Avó aprende a ler com aulas online do neto de sete anos em Santa Catarina

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Mesmo depois de trabalhar até os 25 anos nas plantações de milho, feijão, arroz e fumo da família em Bom Retiro (SC), casar-se cedo e ter tido três filhos em seguida, a dona de casa Marlene Hinckel nunca deixou de lado a vontade de aprender a ler e escrever. Era um sonho, como uma foto que a gente coloca no espelho do banheiro para inspirar a batalha de todo dia. Era também uma necessidade prática. No mercado, ela não sabia a diferença entre o xampu e o condicionador. A chance de aprender surgiu na pandemia. Aos 63 anos, ela está se alfabetizando nas aulas virtuais do neto de 7 anos.

A oportunidade apareceu no turbilhão de mudanças que as famílias tiveram de fazer para cuidar dos idosos, o grupo mais vulnerável no início da pandemia. A filha Karina Hinckel, de 40 anos, deixou o emprego de gerente de Enfermagem para olhar a família mais de perto. Ela passou a visitar a mãe com uma frequência maior. Embora goste de morar sozinha, dona Marlene já estava deprimida com o isolamento da pandemia. As duas estão separadas por 40 minutos. Karina também estava preocupada com a alfabetização de Eduardo, filho único. O pai, o físico Rinaldo Henrique, viaja com frequência. Foi aí que neto e avó se tornaram parceiros de escola.

O menino fazia o 1º ano do ensino fundamental na unidade Estreito do Colégio Adventista de Florianópolis. A avó ficava com um olho nele e outro nas aulas online na tela do notebook. As lições começaram a fazer sentido para os dois, ao mesmo tempo. "Pensei comigo: o Eduardo, com sete aninhos, está aprendendo. Eu vou aprender também. Hoje, estou conseguindo entender as coisas". Às sextas-feiras, havia um projeto pedagógico chamado "Super Leitor" no qual as crianças liam textos que a professora escolhia. Era uma das atividades preferidas da dupla. "Ele está lendo cada dia melhor e logo aprendeu a ler e escrever. Eu ainda estou tentando. As primeiras palavras foram dado, dia, lua, dedo e casa", recorda.

De acordo com os educadores, a participação dela nas atividades online era informal, como uma espécie de aluna ouvinte. Depois, começou a perguntar. Logo estava fazendo as atividades do neto. Hoje, ela tem seu próprio caderno e seu material de estudo. A avó não começou do zero. Antes da pandemia, Marlene frequentava as aulas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipal Batista Pereira, em Ribeirão da Ilha. As aulas foram interrompidas e ainda não têm data para retornar. "O EJA foi fundamental para tudo isso. O apoio veio da escola, das professoras, por isso que ela não quis desistir e está indo em frente", diz a filha.

Karina apoia os dois - a explicação dada para um acaba ajudando o outro. Eduardo pega rapidinho. "Passo atividade no caderno para ela fazer, principalmente para diferenciar as sílabas simples das complexas. Aí está a dificuldade maior. Como explicar 'ba', 'bra' e 'bla' para quem aprendeu a falar essas sílabas do mesmo jeito desde a infância? Para ela, todas têm o mesmo som". A própria aluna admite que o processo é lento, cheio de idas e vindas. "É muito difícil. Dá insegurança. Às vezes parece que esqueço tudo o que aprendi, mas quero muito aprender e um dia pegar um livro e ler sem precisar de alguém para me corrigir", planeja.

Passado

Em um mundo dominado pela comunicação é fácil imaginar como a sexagenária está descobrindo novas realidades. E até um novo jeito de viver. Por muitos anos, ela conta que "passou vergonha" perguntando endereços na rua mesmo estando diante do lugar aonde queria ir. Não sabia ler fachadas e letreiros. Tinha dificuldades nos ônibus, viveu pela metade. Hoje, faz as leituras religiosas em casa, ritual diário com a família, identifica os rótulos no mercado (xampu e condicionador, principalmente) e esmerilha no Whatsapp. "Aprendi a usar o celular e sei até mandar mensagem de texto. Antes era só voz", orgulha-se.

Marlene está longe de ser um caso isolado. Cerca de 16 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever, segundo dados do Mapa do Analfabetismo no Brasil. E a maior parte dessas pessoas está acima dos 60 anos de idade. As razões são as mesmas da catarinense: o trabalho desde cedo, as poucas oportunidades e a distância das escolas. "Meus pais acharam melhor eu trabalhar na roça do que ir estudar. Era longe da escola", conta. Nesse sentido, a trajetória de Marlene é um acerto de contas com sua própria história. "Meus pais me tiraram da escola para eu ficar ajudando em casa. Eles não me deram estudo, mas eram uma boa família", resigna-se.

Hoje, os Hinckel vivem novas mudanças. Como as escolas particulares de Santa Catarina já retomaram as aulas presenciais, Eduardo voltou a se sentar nas cadeiras do colégio. Por ora, a avó perdeu seu parceiro de leitura. Mas ela continua recebendo o conteúdo pedagógico do colégio e agora conta com dois "professores" em casa. Karina conta que o neto Eduardo é exigente na hora de tirar a lição da avó.

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Lady Gaga atualmente está no Rio de Janeiro para o megashow gratuito que ocorrerá em 3 de maio, em Copacabana. A dona de hits como Abracadabra e que marcou o pop em diferentes eras acumula um patrimônio bilionário de cerca de R$ 1,8 bilhão.

Em 2020, a Forbes avaliou a fortuna de Stefani Germanotta, nome verdadeiro de Lady Gaga, em 150 milhões de dólares. O faturamento aumentou, entretanto, nos anos seguintes: atualmente, a Celebrity Net Worth avalia seu patrimônio entre 300 e 320 milhões de dólares (cerca de R$ 1,8 bilhão).

A receita da "Mother Monster" é diversificada: além do faturamento na indústria musical, ela atua no audiovisual e possui empreendimentos que datam desde 2008.

A Haus of Gaga, criada há 17 anos, junto do álbum The Fame, lidera uma equipe criativa responsável pelas roupas, adereços, cenários, entre outros itens que personificam as apresentações da cantora. Em 2019, também foi criada a Haus Labs, marca de maquiagem e skincare.

Além disso, a artista é embaixadora e realiza publicidades para marcas como Tiffany & Co., Valentino e a empresa de relojoaria Tudor.

No ano anterior, em 2018, Gaga também estreou como protagonista no longa Nasce Uma Estrela. O filme, que também conta com Bradley Cooper, ganhou um Oscar por Melhor Canção Original, com Shallow.

Nasce Uma Estrela abriu caminhos para Stefani: Casa Gucci e Coringa: Delírio a Dois estrearam em 2021 e 2024 com a artista em papéis principais. Mesmo com a bilheteria abaixo do esperado, o fracasso de Coringa 2 ainda faturou 206 milhões de dólares (R$ 1,16 bilhão).

Lady Gaga se apresentará no Rio de Janeiro para um megashow em Copacabana neste sábado, 3 de maio. A apresentação é gratuita e promete reunir cerca de 1,6 milhão de pessoas na orla.

A apresentação será a terceira da artista após o lançamento do álbum Mayhem e deve manter a estrutura vista nos shows do Coachella e da Cidade do México, com um setlist dividido em cinco atos e recheado de sucessos.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

A mãe de Karen Silva, ex-participante do The Voice Kids, usou as redes sociais nesta terça-feira, 29, para falar sobre a morte da filha, aos 17 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Em vídeo, Manoella Virote Silva compartilhou lembranças, alertou outros pais sobre a saúde de seus filhos e revelou os planos que pretende seguir para homenagear a jovem cantora.

Manoella começou explicando a gravidade do quadro da filha. "A Karen teve um AVC hemorrágico imenso, terrível, e ela nem conseguiu. Na verdade, nem foi ela que não conseguiu. Não tinha como mesmo", disse.

Ela garantiu que o atendimento médico foi rápido e eficiente: "Até o último momento, teve uma equipe médica fazendo tudo o que pôde pela vida da minha filha. Não houve negligência."

Comovida, a mãe fez um apelo a outros pais para que fiquem atentos à saúde dos filhos. "Vá ao médico com seu filho para fazer esses exames que a gente nem sabe que existem, porque eu não quero que nenhuma mãe passe nunca mais pelo que eu estou passando. Jamais poderia imaginar que isso poderia acontecer com uma criança de 17 anos feliz, bem cuidada, bem tratada."

Karen havia feito uma lista de metas para 2025, que foi revelada por Manoella. A jovem planejava lançar uma marca de roupas, iniciar a faculdade de moda e divulgar três músicas inéditas. Agora, a mãe quer dar continuidade a tudo o que a filha deixou preparado.

Para seguir com a marca, Manoella pediu indicações de centros de reabilitação neurológica. "A gente vai lançar agora tudo do jeitinho que ela queria. E o que for arrecadado - parte do lucro - vai ser para manter a marca e a outra parte vai ser para crianças que tiveram a oportunidade que a minha filha não teve, de se reabilitar."

Na expectativa de ver Lady Gaga aparecer na varanda de seu quarto no Copacabana Palace antes de seu megashow, fãs da cantora foram surpreendidos por outra personalidade famosa na manhã desta quarta-feira, 30. Protagonista do filme Lilo & Stitch, o alienígena Stitch apareceu para animar os "little monsters" que ocupavam as ruas do Rio de Janeiro.

O mascote, que estreou no filme animado de 2002 e ganhará uma nova versão em live action em 22 de maio, saiu na janela e acenou para o público, que se dividiu entre aplausos e frustração por não ver Gaga. No vídeo, muito compartilhado nas redes sociais, Stitch dança na varanda do hotel e acena para a multidão.

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A nova versão de Lilo & Stitch tem direção de Dean Fleischer Camp (Marcel, a Concha de Sapatos) e é estrelada por Maia Kealoha, Sydney Agudong (At Her Feet), Hannah Waddingham (Ted Lasso) e Zach Galifianakis (Only Murders in the Building).