Como age a quadrilha especializada em invadir casas que matou engenheiro nos Jardins

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A morte do engenheiro Francisco Paulo de Sebe Filippo, vítima de um latrocínio praticado dentro da própria residência, na região dos Jardins, próximo ao Parque do Ibirapuera, foi praticada por uma quadrilha especializada em invadir casas, segundo a Polícia Civil. O caso aconteceu na noite da última quarta-feira, 4.

Na sexta-feira, 6, policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) cumpriram mandados de prisão contra dois dos quatro suspeitos de terem praticado o crime: Willian Alex Bueno e Wesllen Medeiros da Silva. A incursão aconteceu na região do Parque das Flores, na zona leste de São Paulo.

Delegados que atuam na ocorrência informaram que os autores do latrocínio integram uma quadrilha especializada em invasão de casas. Eles não sabem ainda quantas pessoas integram o grupo, mas afirmam que os bandidos praticam um revezamento dos seus membros nos assaltos.

O modus operandi consiste em ter um conhecimento prévio sobre o local que será invadido, adentrar a residência por meio da clonagem do aparelho do portão, render os moradores e roubar os pertences das vítimas. A ocorrência costuma ser praticada por quatro a cinco integrantes e o assalto pode durar horas.

Willian, apontado como o responsável por atirar contra Filippo, não foi localizado em sua residência e, até a tarde desta sexta, seguia foragido. Wesllen morreu após trocar tiros com a polícia. Os agentes ainda trabalham para saber quem são os outros dois criminosos que invadiram a casa do engenheiro.

Contudo, dois homens, identificados como Cauan e Alexandre, acabaram sendo detidos na incursão policial desta sexta - eles estavam na mesma casa em que se encontrava Wesllen. Um deles foi mantido preso por porte ilegal de armas e o outro, até a tarde, estava sendo investigado por também possível participação neste e em outros crimes da quadrilha. A reportagem não localizou a defesa dos suspeitos.

"Esse grupo é muito grande. Eles vão trocando de componentes. Estamos apurando a participação deles em outros roubos a residências. Não só esse que, infelizmente, vitimou o engenheiro", disse o delegado Sérgio Ricardo, titular da 2ª Delegacia do Patrimônio.

Os delegados identificaram que a quadrilha praticou um crime semelhante no final de maio, entre os dias 28 e 29 de maio, na região de Pinheiros. As vítimas foram os familiares do dono de uma rede de restaurantes.

Os bandidos invadiram a residência, renderam o empresário, a esposa e dois filhos adolescentes e mantiveram as vítimas sob domínio por 12 horas, as obrigando a realizar transferências bancárias. O crime começou na noite do dia 28, durou toda a madrugada e se encerrou apenas na manhã do dia seguinte.

De acordo com as investigações, o carro utilizado no assalto em Pinheiros, modelo HB20, fruto de roubo, foi o mesmo usado no episódio do latrocínio nos Jardins.

"Os elementos usaram o mesmo veículo e a mesma linha de conduta. Então, começamos a compartilhar informações", disse o delegado Sergio Ricardo. "Vamos tentar fazer o elo de ligação na investigação para saber quais são esses componentes (da quadrilha)".

A diferença entre os crimes, afirmam os delegados, é que no caso do engenheiro, o episódio durou cerca de 10 minutos e a vítima foi executada. A polícia ainda investiga o que pode ter motivado os invasores a atirar contra o Francisco Filippo, na nuca.

"Não há indícios de que ele tenha reagido. É possível que ele possa ter tentado fugir e os bandidos fizeram o disparo que o feriu fatalmente. Isso a perícia vai dizer", disse o delegado Thiago Delgado, titular da 1.ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Roubos e Latrocínios (Disccpat).

"A gente conseguiu identificar, de um crime, um elemento; de outro crime, dois. Então, estamos tentando cruzar outras informações, imagens coletadas, para saber qual é o tamanho dessa quadrilha, quais são seus participantes e onde participaram", conclui o delegado Sergio Ricardo.

*COLABORARAM ÍTALO LO RE E RENATA OKUMURA

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A estreia do documentário Caso Eloá: Refém ao Vivo, na Netflix, trouxe os desdobramentos sobre o crime que parou o Brasil em outubro de 2008. A jovem Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foi mantida em cárcere privado e morta pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, no apartamento em que morava com a família, em Santo André, São Paulo.

Durante o sequestro, Lindemberg chegou a dar entrevistas ao vivo, o que interferiu nas negociações com a polícia. Ele passou a ignorar os contatos das autoridades e a falar apenas por meio de programas de televisão.

Um dos episódios mais marcantes ocorreu durante uma ligação feita pelo programa A Tarde é Sua, da RedeTV!. O repórter Luiz Guerra conseguiu o número de telefone da casa da adolescente e ligou para o sequestrador. A conversa foi gravada e, em um novo contato, Lindemberg pediu para falar ao vivo com a apresentadora Sonia Abrão.

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Sonia Abrão recusou participar do documentário

Mesmo com as críticas, inclusive vindas da própria imprensa, Sonia Abrão já afirmou que não se arrepende da atitude. Ela recusou participar do documentário, mas Luiz Guerra aceitou o convite e também disse não se arrepender. O jornalista questiona por que outros profissionais e veículos que conversaram com Lindemberg não são lembrados com a mesma intensidade que ele e o programa.

"Me colocaram numa situação de culpado. Eu garanto para você isso, e pra você que está assistindo agora: qualquer jornalista gostaria de estar no meu lugar. Eu entrei no cativeiro, levei o público pra dentro do cativeiro", declarou.

Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá que também estava no cativeiro e foi liberada pelo sequestrador, foi testemunha de acusação no julgamento de Lindemberg, em 2012. Ela revelou que, durante os dias de cárcere, ele deixava a TV ligada para assistir ao que as emissoras falavam sobre o sequestro.

Em plena campanha de divulgação de O Agente Secreto, pré-selecionado brasileiro para o Oscar 2026, Wagner Moura receberá um prêmio do site americano IndieWire. O portal, veículo reconhecido e renomado sobretudo no meio do cinema e da TV independentes, realiza anualmente o IndieWire Honors, evento dedicado a celebrar cineastas, atores e artistas que se destacaram no audiovisual ao longo do ano.

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O veículo destaca a ascensão do ator brasileiro na indústria internacional como um dos motivos para o reconhecimento. De Pablo Escobar em Narcos - quando precisou aprender espanhol para interpretar o traficante - ao Festival de Cannes deste ano, quando se tornou o primeiro da América do Sul a ser premiado como melhor ator da mostra competitiva, Wagner retorna aos holofotes com o seu primeiro filme no Brasil depois de mais de uma década.

"Seu personagem, Marcelo Alves, é mais do que aparenta, e carrega o suspense nostálgico de Kleber Mendonça Filho dos anos 70 por uma montanha-russa de intrigas políticas e imagens surrealistas", descreve o portal. "Embora o pré-selecionado a Melhor Filme Internacional seja muito específico sobre o sofrimento das vitimas da ditadura brasileira, a atuação de Moura como Alves, um homem de princípios em uma sociedade corrupta, ressoa profundamente em nosso momento atual."

Em entrevista ao Estadão, Wagner Moura falou sobre a campanha de divulgação de O Agente Secreto rumo ao Oscar - uma jornada que envolve muitas viagens, entrevistas para a imprensa e exibições especiais para votantes seguidas por sessões de perguntas e respostas.

"Você está trabalhando para o seu filme ter um lugar entre os melhores do ano, e acho que isso é trabalhar pelo cinema brasileiro", afirmou, citando um conselho que recebeu de Fernanda Torres, que passou pelo mesmo com Ainda Estou Aqui: "Se alimente bem, durma e tente não ficar doente. É legal, mas é cansativo. Não é brincadeira."

Três meses após a morte de Ozzy Osbourne, a família do Príncipe das Trevas se reuniu no Osbourne Podcast, nesta quarta-feira, 12. Eles revelaram que o cantor passou por uma internação duas semanas antes de seu último show, que ocorreu em 5 de julho, em Birmingham, Inglaterra.

Durante a conversa, eles relataram como foram os últimos meses de Ozzy, que morreu em 22 de julho deste ano. "Ninguém sabe disso: duas semanas antes do show, ele foi internado", começou Jack. "Estávamos apavorados que as pessoas iam descobrir [sobre a internação]. Os funcionários do hospital disseram que se alguém perguntasse por Ozzy, eles diriam que ele não estava lá", disse Sharon.

No ano anterior à sua morte, em 2024, Sharon relembrou que Ozzy sofreu uma queda perto do Natal. "Ele era teimoso, não contou para ninguém que tinha caído e, no fim das contas, ele tinha uma fratura nas costas, em uma das vértebras", disse Jack.

O filho do cantor explicou que a queda ocasionou diversas idas ao hospital: "[Depois do acidente], começou um 'efeito dominó'. Ele pegou pneumonia no hospital." Por causa do acidente, Ozzy teve que realizar uma cirurgia na coluna que causou outra infecção bacteriana. A infecção evoluiu para uma sepse, infecção generalizada que pode ser fatal.

"Foi perto do show, ele ia cancelar. Mas ele disse: 'Tenho que fazer isso' [...] E foi o melhor remédio para ele", relembrou Jack. "Ele queria dizer 'obrigado'. Isso significava muito para ele", completou Kelly.

Trump mandou após áudio e Charles III, carta

Em outra parte do podcast, Sharon, Jack e Kelly agradeceram pelas mensagens de carinho de celebridades e fãs. Entre elas, mostraram o áudio que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump enviou para a esposa de Ozzy após a morte do vocalista.

"É o Donald Trump. Só queria desejar o melhor para você e sua família. Ele era um cara incrível, único e talentoso. Se cuide e dê um alô para a família", disse o político. "Ame-o ou odeie-o, ele não precisava ligar e mandar uma mensagem", disse Jack, sobre a mensagem.

"Ele é um ótimo cara para conversar e sempre me tratou com respeito. Eu não sou americana, eu não voto, eu não quero votar. Mas o que sei é que ele me tratou com respeito, tratou seu pai com respeito. Ele tirou seu tempo [para mandar a mensagem]", complementou Sharon, agradecendo ao presidente e sua esposa, Melania Trump.

A família também contou sobre a carta que receberam de Charles III, rei da Inglaterra: "Se ele mandou a carta para nós, ele também enviou para muitas outras pessoas. Ele tem um bom coração. Nós o respeitamos, respeitamos sua família. Ele tirou tempo do seu dia para se conectar conosco." "Muitas pessoas que eu nunca esperei entrarem em contato [sobre a morte de Ozzy] nos enviaram mensagens", finalizou Kelly.