Quem é a pesquisadora brasileira que recebeu o prêmio conhecido como 'Nobel' da Agricultura

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Mariangela Hungria da Cunha começou sua carreira pensando que, por estudar insumos biológicos, dificilmente seria valorizada e reconhecida. Hoje, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) acumula três dezenas de prêmios e foi anunciada como a laureada do World Food Prize 2025 - a condecoração mais importante da agricultura mundial, conhecida como o "Nobel" da Alimentação e Agricultura.

"Eu aqui, no interior do Paraná, sempre lutando, num país onde o financiamento para pesquisa é muito irregular, e tendo dedicado uma carreira aos insumos biológicos, numa época que era só de químicos. Além de ser mulher, mãe, eram tantas improbabilidades na minha vida toda, numa carreira que era essencialmente masculina, que tudo isso era muito difícil de acreditar. Mas, deu certo desse jeito", conta.

O World Food Prize foi criado por Norman Borlaug, agrônomo vencedor do Nobel da Paz em 1970 que teve a ideia de fazer uma premiação à altura do Nobel para a área da agricultura, reconhecendo quem contribui de forma significativa para aumentar a qualidade, a quantidade ou o acesso a alimentos no mundo.

Morando há mais de 30 anos em Londrina, no interior do Paraná, Mariangela dedicou sua carreira à pesquisa de insumos biológicos como alternativa para substituir os fertilizantes químicos - e, por esse trabalho, recebeu o prêmio mundial, cuja celebração será em outubro.

Desde os oito anos de idade ela já sabia que queria ser uma microbiologista. Graduou-se em Engenharia Agronômica na USP, na época "uma profissão bem masculina e machista", conta. Depois, fez mestrado e doutorado, ambos com teses em fixação biológica do nitrogênio. Entrou na Embrapa em 1982.

Hoje, ela lidera, na Embrapa Soja, pesquisas em fixação biológica do nitrogênio, tecnologia que economiza ao Brasil até US$ 25 bilhões por ano em fertilizantes, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo a produção sustentável.

"Eu tinha uma avó que era professora de Ciências e ela descobriu minha vocação, sempre me estimulava. Com oito anos, ela me deu um livro sobre vida dos microbiologistas, eu fiquei apaixonada, falei que queria ser microbiologista, só que eu não queria ser da área da saúde. Eu queria trabalhar com agricultura ou com meio ambiente, produzir alimentos, porque eu lembro que eu ficava muito triste quando eu via uma pessoa na rua passando fome", lembra.

Na época em que começou suas pesquisas na área de biológicos havia um senso comum de que eram úteis apenas para hortas e agricultura comunitária, mas nunca para produção de larga escala, conta a pesquisadora. Atualmente, o Brasil tem a maior taxa de inoculação do mundo na produção de soja (que também é o alimento mais exportado pelo País), com 85% dela sendo cultivada com insumo biológico.

Funcionando como "fertilizantes naturais", esses microrganismos benéficos, como bactérias e fungos, são aplicados nas sementes ou no solo para melhorar o crescimento e desenvolvimento das plantas no lugar de fertilizantes químicos.

"Alguns insumos biológicos conseguem substituir totalmente ou parcialmente esses fertilizantes químicos. O meu trabalho é selecionar esses microrganismos e fazê-los mais eficientes para que consigam substituir o máximo possível os fertilizantes químicos que as plantas precisam receber para conseguir produzir", explica.

Enquanto os fertilizantes são mais fáceis de aplicar, são também mais custosos e geram maior poluição. Por isso, os insumos biológicos são mais sustentáveis - tanto financeiramente, quanto para o meio ambiente.

"No caso da soja, por exemplo, o fertilizante nitrogenado é o mais caro que tem, paga em dólar porque é importado. Se a gente tivesse de usar fertilizante nitrogenado na soja, só na última safra isso teria custado ao País US$ 25 bilhões", compara. "O insumo biológico é muito barato".

"E a gente não pode ser negacionista, nós temos um problema climático global terrível, temos de diminuir a emissão de gás de efeito estufa. No Brasil, a agricultura é o principal setor emissor de gases de efeito estufa, e não usar fertilizantes químicos tem um impacto enorme em não emitir gás de efeito estufa. Só com a soja, na última safra, foram 230 milhões de toneladas de CO2 equivalente que a gente deixou de emitir porque usou os biológicos e não os químicos", acrescenta.

A substituição dos químicos por biológicos também melhora a saúde do solo e, por consequência, os nutrientes dos alimentos ali produzidos.

Na Academia Brasileira de Ciências, onde é membro, Mariangela coordena um grupo de trabalho sobre segurança alimentar e nutricional. Um de seus objetivos sempre foi contribuir para o combate à fome, mas ela reconhece que a agricultura, ainda que muito importante, não faz isso sozinha, e que é preciso um esforço interdisciplinar para um problema tão complexo.

"Produzir alimentos é muito importante e o Brasil tem um papel fundamental e é muito eficiente na produção de alimentos, mas tem vários outros fatores, desde educação, comunicação, economia para você estudar, mercado, estimular cadeias emergentes de alimentos, como na Amazônia... É uma série de fatores. Só produzir não resolve o problema de segurança alimentar", afirma.

Se ela pudesse deixar um legado, seria uma homenagem às mulheres. "Se não fossem as mulheres, a gente teria um número ainda maior de pessoas passando fome."

"As mulheres que, em grande parte, fazem agricultura, passam as ervas medicinais de avó pra mãe pra filha. Elas cuidam das hortas comunitárias, preparam a refeição procurando fazer uma refeição nutritiva para os seus filhos com aquilo que elas têm, elas preservam as melhores sementes", diz. "A nossa visão é muito diferente da dos homens. Eles querem produzir mais, já a visão da mulher é que a gente quer aumentar a produtividade, mas cuidando do meio ambiente."

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Marcela Tomaszewski pretende denunciar Dado Dolabella por agressão após o término da relação. A separação se tornou pública no último sábado, 8, após a modelo apagar das redes sociais todas as fotos com o ator e publicar um vídeo que mostrava a discussão entre os dois dentro de um carro.

Nas imagens, é possível ouvir Dado dizendo que a modelo teria lhe dado um tapa. Na ocasião, o ator ainda confessa que a afastou "pelo pescoço". Segundo o novo relato de Marcela, além da violência física, ela também foi vítima de abuso psicológico.

Após anunciar o término, Marcela deixou o Brasil e viajou de última hora para Mônaco, no domingo, 9, alegando que saiu do País por medo. Segundo ela, Dado passou a persegui-la, parando o carro ao lado de sua casa para pedir que gravasse um vídeo dizendo que bateu nele. "Acordei antes que ele fizesse coisa pior", declarou.

Agora, Marcela está disposta a alterar seu depoimento anterior e denunciar o ator por agressão. Em entrevista ao portal Léo Dias, ela disse que, quando foi chamada pela polícia e pelo Ministério Público, negou a agressão para proteger Dado, por acreditar que ele mudaria. Desta vez, pedirá para que o caso seja enquadrado na Lei Maria da Penha e solicitará medida protetiva ao voltar ao Brasil.

Segundo a modelo, o relacionamento era marcado por discussões e episódios que resultaram em hematomas e lesões. Ela afirma que foi manipulada a não relatar o que ocorreu e que, ao negar a violência inicialmente, passou a ser vista publicamente como mentirosa.

Dado Dolabella nega acusações

Dado Dolabella, por sua vez, negou todas as acusações. No domingo, 9, ele publicou um vídeo ao lado de sua advogada, Mara Damasceno, no qual afirma que apresentará registros da relação para "esclarecer o contexto" dos episódios citados por Marcela.

O ator divulgou cortes de vídeos e áudios gravados durante discussões e disse que sua intenção é mostrar que não praticou violência. "Diante de informações imprecisas, vou disponibilizar, com verdades e provas, trechos de registros que ajudam a esclarecer o contexto. Sem ataques, sem ofensas, apenas fatos verificáveis", legendou.

Em sua defesa, Dado sustenta que apenas reagiu após ser atacado pela ex-namorada e que os áudios divulgados mostrariam esse cenário. A advogada do ator também afirma que Marcela teria apresentado comportamentos agressivos em outras situações. Na legenda, ele destacou repúdio à violência e disse confiar na Justiça. "A verdade será demonstrada nos autos e aqui com responsabilidade."

Após muitos pedidos de fãs, a franquia A Múmia, dos anos 2000, está de volta. Brendan Fraser e Rachel Weisz, que interpretaram o casal Rick e Evelyn O'Connell, estariam em negociações com a Universal para voltar aos personagens em filme dirigido pelo coletivo Radio Silence (Casamento Sangrento), de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett.

O filme ainda não foi oficialmente confirmado pelo estúdio, mas, de acordo com fontes do Deadline e da The Hollywood Reporter, o roteiro será assinado por David Coggeshall (A Libertação). A sequência vem na esteira do "ressurgimento" da carreira de Fraser no começo da década de 2020 após papéis em Patrulha do Destino, Assassinos da Lua das Flores e A Baleia, que lhe rendeu o Oscar de melhor ator em 2023.

Ainda segundo as fontes, o novo longa vai ignorar os acontecimentos de A Múmia: Tumba do Imperador Dragão, terceiro filme da franquia lançado em 2008 e que não contou com Weisz, que não queria ficar longe de Henry, seu filho de então 2 anos.

Veterano da franquia, Sean Daniel, que produziu a trilogia dos anos 2000, voltará como produtor. Parceiros frequentes do Radio Silence, tendo trabalhado com a dupla no quinto e sexto filmes de Pânico, a Project X Entertainment também desenvolverá a produção.

A Múmia, de 1999, está disponível para streaming no Prime Video, enquanto as sequências de 2001 e 2008 integram o catálogo do Telecine. A versão de 2017 está disponível na HBO Max, Netflix e no Prime Vídeo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de 12 músicos e bandas passou a integrar o Hall da Fama do Rock. A lista de 2025 foi anunciada no sábado, 8, em cerimônia no Peacock Theater, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O evento trouxe tributos, discursos e performances de artistas como Soundgarden, Outkast, Cindy Louper e Avril Lavigne, além de inúmeros convidados.

Para que pudessem entrar no hall da fama do rock, os músicos tinham de ter lançado seu primeiro hit há, pelo menos, 25 anos.

Veja a seguir quais artistas entraram para a lista de 2025, seus maiores sucessos e quem apresentou cada um deles durante a cerimônia.

Artistas do Hall da Fama do Rock 2025

Outkast

- Duo de rap americano que começou na década de 1990.

- Hits: "Hey Ya", "Ms. Jackson" e "Roses".

- Apresentados no evento por: Donald Glover. A performance teve como convidados Big Boi, Janelle Monáe, JID, Doja Cat, Killer Mike e Sleepy Brown.

Bad Company

- Banda de rock inglesa formada na década de 1970.

- Hits: "Feel Like Makin' Love", "Can't Get Enough" e "Bad Company".

- Apresentados no evento por: Mick Fleetwood. O baterista do Bad Company, Simon Kirke, foi acompanhado por Nancy Wilson, do Heart, e Joe Perry, do Aerosmith, nas guitarras, e pelo vocalista do Black Crowes, Chris Robinson, nos vocais.

Cyndi Lauper

- Cantora e compositora americana cuja carreira solo começou no início dos anos 1980.

- Hits: "Girls Just Wanna Have Fun", "Time After Time" e "True Colors".

- Apresentada no evento por: Chappell Roan. Lauper apresentou uma coletânea de seus sucessos, incluindo duetos com Avril Lavigne, Raye e Salt-N-Pepa.

Soundgarden

- Banda de rock americana formada em 1984.

- Hits: "Black Hole Sun", "Fell on Black Days" e "Outshined".

- Apresentados no evento por: Jim Carrey. Os membros do Soundgarden se apresentaram com Taylor Momsen e Brandi Carlile, que assumiram o papel do falecido vocalista Chris Cornell. A filha de Cornell, Toni, também fez uma performance com Nancy Wilson.

Salt-N-Pepa

- Grupo de rap americano formado na década de 1980.

- Hits: "Push It", "Let's Talk About Sex" e "Shoop".

- Apresentados no evento por: Missy Elliott. O grupo apresentou um apanhado de seus sucessos com uma aparição especial de En Vogue.

Chubby Checker

- Cantor americano que estreou na década de 1950.

- Hits: "The Twist", "Limbo Rock" e "Let's Twist Again".

- Participação no evento: tributo aconteceu em vídeo. Checker entrou remotamente para participar da cerimônia.

Joe Cocker

- Cantor inglês começou a lançar discos na década de 1960 e faleceu em 2014.

- Hits: "You Are So Beautiful", "Up Where We Belong" e "With a Little Help From My Friends."

- Apresentados no evento por: Bryan Adams. Tributo feito por Teddy Swims, Tedeschi Trucks Band, ao lado de Adams, Lauper, Chris Robinson e Nathaniel Rateliff, que subiram ao palco para uma interpretação de "With A Little Help from My Friends."

The White Stripes

- Banda de rock americana formada na década de 1990.

- Hits: "Seven Nation Army", "We're Going to Be Friends" e "Doorbell".

- Apresentados no evento por: Iggy Pop. Homenageados com performance de Olivia Rodrigo, Feist e Twenty One Pilots.

Warren Zevon

- Cantor e compositor americano que estreou com disco solo no início dos anos 1970 e faleceu em 2003.

- Hits: "Lawyers, Guns and Money", "Werewolves of London" e "Keep Me in Your Heart".

- Introduzido por: David Letterman. Homenageado com performance do The Killers.

Participações em vídeo

Carole Kaye

- Baixista americana que participou da gravação de dezenas de sucessos a partir da década de 1950.

- Hits: "Good Vibrations", do The Beach Boys, "These Boots are Made for Walkin'", de Nancy Sinatra, "The Way We Were", de Barbra Streisand.

Thom Bell

- Produtor musical e compositor americano que iniciou carreira nos anos 1960 e faleceu em 2022.

- Hits: "La-La (Means I Love You)", dos Delfonics, "The Rubberband Man", dos Spinners, "You Make Me Feel Brand New", dos Stylistics.

Nicky Hopkins

- Tecladista que gravou em dezenas de sucessos a partir da década de 1960 e faleceu em 1994.

- Hits: "Revolution", dos Beatles, "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones, "You Are So Beautiful", de Cocker.

Lenny Waronker

- Produtor e executivo da indústria da música dos Estados Unidos, com carreira iniciada nos anos 1970.

- Hits de artistas que ele produziu ou contratou: "Chuck E's in Love", de Rickie Lee Jones, "Purple Rain", de Prince, "Losing My Religion", do R.E.M.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.