Doca, líder do CV investigado por mais de 100 homicídios e execuções de crianças, é preso no RJ

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A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira, 28, Edgar Alves de Andrade, o "Doca ou Urso", e Thiago do Nascimento Mendes, o "Belão do Quintungo", apontados como as principais lideranças do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Ao menos dois policiais civis e 18 criminosos morreram e outros 79 criminosos foram presos durante uma megaoperação na capital fluminense.

Quem é Doca?

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Doca é a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da zona oeste do Rio, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) denunciou Doca e outras 66 pessoas pelo crime de associação para o tráfico. Três deles também foram denunciados por tortura.

Ele é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Havia 34 mandados de prisão em aberto contra o traficante, de acordo com dados do Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).

Doca é apontado como o mandante da execução de três médicos na zona sudoeste do Rio em outubro de 2023. As vítimas foram mortas por engano porque um deles foi confundido com o verdadeiro alvo dos criminosos.

Em maio deste ano, o MPRJ denunciou Doca, e outros dois criminosos pelo ataque a uma delegacia em Duque de Caxias. Segundo as investigações, o criminoso teria ordenado a invasão à unidade, no dia 15 de fevereiro de 2025. Eles respondem por tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado, tortura e associação para o tráfico.

Os criminosos tentavam resgatar Rodolfo Manhães Viana, o Rato, preso horas antes da invasão por tráfico e associação para o tráfico, na Comunidade Vai Quem Quer. Armados com fuzis e granadas, os criminosos invadiram a delegacia, feriram dois agentes e torturaram um deles em busca de informações sobre o paradeiro de Rato, que já havia sido transferido para a Polinter, na Cidade da Polícia.

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Atração do Sesc Jazz 2025, nesta quinta-feira, 30, a cantora e educadora sul-africana Gabi Motuba escreveu a palavra jazz com letra maiúscula em todas as vezes em que citou o gênero nas respostas que enviou para esta entrevista feita por e-mail ao Estadão. Aos 33 anos, nascida em Mamelodi, Pretória, com dois álbuns lançados, Motuba faz um jazz contemporâneo e particular ao misturá-lo com música clássica e ancestralidade africana.

O orgulho que a faz escrever 'Jazz' vem do fato de ela acreditar que, mais do que música, ele pode apontar caminhos para o mundo. Na apresentação, já com ingressos esgotados, Motuba vai mostrar o álbum The Sabbath, lançado em 2024. A cantora dedicou o trabalho a seu pai, que havia morrido. Queria, ela diz, por meio de canções que falam de afeto e cura, que outras pessoas pudessem encontrar nas canções que escreveu resoluções e significados sobre a vida.

"O jazz é uma invenção do povo", diz, ao ser questionada sobre certo elitismo que o gênero assumiu no Brasil, País no qual ela se apresenta pela primeira vez - além de São Paulo, ela cantou em Porto Alegre. Isso inclui ainda, segundo Motuba, despir o jazz do capitalismo e usá-lo para desenvolver o homem.

Leia a íntegra da entrevista com a cantora antes de ela embarcar para o Brasil

Esta é sua primeira vez no Brasil. Quais são suas expectativas sobre o País?

Eu ouvi tantas coisas maravilhosas sobre o Brasil que estou realmente ansiosa para estar aí. Apreciei a beleza dos sons que vêm do País, então, o Brasil já foi bem representado na minha imaginação sonora. Imagino que as pessoas do Brasil sejam vibrantes e cheias de paixão, assim como as pessoas de onde moro atualmente (Johanesburgo). Espero que haja uma conexão orgânica entre mim e os locais, o que eu realmente estou ansiosa para experimentar.

Uma pergunta clichê, mas necessária em tempos em que plataformas digitais democratizaram a música: você conhece músicos ou cantores brasileiros? Pode compartilhar suas impressões sobre a música brasileira?

Encontrei muita música de Antonio Carlos Jobim. E composições como Chega de Saudade, Favela [ambas de Jobim e Vinicius de Moraes] e Flor de Lis [de Djavan] foram parte da minha educação musical: esses sons foram muito importantes para a minha biblioteca sonora. Minha impressão da música do Brasil é que ela ecoa muito fortemente a identidade tradicional de seu povo, tornando-a muito rica e única em som através dos gêneros.

No Brasil, o jazz ainda é visto como algo elitista, mesmo ele tendo origem popular. Como podemos mudar essa percepção?

Uma maneira de mudarmos isso é entendendo que o jazz é uma invenção do povo. Ele une de maneira única os sons de sua geografia da forma mais generosa, entre todos os gêneros. Precisamos restabelecer e imaginar o jazz sem os adornos do capitalismo e do Ocidente e enraizá-lo como uma música que procura "desenvolver uma nova maneira de pensar e se esforçar para criar um novo homem", conforme escreveu de forma eloquente [filósofo político] Frantz Fanon em Os Condenados da Terra.

O jazz sul-africano é muito único comparado com o que é feito no restante do mundo, já que foi influenciado pela música africana. Gostaria que você explicasse isso para alguém que vai encontrá-lo pela primeira vez em seu show no Brasil.

O jazz sul-africano é generoso, rico, complexo e, acima de tudo, sincero. Nossa música é vibrante e, mais do que tudo, espelha e detém nossa complexa história. Usamos nossa música para comunicar o impossível e para curar os traumas causados pela violência do apartheid e da segregação. Para nós, o jazz é música de protesto. O jazz é música negra. Essa é a nossa linhagem e herança sonora, tornando nossa música pesada e uma experiência sagrada.

O que você buscava em termos de sonoridade para 'The Sabbath'?

Como compositora, eu estava procurando um som que pudesse carregar o luto coletivo. Em homenagem à morte do meu pai, eu queria compor um conjunto de obras que comunicasse a perda. Meu interesse pelo som me permite entender a ideia de que cada emoção carrega uma frequência específica e poder revelar essa frequência é começar a suspender seu impacto e permitir que alguém processe sua experiência em tempo real.

As músicas falam sobre cura e afeto. Por que você decidiu compartilhar suas dores com os ouvintes?

Como eu disse na resposta anterior, acredito que este seja o trabalho de um compositor. Como as famosas palavras de Nina Simone: "O trabalho de um artista é espelhar a sociedade". É meu dever criativo sonoro encontrar os sons das experiências que mais nos impactam e identificá-los claramente e tentar expressá-los e articulá-los para que as pessoas encontrem resolução, significado ou cura neles. Como músicos sul-africanos, também estamos de luto pela perda do nosso anterior Ministro das Artes e Cultura, Nathi Mthethwa. Este é um momento difícil para nós e gostaríamos de reconhecer essa perda e dedicar este momento no Brasil para honrar sua memória.

Sua voz tem algo espiritual. De onde isso vem?

Não tenho certeza, mas acredito que seja um som que me foi presenteado por Deus e meus ancestrais. É um som com o qual mais ressoo e estou sempre animada para compartilhá-lo.

Quão importante é para jovens como você se interessar e trabalhar com jazz?

É realmente importante. O jazz é o gênero mais 'livre' de todos e pode realmente ajudar os jovens a estabelecer novos caminhos, novas culturas, novos sons, novos gêneros, etc.

Você já declarou que cria arte para mudar o futuro. Você acredita que a música também tem uma função social?

Sim. A música faz parte do nosso dia a dia e nos afeta tanto quanto tudo mais. Não acredito que apenas por meio da música o mundo possa mudar, mas acredito que a música faz parte das ferramentas que podemos usar para espelhar o mundo e aprender com seus princípios fundamentais profundos e, ao fazer isso, quando o momento surgir para criarmos algo novo, teríamos sido claros sobre o que é 'algo antigo'.

Gabi Motuba no Sesc Jazz

30/20, 20h

Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, Pompeia

R$ 18/R$ 60 (esgotado)

O ator Juliano Cazarré atualizou o estado de saúde da filha Maria Guilhermina, diagnosticada com Anomaria de Ebstein, uma doença rara congênita que afeta uma das válvulas do coração.

Em entrevista ao jornal O Globo, o ator comentou que a filha - a quinta de seis filhos - tem apresentado melhoras. "Há bastante tempo, ela não tem nenhuma intercorrência grave. Agora já está passando várias horas por dia sem respirador - ou seja, o quadro respiratório e o diafragma já estão mais fortes", comemora o ator.

"Ela está muito espertinha, percebendo tudo o que acontece ao redor. E também sorri e se mexe muito. Está ficando maior, comprida, pesada, com o cabelo grande", completou.

A Anomalia de Ebstein é uma doença rara que atinge apenas uma a cada 20 mil crianças recém-nascidas. A síndrome, uma má-formação na válvula tricúspide do coração, afeta o fluxo de sangue no corpo. Com isso, as crianças que nascem com a anomalia podem ter insuficiência cardíaca após o nascimento.

Cazarré está no elenco de Três Graças, na qual incorpora o ex-traficante evangélico Jorginho Ninja. Além disso, voltou aos palcos com o monólogo Compliance, em cartaz no Teatro Prio, no Rio de Janeiro.

O cantor Marcelo Falcão cancelou toda a agenda de shows deste ano e está afastado dos palcos. A notícia foi divulgada por ele no Instagram na última terça-feira, 28.

Na rede social, o artista explicou que a pausa na carreira é temporária e foi orientada por um médico. A recomendação é que ele se recupere de uma cirurgia recente e retome os compromissos profissionais apenas em 2026.

"Depois da cirurgia do ligamento cruzado da perna direita, o médico informou que só é seguro voltar aos palcos em janeiro de 2026. Logo, seguindo recomendações médicas, voltaremos assim que o ano virar!", detalhou.

"Nos vemos em 2026. Até breve", completou o cantor, que ainda alertou que "qualquer informação diferente dessa, possivelmente, é uma publicação antiga".