Como funciona o laboratório da polícia que descobriu fortuna de André do Rap

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O Laboratório de Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) do Departamento de Inteligência da Polícia Civil foi criado em 2009 para encontrar e analisar dinheiro do crime organizado. Dentre as recentes descobertas, está a fortuna de André do Rap, traficante do PCC foragido desde 2020.

Conforme revelado pelo Estadão nesta segunda-feira, 9, as investigações apontam que criminosos movimentaram R$ 16,806 bilhões em 100.097 contas bancárias examinadas de janeiro de 2024 a maio de 2025. No caso de André do Rap, o Laboratório chegou ao total de R$ 25.168.000,00 em valores considerados suspeitos.

O laboratório faz parte da Rede Nacional de Laboratórios, a Rede-LAB, desde 2014. Recentemente, o setor recebeu sete novas máquinas para a extração e análise de dados de acordo com as normas do Ministério da Justiça para a manutenção da cadeia de custódia das provas, a fim de impedir que as defesa aleguem nulidades processuais.

No local atuam 30 policiais e o delegado responsável por coordenar os trabalhos. Segundo o delegado Francesco Petrarca Ielo Neto, diretor da Divisão de Inteligência, o objetivo inicial era ir atrás do dinheiro oriundo do tráfico de drogas, mas a proposta passou a ser ainda mais abrangente.

"Hoje, ele trabalha para identificar e analisar o dinheiro sujo originário de qualquer tipo de crime", explica Neto.

Autuação em números

Em 2024, o Lab-LD foi acionado 170 vezes por delegacias do Estado e fez 126 relatórios sobre 69.727 contas de 1.049 alvos, identificando R$ 9,691 bilhões como valores suspeitos.

Só neste ano, ele foi acionado 90 vezes e fez 63 relatórios a respeito de 507 alvos, o que o levou a identificar mais R$ 7,115 bilhões suspeitos em 30.370 contas. Destes, R$ 3,31 bilhões foram verificados em maio em 12.334 contas de 153 alvos.

No mesmo período, mas de 1,5 mil celulares apreendidos foram devassados pelas máquinas da divisão em busca de dados sobre movimentações bancárias, fiscais e patrimoniais que serão analisadas por meio de um sistema que estuda, confronta, filtra, calcula e pesquisa tanto em fontes fechadas quanto em fontes abertas de informação.

Quem é André do Rap?

André do Rap, de 47 anos, foi beneficiado por uma decisão individual do então ministro Marco Aurélio Mello, que viu excesso de prazo na prisão processual (sem condenação definitiva) e determinou que ele fosse solto. A liminar foi cassada pelos demais ministros, mas ele já havia deixado a penitenciária e não foi mais encontrado.

O foragido apontado como um dos grandes nomes do narcotráfico no País é condenado a 25 anos de prisão em outros dois processos.

André já esteve foragido antes, entre 2014 e 2019, quando foi localizado e preso pela Polícia Civil em uma mansão em Angra dos Reis, no Rio, suspeito de ostentar um patrimônio de R$ 17 milhões fruto do tráfico - ele se apresentava como agente de artistas e jogadores de futebol para disfarçar o dinheiro ilícito.

Ele morava em Santos, mas ia, aos fins de semana, para Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio. Também fazia com frequência voos fretados para Jacarepaguá, na zona oeste carioca, onde tratava de outros negócios.

A alcunha com o estilo musical passou a ser usada por André depois da prisão. Preso pela primeira vez em 1996 e solto em 1999, ele só passou a integrar a facção criminosa em 2005, quando foi batizado e se tornou integrante do PCC. Após ser solto, em 2008, ele passou a compor músicas e promover bailes funks na quadra da escola de samba Amazonense, no Guarujá, segundo a inteligência da polícia paulista.

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V de Vingança vai ganhar uma nova adaptação como série de TV. De acordo com a revista Variety, a produção está em desenvolvimento para a HBO, com James Gunn e Peter Safran atrelados como produtores executivos.

A nova série é inspirada na graphic novel escrita por Alan Moore e ilustrada por David Lloyd, originalmente publicada entre 1982 e 1985. A história acompanha o personagem titular, um anarquista que usa uma máscara de Guy Fawkes e elabora uma campanha teatral e revolucionária para matar seus antigos captores e torturadores e derrubar o estado fascista. A história foi adaptada para o cinema em 2005, com Hugo Weaving e Natalie Portman no elenco. A direção do filme é de James McTeigue.

Ainda conforme a Variety, a nova série terá roteiro de Pete Jackson, e Gunn e Safran produzem por meio da DC Studios. O projeto é o mais recente entre as adaptações de selos da DC para o formato seriado. Além de Pinguim, derivada de Batman, a HBO também lançará Lanterns, que vai apresentar os Lanternas Verdes John Stewart (Aaron Pierre) e Hal Jordan (Kyle Chandler). Anteriormente, a emissora também produziu Watchmen, com Regina King, Jeremy Irons e Yahya Abdul-Mateen II.

Uma fã brasileira de Dua Lipa presenteou a cantora com uma cópia do livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. O momento aconteceu no último sábado, 8, durante um show da artista na Argentina.

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A proposta chamou a atenção da cantora, que trocou algumas palavras com Bárbara antes de abraçá-la e posar para uma foto. Ela também recebeu o livro em mãos e agradeceu pelo presente.

Dua Lipa, que vem ao Brasil para apresentações a partir do próximo sábado, 15, tem um clube de leitura, chamado Service 95 Book Club, criado por ela em junho de 2023. O clube traz escolhas mensais de leitura escolhidas pela própria cantora britânica. Recentemente, Lugar de Fala, de Djamila Ribeiro, foi listado entre as indicações de "6 livros decisivos que vão mudar a maneira com a qual você pensa no mundo".

Dua Lipa no Brasil

A estrela pop britânica trará a turnê Radical Optism ao Brasil. A artista, que marcou presença no Rock in Rio em 2022, se apresentará em São Paulo, no dia 15 de novembro, no estádio MorumBIS; no Rio de Janeiro, o show será na Área Externa da Farmasi Arena, no dia 22. Os ingressos estão a venda no site da Ticketmaster.

Em Má Influencer, nova série original sul-africana da Netflix, uma mãe solo, BK (Jo-Anne Reyneke), se une a uma influenciadora, Pinky (Cindy Mahlangu), para vender bolsas de luxo falsificadas online. Mas o golpe chama a atenção tanto de uma gangue de falsificadores quanto das autoridades, e elas precisam ser mais espertas do que a polícia e os criminosos caso queiram ganhar dinheiro e não ir para a cadeia.

Em sete episódios, a nova atração aborda temas como a fama nas redes sociais, a cultura - por vezes tóxica - dos influenciadores digitais, além de lealdade e a busca por sobrevivência. A série foi criada e escrita por Kudi Maradzika, com direção de Ari Kruger e Keitumetse Qhali. Atualmente, a produção está entre as mais vistas da Netflix.

Definida pela edição sul-africana da revista Glamour como "parte da nova onda de talentos africanos que estão redefinindo a forma de contar as histórias do continente, e quem pode contá-las", Kudi oferece um ponto de vista particular sobre temas como cultura digital e cultura de influência. Afinal, ela mesma tentou se tornar uma influenciadora em períodos anteriores de sua carreira, e fala de uma perspectiva própria.

"Cheguei até mesmo a ser convidada para eventos de marca", declarou à revista. "Mas, como jornalista de formação, comecei a perceber um mundo muito mais complexo do que as pessoas imaginam."

Depois disso, ela fez parte de um laboratório do Instituto Realness, uma incubadora de projetos de onde a Netflix selecionou filmes e séries de países como Quênia, África do Sul e Nigéria, contratou roteiristas e passou um ano e meio desenvolvendo a história. "Má Influencer explora o quanto as mídias sociais moldam nossa identidade, nossas ambições e nossa bússola moral, especialmente em uma sociedade obcecada por imagem."

Além da fama das redes sociais, Má Influencer também aborda a relação entre tecnologia e crime, sobretudo quando consumidores podem ser enganados por influenciadores em quem confiam ou estratégias de marketing enganosas. A série também aborda as questões morais em torno da origem e do destino do dinheiro das falsificações - tudo isso sob um viés local.

"Os ritmos culturais, o humor e as contradições sul-africanas conduzem a história", declarou Maradzika ao portal nigeriano Nollywood Reporter. "A equipe fixou a história em um mundo que é reconhecidamente nosso."