Parque do Bixiga vai encolher antes de sair do papel? Entenda como o Metrô vai usar a área

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Antes de sair efetivamente do papel, o futuro Parque do Bixiga, na Bela Vista, terá uma parte de sua área destinada a um canteiro de obras do Metrô.

Cerca de 1 mil m², ou 9% da área total de 11,1 mil m² do parque, será usado para apoiar as obras da Linha 19-Celeste. O parque fica no cruzamento das ruas Jaceguai e Abolição, no entorno do Teatro Oficina, no centro paulistano.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que "as condições e o prazo para a ocupação serão definidos em parceria entre a Prefeitura e o Metrô de São Paulo". Ainda de acordo com o órgão, "a área será devolvida ao parque após a conclusão das obras, nas condições previamente acordadas entre as partes".

O terreno foi adquirido pela Prefeitura no ano passado por R$ 65 milhões, mas a iniciativa ainda não saiu do papel (leia abaixo). O projeto da Linha 19-Celeste, por sua vez, foi definido antes da decisão de criação do parque.

A estimativa do Metrô é utilizar a área por cerca de três anos. "Não é intenção do Metrô trazer prejuízos para o parque. Precisamos de uma área pequena. O Metrô vai cuidar da área, utilizá-la no menor tempo possível e devolvê-la", explica Carlos Eduardo Paixão de Almeida, gerente de Projetos do Metrô, ao Estadão.

O trecho, localizado nas proximidades da rua Santo Amaro, será usado para a instalação de escritórios, estacionamento, manobras, além da montagem e desmontagem de equipamentos.

Do outro lado da rua estarão os poços VSE (Ventilação e Saídas de Emergência), parte importante na segurança e funcionamento de novas linhas. Ali também será o "desembogue" de uma tuneladora, ou seja, ponto onde o famoso "tatuzão", que escava o túnel, emerge da terra.

A assinatura de um termo de parceria fará com que os dois projetos - a construção do parque e as obras do Metrô - caminhem de forma conjugada, segundo Paixão. "Se a Prefeitura começar o projeto antes que o Metrô, vamos pedir que ela não construa nada naquela área para não inviabilizá-la", diz.

A licitação da Linha 19-Celeste está prevista para julho. As obras começam em 2026, com 75 meses (pouco mais de 6 anos) para conclusão.

A linha terá 15 estações que vão se estender ao longo de 18 km de extensão, transportando cerca de 600 mil pessoas por dia, de Guarulhos ao Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.

Projeto do parque ainda não foi definido

A entidade responsável pelo concurso público do projeto do parque é o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP) com a assinatura do contrato prevista este mês, de acordo com a Prefeitura.

"O cronograma detalhado vai depender do plano de trabalho, que é o primeiro produto previsto de entrega do nosso contrato. Portanto depende de quando for assinado", afirmou a professora Raquel Schenkman, presidente da entidade.

Representantes do Teatro Oficina e de movimentos de bairro defendem a criação de um grupo de trabalho conjunto com a Prefeitura para o desenho do futuro parque. Arquitetos e apoiadores da companhia desenvolveram uma proposta que inclui a reabertura do Rio Bixiga, que passa pelo terreno e hoje está oculto.

Por enquanto, o espaço se chama Parque do Bixiga. Na Câmara, vereadores divergiram sobre a possibilidade de homenagear Zé Celso ou Silvio Santos (Parque Abravanel). Durante a votação do projeto, a ideia de escolher o nome de Adoniran Barbosa também foi lançada, mas não há perspectiva de uma definição nesse aspecto.

Parque do Bixiga foi grande sonho de Zé Celso

A área de 11,1 mil m² do parque foi adquirida pela Prefeitura de São Paulo em agosto de 2024 por R$ 65 milhões. O poder municipal e o Sisan Empreendimentos, do Grupo Silvio Santos, dono do local desde a década de 1980, entraram em um acordo no ano passado, após após quatro décadas de mobilização popular pela construção do parque,

O principal idealizador do parque foi o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, morto em julho de 2023. Em textos-manifesto, performances e mobilizações públicas, Zé Celso juntou apoiadores diversos contra a construção de edifícios no entorno do Teatro Oficina, que se localiza na Rua Jaceguai, desde os anos 1960.

Entre as vitórias de Zé Celso após a venda dos imóveis vizinhos à Sisan Empreendimentos está o tombamento da sede da companhia nas esferas municipal, estadual e federal (com diferentes perfis e propostas de proteção). O imóvel tem projeto da reconhecida arquiteta Lina Bo Bardi (conhecida especialmente pelo Masp e o Sesc Pompeia), em conjunto com Edson Elito.

A mobilização contra construções no entorno do parque cresceu especialmente após 2000, quando foi aprovado um projeto para construir um shopping no local. Outra proposta que incorporava o teatro ao centro comercial foi apresentada quatro anos depois, também criticada pelo Oficina e posteriormente abandonada pela iniciativa privada.

Depois do shopping, foi a vez das torres. Em 2008, a Sisan propôs erguer um condomínio de três prédios. A obra teve entraves para a aprovação, mas chegou a obter decisões favoráveis nos órgãos municipal e estadual de patrimônio ao longo daquela década e da seguinte, mas não saiu do papel.

Parte dos recursos do parque vem de acordo por improbidade administrativa

Boa parte dos recursos para a compra do parque é proveniente de um acordo relativo a uma ação civil de improbidade administrativa da Prefeitura de São Paulo e do Ministério Público de São Paulo contra a universidade Uninove.

Em 2013, investigação do MP-SP relativa à chamada "máfia dos fiscais" apontou que a universidade havia pago propina para agentes públicos para escapar da fiscalização. A destinação de parte dos valores à criação do parque foi sugerida pela Promotoria Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital.

O acordo no valor de R$ 1 bilhão é o maior já fechado pelo Ministério Público do estado e previa o destino de ao menos R$ 51 milhões da multa pelo não recolhimento de tributos justamente para o Parque do Bixiga.

Com o pagamento desse valor, além da cessão de um imóvel à Secretaria Municipal de Saúde e outras medidas, a situação da instituição de ensino com o Município será regularizada. O Grupo Silvio Santos havia concordado com o valor.

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O documentário Caso Eloá - Refém ao Vivo, já disponível na Netflix, refaz os passos e os principais momentos do sequestro e assassinato da jovem Eloá Cristina Pimentel, morta em 2008 pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, após um sequestro de cerca de cem horas que comoveu o Brasil. Nayara Rodrigues, amiga de Eloá que também foi mantida em cativeiro, não está entre os entrevistados do novo projeto.

Na ocasião do sequestro, Nayara, Iago Vieira e Victor Lopes foram mantidos em cativeiro por Lindemberg. Os outros três jovens estavam na casa de Eloá para fazer um trabalho de escola. O sequestrador libertou os dois rapazes no primeiro dia, mas manteve as meninas. Posteriormente, ele também libertou Nayara, mas ela acabou voltando ao cativeiro por um erro da polícia. Ela saiu do sequestro baleada com um tiro no rosto.

Várias pessoas envolvidas na cobertura e nos desdobramentos do caso são entrevistadas para o documentário. Os irmãos e os pais de Eloá, além dos colegas Victor e Iago, estão entre os que retornaram a convite da diretora Cris Ghattas e da produtora Veronica Stumpf, da Paris Entretenimento. Nayara, no entanto, não topou o convite.

Ao Estadão, Cris e Veronica contaram que convidaram todas as pessoas consideradas relevantes para se revisitar esta história. Nayara hoje evita falar sobre o assunto.

"Queríamos ouvir todos os lados com imparcialidade, para fazer essa reflexão mais ampla. O documentário não está aqui para julgar nenhum elo dessa corrente, e sim mostrar as fragilidades e potencialidades de cada participante dessa história horrorosa", afirmou a produtora.

Segundo informações que circulam em redes sociais, por amigos e conhecidos, Nayara passou a levar uma vida mais reclusa e discreta nos anos seguintes ao sequestro. Atualmente, ela evita dar entrevistas e falar sobre o caso. Um mês após o crime, em 2008, ela concedeu uma entrevista ao Fantástico, exibida em 2 de novembro daquele ano. Durante o papo com Renata Ceribelli, Nayara deixou claro que, quando a polícia entrou, Lindemberg ainda não havia atirado.

"Tem horas que parece que a ficha não caiu ainda", declarou. "Às vezes eu me sinto conformada com o que aconteceu com ela, mas as vezes parece que não entra na minha cabeça. Não tem um motivo. Por que aconteceu isso com ela?"

Vencedora do Oscar de Melhor Canção Original em 2013 por Skyfall, Adele agora se prepara para sua estreia na atuação. A cantora foi anunciada como parte do elenco de Cry to Heaven, adaptação do livro homônimo de Anne Rice (Entrevista com o Vampiro) publicado em 1982, que terá direção do estilista e cineasta Tom Ford (Animais Noturnos).

Adele se junta a um elenco estelar, que conta ainda com Nicholas Hoult (Superman), Aaron Taylor-Johnson (Extermínio: A Evolução), Colin Firth (Bridget Jones: Louca Pelo Garoto), Paul Bettany (WandaVision), Hunter Schafer (Euphoria) e Owen Cooper (Adolescência).

A história de Cry to Heaven se passa na Itália do século 18, durante o período de popularidade dos castrati, cantores que eram castrados ainda jovens para manter a voz fina. O longa seguirá a colaboração inesperada entre uma nobre de Veneza e um cantor castrato, que desejam se tornar grandes nomes da ópera.

Além de dirigir, Ford também assina o roteiro e a produção de Cry to Heaven. O longa está atualmente em processo de pré-produção e, segundo o Deadline, deve começar a ser rodado em janeiro.

Ciarán Hinds (Belfast), George MacKay (1917), Mark Strong (Nove Desconhecidos), Daniel Quinn-Toye, Josephine Thiesen (A Imperatriz), Thandiwe Newton (Wandinha), Theodore Pellerin (Maid), Daryl McCormack (Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out), Cassian Bilton (Fundação), Hauk Hannemann e Lux Pascal (Narcos) completam o elenco.

Até o momento, não foi revelado que ator interpretará qual personagem.

Cry to Heaven não tem data para estrear.

Miranda Priestly e Andy Sachs estão de volta. A 20th Century Studios divulgou nesta quarta-feira, 12, o primeiro teaser trailer de O Diabo Veste Prada 2. A prévia mostra o reencontro, breve, das personagens vividas por Meryl Streep e Anne Hathaway.

A sequência do fenômeno de 2006 vai acompanhar a editora-chefe da revista Runway tentando encontrar seu lugar no mundo profissional diante do declínio do jornalismo impresso. Ela logo descobre que um de seus empecilhos será Emily Charlton (Emily Blunt), sua antiga assistente que agora é a executiva de um grupo que tem o dinheiro do qual Miranda precisa para se reerguer. A estreia está marcada para maio de 2026 nos Estados Unidos, com direção novamente de David Frankel.

Além delas, Stanley Tucci, que também estrelou o primeiro O Diabo Veste Prada, também teve seu retorno confirmado. De acordo com a Variety, Kenneth Branagh (Morte no Nilo) se juntou ao elenco da sequência como o marido da personagem de Streep.

O Diabo Veste Prada adapta o livro homônimo de Lauren Weisberger publicado em 2003, baseado na própria experiência da autora trabalhando para Anna Wintour. Uma sequência, A Vingança Veste Prada - O Diabo Está de Volta, foi publicada em 2013. Na história, Andy se torna a editora de uma publicação de sucesso dedicada a noivas. Enquanto planeja o próprio casamento, ela começa a relembrar os traumas sofridos quando trabalhava para Priestly e o caminho das duas se cruza novamente.