'Uma mulher Vestida de Sol', de Ariano Suassuna, é obra atual e necessária

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O diretor Fernando Neves volta no tempo para se lembrar das aulas ministradas pelo crítico Décio de Almeida Prado (1917-2000) no curso de Letras da USP em 1974. Foi lá que o jovem universitário se aprofundou pela primeira vez em Uma Mulher Vestida de Sol, obra inaugural do teatro de Ariano Suassuna (1927-2014), escrita em 1947. "É uma tragédia, não se enganem, não é um melodrama e muito menos uma das suas comédias", disse o professor, sobre o texto do autor de Auto da Compadecida e Farsa do Boa Preguiça, garantias certas de gargalhadas.

Quase 50 anos depois, essa é a frase mais repetida por Neves nos ensaios de Uma Mulher Vestida de Sol, espetáculo comandado por ele, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil. O diretor fala para os atores entrarem em cena "no limite", porque na história não tem festa ou refresco, "todo mundo sabe que daqui a pouco vai ter morte". O projeto, idealizado pelo ator Guryva Portela, conta no elenco ainda com Marcello Boffat, Jorge de Paula, Bruna Recchia, Kátia Daher, Carlos Ataíde e William Amaral. Trata-se de uma peça pouco conhecida, que, segundo Portela, nunca ganhou montagem profissional. O registro mais visto é a transposição para a televisão, dirigido por Luiz Fernando Carvalho para a Globo, em 1994.

Violência

Em uma atmosfera de amor e violência, uma cerca divide duas propriedades rurais. De um lado, o violento fazendeiro Joaquim Maranhão (Portela) é o pai de Rosa (Bruna), e, de outro, Antônio Rodrigues (Boffat), um pouco mais pacífico, é pai de Francisco (Jorge de Paula). A paixão entre os jovens de famílias rivais pode até remeter ao clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare, mas Neves avisa que, em Suassuna, não há espaço para tréguas românticas. "Essa obra traz lembranças da infância do autor, afinal ele está cutucando o Nordeste autoritário que conheceu tão bem e ainda dialoga com os tempos atuais, diz.

Portela é do Recife e vive em São Paulo há oito anos. Desde a faculdade, desenvolve uma pesquisa em torno do teatro popular e de Suassuna e cita o privilégio de ter sido seu aluno na Universidade Federal de Pernambuco. O dramaturgo, já aposentado, voltou a lecionar entre 2009 e 2010, quando Ester Suassuna Simões, neta dele, estudou por lá. "Era uma aula-espetáculo por semana e acabei me aproximando da família, tanto que, um dia, tomando café em sua casa, confessei a ele que Uma Mulher Vestida de Sol era meu texto preferido", conta. "É uma tragédia humana completa, que ainda hoje mexe com um nervo exposto da sociedade brasileira ao tratar do patriarcado, disputa de terras, violência contra a mulher."

O atual espetáculo é segunda parceria de Neves e Portela em cima do autor. Em outubro de 2021, eles lançaram As Conchambranças de Quaderna, que estreou no Teatro Sérgio Cardoso, passou pelo CCBB e por bibliotecas públicas e dez cidades do interior. "Eu sigo a filosofia de Suassuna de que o teatro popular é para ser visto pelo maior número de pessoas e, para isso, vamos aonde somos chamados", declara o intérprete. "Joaquim Maranhão é aquele sujeito que acredita que tudo é dele, o gado, a fazenda, a filha, a irmã, nada melhor para o Brasil de hoje enxergar o quanto isso é atual e encarar essas situações horríveis. Nem que seja pelo teatro."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Morreu nesta sexta-feira, 2, em São Paulo, a atriz mirim Millena Brandão, do canal SBT, aos 11 anos. A artista teve morte encefálica, de acordo com o hospital onde ela estava internada.

Também conhecida como morte cerebral, a morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções cerebrais. Como o cérebro controla outros órgãos, quando é constatada sua morte, outras funções vitais também serão perdidas e o óbito da pessoa é declarado.

Millena havia sofrido diversas paradas cardiorrespiratórias nos últimos dias, recebido diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29.

O que configura morte encefálica?

Para funcionarem, os neurônios precisam de oxigênio e glicose, que chegam ao cérebro pela circulação sanguínea. Quando algum problema impede o fluxo sanguíneo, essas células podem morrer e as funções cerebrais são prejudicadas. Se a perda das funções é completa e irreversível, é declarada a morte cerebral.

Apesar de alguns órgãos poderem continuar funcionando, o cérebro já não consegue controlá-los. Assim, embora ainda haja batimentos cardíacos, por exemplo, eles tendem a parar. A respiração também não acontecerá sem a ajuda de aparelhos.

O que pode causar a morte encefálica?

Qualquer problema que cesse a função cerebral antes de encerrar o funcionamento de outras partes do organismo causa a morte encefálica. Entre as causas mais comuns estão:

- Parada cardiorrespiratória;

- Acidente vascular cerebral (AVC);

- Doença infecciosa que afete o sistema nervoso central;

- Tumor cerebral;

- Traumas.

Quando a morte encefálica é declarada?

No Brasil, a resolução nº 2.173/17 do Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece critérios rigorosos para a declaração de morte encefálica. De acordo com especialistas, o protocolo brasileiro é um dos mais criteriosos do mundo.

O CFM determina a realização de uma série de exames para comprovar a perda do reflexo tronco encefálico, aquele responsável por controlar funções autônomas do organismo, como a respiração.

Essa análise deve ser feita por dois médicos que examinam o paciente em horários diferentes, e os resultados precisam ainda ser complementados por um exame - um eletroencefalograma ou uma tomografia, por exemplo.

Morte encefálica e doação de órgãos

A "Lei dos Transplantes" (Lei nº 9.434/1997) estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando constatada a morte encefálica.

Quando isso acontece, as funções vitais do paciente são mantidas de maneira artificial até que a remoção dos órgãos seja feita.

Miguel Falabella atualizou o estado de saúde após revelar em suas redes sociais que estava com hérnia de disco. O ator e diretor publicou um vídeo nesta sexta-feira 2, gravado e compartilhado direto do hospital em que precisou ficar internado para fazer uma cirurgia.

"Quero agradecer muito as literalmente milhares de mensagens que recebi de força, carinho, de afeto", declarou no vídeo, contando já está se recuperando.

"Me operei hoje às 9h da manhã e o médico disse para mim: 'Você vai acordar sem dor'. Eu não acreditei, mas ele tinha razão."

Falabella comunicou na última quinta-feira, 1º, que estava afastado das apresentações desta semana do espetáculo Uma Coisa Engraçada Aconteceu a Caminho do Fórum, em São Paulo, por estar com muita por conta da hérnia de disco.

O ator Edgar Bustamante substitui Falabella nas sessões que vão até este domingo, 4.

No novo vídeo, Falabella comemora estar melhor. Segundo ele, a cirurgia ocorreu sem intercorrências.

"Sem dor, já acordei, já fui ao banheiro, eu estou andando. Esperando alta para ir para casa. Depois dou notícias. Muito obrigado, um beijo enorme, agora é fisioterapia e vida que segue."

Ela veio, apareceu e deu um presente: a passagem de som, que foi praticamente uma 'apresentação extra'. Nesta sexta-feira, 2, depois de quatro dias de espera, Lady Gaga surgiu aos fãs que já estão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, aguardando o mega show da diva pop que acontece neste sábado, 3.

O ensaio não foi surpresa, ainda assim pegou os fãs desprevenidos. Uma multidão, ansiosa para reencontrar aquela que não via desde 2012, correu em direção ao palco ao ouvir a voz da cantora.

A artista dançou, tocou piano e ficou a poucos metros dos fãs. Aos gritos de "Gaga, eu te amo", a cantora se emocionou e levou a plateia ao delírio com canções como "Abracadabra", "Shallow" e "Garden of Eden".

A passagem de som, iniciada pouco depois das 20h, teve cerca de uma hora de duração, mais de dez músicas apresentadas e troca de figurino - praticamente um show completo depois da sua quase vinda ao Rock In Rio de 2017, cancelada devido a fortes dores causadas pela fibromialgia, mas que rendeu os inesquecíveis memes "Ela não vem mais!" e "Brazil, I'm devastated."

Durante o ensaio de "Vanish Into You", música de seu novo álbum intitulado "Mayhem", o público quase derrubou a barreira de contenção, mas a artista seguiu com a passagem de som sem interrupções.

Ao que tudo indica, a tão esperada apresentação terá um setlist similar ao do Coachella 2025, já que os hits 'Alejandro', 'Paparazzi' e 'Bloody Mary' também marcaram presença na passagem de som.

O show de sábado, gratuito e previsto para começar às 21h45, deve reunir mais de 1,5 milhão de pessoas na orla carioca.

A TV Globo irá transmitir a apresentação ao vivo, que também poderá ser assistida no Multishow e no Globoplay. A expectativa é de um espetáculo histórico, marcando o retorno de Gaga ao Brasil após doze anos.