento - a hipótese de que, para além dos feminicídios, haja mais mulheres engajadas em dinâmicas em condutas criminosas, por exemplo, não é descartada.

A pesquisadora ressalta que, independentemente dessa leitura, o cenário cobra a adoção urgente de políticas públicas focadas em diminuir a violência contra a mulher, em especial nas regiões onde os índices estão mais elevados.

O Estado com a maior taxa de assassinatos de mulheres foi Roraima (10,4 casos por 100 mil habitantes em 2023). Na sequência, estão Amazonas, Bahia e Rondônia, todos com taxa de 5,9. Em contrapartida, tiveram os menores índices São Paulo (1,6), Brasília (2,7) e Santa Catarina (2,8). "A gente precisa melhorar no desenho, na implementação de serviços públicos para vítimas de violência", diz Manoela.

PATRIARCADO

Segundo Daniel Cerqueira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, é difícil cravar motivos. "O que se pode falar é que há o recrudescimento da polarização e radicalização política, que muitas vezes traz à tona valores culturais que reforçam ideia e valores do patriarcado."

O pesquisador explica que, para além dos números levantados no Atlas, há um aumento "grande nos feminicídios, segundo os registros policiais". "Isso acontece porque há um processo de aprendizagem dentro das autoridades policiais que, muitas vezes, pegavam aquela morte da mulher e classificavam apenas como homicídio", diz o pesquisador.

O relatório do Atlas busca retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Esse modo de análise permite visão mais ampla, "desviando" de possíveis subnotificações. Em vez de lançar luz sobre feminicídios, por exemplo, o relatório opta por focar em homicídios de mulheres.

A opção foi usar homicídios de mulher que ocorrem em casa como feminicídio. "As evidências nacionais e internacionais mostram que, quando uma pessoa é assassinada dentro de casa, em mais de 90% das vezes o perpetrador é íntimo da vítima: marido, ex-cônjuge ou familiar muito próximo", diz o pesquisador.

Conforme o Atlas, de acordo com os registros do SIM, em 2023, do total de homicídios registrados de mulheres, 35% aconteceram na residência. "Considerando essa proporção, 1.370 dos 3.903 homicídios registrados no ano teriam acontecido nesse local, sendo lidos, portanto, como feminicídio", aponta o relatório.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

As mortes em casa também se destacam quando se fala da morte de bebês e crianças. "É um fenômeno (homicídio de bebês) que está absolutamente conectado com a violência doméstica, a gente está lidando com lares perigosos. Contraintuitivamente o lugar mais perigoso de se estar, se você é uma criança ou uma mulher no Brasil, é a sua própria casa", afirma Manoela Miklos.

O Atlas destaca que, no caso dos chamados infantes (0 a 4 anos) e de crianças de 5 a adolescentes 14 anos, a residência aparece como local majoritário das ocorrências, constando respectivamente em 67,8% e 65,9% das notificações. "É o tema mais sério que eu acho que a gente tem a tratar no âmbito do Atlas da Violência deste ano", afirma Cerqueira.

O relatório alerta que "os homicídios não representam a totalidade das violências enfrentadas por crianças e adolescentes". "Além de serem vítimas de violência letal, também sofrem com violências não-letais, sendo importante monitorar essas violências", cobram os pesquisadores.

"Dois terços das violências não-letais também acontecem dentro de casa, e o perpetrador geralmente é um familiar próximo, às vezes a mãe, o pai, o padrasto. Nossas crianças e jovens estão sendo massacradas dentro de casa", afirma Cerqueira.

SUICÍDIOS

Um reflexo disso, aponta o relatório, é o crescimento no número de crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos que se suicidaram: houve aumento de 42,7% no número de suicídios nessa faixa etária entre 2013 e 2023 - foram 11.494 mortes do tipo nesse período.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O rapper Tory Lanez, de 32 anos, foi esfaqueado dentro da penitenciária onde cumpre pena de 10 anos por atirar na cantora Megan Thee Stallion. O ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, 12, no pátio da California Correctional Institution (CCI), em Tehachapi, nos Estados Unidos.

Segundo o site TMZ, o rapper precisou ser levado de ambulância a um hospital civil em Bakersfield após sofrer ferimentos graves. No perfil dele no Instagram, a equipe confirmou a agressão. "Tory foi esfaqueado 14 vezes - incluindo sete feridas nas costas, quatro no tronco, duas na parte de trás da cabeça e uma no lado esquerdo do rosto. Ambos os pulmões colapsaram, e ele precisou de um aparelho para respirar", diz a nota.

Ainda de acordo com o comunicado, o cantor "já está respirando por conta própria". Apesar das dores, ele "está falando normalmente, de bom humor e profundamente grato a Deus por estar se recuperando". A equipe também agradeceu ao apoio dos fãs: "Ele quer agradecer a todos pelas orações e apoio contínuos".

As motivações do ataque não foram divulgadas. Autoridades da penitenciária ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

Lanez foi condenado em dezembro de 2022 por três crimes: agressão com arma de fogo semiautomática, porte de arma carregada e não registrada em veículo e disparo com negligência. O episódio aconteceu em julho de 2020, após uma festa na casa de Kylie Jenner, quando Megan Thee Stallion foi baleada no pé.

Preta Gil foi vista na noite da última segunda-feira, 12, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com destino aos Estados Unidos, onde dará continuidade ao tratamento contra o câncer. A viagem havia sido adiada por causa de uma internação de mais de 15 dias que ocorreu em abril.

A artista chegou ao aeroporto de cadeira de rodas, procedimento comum oferecido pelas companhias aéreas, e usava máscara de proteção. Ela estava acompanhada de Marcello Azevedo e Malu Borges. As informações são da revista Quem.

O voo de Preta tinha previsão de chegada nos Estados Unidos por volta das 5h30 desta terça-feira, 13. Até o momento da publicação desta matéria, a cantora não havia compartilhou nada sobre sua chegada ao país.

No dia anterior ao embarque, ela comemorou o Dia das Mães entre amigos. Gominho, Fernanda Paes Leme, Cleo, Luiza Possi, Fafá de Belém, entre outros, estiveram presentes na reunião.

Entenda o caso de Preta Gil

A cantora lida com um câncer de intestino desde 2023. Entre os sintomas que a fizeram suspeitar de um problema de saúde estavam uma intensa constipação intestinal e fezes achatadas, com muco e sangue.

À época, ela realizou sessões de radioterapia e tratamento cirúrgico. A artista também passou por uma histerectomia total abdominal, procedimento que consiste na remoção do útero.

Após o tratamento primário, entrou em uma fase sem manifestação da doença, comumente chamada de remissão, segundo médicos ouvidos pelo Estadão. Em outras palavras, o câncer não era mais detectável por exames físicos, de imagem, tomografia e/ou sangue.

Recentemente, no entanto, a doença voltou a se manifestar, e Preta realizou uma cirurgia em dezembro do ano passado para a retirada de tumores e precisará utilizar uma bolsa de colostomia definitiva. A bolsa coleta fezes ou urina em uma espécie de saco externo ao corpo a partir de uma abertura feita na cavidade abdominal. Confira o depoimento dela sobre o procedimento aqui.

Desde março, a cantora relatou uma nova dificuldade: o esgotamento de tratamentos que possam ajudar na remissão da doença aqui no Brasil. Ela explicou, durante uma passagem pelo Domingão com Huck, que iria aos Estados Unidos com o objetivo de tentar novos métodos de tratamento.

Um tribunal de Paris condenou nesta terça-feira, 13, o ator Gérard Depardieu por ter abusado sexualmente de duas mulheres em um set de filmagem de 2021, o sentenciando a 18 meses de prisão com pena suspensa. Desta forma, Depardieu não cumprirá a pena imediatamente.

O ator, de 76 anos, foi condenado por ter apalpado uma cenógrafa de 54 anos e uma assistente de 34 anos durante as filmagens de Les Volets Verts.

O caso foi visto como um teste fundamental pós-#MeToo de como a sociedade francesa e sua indústria cinematográfica lidam com alegações de má conduta sexual envolvendo figuras públicas.

Depardieu, que negou as acusações, não compareceu à audiência desta terça-feira. Além da pena de 18 meses de prisão, a Justiça francesa determinou que o ator deve ser incluído em uma lista de criminosos sexuais.

A longa e célebre carreira transformou Depardieu em um gigante do cinema francês. Ele foi indicado ao Oscar em 1991 por sua atuação como o espadachim e poeta Cyrano de Bergerac.

Durante o julgamento de quatro dias em março, o ator rejeitou as acusações, afirmando que "não é assim". Ele reconheceu que usou linguagem vulgar e sexualizada no set de filmagem e que agarrou os quadris da cenógrafa durante uma discussão, mas negou que seu comportamento fosse sexual. (Com agências internacionais).