Gari assassinado em BH: empresário não admite ter atirado e diz que caso foi 'incidente'

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, preso sob a acusação de assassinar o gari Laudemir de Souza Fernandes, falou pela primeira vez com a imprensa desde que foi preso, admitindo que estava armado durante o "incidente" com o gari. A entrevista, dada ao repórter Roberto Cabrini, foi exibida neste domingo, 30, pela Record. Ele reconheceu que estava presente no local dos fatos, mas não admitiu ter feito o disparo, referindo-se ao caso como um "incidente". A reportagem tenta contato com a defesa do empresário.

O advogado assistente de acusação, Tiago Lenoir, diz que a negativa de autoria não resiste à análise séria das provas. "É impressionante assistir alguém tentar remodelar os fatos com tamanha imaginação. O processo é inequívoco, a dinâmica dos fatos está demonstrada e não há espaço para ficção onde a realidade é tão contundente."

Renê diz que foi orientado pelos advogados antes de falar com o repórter no interior do presídio, em Caeté (MG). "O incidente pode ter acontecido. Até onde eu posso dizer, por causa do processo e por orientação de meus advogados, eu posso admitir que aconteceu um incidente", diz.

O crime aconteceu no dia 11 de agosto deste ano, em Belo Horizonte, durante uma discussão de trânsito entre Renê e coletores de lixo.

O acusado reafirmou que "não conhecia bem o local" e comentou sobre o fato de ter mudado sua versão inicial sobre não estar armado. "No primeiro dia meu advogado pediu para não comentar nada até ele se inteirar. Eu não falei que não estava armado, eu falei que não ia comentar nada."

Ele negou também que tenha fascínio por armas. Imagens juntadas ao processo mostram o empresário atirando com uma arma. "Eu atirando no sítio no ano novo do ano retrasado. Uma arma totalmente legalizada que meu cunhado tinha me entregado para eu atirar", comentou.

O entrevistado negou também que tenha ameaçado os garis antes dos disparos: "Se vocês encostarem no meu carro, eu dou um tiro na sua cara", diz no processo uma testemunha presente na cena do crime. O empresário afirma que apenas avisou os profissionais que seu carro não passaria ao lado do caminhão de lixo e negou que estaria irritado no momento: "Se batesse o carro, era só uma porta, não a vida de uma pessoa. É muito diferente".

Acusação de homicídio triplamente qualificado

Renê é casado com Ana Paula Balbino, delegada de polícia que atua no combate à violência doméstica. Ao ser questionado se havia pedido para ser tratado de forma diferenciada na abordagem após o crime, ele negou: "Eu não tive contato com minha esposa. Eu liguei para o coronel da Polícia Militar para ver o que eu faria, se eu esperava ali. Quando eu pedi para ele, foi para saber o que estava acontecendo."

Conforme o processo, o militar se negou a auxiliar o suspeito.

Renê também negou ter furtado a arma da delegada. Ele admitiu que não tinha porte de arma e decidiu se armar após ser ameaçado por um suposto bicheiro. "Eu tinha sofrido uma ameaça de um bicheiro e, prezando pela minha vida, eu disse: eu não vou arriscar."

Ele também alegou ter sido pressionado na delegacia para confessar o crime. Segundo Renê, os policiais ameaçaram envolver sua esposa, caso não colaborasse.

Renê é acusado de homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma e fraude processual, estando sujeito a uma possível pena de até 30 anos de prisão. A Justiça acatou a denúncia por esses crimes e o processo aguarda decisão no sistema judiciário mineiro.

Na última quarta-feira, 26, ele foi interrogado pelo 1º Tribunal do Júri Sumariante, de Belo Horizonte, e optou por não responder a todas as perguntas, mas negou que tenha confessado que atirou no gari.

A Justiça negou habeas corpus em impetrado pela defesa alegando que policiais militares teriam excedido competências ao conduzirem parte da investigação ainda no local do crime. Com a negativa, Renê segue preso preventivamente.

Irritação no trânsito

Conforme o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a denúncia contra o empresário Renê Júnior narra que, no dia do crime, o empresário saiu de casa no bairro Vila da Serra, em Nova Lima (MG), com destino ao seu local de trabalho, em Betim (MG), com uma pistola semiautomática, calibre .38, marca "Glock", dentro do carro.

Ao atingir o cruzamento das ruas Modestino de Souza e Jequitibá, no bairro Vista Alegre, na região oeste da capital, o homem teria se irritado com a retenção do trânsito local devido à coleta de lixo urbano que se realizava naquele momento.

Mesmo com a indicação dos trabalhadores da coleta de lixo de que era possível seguir o trajeto e passar com o carro pelo local, o denunciado, exaltado, teria apontado a arma em direção à motorista do caminhão de limpeza urbana e a ameaçado.

Ainda segundo a denúncia, inconformado com a lentidão do trânsito e "evidenciando o seu notório desprezo pelos trabalhadores", o denunciado teria feito um disparo que atingiu o gari Laudemir na região abdominal. O gari foi socorrido, mas morreu.

Em outra categoria

A obra de Mauricio de Sousa foi declarada como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de São Paulo. A lei foi sancionada nesta segunda-feira, 1º, pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Uma série de homenagens ao artista, que completou 90 anos em outubro, acompanhará o reconhecimento.

A iniciativa tem autoria do Executivo e foi aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de São Paulo no início de novembro. O objetivo é destacar a relevância cultural da Turma da Mônica e do universo de personagens criados pelo cartunista, que é natural de Santa Isabel, no interior do estado, e construiu carreira na capital.

Como parte das homenagens, a prefeitura anunciou que, em 2026, 90 esculturas do universo de Mauricio de Sousa serão distribuídas por todas as regiões da cidade. Além disso, o Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú, ganhará um banco em tributo ao artista.

"A gente vai ter um personagem homenageando a cidade e outras atrações para as pessoas poderem interagir, eventos, tudo em uma grande homenagem ao Mauricio. Atividades para crianças, adultos e fãs do Mauricio de Sousa", disse Nunes no anúncio. Segundo a prefeitura, outras homenagens anda serão anunciadas.

A prefeitura também promoverá uma parceria com a MSP Estúdios. Segundo Marcos Sousa Saraiva, diretor executivo da empresa e neto de Mauricio, a organização presenteará com uma visita aos estúdios de Mauricio aquelas pessoas que tirarem fotos de ao menos 45 das esculturas espalhadas pela cidade.

90 anos de Mauricio de Sousa

Mauricio de Sousa completou 90 anos em 27 de outubro deste ano. Criador da Turma da Mônica e de uma legião de personagens que marcaram a infância de milhões de brasileiros, ele é considerado um dos grandes autores do País, responsável por aproximar muitas gerações da leitura por causa de suas histórias em quadrinhos.

Nascido em Santa Isabel e criado em Mogi das Cruzes, Mauricio veio para São Paulo em busca de viver dos desenhos. Começou como repórter policial do antigo jornal Folha da Manhã, até que finalmente emplacasse uma tirinha no papel. Criou personagens como Bidu e Cebolinha, até que desenvolvesse Monica, Magali e tantos outros com inspiração na própria família.

Com as crianças do bairro do Limoeiro, Mauricio construiu um império e tornou-se uma das figuras mais conhecidas do País. Seu personagens foram parar nos cinemas, em versões animadas e live-action, no teatro, em jogos e em milhares de produtos. A sua obra já vendeu mais de 1 bilhão de exemplares e foi traduzida para 14 idiomas.

A sede da MSP Estúdios fica no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Atualmente, Mauricio preside o conselho da empresa, com outros membros da família compondo a diretoria. Em outubro, o Estadão conversou com filhos, neto e mulher de Mauricio para homenageá-lo em seus 90 anos.

Preso em setembro de 2024 e condenado a quatro anos de cárcere pela justiça americana, Sean "Diddy" Combs terá seus crimes narrados em nova série documental. Produzida pelo rapper Curtis "50 Cent" Jackson e dirigida por Alexandria Stapleton (How Music Got Free), Sean Combs: O Acerto de Contas terá quatro episódios, que serão disponibilizados já nesta terça-feira, dia 2 de dezembro, na Netflix.

Músico e magnata da indústria, Combs foi sentenciado em julho após acusações de transporte para fins de prostituição. Ele também foi a julgamento por tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas foi absolvido.

Atualmente, o empresário cumpre sua pena em um centro penitenciário de baixa segurança em Nova Jersey, para onde foi transferido após ser ameaçado na prisão em que estava em Nova York.

Durante o processo, Combs se disse arrependido de seus atos, classificando seu comportamento como "repugnante, vergonhoso e doentio" e chegou a chorar diante do juiz.

A previsão da defesa de Combs é que ele seja liberado em maio de 2028, data que considera já o período que o músico passou preso à espera de julgamento e a redução de pena por bom comportamento.

O magnata e sua equipe de advogados recorreram tanto da condenação quanto da sentença.

50 Cent x Diddy

50 Cent e Diddy têm uma rivalidade antiga, que se estendeu pela carreira musical de ambos. Após as primeiras acusações contra Combs serem reveladas em 2023, Jackson foi um dos primeiros a corroborar as histórias das vítimas, criticando o rival publicamente.

De acordo com 50 Cent e Stapleton, todo o lucro obtido pelo documentário será direcionado ao apoio das vítimas de Combs. "Continuamos firmes em nosso compromisso de dar voz aos sem voz e apresentar perspectivas autênticas e com nuances. Embora as alegações sejam perturbadoras, pedimos a todos que se lembrem de que a história de Sean Combs não é a história completa do hip-hop e sua cultura. Nosso objetivo é garantir que ações individuais não ofusquem as contribuições mais amplas dessa cultura", disse a dupla em comunicado veiculado em setembro de 2024.

Com quatro episódios, Sean Combs: O Acerto de Contas chega à Netflix de uma vez, em 2 de dezembro.

A influenciadora Isabel Veloso, que passou por um transplante de medula óssea em outubro, segue internada na UTI desde a última semana. O pai dela, Joelson Veloso, e o marido, Lucas Borbas, vêm atualizando o quadro de saúde no Instagram.

Joelson relatou que a filha, o genro e o neto, Arthur, de 11 meses, estão longe de casa há meses por causa do tratamento. Ele disse que a saudade tem sido difícil de enfrentar, mas que a família mantém a esperança: "A saudade aperta, o peito dói e a vontade de voltar é imensa. Mas a luta ainda não terminou", declarou.

O pai da influencer disse ainda que ela segue em tratamento em Curitiba. "Firme, corajosa e enfrentando tudo com fé. Cada dia é uma vitória. E, quando esse tempo passar, o reencontro vai ter gosto de mil abraços guardados."

Nesta segunda-feira, dia 1º, ele compartilhou uma foto da jovem dormindo no hospital, com equipamentos médicos conectados ao nariz. No dia anterior, Lucas também publicou uma imagem ao lado da mulher, mostrando Isabel na mesma posição na cama, e escreveu: "Logo tudo vai passar."

Isabel precisou ser entubada após passar mal na quinta. Segundo Lucas, foi constatado que ela estava com excesso de magnésio no sangue. "Depois disso, a Isabel parou de respirar e de ter saturação", disse ele.

A jovem foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin em 2021. Em maio, ela havia usado as redes sociais para comunicar que o câncer estava em remissão e que poderia fazer um transplante de medula óssea. A influenciadora estava em cuidados paliativos até então.