Toffoli: veto à extensão em patentes farmacêuticas não afeta as já concedidas

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Responsável por suspender provisoriamente um artigo da Lei de Propriedade Industrial que prevê a extensão do prazo de patentes farmacêuticas, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou nesta quinta-feira, 8, que sua decisão não tem efeitos retroativos, ou seja, não influencia patentes já concedidas.

A determinação do ministro, no entanto, vai afetar praticamente todos os pedidos de patentes da indústria farmacêutica a serem decididos em 2021 - 100% das solicitações em Biofármacos, 84% em Fármacos I e 86% em Fármacos II. Os números foram apresentados ao ministro pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Atualmente, a legislação prevê que as patentes de invenções terão o prazo estendido caso demorem dez anos ou mais para serem aprovadas pelo INPI, que é responsável pela análise de pedidos. Em uma ação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Toffoli barrou provisoriamente essa prorrogação para patentes relacionadas a produtos e processos farmacêuticos e a equipamentos de uso em saúde.

Ao publicar um esclarecimento da decisão proferida nesta quarta-feira (7), Toffoli explicou que, segundo a lei, a extensão ocorre quando a patente é dada pelo INPI. Ou seja, concedido o direito e constatada a demora da autarquia federal, define-se que a patente vigerá por mais dez (a casos de invenção) ou sete anos (modelo de utilidade), contados da concessão.

Em razão da decisão do ministro, a partir desta quinta-feira, ao conceder uma patente nessas áreas, o INPI não poderá adicionar essa extensão de prazo. "E isso é válido tanto para os pedidos já depositados e à espera de uma resolução da autarquia, quanto para os novos pedidos", disse o ministro.

O veto às prorrogações daqui para frente vai vigorar enquanto durarem os efeitos da liminar de Toffoli, até que o plenário da Corte analise a matéria, quando poderá confirmar ou reverter a posição do ministro. O processo está pautado para o próximo dia 14.

"As patentes dessa categoria que, até a data de ontem (07/04/2021), já haviam sido concedidas com a extensão prevista no parágrafo único do art. 40 continuam em vigor, até eventual decisão do Plenário em contrário, visto que a liminar não tem efeito retroativo e, conseguintemente, os atos praticados à luz da norma permanecem, por ora, intocados", disse o ministro.

No esclarecimento, Toffoli frisou que, apesar de sua decisão ter apenas efeitos futuros, o seu voto quando o STF for julgar a ação no mérito será por vetar a extensão também retroativamente. "Trata-se de proposta que, em razão do seus mais amplos impactos, deve ser apreciada no julgamento de mérito pelo colegiado maior desta Corte", afirmou o ministro.

A determinação de Toffoli partiu de um pedido da PGR. Para o órgão, a norma é ilegal porque garante um benefício excessivo aos detentores de patentes e prejudica a livre concorrência. No entendimento de Toffoli, na situação específica das patentes do uso em saúde, o interesse social "milita em favor da plena e imediata superação da norma".

"O enfrentamento de uma crise de tamanha magnitude envolve a gestão de recursos escassos de diversas categorias , não somente de medicamentos com possível indicação para o tratamento da doença. A pressão sobre os sistemas de saúde aumentou de forma global, elevando a demanda por insumos em toda a cadeia de atendimento, como por respiradores pulmonares, equipamentos de proteção individual, fármacos para amenizar os sintomas da doença e para o tratamento de suas complicações, substâncias destinadas à sedação de pacientes entubados, apenas para citar alguns exemplos", escreveu Toffoli na decisão de ontem.

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O Prêmio Platino, que destaca filmes e séries ibero-americanos, divulgou sua lista de ganhadores em 2025 neste domingo, 27, no palácio municipal Ifema, em Madri, na Espanha. As produções brasileiras Ainda Estou Aqui e Senna foram premiadas.

O destaque ficou por conta do longa Ainda Estou Aqui, que ganhou nas categorias mais importantes, como melhor filme ibero-americano, melhor atriz (Fernanda Torres) e melhor direção (Walter Salles). Já Senna venceu a categoria de melhor criador de série (Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patrícia Andrade).

Os brasileiros vencedores do Prêmio Platino 2025

Ainda Estou Aqui (melhor filme ibero-americano de ficção)

Walter Salles (melhor direção, por Ainda Estou Aqui)

Fernanda Torres (melhor atriz, por Ainda Estou Aqui)

Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patrícia Andrade (melhor criador de série, por Senna)

Outros indicados brasileiros ao Prêmio Platino 2025

O Brasil ainda contou com outros indicados que não faturaram nenhum prêmio neste ano. Foram eles:

Arca de Noé (melhor animação)

Cidade de Deus - A Luta Não Para (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Senna (melhor série, minissérie de ficção ou documentário)

Alexandre Rodrigues, o Buscapé de Cidade de Deus (melhor ator de série)

Gabriel Leone, o Ayrton de Senna (melhor ator em série)

Andreia Horta, a Jerusa de Cidade de Deus (melhor atriz em série)

Hugo Bonemer, o Nelson Piquet de Senna (melhor ator coadjuvante de série)

Os ganhadores do Prêmio Platino 2025

Melhor estreia de ficção: El Ladrón de Perros

Melhor filme de animação: Mariposas Negras

Melhor atriz coadjuvante de série: Carmen Maura (Tierra de Mujeres)

Melhor ator coadjuvante de série: Jairo Camargo (Cien Años de Soledad)

Melhor documentário: El Eco

Melhor música original: Alberto Iglesias (La Habitación de Al Lado)

Melhor criador de série: Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi, Patricia Andrade (Senna)

Melhor comédia iberoamericana de ficção: Buscando a Coque

Melhor direção de arte: Eugenio Caballero, Carlos Y. Jacques (Pedro Páramo)

Melhor direção de fotografia: Edu Grau (La Habitación de Al Lado)

Melhor direção de som: Diana Sagrista, Alejandro Castillo, Eva Valiño, Antonin Dalmasso (Segundo Premio)

Melhor direção de edição: Victoria Lammers (La Infiltrada)

Prêmio Platino ao cinema e educação em valores: Memorias de Un Cuerpo que Arde

Melhor ator coadjuvante: Daniel Fanego (El Jockey)

Melhor atriz coadjuvante: Clara Segura (El 47)

Prêmio Platino de honra 2025: Eva Longoria

Melhor ator em série: Claudio Cataño (Cien Años de Soledad)

Melhor atriz em série: Candela Peña (El Caso Asunta)

Melhor roteiro: Arantxa Echevarria, Amelia Mora (La Infiltrada)

Melhor direção: Walter Salles (Ainda Estou Aqui)

Melhor atriz: Fernanda Torres

Melhor ator: Eduard Fernández (Marco)

Melhor série, minissérie de ficção ou documentário: Cien Años de Soledad

Melhor filme iboeroamericano de ficção: Ainda Estou Aqui

Renato Aragão relembrou o dia em que subiu em um dos braços e beijou a mão da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, em entrevista ao Jornal Nacional em ocasião dos 60 anos da TV Globo.

O humorista, conhecido por seu trabalho com o grupo Os Trapalhões, se emocionou ao rever as imagens e explicou o porquê de ter feito o que fez: "Consegui chegar no Rio de Janeiro, fazer sucesso na vida. Daí eu agradecia, mas eu queria simbolicamente estar lá agradecendo a imagem de Deus."

Questionado sobre como resumiria o momento em uma frase, disse: "Obrigado, meu bom Deus. Essa fé não vai acabar nunca. Nem depois que eu for."

Por que Renato Aragão subiu no Cristo Redentor

O eterno 'Didi Mocó' chamou atenção ao 'escalar' um dos braços do Cristo Redentor em 28 de julho de 1991, em ocasião dos 25 anos do grupo Os Trapalhões, no Criança.

Em depoimento ao projeto Memória Globo, há alguns anos, Renato Aragão já havia abordado o tema, negando que o tivesse feito por exibicionismo. "Eu queria ir lá à noite, escondido, com uma lanterna. Mas disse: 'Isso é infantilidade, idiotice'. Tenho que prestar contas ao Ibama, à Cúria, à Igreja. Não pode ir assim."

O comediante também destacou que chegou a beijar os pés do Cristo Redentor durante as gravações do filme Os Trapalhões e o Mágico de Oróz, mas fazia questão de fazer o mesmo nas mãos da estátua.

"Foi difícil conseguir. A nossa chantagem foi que era um programa em benefício das crianças [Criança Esperança]", relembrou, sobre as autorizações.

César Tralli, apresentador e repórter da TV Globo, publicou um texto de despedida do Vaticano após participar da cobertura sobre a morte e o funeral do papa Francisco. Neste domingo, 27, ele fez uma postagem em seu Instagram antes de embarcar em sua viagem na Itália: "Partiu, Brasil!".

"Com as lembranças de tantos abraços, apertos de mão, sorrisos, olhares de afeto e compaixão. A energia boa que vai, volta... Fazer do respeito ao próximo um caminho de paz e tolerância", escreveu.

Em seguida, Tralli concluiu: "Ouvi de uma jovem voluntária de 15 anos, que estava ajudando idosos no funeral do Papa, uma frase que me marcou: 'Não é sobre religião. É sobre ter amor no coração'. Bom domingo, boa semana e muito obrigado pela companhia".