Por que a música brasileira arrebata tantos fãs no país da Olimpíada?

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A cantora Mônica Salmaso guarda com carinho as palavras do presidente de uma associação de apreciadores de música brasileira da pequena e montanhosa cidade de Yamagata, no Japão. Ela, o violonista Guinga, o flautista e saxofonista Teco Cardoso e o clarinetista Nailor Proveta haviam acabado de apresentar o primeiro dos quatro shows que fizeram pelo país em abril de 2019 e foram recebidos para um jantar. Após um discurso, o líder, um médico, disse que, apesar da distância entre os países e das diferenças culturais, ele, que não falava português e tampouco compreendia as letras das canções, havia se emocionado e recordado imagens de sua infância.

Essas apresentações, que celebravam a música do carioca Guinga, deram origem ao álbum Japan Tour 2019, lançado no Japão em um sistema de financiamento coletivo. Agora, a gravadora Biscoito Fino lança o projeto aqui no Brasil, nas plataformas digitais. A história da turnê pelo país da Olimpíada começou meses antes, quando Mônica e Guinga foram convidados para uma apresentação no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e convidaram Cardoso e Proveta.

Na época, uma emissora japonesa, a MHK, estava no Brasil para gravar um documentário sobre o violão contemporâneo brasileiro. Guinga, então, perguntou à Mônica se a participação dele no projeto poderia ser registrada na apresentação, o que a cantora concordou. "Era uma equipe de trinta japoneses e uma tonelada de equipamento 4K. Tudo da melhor qualidade", conta.

Duas pessoas do staff, as produtoras Naoko Tamura, japonesa, e Nanci Lissa, brasileira que vive no Japão desde os 9 anos, se interessaram em levar o show para o Japão. Mônica já havia estado no país em 2017, a convite do saxofonista Sadao Watanabe para acompanhá-lo em apresentações em clubes de jazz. Porém, nessa segunda visita, a expectativa era sobre como as composições de Guinga seriam recebidas, sobretudo porque os shows não seriam em clubes de jazz, onde geralmente a música brasileira é acolhida, mas em teatros.

"A gente tem uma visão, bem simplificada, do que agrada o mercado japonês: bossa nova, samba e choro. A música do Guinga não está nessas gavetinhas. Ela tem caminhos melódicos e harmônicos muito próprios, uma assinatura", diz Mônica. O resultado: japoneses com flores, lágrimas nos olhos e pedidos de autógrafos. "Eu avisei o Guinga que o japonês não é o latino, que grita, chama de 'lindo'. É tudo mais contido, aplausos sempre no final. Porém, no show Tóquio, fomos aplaudidos no meio da música. Em Baião de Lacan (música em parceria com Aldir Blanc), o público nos acompanhou com palmas em ritmo de baião."

O momento está registrado no álbum graças ao técnico de som japonês Seigen Ono, que, ao acompanhar o show no Nerime Culture Center a fim de preparar a gravação que seria feita em estúdio dias depois, gravou a performance daquela noite. Por isso, Japan Tour 2019 traz faixas - são 12 ao todo - ao vivo, como Contenda e Nó na Garganta, e outras em estúdio, entre elas, Passarinheira e Tangará. "O público japonês tem atenção para receber aquilo que você mostrar de boa qualidade. O nível da escuta deles é maravilhoso. É o silêncio da concentração", diz Mônica.

Relação antiga

O produtor japonês Jin Nakahara, responsável pelo programa Saúde! Saudade, dedicado à música latina, veiculado pela rádio J-Wave de Tóquio há quase 33 anos, atesta que a ideia de que os japoneses gostam de bossa nova é verdadeira. "Um grande número de japoneses, inclusive aqueles que não ouvem música brasileira, ouve e respeita Antônio Carlos Jobim e João Gilberto. Acho que a música deles é muito mais importante do que o gênero musical", diz.

O programa que Nakahara produz elege a cada ano um disco brasileiro de destaque. Em 2020, foi Na Chave da Alegria, de Sérgio Mendes. O radialista, que viu seu primeiro show de música brasileira em 1979 (Elis Regina e Hermeto Paschoal no Live Under The Sky, festival de jazz em Tóquio), diz que os artistas mais populares no país hoje são Caetano Veloso e Marisa Monte. "São os mais veiculados no programa."

Segundo o jornalista japonês Willie Whopper, autor de seis livros sobre música brasileira, a relação dos japoneses com cantores do Brasil começou com o 78 rotações - formato pré LP - de Carmen Miranda que trazia o samba Alô, Alô, de 1934. Com a bossa nova, o interesse se estreitou. Nara Leão esteve no país nos anos 1960 em turnê com Sergio Mendes. Em 1985, ela gravou um disco por lá na companhia de Roberto Menescal, idolatrado pelos japoneses por conta da canção O Barquinho. Elizeth Cardoso e Clara Nunes também fizeram temporadas de shows no Japão. Nos anos 1990, Joyce tornou-se uma das artistas brasileiras com mais prestígio por lá.

"Os japoneses estão interessados em música de toda a parte do mundo, mas eu acho a brasileira melhor. É mais suave, tranquila", diz Whopper, que assina textos de encartes de 25 CDs de uma coleção recém-lançada pela gravadora Universal Music Japão, com 100 títulos que há tempos estão fora de catálogo no Brasil ou que sequer foram lançados nesse formato por aqui. Cada CD custa 1.100 ienes (R$ 50).

E por que a música brasileira emociona tanto os japoneses? "É uma pergunta difícil, mas penso que ela tem 'entrada ampla' para quem gosta de rock, soul, hip hop, jazz, etc. Além disso, é rica em melodia e harmonia musical. Os japoneses também são atraídos pela sonoridade da língua portuguesa", diz Nakahara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O principal representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, viajará para Genebra, na Suíça, ainda esta semana, onde terá encontro com seu homólogo da China para discutir questões comerciais, informou o escritório de Representação do Comércio americano (USTR, na sigla em inglês) nesta terça-feira. O comunicado não citou o nome da autoridade chinesa que participará da reunião.

Greer também se reunirá com a missão da Representação Comercial dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). A viagem prevê ainda encontro com a presidente da Suíça, Karin Ketter-Sutter, para discutir negociações sobre comércio recíproco.

"Sob a orientação do Presidente Trump, estou negociando com os países para reequilibrar nossas relações comerciais, a fim de alcançar reciprocidade, abrir novos mercados e proteger a segurança econômica e nacional dos Estados Unidos", disse Greer no comunicado.

"Espero ter reuniões produtivas com alguns dos meus colegas", pontuou.

High in the Clouds, livro infantil de Paul McCartney publicado em 2005, será adaptado em animação com elenco de voz composto por nomes famosos. Os personagens principais serão dublados por Celine Dion, Himesh Patel (protagonista do longa Yesterday) e Hannah Waddingham. A informação é da revista Variety, que também cravou participação do ex-Beatle Ringo Starr no filme.

Idris Elba, Lionel Richie, Jimmy Fallon, Clémence Poésy, Pom Klementieff e Alain Chabat também estão entre os que emprestarão suas vozes à trama de McCartney. O livro foi escrito pelo astro junto do britânico Philip Ardagh, e ilustrado por Geoff Dunbar.

A animação será dirigida por Toby Genkel, de Epa! Cadê o Noé? e O Fabuloso Maurício. O roteiro é de Jon Crocker, de Paddington 2, e o design de produção é de Patrick Hanenberger, de A Origem dos Guardiões.

Ainda segundo a Variety, o filme contará com composições originais de McCartney e trilha sonora de Michael Giacchino, ganhador do Oscar por Up: Altas Aventuras.

A Warner oficializou nesta terça-feira, 6, a sequência de Da Magia à Sedução, clássico cult de 1998 estrelado por Sandra Bullock e Nicole Kidman. O estúdio confirmou o retorno de ambas as atrizes. Akiva Goldsman, um dos roteiristas do filme original, escreve a sequência, que terá direção de Susanne Bier (O Casal Perfeito).

Inspirado no livro de Alice Hoffman, Da Magia à Sedução acompanha Sally e Gillian Owens, duas irmãs bruxas criadas em uma pequena cidade de Massachusetts que tentam quebrar uma maldição ancestral que as impede de encontrar um amor. Além de Bullock e Kidman, o elenco contava ainda com Dianne Wiest, Stockard Channing e Evan Rachel Wood.

Em seu lançamento original em 1998, Da Magia à Sedução não teve sucesso, arrecadando apenas US$ 68,3 milhões nas bilheterias mundiais, valor bem abaixo de seu orçamento, estimado em US$ 75 milhões. Além disso, o filme foi mal recebido pela crítica especializada da época. A produção, no entanto, ganhou status cult após seu lançamento em home video e, mas recentemente, sua chegada ao streaming.

O novo filme adaptará O Livro da Magia, capítulo final da saga de fantasia de Hoffman lançado em 2021. A história mostrará a família Owens voltando para a Europa, onde sua ancestral conjurou a maldição que as afeta há séculos, descobrindo segredos e testando os limites de seus poderes.

A sequência de Da Magia à Sedução estreia em 18 de setembro de 2026 nos Estados Unidos. O filme original está disponível para streaming na Max.