Traficante preso na Bolívia era 'elo importantíssimo' do PCC, diz secretário de SP

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Preso em operação de autoridades da Bolívia em conjunto com a Polícia Federal (PF), Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, era um "elo importantíssimo" do Primeiro Comando da Capital (PCC) com o país vizinho, segundo o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite.

- Foragido desde 2020, Tuta foi preso na sexta-feira, 16, após tentar renovar sua identidade boliviana usando um documento falso do Brasil. Dois dias depois, foi entregue à Polícia Federal.

Anos atrás, ele chegou a ser considerado o "número 1" da facção entre os líderes que não estavam presos. Apesar de ter perdido esse status e até ser dado como morto, ainda mantém influência na alta cúpula do PCC, segundo autoridades ouvidas pelo Estadão. A defesa dele não foi localizada.

"A prisão desse criminoso tem papel extremamente importante, porque a maior parte da cocaína que entra no Brasil vem justamente da Bolívia", afirmou Derrite nesta segunda-feira, 19, antes de evento para discutir os impactos da segurança pública no setor de saúde organizado pelo SindHosp e pela FesaudeSP, sindicato e federação dos hospitais, clínicas e laboratórios do Estado.

"Por essa conexão que ele fazia nesse país (Bolívia), ainda apontado, segundo relatórios de inteligência, como um elo importantíssimo do PCC, trazendo droga para cá (...) (a prisão) cria uma desarticulação importantíssima. É um duro golpe no crime organizado", acrescentou o secretário, após ser questionado pelo Estadão.

Atualmente, o PCC lucra cerca de US$ 1 bilhão ao ano, segundo estimativa do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). As drogas são compradas de países vizinhos, como Bolívia e Peru, e têm a Europa como principal destino, apesar da ampliação de rotas secundárias.

Derrite afirma que, por causa dessa atuação internacional, a prisão de Tuta é relevante não só para São Paulo, mas para outros Estados e até países. O secretário destacou que, no passado, Almeida já teve posição até de maior destaque no crime organizado. "Ele já foi considerado o 'Sintonia Final' de rua, o líder do PCC nas ruas", afirmou.

Quem é Marcos Roberto de Almeida, o Tuta

Tuta foi condenado pela Justiça de São Paulo no ano passado a 12 anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa, resultado da Operação Sharks, que investiga como o PCC lava o dinheiro obtido com o tráfico de drogas e outras atividades criminosas - cerca de R$ 1,2 bilhão foram enviados para o exterior com a ajuda de Tuta.

Ele também foi alvo de mandados de prisão em 2020 e em 2023 na mesma operação, mas nunca foi encontrado. Segundo uma apuração da Corregedoria da PM paulista, Almeida foi uma das pessoas que recebiam informações privilegiadas de policiais da Rota sobre operações que ainda seriam deflagradas. Os detalhes do esquema foram revelados após a morte do delator Antônio Vinícius Gritzbach no ano passado.

Tuta já foi adido comercial do consulado de Moçambique em Belo Horizonte (MG). O país africano se tornou uma alternativa de rota do tráfico nos últimos anos. Em 2021, a PF apreendeu 5 toneladas de cocaína no Porto do Rio. A droga faria escala em Moçambique e teria a Espanha como destino final.

De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, especialista no enfrentamento ao PCC, a facção espalhou a informação falsa nos últimos anos de que Tuta estava morto. Tudo não passava de um estratagema para que o Ministério Público e a Justiça não o incomodassem durante a elaboração de um plano de fuga para tirar da cadeia Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que está preso desde 1999 e é a liderança máxima do PCC. (Colaborou Pedro Augusto Figueiredo)

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A atriz Sally Kirkland morreu nesta terça-feira, 11, aos 84 anos, em Palm Springs, na Califórnia, Estados Unidos. A notícia foi confirmada pelo representante da artista, Michael Greene, ao site TMZ. Ela ficou conhecida por ganhar o Globo de Ouro por sua interpretação de Anna, no filme homônimo de 1987.

No fim de semana, a atriz foi internada em um centro de cuidados paliativos em Palm Springs. De acordo com uma vaquinha realizada em nome de Sally, ela teria fraturado recentemente quatro ossos no pescoço, além do pulso direito e do quadril esquerdo, durante uma queda.

A atriz foi diagnosticada com demência há cerca de um ano, de acordo com o representante.

Filha da editora de moda da Vogue Sarah Phinney e de Frederic Kirkland, Sally ganhou reconhecimento no filme As 13 Mulheres Mais Bonitas (1964), do artista visual e diretor Andy Warhol.

Entre 1970 e 1980, estrelou papéis secundários em obras como A Mancha do Passado, Nasce uma Estrela e Loucura da Mamãe.

Em 1987, foi aclamada por sua atuação em Anna, que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático e o Independent Spirit Award de Melhor Atriz Principal. Pelo mesmo papel, recebeu também uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Alguns anos depois, em 1991, participou do filme para televisão The Haunted, que rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para Televisão.

Sally deixa o afilhado Coty Galloway e três primas, Brookie, Katherine e Tina Kirkland.

O 2025 de Sydney Sweeney foi marcado por polêmicas. Além do criticado comercial considerado eugenista para a American Eagle e a descoberta de sua filiação ao partido do presidente estadunidense Donald Trump, a atriz também recebeu críticas pelo lançamento de um sabonete feito com a água de seu banho. Com uma sequência de exposições negativas na mídia, ela acumula também amargas decepções recentes de bilheteria no ano.

Sweeney lançou três filmes no segundo semestre de 2025: Eden, Americana e, mais recentemente, Christy. As três produções, no entanto, tiveram um retorno financeiro baixíssimo, especialmente considerando seus orçamentos.

Primeiro lançamento desta leva, Eden talvez seja o mais decepcionante. Dirigido por Ron Howard e estrelado ainda por Jude Law, Vanessa Kirby, Ana de Armas e Daniel Brühl, o longa arrecadou apenas US$2,7 milhões ao redor do mundo, mesmo com um orçamento de US$35 milhões.

Exibida originalmente em setembro de 2024 no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), a produção estreou nos cinemas em agosto deste ano após uma apagada campanha publicitária. Recentemente, chegou de forma silenciosa ao streaming.

O caso de Americana, também de agosto, é um pouco diferente. O filme independente, de baixíssimo orçamento, teve seus direitos de distribuição adquiridos pela Lionsgate, que se planejou para levar o longa para o streaming logo após a temporada nas telonas. Apesar da estreia pífia de US$500 mil, o longa ainda rendeu um lucro considerável para o estúdio com venda e aluguel online.

Lançado neste final de semana nos Estados Unidos, Christy, cinebiografia da boxeadora Christy Martin, foi muito comentado nas redes por causa da transformação física de Sweeney, que malhou pesado para ficar com o tipo físico da atleta. Apesar do esforço da atriz, o longa arrecadou apenas US$1,3 milhões em seu primeiro final de semana em cartaz, se tornando uma das 10 piores estreias de um filme de grande circuito (mais de 2 mil cinemas entre EUA e Canadá). A produção custou cerca de US$40 milhões.

Em uma longa postagem no Instagram, Sweeney se disse orgulhosa do longa, afirmando que se Christy puder ajudar mulheres que sofrem com violência doméstica a "dar o primeiro passo" para se livrar de uma vida abusiva, ela estará orgulhosa. "Por quê? Porque nem sempre fazemos arte só pelos números, fazemos por seu impacto. E Christy foi o projeto mais impactante da minha vida."

Apesar do orgulho sentido por Sweeney, a reação nas redes sociais com as seguidas decepções na bilheteria foi de fortes críticas à atriz. Além da repercussão negativa de sua resposta à polêmica da campanha American Eagle ("quando eu quiser me manifestar em público sobre algum problema, as pessoas vão ouvir"), alguns usuários de redes como X, Instagram e Bluesky a acusaram de "apelar" para um público que não consome arte.

A reação do público também pode estar deteriorando a imagem da atriz nos bastidores. De acordo com o tablóide britânico Daily Mail, Zendaya estaria se recusando a trabalhar com Sweeney por sua associação a Trump e o teor racista da campanha da American Eagle. As duas estão trabalhando na quarta temporada de Euphoria, da HBO.

Sweeney tem ainda uma chance de redenção em 2025. A atriz estrelará A Empregada ao lado de Amanda Seyfried, cuja imagem diante do público segue praticamente imaculada. O longa adapta o best-seller de Freida McFadden e será lançado em 25 de dezembro nos EUA.

Eden está disponível para streaming no Prime Video. Americana e Christy ainda não têm data para chegar nas plataformas.

Intérprete de Alexandre Nardoni na série Tremembé, o ator Lucas Oradovschi chamou a atenção pela semelhança com o condenado pela morte de Isabela Nardoni.

Em entrevista ao site Omelete, Lucas falou sobre a caracterização para incorporar o personagem. "Começou um trabalho profundo de estudo, de pesquisa e de composição. De composição não só de uma máscara, com a caracterização que ajuda com o cabelo, com a barba, mas com pequenos pontos de tensão do rosto, na boca", comentou.

Ele disse ainda sobre uma característica que o assemelha ao condenado. "Eu tenho uma característica no olho, que quando eu abaixo o olho aparece o branco. E eu saquei que o Alexandre também tem isso. Então eu usei muito isso, todas as cenas eu faço nesse ângulo. Enfim, tem uma série de técnicas que eu fui descobrindo ao longo do processo", contou ao site.

Nas redes sociais do Prime Video, os atores também compartilharam detalhes sobre o processo de caracterização. Kelner Macêdo, que vive Cristian Cravinhos, lembrou que frequentemente encontrava Lucas se preparando e colocando uma peruca.

"A nossa caracterização não tem grandes intervenções, são alguns pequenos ajustes. Eu raspei aqui (apontando para a testa) um desenho que eu tenho para ficar mais parecido. A costeleta. Faz um desenho aqui com um 'truquinho' de peruca picotada", explicou Lucas.