'Hoje', o novo álbum de Delia Fischer, tem a voz de Ney Matogrosso

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No ano de 2020, como grande parte dos músicos e cantores, a carioca Delia Fischer, que tem seu nome conhecido como diretora musical de produções premiadas como Elis - A Musical e Chacrinha - O Musical, recorreu às lives para dar continuidade ao seu trabalho.

De sólida formação na música erudita, com os pés fincados no jazz, e um início de carreira no Duo Fênix, ao lado de Claudio Dauelsberg, essencialmente instrumental, Delia, além de extravasar seu lado artístico, queria reforçar o movimento que começou há mais de uma década, quando lançou o álbum Presente. Mostrar-se como cantora.

No caso de Hoje, disco com nove canções que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira, 23, deixa sua voz fluir como intérprete. O repertório, que tem músicas de Ivan Lins, Taiguara, Guilherme Arantes, Beto Guedes, Björk e dos Beatles Lennon e McCartney - além de uma participação do cantor Ney Matogrosso -, foi tirado justamente das apresentações online que fez.

O álbum é quase integralmente de voz e piano, com exceção da participação de Matias Correa, companheiro de Delia, nas faixas Nascente (Flávio Venturini/Murilo Antunes) e Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes).

"Nós artistas ficamos muito à flor da pele com a situação gerada pela pandemia. Em mim, o sentimento foi de não querer parar, de não me calar. Fui fazer as lives, que são muito interessantes, mas não deixam frutos (artísticos). Por isso, senti a necessidade de gravar, de deixar tudo registrado com boa qualidade", diz.

Duas das músicas que estão no repertório dialogam de forma direta com a necessidade de Delia em não calar a voz neste momento. De 1969, Hoje, de Taiguara, com versos que explicitam as ausências e traumas causados pela ditadura militar brasileira. Neles, também estão a fossa, a fome e a solidão do presente. A outra, O Amor É Meu País, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, há tempos absolvida da nódoa ufanista, tem ares de esperança e final feliz.

"Essas músicas, que parecem ter sido feitas agora, criavam uma conexão imediata com quem estava assistindo. Ao mesmo tempo, causam indignação. Precisamos repetir todas essas mensagens novamente? Hoje eu não conseguia cantar. É um tapa na cara. Foi difícil gravá-la", conta Delia.

De Lennon e McCartney, ela pescou In My Life, do álbum Rubber Soul, de 1965, quando os Beatles, segundo os críticos, começaram a se sofisticar. Da cantora e compositora islandesa Björk, Delia canta Jóga, com vocais que evocam a gravação original, lançada em 1997.

Inédita

A única inédita do disco é a balada Blues de Acabar, composta por Delia em parceria com Márcio Moreira, que encerra o álbum. A letra fala da dificuldade dos relacionamentos nesses tempos de pandemia. "Então tá combinado/ Não sou mais teu namorado/ Tava mesmo tudo errado como um filme programado para durar só uma estação", diz um dos trechos.

Os compositores achavam que a canção tinha o jeito de Ney Matogrosso. Sem ser próxima do cantor, Delia resolveu enviar a música para ele ouvir. Ney respondeu com um "gostei". Foi o sinal para a compositora chamá-lo para o estúdio - com todos os cuidados que os tempos exigem - para colocar a voz.

Composta em lá menor, Ney, que em agosto completará 80 anos, pediu para baixar meio tom da canção. "É um nada, mas ele se sentiu mais confortável, até por uma sugestão minha. Ney não perdeu os agudos dele. A voz está maravilhosa. É impressionante como ele coloca uma marca em tudo que faz", diz Delia.

Civis

Delia começou tocando violão e cantando em coral de igreja. Quando se ligou ao piano, ainda na adolescência, a aspiração era ser respeitada tocando o instrumento. Conseguiu. Fez orquestração, arranjo, produção e direção musical.

Desde que voltou à canção, o desejo, segundo ela, foi cantar para os "civis", como ela define o público que não seja o de colegas músicos. "Fazer música para a classe é outra coisa. Você faz algo arrojado, complexo. Eles acham incrível. Porém, muitas vezes, o público em geral não é tocado por aquilo. Quando eu canto, me conecto muito mais à canção popular. Quando faço uma live, quero mais é que venha gente me ouvir do que um corpo docente me admirar. Ao mesmo tempo, como me acompanho, não me desconecto do piano. Apenas busco esse equilíbrio", explica.

Essa lição, Delia também aprendeu com as aulas de música que fez com o pianista Luiz Eça (1936-1992), quando tinha 18 anos. Ele, um dos nomes essenciais na primeira fase da bossa nova, integrante do Tamba Trio, atuou ao lado de nomes como João Donato, Claudette Soares, Elis Regina e Roberto Carlos. Cansada da rigidez da faculdade de composição, largou - por influência de Eça - a academia.

"O professor de orquestração descrevia o timbre do oboé. Não fazia sentido para mim. Com o Eça, era uma aula informal, mas muito rica. Trabalhava composições com ele, dividíamos ideias. Ele me orientava e dizia 'vai embora, vai tocar por aí'. E, de fato, foi o que aconteceu", conta.

No palco teatral, Delia estreou fazendo orquestração em 7 - O Musical, de 2007, com canções compostas por Ed Motta. Antes da pandemia, havia começado os trabalhos no musical que contaria a história do Clube da Esquina, projeto que ainda não tem data para estrear.

"No teatro, em equipe, o trabalho precisa ser árduo. Ensaio e mais ensaio. Muita repetição. Mesmo que seja uma equipe de gênio. Muitos músicos de formação acham que o musical é uma coisa menor. Não é. A atriz que chegou desafinando em três semanas está arrasando. O Egberto (Gismonti), com quem eu trabalhei, sempre disse que 'não existe música difícil para tocar. Existe estudo malfeito'."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Augusto Nascimento, filho e empresário de Milton Nascimento, falou pela primeira vez sobre o diagnóstico do pai. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, ele deu detalhes sobre o estado de saúde de Bituca, e explicou que o artista foi diagnosticado com Parkinson há dois anos.

"Isso vem trazendo limitações junto com a idade, junto com a questão da diabetes", explicou. "Só que, em paralelo, ele está super feliz com a vida. Está super empenhado com o lance da Portela, com todas as homenagens e honrarias que ele vem recebendo."

Milton Bituca Nascimento se aposentou dos palcos em novembro de 2022, após uma grande e concorrida turnê nacional. Desde então, embora não tenha abandonado a música, ele tem aproveitado o tempo em família e com amigos, e já declarou que a atividade preferida é assistir a vídeos antigos. Mesmo assim, o cantor segue na ativa. Em fevereiro deste ano, por exemplo, compareceu ao tapete vermelho do Grammy Awards, e concorria à categoria de Melhor Álbum Vocal de Jazz, com Esperanza Spalding.

Neste carnaval, Milton experimentou algo novo e foi tema do samba-enredo da Portela, chamado Cantar Será Buscar o Caminho Que Vai Dar no Sol - Uma Homenagem a Milton Nascimento, criado por André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

Carioca de nascimento e mineiro de coração, Bituca passou pela Marquês de Sapucaí na madrugada desta quarta, 5, como destaque do último carro alegórico da última escola a desfilar no sambódromo. "Hoje é o dia mais feliz da minha vida! Obrigado, Portela. Obrigado todo mundo. Um beijão", escreveu Milton Nascimento, no Instagram, após a homenagem.

A Portela conquistou o 5º lugar após a apuração dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, atrás de Beija-Flor, Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense e Viradouro. A Escola volta para o Desfile das Campeãs no sábado, 8.

Francisco Gil passou alguns dias do carnaval ao lado da mãe, Preta Gil, e falou sobre os próximos planos da cantora. Ela luta contra um câncer no intestino e ficou quase dois meses internada para retirada de tumores.

A declaração foi dada em uma entrevista à Quem. "Ela está bem. Agora está neste momento de recuperação após a cirurgia, se preparando para a próxima etapa do tratamento. Mas estaremos juntos, enfrentando tudo lado a lado", disse.

A filha de Gilberto Gil passou o carnaval em Salvador, na Bahia, e Francisco explicou que ela deve permanecer na cidade por pelo menos 10 dias. "Por enquanto, ela vai ficar um tempo lá [...] Está com o pai, com a família e muito feliz por isso", disse Francisco sobre a mãe. Ele deixou a filha, Sol de Maria, com a avó.

Entenda o caso de Preta Gil

A cantora foi diagnosticada com câncer de intestino no início de 2023. Entre os sintomas que a fizeram suspeitar de um problema de saúde, estavam uma intensa constipação intestinal e fezes achatadas, com muco e sangue.

À época, ela realizou sessões de radioterapia e tratamento cirúrgico. A artista também teve de passar por uma histerectomia total abdominal, procedimento que consiste na remoção do útero.

Após o tratamento primário, Preta entrou em uma fase sem manifestação da doença, comumente chamada de "remissão", segundo médicos ouvidos pelo Estadão. Em outras palavras, o câncer não era mais detectável por exames físicos, de imagem, tomografia e/ou sangue.

Em agosto de 2024, porém, a artista informou que o câncer havia voltado e foi detectado em dois linfonodos, no peritônio - membrana na cavidade abdominal que envolve órgãos como estômago e intestino - e no ureter.

A cantora então passou por uma nova cirurgia no final de janeiro. O procedimento, que durou em torno de 20 horas, também implicou na colocação de uma bolsa de colostomia definitiva. Entenda o que é o procedimento.

A cantora recebeu alta hospitalar em 11 de fevereiro.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Guilherme e Joselma, a dona Delma, conversavam com Thamiris na área externa da casa do Big Brother Brasil 25 na tarde desta quarta-feira, 5, e o fisioterapeuta deu conselhos à sogra, que ainda está desconfortável com sua fofoca sobre Renata, revelada por RoBBB Seu Fifi na última segunda.

Joselma, ao refletir sobre suas interações, admitiu que às vezes sua forma de expressar sentimentos pode não ser a mais adequada, mas que ela observa muito o que acontece ao seu redor. Guilherme a encorajou a ser autêntica e a comunicar seus sentimentos de forma direta: "Fica estranho você falar sobre a pessoa e daqui a pouco a pessoa chegar aqui e dar um beijo, um abraço. Aí soa de outra forma, sabe? Então é melhor às vezes deixar claro a situação", disse, refletindo sobre a surpresa de Renata ao ver revelada a fofoca de Joselma sobre ela.

Dona Delma então relembrou momentos em que Guilherme a alertou. "Ele dizia: 'É bom a senhora dizer para as pessoas que tem carinho pela senhora, as suas maiores afinidades, para depois não se surpreender e não tomar um choque.' Quando eu chamei ela (Vilma) para botar no Sincerão ali, era o que naquela semana tinha me incomodado. Foram coisas que eu fui observando, porque eu fico caladinha, mas observo muita coisa. Só que às vezes a minha forma de expressar não seja correta, sei lá", desabafou.

Guilherme tentou confortá-la e observou que, apesar das dificuldades, é importante não se deixar abater por erros ou inseguranças. "Acho que dentro do seu coração, a senhora está sentindo que teve um erro aqui dentro. E isso está lhe fazendo mal. Só que todo mundo vai errar aqui dentro", disse ele.

E continuou: "A todo momento a senhora pede para te botarem logo no paredão, toda vez que acontece alguma situação e não pode. Eu percebo que, às vezes, quando está tudo bem, a senhora está feliz da vida. Depois do Sincerão, a senhora começou 'Ah, Gui, é bom que tu chegue na final mesmo e que eu vá me embora logo, e que me bote no paredão, e que isso e aquilo', não pode. Na nossa vida, lá fora, quando a gente tem um erro, não entrega as cartas assim. Como Tadeu disse, é melhor cair atirando mesmo, como a Camilla."

Inspirado, o brother falou mais e afirmou que tudo que aconteceu de difícil dentro da casa não é nem metade das coisas que passou do lado de fora: "Às vezes eu não me dou nem o direito de ficar triste aqui dentro. Porque eu sei que isso aqui, lógico, é a grande oportunidade da minha vida. E eu sei que eu já passei, principalmente a senhora (Delma), já passou por coisas muito, mas muito, muito piores do que é isso aqui. Então, qualquer dificuldade que acontece aqui, eu penso que não é nada perto das coisas que eu já vivi lá fora."