Cachorra 'vira-lata' se torna perita da Polícia Científica de SP

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Uma cachorra 'vira-lata' encontrada abandonada em São José dos Campos ganhou não só um lar, mas também uma profissão. Após passar por dois anos de treinamento, se tornou o segundo cão perito da Polícia Científica de São Paulo, especialista em farejar e identificar sinais não visíveis de sangue humano em cenas de crimes contra a vida.

O animal, chamado de Savana, foi encontrado pelo perito criminal e médico veterinário João Henrique Machado, que trabalha há cinco anos no Instituto de Criminalística de São José dos Campos fazendo biodetecção de vestígios biológicos com o uso de cães. Na época, ela estava em grave estado de desnutrição, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).

O policial, por conta própria, ofereceu tratamento inicial à cachorra e pretendia entregá-la para um programa de adoção, mas percebeu que ela tinha potencial para ser cão perito, por conta do seu espírito curioso e de faro apurado. Ele decidiu, então, treiná-la para o trabalho policial.

"A vira-lata acabou desenvolvendo essa habilidade (de identificar sinais de sangue humano) 'imitando' o Mani (também sem raça definida), o primeiro cachorro que integra a equipe de peritos da Polícia Científica", diz a SSP. "Ela consegue detectar manchas de sangue humano que não são visíveis a olho nu ou quando há a tentativa de remoção do vestígio, podendo ajudar na elucidação de casos de crimes contra a vida."

Há atividades de obediência, recreação e detecção em ambientes abertos e fechados, na tentativa de reproduzir os locais que comumente são encontrados na perícia criminal - veículos, áreas com grandes extensões como sítios e peças de roupas, por exemplo.

"A utilização de cães como uma ferramenta de perícia é um projeto pioneiro no Brasil. Além de ter um custo mais barato para a polícia, tem demonstrado ser uma técnica mais precisa na descoberta de sangue humano no cenário do crime", diz a SSP. Os animais já são amplamente utilizados pela polícia federal para identificar drogas, por exemplo.

"Geralmente, para descobrir algum vestígio de sangue latente, os peritos criminais utilizam o luminol, um produto químico que reage com o ferro do sangue e emite uma luz fluorescente. Porém, em amostras diluídas ou em áreas muito iluminadas e extensas, o reagente não produz o efeito desejado - além de ser um produto de alto custo", afirma a pasta.

O cão perito Mani já descobriu manchas de sangue em um veículo seis meses após o crime e, em uma camiseta, um ano após. "Mas isso depende de vários fatores, de como aquele material se preservou em meio ao processo de degradação", diz Machado.

"O grande diferencial é o trabalho em cima das amostras que a gente usa. Tem todo o detalhe para que o cão não vicie no mesmo tipo sanguíneo e mesmo material, já que o sangue de hoje não é o mesmo daqui 30 dias. Os cachorros são treinados para lidar com essas nuances", afirma o perito.

O policial desenvolve um projeto de mestrado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de São José dos Campos para elaborar o protocolo de treinamento e utilização de cães pela polícia. Ele espera que, no futuro, cada núcleo da Polícia Científica de São Paulo tenha o seu próprio cão para apoiar as equipes em campo.

De acordo com o especialista, para ser um cão perito, o animal precisa ter habilidades como foco, determinação, socialização, alto nível de energia e vontade de fazer as mesmas coisas que um cão perito faz. "Cães muito agressivos ou muito grandes são evitados", diz a SSP. As buscas pelos animais ideais são feitas em canis municipais.

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A cantora Preta Gil, que morreu aos 50 anos, no último domingo, 20, terá um velório aberto ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia será na sexta-feira, 25 de julho, das 9h às 13h, segundo informações divulgadas pela família da artista na noite desta terça-feira, 22.

"Velório de Preta Maria Gadelha Gil Moreira, sexta-feira, 25 de julho, das 9h às 13h: cerimônia aberta ao público no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Celebraremos sua vida, arte e legado", diz a imagem de divulgação da cerimônia.

Mais cedo, Flora Gil, madrasta de Preta e esposa de Gilberto Gil, informou em suas redes sociais que o corpo de Preta segue sem previsão para repatriação. A família ainda resolve trâmites burocráticos para liberar o corpo para o Brasil.

"Informamos que, neste momento, ainda não há previsão para a repatriação do corpo de Preta Gil ao Brasil. Ela será velada na cidade do Rio de Janeiro, onde sua família, amigos e o público poderão prestar suas últimas homenagens", escreveu.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou, nesta terça-feira, 22, a lista dos cinco finalistas de cada categoria do Prêmio Jabuti Acadêmico. Em sua segunda edição, a premiação reconhece obras brasileiras de excelência das áreas científicas, técnicas e profissionais.

Os vencedores serão revelados em uma cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, em 5 de agosto. Cada vencedor será premiado com R$ 5 mil e uma estatueta. Segundo a CBL, foram 2.004 inscrições neste ano - em 2024, foram 1.953. No dia 14 de julho, a organização já havia divulgado a lista de semifinalistas.

O prêmio é dividido em dois eixos: Ciência e Cultura e Prêmios Especiais. Neste ano, a principal novidade é a categoria de Tradução, que avalia livros em tradução inédita de qualquer idioma para o português e publicados em nova edição no Brasil. Ela faz parte do eixo Prêmios Especiais.

Entre os finalistas da premiação, está o economista e colunista do Estadão Pedro Fernando Nery, na categoria Economia, pela obra Extremos: Um Mapa Para Entender as Desigualdades no Brasil (Zahar).

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes concorre na categoria Direito com o livro Democracia e Redes Sociais: O Desafio de Combater o Populismo Digital Extremista (Atlas).

Livro Acadêmico Clássico e Personalidade Acadêmica

A CBL também anunciou que a obra Metodologia do Trabalho Científico (Cortez Editora), do professor e filósofo Antônio Joaquim Severino, foi escolhida como o Livro Acadêmico Clássico do Prêmio Jabuti Acadêmico 2025. A escolha foi feita com base em uma consulta pública realizada no primeiro semestre.

O livro, que completa 50 anos em 2025 e já está em sua 24ª edição, é "uma ferramenta eficiente para o trabalho docente" e "apresenta elementos conceituais e diretrizes para a compreensão e aplicação das atividades lógicas e técnicas relacionadas à prática científica", conforme comunicado divulgado à imprensa.

Já o sociólogo José de Souza Martins, autor de mais de 30 obras e professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), já havia sido anunciado como a Personalidade Acadêmica homenageada pela premiação, "em reconhecimento ao conjunto de sua obra e à sua expressiva contribuição para a compreensão dos fenômenos sociais contemporâneos."

Douglas Souza Arruda, o Dodô Batera, um dos fundadores do grupo Karametade, morreu nesta terça-feira, 22, aos 52 anos. O músico fazia parte da primeira formação do grupo de pagode, desde 1993.

De acordo com o jornal A Tribuna, o músico tinha um melanoma na nuca e passou por várias cirurgias para controlar o tumor, mas o câncer voltou mais agressivo e o vitimou.

O velório e o enterro acontecerão em Santos, no litoral de São Paulo, nesta terça, 22, e quarta, 23.

Vavá, vocalista do Karametade, lamentou a morte do parceiro musical. "Saiba que sua história nunca será apagada meu irmão, um cara alegre, de sorriso fácil, simpático e uma pessoa incrível, que agora mora lá no céu. Até um dia meu irmão, seu legado nunca se apagará", escreveu o cantor.

Dodô participou da gravação de todos os álbuns de estúdio do Karametade, de 1997 a 2005. A música Morango do Nordeste foi o maior hit do grupo de pagode que estourou nos anos 90.