Metrô de SP terá câmeras com inteligência artificial

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Um novo circuito de monitoramento eletrônico com câmeras com função inteligente, como reconhecimento facial, vai começar a operar hoje em três estações da linha 3-Vermelha do metrô de SP. O sistema, que contará com mais de 5 mil câmeras, tem previsão de ser instalado em todas estações das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata até 2023.

Até o momento, 91 equipamentos foram instalados nas estações Carrão (37), Guilhermina Esperança (29) e Belém (25), na zona leste paulistana. A implementação está sendo realizada na estação Penha e o cronograma prevê que as próximas estações a receber o sistema serão Vila Matilde, Patriarca-Vila Ré e Tatuapé. O investimento é de R$ 58 milhões.

Segundo o Metrô, as câmeras serão interligadas a uma central com recursos de inteligência artificial, com softwares capazes de fazer a leitura das imagens e emitir alertas em casos de invasões da via, crianças desacompanhadas ou objetos suspeitos abandonados nas estações.

Esse novo "Big Brother" do transporte sobre trilhos estará ligado ao Centro de Controle da Segurança e emitirá alertas. "Se um sujeito deixa uma pasta em uma estação, a gente consegue monitorar e ter um alerta. Isso já ocorre em outros países no metrô e no trem para evitar atos de violência e terrorismo", disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy. Também teremos uma faixa virtual de invasão. Se tiver uma ocorrência que não é comum, o sistema vai identificar."

O uso de máscaras pode dificultar o reconhecimento, mas outros padrões como altura e cor da roupa. O objetivo, diz o Metrô, não é a identificação facial. Mas se for preciso, por exemplo, buscar um passageiro desaparecido e já houver imagem do passageiro com máscara, também fica mais fácil a identificação.

"O sistema vai fazer o monitoramento dos pontos reconhecidos como críticos. Sabemos que há furtos de cabos com certa frequência. Podemos fazer o posicionamento das câmeras para monitorar e ter uma captura das imagens com trabalho automático. Não precisa ficar com o operador do sistema vendo full time. Se ocorrer o furto, é possível atuar com a equipe presencial para prender o meliante", afirmou Baldy.

Segundo ele, a instalação das câmeras, que também será realizada nos pátios de manutenção, já vai inibir esse tipo de ação. "Mais de 60% das reduções de velocidade, que denominamos como problemas na via, são por invasões por suicídio ou furto, atos de vandalismo. Com esse sistema de monitoramento, não posso dizer que vamos acabar com essas situações, mas vamos reduzi-las." Segundo Baldy, outra medida para evitar esses episódios é a implantação das portas de plataforma nas estações.

Mas o andamento de ambas as medidas travou. Em 2009, anúncios de que as plataformas teriam portas que se abririam simultaneamente às portas do trem já eram feitos. Em 2019, a gestão João Doria (PSDB) disse que a proteção seria colocada em 88 fachadas de 36 estações das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha em 56 meses. Também em 2019, o Estado anunciou que abria a licitação para implementação do projeto do sistema de monitoramento.

"Em 2019, assinamos um contrato após uma licitação, que foi alvo de judicialização entre o primeiro, o segundo e o terceiro colocados. Estamos terminando a implantação das portas de plataforma na linha 5-Lilás neste ano, mas também teve judicialização", disse Baldy. "Acreditamos que, resolvendo isso, será concretizado em 30 meses, começando pela linha 2, menos extensa. Depois, a 3 e a 1."

Privacidade

A adoção de sistemas de monitoramento que permitem o reconhecimento facial é alvo de intenso debate sobre a privacidade de passageiros, além do risco de vazamento de imagens e dados no Brasil e no mundo. Outro ponto discutido são possíveis falhas, que podem até levar inocentes à prisão.

Baldy afirma que todo o projeto já foi desenvolvido com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sancionada em 2018 e em vigor desde setembro de 2020, que regulamenta o tratamento de dados pessoais por empresas públicas e privadas.

"Todos os pontos da LGPD foram respeitados. Não é um reconhecimento de cidadãos. Ninguém quer fiscalizar ou vigiar ninguém. É para perda de objetos sensíveis, importunação sexual, reconhecimento de pessoas que estejam na lista de procurados da polícia. Não vamos ter acesso ao nome e CPF das pessoas", disse ele.

O sistema contará ainda com um Data Center, que está sendo montado pelo Metrô, que atua integrado às câmeras e tem capacidade de armazenamento de imagens por 30 dias. "Serão armazenadas por um período maior, em um contrato seguro, para que as ocorrências possam ser investigadas." Baldy diz que, mesmo com a pandemia, os projetos para expansão das linhas continuam. "Neste 2º semestre, vamos abrir a licitação para a compra de 44 novos trens para o Metrô, uma frota nova, com ar condicionado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Anora foi o grande vencedor do prêmio de Melhor Filme do Oscar 2025. Ainda Estou Aqui, longa brasileiro que concorria na categoria, não foi escolhido pelos votantes.

O longa custou US$ 6 milhões para ser produzido - um dos menores orçamentos da história da premiação - e, nas últimas estimativas, faturou cerca de US$ 38 milhões de bilheteria ao redor do mundo.

Indicações de 'Anora' ao Oscar 2025

Anora foi indicado em seis categorias no Oscar 2025: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição.

Outros prêmios

Em maio de 2024, Anora venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e se colocou como um sério concorrente ao Oscar. Ao longo da temporada, no entanto, viu os filmes rivais ganharem mais destaque e, apesar de ser bastante elogiado pela crítica, passou a ser tratado como um azarão.

A maré mudou nas últimas semanas. Surpreendentemente, o longa venceu o prêmio de Melhor Filme no Critics Choice Awards. Confirmando o bom momento, também foi vitorioso no Directors Guild Awards, no Producers Guild Awards e no Writers Guild of America Awards, três dos principais prêmios dos sindicatos de Hollywood.

Sobre o que é

Em Nova York, a jovem stripper Anora (Mikey Madison) conhece o filho de um oligarca russo e engata um improvável romance. Após um casamento impulsivo em Las Vegas, a família de Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn) planeja retornar para os Estados Unidos com um único objetivo - anular a união entre o casal. Descrito como um "conto de fadas às avessas", o longa subverte a história da Cinderela para falar sobre as falhas do Sonho Americano.

Elenco

Em Anora, Mikey Madison interpreta Ani, uma jovem stripper que se deslumbra com a vida de luxos que o dinheiro pode proporcionar. O papel rendeu a atriz uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Já Mark Eydelshteyn é Ivan Zakharov, filho de um oligarca russo que contrata os serviços de Ani por tempo indeterminado.

Yura Borisov interpreta Igor, um capanga russo da família Zakharov. O papel rendeu ao ator uma indicação ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. Completam o elenco Karren Karagulian e Vache Tovmasyan, que interpretam outros dois capangas da família Zakharov, e Aleksei Serebryakov e Darya Ekamasova, que vivem o pai e a mãe de Ivan, respectivamente.

Entrevistas

Em entrevista ao Estadão, Sean Baker e Mikey Madison discorreram sobre o que torna Anora um longa tão único. Em especial, falaram sobre a temática de trabalhadores sexuais - uma constante no trabalho de Baker - e sobre como o filme busca quebrar as expectativas do público.

"Sempre pensei em Anora como algo fora do 'mainstream' e um pouco divisivo por causa de seus temas, mas ele parece estar agradando às pessoas de maneira universal. E isso é maravilhoso", afirmou Sean Baker.

Críticas

O filme foi bastante elogiado pela crítica internacional. No site Rotten Tomatoes, que agrega análises de profissionais da indústria, o longa conta com 93% de aprovação. No New York Times, a obra de Sean Baker foi descrita como o "nascimento de uma estrela".

"Esse papel exige que ela [Mikey Madison] vá ao extremo, com elementos de pastelão, romance, comédia e tragédia, além de dançar com pouquíssima roupa e dar uns socos poderosos", escreveu a crítica Alissa Wilkinson. "E a cada momento Madison fica mais fascinante."

"Anora é uma fábula moderna e obscena, povoada por strippers e capangas. Como a maioria dos filmes de Baker, fala sobre os limites do sonho americano, sobre as muitas paredes invisíveis que se interpõem no caminho das fantasias de igualdade e oportunidade, sobre como se erguer pelas próprias pernas", finalizou.

Polêmicas

A principal polêmica de Anora decorreu da falta de um coordenador de intimidade no set de filmagem de Sean Baker. O cargo, que vem ganhando cada vez mais importância em Hollywood, é responsável por supervisionar cenas íntimas que envolvam sexo simulado e nudez.

Em uma era pós-Me Too, o trabalho do supervisor garante que todos os envolvidos se sintam seguros e possam se manifestar caso algo os deixe desconfortável. Em Anora, cenas de sexo e nudez compõem uma boa parte do filme. Baker e a equipe, no entanto, optaram por não utilizar um coordenador de intimidade durante as gravações do longa.

"Foi uma escolha que fiz. A produção me ofereceu, se eu quisesse, um coordenador de intimidade", afirmou Mikey Madison no quadro Actors on Actors, da Variety. A atriz explicou que a decisão foi tomada por ela e por Mark Eydelshteyn e que, apesar da polêmica, a experiência foi extremamente positiva para ela.

Onde assistir

Em cartaz, Anora estreou nos cinemas brasileiros em 23 de janeiro. Não há previsão, no momento, para exibição em plataformas de streaming.

Os indicados ao Oscar de Melhor Filme em 2025

Anora

O Brutalista

Um Completo Desconhecido

Conclave

Duna: Parte 2

Emilia Pérez

Ainda Estou Aqui

Nickel Boys

A Substância

Wicked

'O Brutalista' vence Oscar de melhor trilha sonora. O filme disputou categoria com Conclave, O Robô Selvagem, Wicked e Emilia Pérez. O longa venceu prêmio de melhor fotografia também.

Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional na noite deste domingo, 3. É o primeiro longa brasileiro a conquistar o feito. O diretor Walter Salles dedicou prêmio a Eunice Paiva. Ele também dedicou estatueta a Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. "É uma coisa extraordinária", disse sobre vitória.

A produção superou os concorrentes Emília Pérez (França), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha), A Garota da Agulha (Dinamarca) e Flow (Letônia). O francês, que venceu o Prêmio do Júri em Cannes 2024 e foi indicado a 13 categorias do Oscar, incluindo a de melhor filme, foi considerado como o favorito nos primeiros momentos da disputa, mas acabou se envolvendo em diversas polêmicas.