PMs são presos por execução em Paraisópolis; área segue vigiada

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Dois PMs foram presos em flagrante após os confrontos na comunidade ocorridos anteontem. Câmeras corporais indicam que eles executaram um suspeito, durante uma abordagem anterior ao tumulto no local, que incluiu vandalismo e agressões. "Foi uma ação ilegal, não legítima", afirmou o porta-voz da PM, o coronel Emerson Massera. Nesta sexta-feira, 11, a polícia informou que o reforço de agentes na área deve continuar nos próximos dias, mas sem dar detalhes.

De acordo com a PM, os agentes atiraram em um morador, identificado como Igor Oliveira de Morais Santos, de 24 anos, quando ele já estava dominado, com as mãos na cabeça. Os PMs não tiveram os nomes divulgados, mas têm histórico de envolvimento em ocorrências com confrontos, segundo o porta-voz.

O Estadão apurou que os executores são dois cabos do 16.º Batalhão, que compreende a região de Paraisópolis, Morumbi e Vila Andrade. Segundo o porta-voz da PM, esse batalhão já possui as novas câmeras, do último edital: quando um policial aciona o seu equipamento manualmente, os outros também são acionados por Bluetooth. Isso permitiu ver a ação por vários ângulos, com imagens e áudios de melhor qualidade.

Defesa

Os advogados Wanderley Alves e William Cássio se apresentaram pela defesa do PM Renato Torquato. "Não se deve fazer prejulgamentos, até porque, a análise da câmara não corresponde ao campo de percepção do policial militar. Análise enviesada da prova em vídeo ainda vai colocar, infelizmente, muito policial não só na cadeia, como também no cemitério", disseram. O outro PM não foi identificado nem sua defesa.

O jovem não tinha antecedentes como adulto, mas registro de ato infracional por roubo e tráfico. O Ministério Público disse ontem que as imagens das câmeras corporais, usadas durante operação para averiguar uma denúncia de tráfico de entorpecentes e porte de armamento pesado, comprovam que houve execução. A corregedoria da corporação já efetuou a prisão dos militares envolvidos. A PM não conseguiu determinar a quantidade de tiros. "Dois policiais efetuaram os disparos. Não havia nada que justificasse nesse momento o disparo por parte da força policial."

As prisões foram feitas após análise das imagens das câmeras corporais. Ao todo, quatro policiais participaram da operação - os outros dois também foram indiciados, mas não presos. "Reconhecemos nossos erros, lamentamos, mas não podemos retroceder no trabalho de resgatar a cidadania de quem mora em Paraisópolis", disse o coronel.

Na visão do porta-voz, o erro não pode ser atribuído à falta de treinamento ou ao despreparo - os dois eram considerados experientes. "Eles sabiam que estavam cometendo erros e optaram por isso. A falta de treinamento não é justificativa."

Consequência

Após a morte de Igor, houve protestos generalizados na região. "A manifestação provavelmente foi motivada por isso. Mas é fato que tivemos ocorrências legítimas. Não foi uma manifestação de moradores. Foi de criminosos. O crime tenta aliciar pessoas para engrossar essas manifestações."

Barricadas com objetos queimados fecharam acessos à comunidade e o trânsito foi interrompido em parte das Avenidas Giovanni Gronchi e Hebe Camargo, no Morumbi. Até ônibus foram parados.

Ontem, moradores que pediram para não ser identificados relataram que o policiamento foi reforçado. "Às 5 horas já tinha helicópteros sobrevoando a comunidade. O clima é de medo", disse um deles.

Alguns falaram em dificuldades para chegar a suas casas, por causa dos bloqueios feitos pela polícia nas entradas de Paraisópolis. Não se trata, porém, de algo atípico. Os conflitos com o tráfico ali são intensos e as incursões da polícia recorrentes. "Dificilmente a polícia faz uma operação sensata. Ontem parecia uma guerra civil", disse um morador. "As pessoas de bem, a maioria, ficam reféns dessa situação e correm o risco de se machucar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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