Artistas buscam apoio contra mudança na Rouanet

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Com as recentes mudanças do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), conhecido popularmente como Lei Rouanet, instituídas por meio de decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na terça, 27, e publicado no Diário Oficial da União, produtores culturais vêm destrinchando as novas medidas para entender como ficará o fomento à cultura no Brasil, com expectativa de retomada do setor no segundo semestre. Entidades culturais já buscam apoio contra itens que consideram desfavoráveis.

Entre as principais mudanças está o esvaziamento da CNIC, órgão que era deliberativo no processo de análise dos projetos inscritos e que agora passa a ser apenas um órgão para recursos, centralizando o poder de decisão sobre aprovações nas mãos do secretário Especial da Cultura, Mário Frias, e do secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula.

O presidente da Associação dos Produtores de Teatro, Eduardo Barata, disse que a instituição ainda está analisando cuidadosamente os artigos do decreto, tanto os que foram adicionados agora quanto os que ganharam nova redação, e estão em contato com a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) para verificar possíveis ações que podem ser tomadas em nível Legislativo para evitar dirigismo, censura ou perseguição ideológica na liberação de verbas da Lei Rouanet, que são as principais preocupações do setor após as mudanças, conforme o Estadão mostrou nesta terça-feira, 27.

Barata explica que ainda não é possível ter certeza de como o mecanismo funcionará, pois apesar de o decreto que o regulamenta e estabelece sua sistemática de execução já esteja publicado e em vigor, ainda é conveniente esperar a publicação de uma Instrução Normativa que detalhe o funcionamento do Pronac.

"É um documento muito intrincado, pois anula o decreto anterior e reescreve com outras palavras muita coisa que já estava lá", explica a produtora Bianca de Felippes. Ela relembra que o temor do dirigismo na política de fomento cultural não vem da gestão Bolsonaro. Já na época em que o antigo Ministério da Cultura era ocupado por Juca Ferreira, essa era uma questão que se discutia a cada nova tentativa de mudança no Pronac. Apesar disso, Bianca afirma que, naquela época, havia um diálogo com a classe artística e tais medidas eram abortadas após manifestações de descontentamento por parte do setor.

Outro problema relevante que as novas diretrizes culturais do governo deixam em aberto é sobre os projetos que já foram aprovados e ainda aguardam a liberação de verbas. Segundo Bianca, há cerca de R$ 700 milhões depositados em contas de projetos culturais já aprovados pela Lei Rouanet, mas que ainda não foram liberados. Para ela, o temor é de que, em 2022, tais iniciativas tenham de ser readequadas.

Além disso, outro ponto que vem causando preocupação no setor, de acordo com as fontes ouvidas pela reportagem do Estadão, diz respeito à exibição de logomarcas de patrocinadores. O novo decreto determina que um "manual com orientações sobre a programação visual e a disposição das demais logomarcas" ainda será elaborado pela Secretaria Especial de Cultura, mas já deixa claro que será proibida "a utilização de logomarcas, símbolos ideológicos ou partidários" e que a "inauguração, o lançamento, a divulgação, a promoção e a distribuição" desses itens só poderão ocorrer "com a aprovação prévia da Secretaria Especial de Cultura", o que pode indicar que alguns patrocinadores não verão suas logomarcas estampadas nos produtos culturais que ajudem a viabilizar, diminuindo o interesse de empresas em apoiar determinadas iniciativas.

Procurada pela reportagem do Estadão, a Secretaria Especial de Cultura ainda não deu nenhuma declaração a respeito das questões levantadas pelos produtores. Entretanto, a atividade recente de Mário Frias e André Porciúncula nas redes sociais pode oferecer um vislumbre do tipo de cultura que eles visam promover à frente da política cultural do governo.

Em uma publicação no Twitter no dia 12 de julho, o Museu da Língua Portuguesa - que reabre no sábado, 31, após quase seis anos do incêndio que o desativou - usou a seguinte frase: "Nesta nova fase do MLP, a vírgula - uma pausa ligeira, respiro - representa o recomeço de um espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma: venham, voltamos!".

Após uma polêmica a respeito do uso da palavra de gênero neutro "todes", que inclui pessoas não binárias, o secretário Especial de Cultura, Mário Frias, foi às redes sociais contra a publicação do museu, que é gerido pelo Estado de São Paulo: "Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal".

Nesta quarta-feira, ao se referir à cobertura do jornal O Globo sobre as mudanças na Lei Rouanet, Frias escreveu: "Dirigismo da política pública cultural não é o problema, é parte da função do Governo, o problema mesmo era a antiga política de centralização, onde 10% das grandes empresas ficaram com 78% dos 13 bilhões de reais do passivo da Lei Rouanet".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A prefeitura do Rio de Janeiro estima um público de 1,6 milhão de pessoas para o show gratuito de Lady Gaga neste sábado, 3. E quem passa em frente ao Copacabana Palace não duvida. Afinal, os "little monsters" tomam conta da calçada em frente ao hotel desde que a artista chegou ao País, na esperança de uma rápida aparição ou de um aceno. Mas de onde vem o apelido usado carinhosamente para se referir aos fãs de Gaga?

A ideia de monstros veio à tona enquanto Gaga trabalhava em seu segundo disco, The Fame Monster, de 2009, que é uma expansão do álbum de estreia, The Fame. Na época, a cantora começou a desenvolver o conceito para descrever seus próprios medos, e aos poucos passou a chamar os fãs de "little monsters" (ou monstrinhos) durante as apresentações da turnê.

A própria estética do álbum explorava a ideia de figuras grotescas e monstruosas para representar os problemas que vinham junto à ascensão à fama. Por isso, o termo caiu no gosto popular, e os fãs aderiram.

Em entrevista concedida à revista W Magazine, Gaga explicou como a ideia surgiu. "Eu nomeei meus fãs de 'little monsters' porque eles eram tão ferozes nos shows, e eles gritavam tão alto. Eles se vestiam com roupas maravilhosas e se divertiam muito celebrando a música."

Com a adesão, o termo ganhou algumas expansões, e a própria artista passou a ser chamada de "mother monster" (ou mamãe monstro) após um fã usar o termo durante um show da turnê Monster Ball em Chicago, em 2010. A cantora gostou tanto que aderiu ao apelido e passou a utilizá-lo para se descrever.

Outro detalhe que vem junto à temática monstruosa é o cumprimento usado pelos "little monsters". Você já viu algum fã de Gaga com as mãos em formato de garra?

O gesto também é usado para identificar o grupo de fãs da cantora. No clipe de Bad Romance, de 2009, parte da coreografia envolve os dançarinos erguendo as mãos com o dedos levemente curvados para dentro, como se estivessem replicando o formato de uma garra. A ideia rapidamente foi aderida. Por isso, o termo "paws up" (ou patas para cima) passou a ser utilizado quando os fãs de Gaga queriam cumprimentar um ao outro ou concordar com algo.

A apresentação gratuita de Lady Gaga em Copacabana, parte do projeto Todo Mundo no Rio, está marcada para começar às 21h45, e terá transmissão na TV Globo, no Globoplay e no Multishow.

Faustão celebra 75 anos de idade nesta sexta-feira, 2. João Silva, filho do apresentador com Luciana Cardoso, usou as redes sociais para comemorar a vida do pai e homenageou o comunicador, que está afastado da televisão.

"Ser filho do Faustão é coisa de outro mundo... Agora, ser filho de Fausto Silva é simplesmente o maior presente que Deus poderia me dar. Ter em casa esse pai, marido, amigo e ser humano é uma dádiva", disse.

O jovem apresentador ainda agradeceu por poder caminhar ao lado de alguém tão generoso e amoroso como seu pai. "Pai, feliz aniversário! Te amo, meu guerreiro, meu exemplo, meu eterno ídolo."

Luciana Cardoso, mulher de Faustão, também celebrou a vida do comunicador. Em sua homenagem nas redes sociais, ela disse que o marido passou por mais uma internação na semana passada, mas não revelou o motivo.

"Celebrar a vida! Mais um ano! A dádiva de estar vivo graças a generosidade de alguém que possibilitou estar junto de sua família por mais tempo. Peço a Deus que você consiga superar tantas dificuldades e que possa viver da maneira mais leve e plena, com a saúde que você vai reconquistar. Na última semana, você superou mais uma internação e hoje pode estar ao lado de sua família comemorando mais um ano."

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Centenas de cachorros da raça dachshunds - aquela apelidada de "salsicha" - e seus tutores se reuniram no Parque da Cidade de Budapeste, na Hungria, na quinta-feira, 1º, na tentativa de bater o recorde do maior passeio de cães de uma única raça já realizado no país.

O desfile de cães estava sob a observação da Associação de Recordes Húngara, que tinha a tarefa de determinar se o passeio canino poderia ser oficialmente inscrito nos livros de recordes.

István Sebestyén, registrador e presidente da associação, disse à AP que a organização contaria cuidadosamente o número de cães participantes - um desafio, segundo ele, quando tantos cachorros e humanos estavam reunidos em um mesmo lugar.

"Não costumamos levar dachshunds para passear em grande número, portanto, esse experimento tem de corresponder ao nosso sistema de regras", disse ele.

Os dachshunds foram criados pela primeira vez na Alemanha e continuam sendo uma das raças de cães mais populares da Hungria.

Apelidados de "cães-salsicha" ou "cães-linguiça" por seus corpos longos e baixos, eles foram inicialmente criados para caçar texugos e outras criaturas que cavam tocas. Mas sua natureza leal, curiosa e brincalhona também os tornou populares como animais de estimação para famílias.

Em Munique, Alemanha, em 1972, um dachshund chamado Waldi se tornou o primeiro mascote oficial da história dos Jogos Olímpicos de Verão.

Em setembro do ano passado, a cidade alemã de Regensburg estabeleceu o atual recorde mundial para o maior passeio de cães dachshund, quando centenas de animais da raça desfilaram pelo centro medieval da cidade. Enquanto algumas contagens de Regensburg colocaram o número de cães em 1.175, o Guinness World Records só pôde confirmar 897.

Na quinta-feira, Lili Horváth e seu dachshund de 1 ano, Zabos, participaram do passeio em Budapeste. Ela disse que seu amigo peludo "tem qualidades muito profundamente humanas e é muito leal, ele é realmente uma bomba de amor."

Valeria Fábián, que estava passeando com seu dachshund Zsebi, viu de maneira diferente. "Poucas pessoas são capazes de oferecer o tipo de altruísmo [que ele oferece], porque as pessoas não têm tanto amor e sacrifício próprio quanto um cão pode dar a um humano," ela disse.

Ao final do passeio em busca do recorde, a Associação de Recordes Húngara determinou que 500 dachshunds estiveram presentes - o suficiente para estabelecer o recorde húngaro, mas ainda aquém da marca do Guinness estabelecida em Regensburg.

Os organizadores, não desanimados, prometeram tentar novamente no próximo ano - dando-lhes bastante tempo para reunir mais cães para outra tentativa de título. (COM INFORMAÇÕES DA AP)