EUA: Dados de eficácia da vacina da AstraZeneca são questionados por autoridades

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A AstraZeneca pode ter incluído "informações desatualizadas" ao divulgar a eficácia de sua vacina contra a covid-19 observada nos testes clínicos desenvolvidos nos Estados Unidos, disseram autoridades federais norte-americanas de saúde nesta terça-feira, 23, em uma rixa pública incomum que pode minar ainda mais a confiança no imunizante naquele país. A empresa disse que deve apresentar os dados atualizados em 48 horas.

Apesar de já ter seu uso autorizado em toda a União Europeia e em diversos outros países, como o Brasil, a agência de drogas dos EUA, a FDA, ainda não aprovou a vacina feita pela farmacêutica com a Universidade de Oxford. Até então, não tinham sido divulgada a eficácia obtida nos testes clínicos de fase 3 feitos nos EUA, o que ocorreu nesta segunda-feira, 22.

A empresa anunciou que em estudo predominantemente americano com 32.000 voluntários, a vacina se mostrou 79% eficaz na prevenção de covid sintomática. Também enfatizou que não houve doenças graves ou hospitalizações entre os voluntários que receberam a vacina, em comparação com cinco casos entre aqueles que receberam placebo.

Mas pouco depois da meia-noite, o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid) americano divulgando uma nota de preocupação de que os dados divulgados fossem antigos.

A agência foi alertada pelo Comitê de Monitoramento da Segurança de Dados (DSMB, na sigla em inglês), um grupo independente, de 11 especialistas, ligado ao Niaid, que supervisiona o ensaio clínico. Eles informaram que a eficácia de 79% se referia a um resultado preliminar baseado em dados coletados até 17 de fevereiro.

Em resposta, a empresa disse que está trabalhando em informações mais atualizadas e que as descobertas mais recentes são consistentes com as anteriores. Também prometeu apresentar uma atualização dentro de 48 horas.

O infectologista Anthony Fauci, que dirige os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA - entre os quais está o Niaid - disse acreditar que houve um "erro acidental" do comunicado de imprensa da AstraZeneca, mas que pode criar dúvidas sobre o que "é muito provavelmente uma vacina muito boa". Ele afirmou, em entrevista ao programa Good Morning America, da rede ABC, que os dados da vacina são "realmente muito bons, mas quando os colocaram no comunicado à imprensa, não eram totalmente precisos".

Posteriormente, ao site Stat, Fauci disse que o fato de o DSMB ter percebido a discrepância foi um exemplo de salvaguarda em relação às vacinas. "Sentimos que não podíamos ficar em silêncio", disse, sobre a carta do comitê independente. "Porque se permanecêssemos em silêncio, poderíamos ser acusados de acobertar algo. E definitivamente não queríamos estar nessa posição."

Ainda assim, uma declaração pública questionando os dados da AstraZeneca foi considerada incomum por especialistas americanos.

Em outra categoria

Por Laysa Zanetti

Caco Ciocler vai entrar para o elenco de Vale Tudo, interpretando um personagem inédito na trama. O ator será Esteban, um interesse amoroso de Celina (Malu Galli). A informação foi publicada pela coluna Play, do jornal O Globo, e confirmada por Caco em seu perfil no Instagram.

Na versão de 1988 da novela, a irmã de Odete não teve sua vida afetiva explorada e, portanto, o personagem Esteban não existiu. Ainda não se sabe qual será a sua história ou como vai conhecer Celina.

Na trama original, Celina era interpretada por Nathalia Timberg, e dedicava a maior parte do tempo aos sobrinhos e aos cuidados da mansão. Desta vez, a autora Manuela Dias pretende adicionar mais camadas à sua história e dar a ela mais autonomia.

"Celina é uma cinquentona que não se casou, criou os filhos da irmã e não trabalha", resumiu Galli ao jornal O Globo, explicando os novos traços da personagem. "A gente trouxe o interesse dela pelas artes plásticas, ela é uma incentivadora dos artistas. É mais ativa nesse sentido."

Longe das novelas desde a refilmagem de Pantanal, Caco vai começar a gravar suas cenas no folhetim neste sábado, 3. Recentemente, participou da minissérie Os Quatro da Candelária e do filme Meu Sangue Ferve por Você, cinebiografia de Sidney Magal.

Miguel Falabella foi afastado das apresentações desta semana do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em São Paulo. O comunicado foi feito nas redes sociais da peça nesta quinta-feira, 1º, que explica que o ator passa por um problema de saúde.

Em seu perfil, Falabella detalhou a situação, e revelou que precisou se afastar porque está com uma hérnia de disco. "Estou com muita dor, não estou conseguindo andar direito e, por isso, infelizmente não estou fazendo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum. Como dizia minha mãe, doença é aluguel que a gente paga para usar o corpo", declarou.

A peça é uma adaptação brasileira do musical com letra e música de Stephen Sondheim, ambientado na Roma Antiga e inspirado nas comédias farsescas de Plauto. A história acompanha Pseudolus, personagem de Falabella que é um escravo determinado a conquistar sua liberdade. Para isso, ele promete ajudar seu jovem amo a conquistar a amada. Ivan Parente, Giovanna Zotti, Carlos Capeletti, Mauricio Xavier e Lucas Colombo também integram o elenco da peça.

Diante da ausência de Falabella, o protagonista será interpretado por Edgar Bustamante nas próximas sessões, desta quinta a domingo, 4.

Nos comentários das publicações, fãs e amigos desejam melhoras a Miguel. "Cuidaremos do nosso lourão mais que amado e ele já já estará de volta pro palco", comentou Danielle Winits. "Boa recuperação, chuvisquinho. Já já você está 100% e de volta aos palcos pra receber todo carinho e amor que você merece", desejou o também ator Daniel Rangel.

A peça Uma Coisa Aconteceu a Caminho do Fórum está em cartaz de quinta a domingo no Teatro Claro Mais SP, com apresentações às 20h (quinta e sexta), 16h e 20h (sábado) e 15h e 20h (domingo).

A série argentina O Eternauta acaba de chegar à Netflix e já tem conquistado os espectadores. Baseada na HQ homônima considerada uma das maiores obras da literatura argentina, ela tem uma história trágica por trás: seu criador, Héctor Oesterheld, foi morto pela ditadura na Argentina na década de 1970.

Nascido em Buenos Aires em 1919, Oesterheld é um dos principais nomes dos quadrinhos e da ficção cientifica na Argentina. Escreveu alguns romances e outras HQs, além de ter publicado em revistas de grande importância, mas O Eternauta é considerada a sua obra-prima.

A trama acompanha um grupo de sobreviventes de uma nevasca mortal que precisa lutar contra uma ameaça alienígena. Com Juan Salvo como protagonista, o quadrinho foi publicado entre 1957 e 1959 com ilustrações de Francisco Solano López, com uma versão mais politizada sendo lançada na década de 1970.

Oesterheld frequentemente dizia que o herói de O Eternauta era um "herói coletivo". No final dos anos 1960, ele também escreveu biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, importantes líderes de esquerda, em parceria com o cartunista Alberto Breccia.

Naquele período, o autor já era envolvido com os Montoneros, organização político-militar argentina de esquerda que tinha objetivo de resistir e derrubar a ditadura no país. As quatro filhas de Oesterheld, Estela, Diana, Beatriz e Marina, também estavam envolvidas com o grupo.

As Forças Armadas da Argentina, já vigiando a atividade de Oesterheld, começaram a fechar o cerco em sua família. A primeira desaparecida foi Beatriz, que tinha apenas 19 anos, em 1976. Meses depois, foi a vez de Diana, seguida de Marina, ambas grávidas na época. A última foi Estela, já no final de 1977.

Oesterheld desapareceu em abril daquele ano. Acredita-se que tenha sido fortemente torturado física e psicologicamente, sendo obrigado a ver fotos das filhas executadas, e que foi morto apenas em 1978. O seu corpo nunca foi encontrado. Das filhas, apenas Beatriz pôde ser velada.

A morte do autor e de seus familiares só foi reconhecida em 1985, com um julgamento histórico que resgatou a memória dos desaparecidos e revelou os horrores da ditadura na Argentina.